A Outra Lydia Kinsley escrita por Bea Mello


Capítulo 9
Haute Couture




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Kerri, mesmo sem sorrir, deu uma risadinha bastante convincente.

“Você tem razão,” disse. “Quem pergunta o que quer, ouve o que não quer.”

Como se saído de um transe, o ambiente foi preenchido pelo som de gargalhadas. Com o olhar fixo nas câmeras, ela continuou:

“Lydia, foi um prazer conversar com você hoje. Depois do intervalo temos Taylor Swift com música nova, fiquem ligados!”

O estúdio foi logo tomado por uma salva de palmas, e em questão de segundos o diretor gritou “corta”. Percebi um grupo de pessoas da produção se aproximando, mas me levantei para sair dali logo. Eu não queria esperar para ver o que iria acontecer. 

Sentindo uma adrenalina percorrer todo o meu corpo, virei-me em direção à saída, mas fui impedida pelo técnico que me havia microfonado antes da entrevista começar. Sem aviso, ele me girou pelos ombros e abriu o zíper do vestido em minhas costas. Tentei lutar inutilmente — eu sabia que não iria sair dali antes que ele fizesse o trabalho dele. 

Tudo aconteceu muito rápido. Enquanto eu dificultava a vida do rapaz, o diretor e mais duas pessoas falavam com Kerri, tentando convencê-la de regravar o final da entrevista. Em nenhum momento a palavra foi dirigida a mim, mas eu fiz questão de deixar minha opinião bem clara.

“Isso acabou aqui, não vou ficar mais um segundo nesse lugar!” Eu soava mais revoltada do que realmente me sentia. 

No fundo, causar um pouco de polêmica até que estava me divertindo.

Com dificuldade, o técnico retirou a lapela, os fios e a caixa do microfone presa à uma cinta por baixo do vestido, e fechou o zíper novamente. Assim que senti que mais nenhuma mão tentava me segurando, bati os pés em direção aos bastidores, Sarah colada aos meus calcanhares até chegarmos ao camarim.

Recostei-me sobre a porta fechada. Os únicos sons audíveis eram dos burburinhos do lado de fora e meu coração acelerado. Sarah se apoiou na penteadeira, uma de suas mãos sobre o rosto, apertando as têmporas entre o indicador e o polegar, a outra agarrando a bancada com tanta força que as pontas dos seus dedos ficaram brancos. Ela iria comer meu fígado com feijão preto e um bom Chianti, eu tinha certeza. 

Mesmo assim, não consegui evitar um sorriso malicioso de surgir nos meus lábios, e quando percebi, eu já estava gargalhando. Eu não podia me controlar. Ao mesmo tempo em que estava satisfeita por ter me defendido, era a sensação de ter cutucado a ferida de Kerri em rede nacional que me deixava mais radiante.

Se ela não quisesse que aquilo fosse ao ar, teriam que cortar toda a entrevista do programa. E algo me dizia que a produção não queria muito isso.

Fitei Sarah por um segundo, tentando me recompor. Eu sabia que iria ouvir mais cedo ou mais tarde — que fosse mais cedo.

“Eu estraguei tudo, né?” sussurrei.

Ela me encarou por um momento, uma expressão indecifrável no seu rosto. Seu olhar percorreu o camarim. Quando falou, não se dirigiu diretamente a mim. Parecia mais falar com si mesma, como se tentasse colocar seus pensamentos em ordem.

“Ela quebrou o acordo, portanto não tem por que pedir a devolução, mesmo que não vá ao ar. Se não for, ela quebra a promessa com os telespectadores e as redes sociais vão bombardear o programa dela. Se for, ela tem toda a história da família de volta aos tabloides, mas seu programa se mantém no ar.” Sarah olhou para mim. “É uma faca de dois gumes.”

“Eu estraguei tudo,” concluí, finalmente sentindo o medo que devia ter chegado minutos atrás.

“Por incrível que pareça, não,” respondeu. “Foi ela quem não cumpriu o contrato. Mas da próxima vez que perguntarem, diga que foi só um mal entendido. Que não houve traição.”

Eu franzi a testa, refletindo.

“Vamos passar pano para ele?”

“Só vamos dizer a verdade.”

Me perguntei se era o que ela queria que eu pensasse, ou se realmente não havia tido traição e eu simplesmente não tinha todas as informações. Algo me dizia que a primeira opção era a correta. No entanto, decidi não questioná-la naquele momento.

“Não está brava comigo?”

Independente da resposta ser positiva ou negativa, ela sempre iria parecer prestes a me trucidar.

“Bom, ela te deu uma cutucada, não precisava revidar com um cacetete,” murmurou, sua voz suave. “Mas não, não estou brava com você.”

Aparentemente ainda havia muita coisa sobre esse papel que eu ainda podia aprender. Saber como Lydia falava e andava era só o começo. 

Eu estava prestes a perguntar se Sarah e Kerri tinham alguma história da qual eu não sabia que puxasse Sarah tão facilmente para o meu lado, quando uma batida na porta me sobressaltou.

Eu me afastei e segurei a porta, e esperei por uma orientação do que fazer.

Foi Sarah quem respondeu à batida:

“Agora não,” protestou, e logo em seguida se dirigiu a mim num sussurro. “Vamos, vista-se, temos que ir embora daqui.”

Eu a obedeci, tirando o salto e o vestido no meio do camarim mesmo. Sarah foi agilizando e colocando o vestido que usei na entrevista de volta no cabide. Me certifiquei de que tudo estava em seu devido lugar e esperei pelo sinal dela.

“Mantenha a cabeça baixa e não diga uma palavra.”

Eu assenti. 

Sarah tirou de sua bolsa um par de óculos escuros e o lançou em minha direção, e eu o coloquei sem questionar. Ela se dirigiu à porta, mas parou com a mão no trinco.

“Nem um piu,” frisou.

Assim que abriu a porta, percebi que haviam mais pessoas do outro lado do que eu esperava, e me perguntei se estavam todos ouvindo Sarah e eu. Jessica estava na frente pronta para dizer alguma coisa, mas Sarah abriu caminho a empurrando levemente, e eu a segui.

“Lydia, em nome de toda a produção nós pedimos desc…”

“Jessica,” Sarah parou para me deixar passar, “por favor entre em contato diretamente comigo mais tarde, e resolvemos isso com calma.”

Sem esperar por Sarah, caminhei de cabeça baixa até a saída do estúdio. Não parei até chegar ao carro. Só para garantir, tentei manter minha expressão neutra, mas a mistura de sensações no meu peito tornava essa uma tarefa difícil. Eu queria rir. Queria sair gritando para todo mundo que eles haviam sido enganados por uma garota completamente desconhecida do interior de Nova York. Queria que todo mundo soubesse como eu era capaz de interpretar um personagem tão bem a ponto de ninguém desconfiar que a pessoa que eles viam, com quem interagiram, não era quem eles pensavam.

No entanto, eu sabia muito bem de onde esses sentimentos vinham. Tentei reprimi-los à medida com que surgiam. Outra parte de mim, a parte que sabia que eu ainda tinha muito tempo para fazer uma merda gigantesca, queria ir para casa. 

Sarah entrou no carro e, sem dizer uma palavra, deu a partida. Dirigimos em silêncio pelos cinco minutos entre o estúdio e a casa de Rose. 

Quando Sarah parou na entrada da garagem e desligou o carro, eu me preparei para sair, mas ela me segurou pelo pulso.

“Eu não quero ver esse tipo de comportamento se repetindo,” falou áspera. “Você teve a sorte deste caso ser defensível se vier à tona nos próximos dias. Mas precisa lembrar que é graças a esse tipo de pessoa que você tem — e continua tendo — um trabalho. E ninguém quer pagar para trabalhar com uma criança mimada.”

Senti meu rosto se contorcer em uma careta.

“Me defender faz de mim uma criança mimada?”

“Sim,” respondeu de forma direta, sem mais explicações. “Você sabe o que aconteceu com o pai de Kerri?”

Balancei a cabeça negativamente. Pela forma que Sarah tocou no assunto na noite anterior, pensei que fosse apenas ruim o suficiente para que Kerri não quisesse tocar no assunto, mas a essa altura, imaginei que eu devesse esperar pelo pior. Afinal, por quais motivos uma mulher não gostaria de falar sobre o pai? Ele bebia demais? Era violento? Fora da lei?

“Essa será sua lição de casa para hoje,” disse Sarah. “Agora vá descansar. Temos uma longa tarde pela frente.”

“Temos?” minha voz soou cansada.

“Você sequer prestou atenção nas datas dos eventos agendados, Margot?” perguntou irritada.

Eu dei de ombros. Se algo em sua fala me surpreendia, era o fato de ela ter me chamado pelo meu próprio nome.

“Uma equipe da Beaumont Couture estará aqui às duas horas trazendo vestidos para o evento da semana que vem.” Ela me olhou de cima a baixo uma vez. “Não vai precisar falar muito. Só experimente os vestidos e diga sim ou não.”

“Que evento da semana que vem?” perguntei tímida.

“O Jamie K. Awards, Margot. Pelo amor de Deus, vou ter que te lembrar de absolutamente tudo daqui para frente? Marquei uma visita hoje para encontrar um novo vestido que sirva em você. Enquanto estávamos em Nova York a produção do evento me perguntou se Lydia podia cobrir uma das apresentadoras.”

“Eu? Mas eu achei que o JKA fosse uma premiação de música.”

“Sim, mas Lydia estava no clipe do 13Wolves. E você já estava convidada para o evento, então tudo o que vai precisar fazer é chegar em Las Vegas preparada para subir ao palco quando for chamada e ler um textinho no teleponto.”

“Las Vegas?”

“Não é nada demais,” continuou. “Você só vai apresentar os indicados de uma categoria.”

“Mas… Nina me convidou para ir a Las Vegas semana que vem. Era por causa desse evento?”

Sarah ergueu uma sobrancelha.

“Nina não foi convidada.”

“Ah, não?” perguntei decepcionada. Eu nem tive tempo de me animar por ao menos estar acompanhada por alguém que eu já conhecia. 

“Se bem que, agora que você vai apresentar, tem direito a levar um convidado. Vocês podem ir juntas.”

“É sério?”

Senti meu rosto todo acender. Eu conhecia Nina há apenas um dia, mas tinha a sensação de que ela seria uma boa companhia. Só de saber que eu teria alguém conhecido comigo, e de saber que eu poderia imitar seu porte nesse tipo de evento me confortava bastante.

“E você estará aqui hoje, né?” perguntei, sentindo uma pontada ao pensar em ficar sozinha com todos esses estranhos na minha casa. Eu nem saberia por onde começar.

“É claro que sim, não vou te deixar um segundo sozinha até que eu tenha certeza que você pode se virar,” ela deu uma pausa. Justo, pensei. “Agora, por gentileza, saia do meu carro. Caso tenha esquecido, eu tenho outros clientes.”

#

Na ausência de Sarah, levei uma taça de suco de laranja — por falta de uma bebida mais sofisticada — e me deitei na espreguiçadeira à beira da piscina. Era a primeira vez desde que eu havia chegado que eu parava para simplesmente apreciar o clima do Oeste. A máxima de 29°C não passava muito longe de Nova York no verão, mas a diferença mesmo, até onde eu sabia, eram perceptíveis no inverno. Temperaturas negativas começavam cedo no Médio Atlântico, enquanto nenhum millenial havia visto neve em Los Angeles até a presente data. 

Eu iria odiar morar aqui. Devia ser triste crescer numa cidade que não cancela dias de aula todo ano por causa das ruas bloqueadas pela nevasca.

Refrescando os pés na água da piscina observei o céu limpinho até que, com a pressão caindo por causa do calor, cochilei ali mesmo. Fiquei naquele estágio do sono em que, mesmo parcialmente consciente, é difícil controlar os sonhos. Algumas imagens pareciam surgir e desaparecer na mesma velocidade e, aos poucos, iam dando espaço a um sonho mais contínuo.

No sonho, eu fazia o caminho do meu antigo trabalho na lanchonete até minha casa, enquanto o rádio tocava algo familiar — o som do rio Mohawk. Eu lembrava de cada detalhe. Do verde interminável, ao cemitério de St. Marys, até chegar no centro histórico de Little Falls. Eu conhecia cada detalhe, cada casa, cada pomar, cada poste à beira da estrada. Por um breve momento, eu me senti segura na monotonia daquela rotina.

Só fui acordar, ainda meio mole e sem saber direito onde estava, quando Sarah me deu tapinhas de leve no meu braço.

“Se recomponha, eles estão aí.”

Como se eu tivesse acabado de levar uma jarra de água fria na cara, eu me levantei. Segui Sarah até a cozinha, tentando pentear meu cabelo com os dedos. Ele ainda estava preso num rabo de cavalo, e imaginei que seria melhor mantê-lo assim do que soltar e piorar a situação.

“Escolha algo que se adeque ao estilo dela,” disse Sarah enquanto três pessoas adentravam a sala de estar, duas delas — um homem e uma mulher — carregando uma arara de vestidos longos dos mais variados cortes, cores e tecidos. “Estes são Alina e Gabriel.”

Alina tinha cabelos lisos na altura dos ombros, ruivos alaranjados, vestia botas brancas como se tivesse acabado de chegar dos anos 60, e um vestido preto sem mangas na altura dos joelhos. Já Gabriel vestia um macacão azul cobalto com as mangas dobradas até os ombros e um par de botas Dr. Martens preto com efeito iridescente. Eles pareciam ter acabado de sair de uma passarela. 

Eu nunca havia sido tão ligada em moda, mas vê-los diante de mim me fez apreciar a estética de uma forma que eu nunca havia apreciado antes. Eles não estavam exatamente chamativos, ou vestidos de uma forma absurdamente fora do comum, e mesmo assim aqueles looks não chegavam nem perto do que se via em Little Falls. Lá eles seriam imediatamente reconhecidos como turistas, e receberiam uns bons olhos tortos dos velhos conservadores. 

“A Miranda Priestly ali é Anne-Louise Beaumont.”

A referência não me passou despercebida. Anne-Louise parecia uma versão mais jovem de Miranda em O Diabo Veste Prada — isto é, se O Diabo Veste Prada se passasse nessa década. O cabelo platinado estava habilmente estilizado para o lado direito, revelando as raízes escuras em um undercut. Seu terno era simples, liso, em um tom de rosa que ficava entre o salmão e o coral. Mas o que realmente se destacava eram as sandálias prateadas, com um salto quadrado repleto de pequenas pedras que reluziam dependendo da forma que a luz batia, a sola vermelho sangue característica.

Só os sapatos dela deviam custar mais que meu carro.

“Eu já os conheço?” questionei em um sussurro, atônita com as figuras diante de mim.

“É claro que já.”

Por um momento, me perguntei como eu deveria cumprimentá-los. Com um aperto de mãos? Um beijo na bochecha? Dois? Três? Ao contrário de hoje cedo antes da entrevista, essas pessoas não pareciam muito amigáveis.

Presa no meu pequeno momento de pânico, eu apenas fiquei ali, paralisada, acenando com a cabeça e murmurando “olá” ao fazer contato visual com cada um deles.

Eu queria me enterrar num buraco.

“Aqui mesmo?” perguntou Alina a Sarah.

“Isso mesmo,” respondeu, indo em direção à sala de estar. Eu a segurei pelo braço.

“Eles não parecem felizes,” sussurrei.

Sarah inclinou a cabeça, se aproximando como se fosse me contar o maior segredo de todos os tempos.

“Eles te odeiam, só isso. E com razão.”

“O que eu fiz?”

“Pediu um novo vestido dias antes da premiação.”

“Eu não pedi,” fiz uma cara feia para ela.

“Bom, se conseguir entrar no que já havia sido reservado, eu peço desculpas. Na melhor das hipóteses eles terão que remover as mangas, e aí boa sorte contando para Rose que ela nunca mais vai vestir Baudelaire na vida.”

“Como assim?”

“Eles não vão se arriscar apostando em você de volta.” Ela se virou em direção à sala de estar, onde os três convidados cochichavam em uma rodinha. “Anne, quanto custava nosso primeiro vestido?”

“Sessenta mil dólares,” respondeu ela, sua voz melodiosa com um sotaque francês característico.

Sarah voltou-se para mim, suas sobrancelhas erguidas.

“Fora os cento e cinquenta mil que eles te pagaram.”

“Então eles me pagam cento e cinquenta mil para usar um vestido de sessenta mil?” indaguei, tentando compreender o fato de que, em um único dia de trabalho, eu — ou melhor, Rose, — estaria ganhando dinheiro o suficiente para comprar um estúdio. Dinheiro que eu só guardaria em uns oito anos de trabalho em Little Falls. “O que eles ganham com isso?”

“O fato de você estar vestindo a marca deles num evento dessa dimensão significa mais de um milhão de dólares em propaganda gratuita. Parece bastante?”

Eu assenti.

“Bom, se a nossa queridinha ali ouvisse isso, riria da sua cara. Ou te chamaria de fofa.”

“Hm. Ela parece simpática.”

“Quando ela diz fofa, quer dizer idiota.”

Como quando você me chama de anjo, pensei, mas mordi a língua antes de comentar qualquer coisa. Eu ainda tinha uma longa tarde pela frente, melhor ir me acostumando a ficar quieta. Sarah continuou:

“Terão outras doze celebridades vestindo a marca deles além de você. Nomes muito mais importantes. Alguns ganharam designs exclusivos que nunca mais serão usados por outra pessoa. Então faça-me o favor de ser educada e aceitar qualquer coisa que eles sugerirem.”

Sarah caminhou confiante até a sala de estar, e eu tentei copiar sua postura. Alina, Gabriel e Anne, em sincronia, me olharam dos pés à cabeça e em seguida trocaram olhares como se conversassem por telepatia. 

Alina assentiu e começou a procurar por algo na arara. Já Anne se sentou na otomana próxima à janela como se estivesse em casa. Olhei de relance para Sarah, mas como de costume, ela já estava com a cara no celular. Alina puxou um cabide com um vestido preto que, à primeira vista, parecia todo transparente justo nas partes que não devia. Só percebi que ele era forrado com um tecido nude ao me aproximar.

“Ele é lindo,” comentei.

“Lydia, você não está indo para um funeral,” opinou Sarah. Incrível como ela estava sempre atenta quando era para me criticar.

Alina e Gabriel se entreolharam como se estivessem decidindo quem ia segurar e quem ia bater. Foi Anne quem respondeu:

“Não sei a que tipo de funeral você está indo, fofa.”

Franzi os lábios na tentativa de reprimir o riso. Era como ver dois clones brigando para ver quem era real e quem era o impostor. Sarah lançou aquele olhar enfurecido que só ela sabia.

“Estou dizendo que Lydia não tem costume de vestir preto em eventos.”

“Por isso ela nunca se destaca,” retrucou Anne. “Sem ofensa, meu bem.”

“Não ofendeu,” murmurei indefesa. 

“Esse é o maior que trouxemos,” continuou. “Se ficar largo podemos fazer alguns ajustes, mas não podemos garantir que os outros vão servir. A não ser que…”

Sarah e eu nos entreolhamos. Sua expressão estava inabalada, mas pude sentir que ela estava tão confusa quanto eu quando ela me olhou nos olhos, e não no corpo. Eu não ousei abrir a boca. Foi Sarah quem questionou:

“A não ser que…?”


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Notas finais do capítulo

Estudos feitos pela Voices Of My Head University mostram que comentar nas histórias incentiva a escrita e publicação mais rápida de capítulos. Se tá na internet é verdade.



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