A Esperança (Peetniss) escrita por The Deathly Mockingjay


Capítulo 1
Capítulo I


Notas iniciais do capítulo

Estou postando aqui no Nyah!, no Wattpad e no Spirit. O problema é que tenho usuários diferentes em cada plataforma kkkkkkkkkkkkk



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Faz algumas semanas que fui resgatada da arena pelo Distrito 13 junto com os vitoriosos Beetee e Finnick, que minha casa, o Distrito 12, não existe mais. Uma semana que não vejo Peeta... Ele foi levado pela Capital junto com os outros tributos vivos Johanna Mason, Enobaria Golding e Annie Cresta, a namorada maluca do Finnick.

Quando cheguei aqui, fui levada diretamente para o hospital onde me diagnosticaram como "mentalmente desorientada" e cuidaram dos meus ferimentos. Ainda estou no hospital me tratando, incluindo o corte do tamanho de uma maçã onde Johanna retirou o rastreador. Passando a maior parte do meu tempo livre no meu leito lendo e relendo minha pulseira de "mentalmente desorientada" ou conversando com Prim, é fácil ficar extremamente entediada. Minha mãe está me acompanhando aqui no hospital, já que no nosso antigo distrito ela costumava ser a nossa médica, no entanto aqui ela não passa mais de uma ajudante de enfermeira.

Peeta... Nunca me senti tão triste, vazia. Queria que ele estivesse aqui, abraçando-me e me protegendo de meus pesadelos, mas ele foi capturado pela Capital. Minha mente tem estado muito confusa, os remédios só pioravam a situação. O Dr. Aurelius, médico que vem me auxiliando, ensinou-me uma técnica para organizar meus pensamentos, começando pelas coisas simples e partindo para as mais complicadas. Repasso novamente em minha cabeça as mesmas coisas:

"Meu nome é Katniss Everdeen, tenho 17 anos. Fui para os Jogos em lugar da minha irmã. Escapei. Voltei novamente para a arena com meu noivo Peeta Mellark. Fui resgatada pelo Distrito 13, sou o rosto da Rebelião. A Capital me odeia. Peeta foi levado pela mesma... Talvez esteja morto, é melhor que esteja morto... NÃO! Ele não pode estar morto! Ele vai voltar, pelo nosso bebê..."

Ninguém mais sabe além de mim e Peeta e o Dr. Aurelius, não podia esconder dele, afinal ele é médico, mas pedi que mantivesse em sigilo logo depois dos resultados das baterias de exames pela qual eu passei quando cheguei. Nem mamãe Prim ou Gale sabem, apesar de eu saber que não posso esconder por muito tempo e além disso, mamãe já está desconfiando. Já fiz alguns exames, o bebê é saudável, estou com quase quatro meses. Peeta queria usar isso como uma forma de conseguirmos patrocinadores ou melhor, eu conseguir patrocinadores e escapar da arena, mas achei melhor não. Não queria que toda Panem soubesse da minha gravidez, principalmente a Capital, afinal estava certa de que iríamos morrer no dia seguinte e que aquilo seria a prova de que não éramos uma peça em seus jogos. No final, éramos, mas não de quem achávamos que poderíamos ser.

Tudo que eu e Peeta tivemos foi real, até mesmo na primeira arena, apesar de eu não saber exatamente o que estava sentindo. Essa confusão nos levou à caminhos opostos nos primeiros meses após a volta da arena, mas depois de acordar gritando por seu nome e acordando os poucos residentes da Vila dos Vitoriosos, desesperada pensando que havia o perdido na arena pelas mãos de Cato e ele sendo o único capaz de me acalmar, percebi que eu precisava dele de um jeito diferente de todos ao meu redor. Lembro-me de seus olhos azuis como o mar do Distrito 4 arregalados e das bolsas abaixo de seus olhos, mostrando que não era só eu que sofria de terrores noturnos enquanto falava calmamente que ele estava ali, que sempre estaria ali comigo. Sempre...

Sempre é a nossa palavra para dizermos o quanto significamos um para o outro, o nosso "eu te amo", para todos os efeitos. Um sorriso triste se forma em meu rosto lembrando de nossos momentos juntos e de todas as vezes que poderia ter dito o que sinto para ele, que poderia ter proferido as palavras certas e agora nunca mais terei uma chance...

Estou deitada em meu leito no hospital em meu tempo livre, brincando com minha pulseira, esperando quando vai ser minha próxima bateria de exames, quando mamãe entra no quarto e fecha a porta delicadamente. Esse tempo no 13 nos fez nos aproximarmos um pouco, não ao ponto de como éramos antes da morte do meu pai, mas pelo menos muito mais do que antes dos jogos. Estar sem Peeta e conviver com a grande possibilidade de ele estar morto e ainda carrego o seu filho me fez repensar em sua reação após a morte do papai. Ainda não a perdoo por ter nos abandonando para uma morte lenta e sofrida caso Peeta não tivesse me dado aquele pão, mas ao mesmo tempo não quero continuar nos comportando como se fossemos estranhas.

Mamãe vem em minha direção e senta na cama aos meus pés e começa a falar:

— Filha, sei que está passando por um momento difícil, mas você sabe que pode me contar o que está acontecendo, afinal sou sua mãe.

— O que está acontecendo? - pergunto visivelmente confusa.

— Não tente se faça de desentendida – ela diz franzindo a testa – Há semanas que vêm passado mal, até mesmo antes de chegarmos ao 13. Por um momento pensei que seria o estresse e a ansiedade lhe fazendo algum mal até que vi seus exames.

Aquelas palavras me pegam de jeito. Como poderia explicar o que está acontecendo? Será que ela se refere ao bebê? Como poderei contar que estou grávida? Tenho medo de sua reação e a dos outros, mesmo sabendo que terei de contar de algum jeito ou outro. Sou acordada de meus devaneios pela voz da minha mãe.

— Katniss! Estou falando com você! Explique-me!

Terei de contar, é agora ou nunca.

— Mãe- Começo, temendo quando terminar- Estou grávida.

Minha mãe me olha desapontada, mas ao mesmo tempo não parece surpresa. Um silêncio constrangedor se instala entre nós duas. Ela é a primeira a quebrar:

— Eu sei, mas não queria acreditar, precisava ouvir de você. Como isso aconteceu?!- Olho-a incrédula e automaticamente fico toda vermelha. Sério? Esperava uma bronca ou algo parecido, mas foi isso? Ela realmente quer saber?

— Sério? Quer saber?

— Katniss sem brincadeiras! Você sabe o quanto isso é sério? Com quanto tempo você está? – ela diz e seu rosto fica levemente vermelho.

— Claro que sei mamãe, desculpe-me. Três meses, semana que vem faço quatro.

Ela fecha os olhos e respira fundo, parecendo tentar absorver os últimos acontecimentos. Assim que seus olhos azuis abrem, ela pergunta:

— De quem é?

Eu a olho furiosa. Sei que ela nunca foi muito a favor da minha relação com o Peeta por sermos tão jovens, principalmente com a pressão da Capital, mas nunca pensei que poderia pensar que fosse tudo um teatro, principalmente com o tempo que passava ao lado de Peeta.

— Do Peeta, é óbvio!

— A Capital obrigou vocês a- eu a corto antes que continue.

— Não! – digo – Nada entre mim e Peeta foi forçado, nunca.

— Era tudo real? Mas e o Gale? Sempre pensei que terminariam juntos. – ela diz.

Eu a olho confusa.

— Mãe, Gale e eu somos e sempre fomos amigos, nada a mais do que isso.

Ela ainda parece confusa, mas assente.

— Quem mais sabe? – ela pergunta

— Só eu, a senhora, Peeta e o Dr. Aurelius.

Mais um momento de silêncio se instala e me arrependo de ter essa conversa com a minha mãe.

— Bom, temos que levar isso ao lado bom. Um novo membro em nossa família! - Ela sorri carinhosamente. Sorrio junto e todo o meu arrependimento foi embora. Isso realmente me aliviou, mas eu ainda temia a reação dos outros quando souberem, principalmente a do Gale. Gale, meu melhor amigo, será que ele irá continuar a ser meu amigo e me ajudar, ou irá se afastar? Não sei e temo que seja a segunda, pois eu o amo, mas não do jeito que ele esperava. Eu o amo como um irmão mais velho, como o grande amigo que ele foi e continua sendo para mim. Tentei explica-lo isso, mas ele ficou furioso e sinceramente, ainda não entendo o porquê, afinal até parece que controlo os meus sentimentos e escolhi vê-lo como um irmão e magoar seus sentimentos. Por um tempo ele nem sequer olhava-me no rosto apenas um "oi, como está?" frio e distante, muito diferente do que esperava do comportamento do meu melhor amigo. Entretanto, após Hazelle dar-lhe uma bronca na minha frente ao presenciar seu comportamento frio comigo, ele foi se aproximando aos poucos. Se não estivesse tão sentimental, com certeza não teria o deixado se aproximar e o mandado se foder, mas admito que estou numa situação um tanto delicada...

Eu e mamãe continuamos a conversar, ela tirando minhas dúvidas e me dando conselhos. Depois de uns minutos ela saiu dizendo que tinha que voltar ao trabalho. Fico uns minutos deitada até um homem grande e robusto com a pele mais escura que a minha e olhos negros como a escuridão aparecer no quarto dizendo que eu deveria me apresentar no Comando. Levanto da cama e o sigo até um elevador. Estremeço, pois aquilo me lembra da morte de meu pai nas minas de carvão. Entro junto a ele. O soldado aperta algum botão, as portas fecham e descemos durante alguns minutos até finalmente as portas se abrirem novamente e saímos em um corredor não muito longo. Ele me guia até uma sala e abre a porta, deixando um espaço para eu passar.

O Comando não é muito grande. Em seu centro tem uma mesa cercada de pessoas, dentre elas Finnick, Gale, Plutarch Heavensbee, Haymitch e a presidente do distrito 13, Alma Coin.
Alma Coin tem uma aparência de uma mulher de meia idade com olhos acinzentados, mas não os olhos da Costura, mas sim cinza pálidos. Seus cabelos grisalhos caem como cascata em seus ombros, sua feição fria, sem demonstrar nenhum sentimento.


Quando entro todos se viram para mim, alguns até surpresos. Sento-me ao lado de Finnick e um silêncio se instala e Plutarch é o primeiro a quebra-lo:

— Bom, irei diretamente ao ponto. Katniss, você sabe que é o Tordo da Rebelião contra a Capital - ele começa – Então queremos saber se gostaria de ir para o Distrito 12, para ver o que a Capital fez com ele.

Antes que Plutarch pudesse se estender, Coin fala calmamente:

— Sabemos que acabou de sair de uma arena e que talvez não esteja nas melhores condições de ver algo tão pesado. Entretanto, após conversar com seu médico, Dr. Aurelius, decidimos que perguntaríamos a você antes de tomar uma decisão definitiva.

Voltar para casa? Ou o que restou dela? Eles só estão fazendo isso para eu ficar com raiva da Capital e me tornar o Tordo deles. Mas eu quero saber até aonde Snow vai, até aonde seu nível de crueldade é capaz.

— Sim, eu irei ao Distrito 12.

 


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Notas finais do capítulo

Boa leitura!



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