A Outra Lydia Kinsley escrita por Bea Mello


Capítulo 8
Estúdio 3




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[Los Angeles, CA; 26 de julho]

Sarah fez a gentileza de me levar ao estúdio na manhã seguinte. Isso era mais uma garantia de que eu não iria cagar com nada do que uma gentileza, para falar a verdade — e, sejamos honestos, havia uma enorme possibilidade de acontecer. Mas fiquei agradecida de qualquer maneira. 

Mesmo com o ar abafado de Los Angeles me deixando um pouco tonta, tentei me manter confiante. Estava sendo mais fácil após passar a noite com Nina. Eu tinha a sensação de que, se eu havia sido capaz de enganar alguém tão próximo da minha irmã, não havia porque o resto do mundo desconfiar. Ainda assim, vez ou outra eu ainda me perguntava o porquê de ter aceitado passar por isso. Eu já estava bastante orgulhosa da minha personificação — de certa forma, Rose e Lydia eram diferentes uma da outra, o que facilitava essa coisa de “entrar no personagem”.

Claro, já fazia seis anos desde que ela havia se mudado para Los Angeles, e as pessoas mudam o tempo todo, mas eu suspeitava que era mais do que simplesmente o efeito do ar Californiano no cérebro humano e decidi perguntar a Sarah, enquanto caminhávamos do carro até o estúdio:

“Rose passou por alguma lavagem cerebral quando chegou aqui ou algo assim?”

“Algo assim,” respondeu desinteressada, antes de suspirar e abaixar seu tablet. “Primeiro, não é a cidade, é a indústria. E em segundo lugar, você só sofre uma lavagem cerebral se permitir. Lydia assinou o primeiro contrato com uma corporação gigantesca quando chegou aqui, e para manter seu emprego — em uma série adolescente, devo lembrá-la — ela tinha que aparecer e agir de uma certa maneira em público. Então, obviamente, ela começou a se vestir diferente, pintou o cabelo, e aprendeu a falar de forma mais delicada e feminina. Era tudo parte da personagem. Mas esse contrato acabou há quase quatro anos. Se ela mantém esses hábitos até hoje é porque quer.”

“Você acha que isso prova que não foi lavagem cerebral?” Contorci o lábio ao murmurar. Não soou como uma pergunta.

“Lydia está pegando papéis mais adultos agora, se veste da forma que quer e, só pra você saber, ninguém pediu o sotaque californiano. Isso ela pegou das amizades que fez por aqui. A agência em que ela está agora não a impede de agir como quiser.” Ela me olhou de relance. “Isso é, contanto que ela não se meta em nenhum escândalo.” Ela me olhou de relance antes. “Eu poderia explicar todos os trâmites contratuais da carreira dela, mas você não iria entender. É para isso que eu sou paga.”

“Ela entende?” questionei.

Não houve resposta.

Respirei fundo e balancei a cabeça, tentando pensar em outra coisa. Estávamos prestes a entrar no barracão, eu não podia perder mais tempo analisando questões que não vinham ao caso no momento. 

Logo ao chegar no portão e nos identificarmos, fomos encaminhadas ao estúdio 3, onde uma garota de cabelo azul, um pouco mais baixa e uns bons dez quilos mais magra que eu nos recebeu. Ela não devia ter mais de dezoito anos, e isso era um chute um tanto alto.

“Bom dia, Srta. Kinsley,” disse ela animada. “Meu nome é Andy, vou te acompanhar por hoje caso precise de alguma coisa.”

“Obrigada,” murmurei, tentando parecer ao mesmo tempo simpática e indiferente.

“Vamos, vou te levar até seu camarim.”

 Sarah e eu a seguimos, e perguntei se esse era o tipo de trabalho de meio período que os jovens em Los Angeles tinham com frequência. Em casa, eu teria feito qualquer coisa por um trabalho desses, mas o programa de TV — leia-se jornal — mais próximo era gravado em Albany, a mais de uma hora de distância, e trabalhar num teatro pela região era como participar dos Jogos Vorazes. O palco mais próximo ficava na cidade vizinha, e as vagas estavam sempre preenchidas.

Com minha inquietação para me formar no Ensino Médio e minha pressa para ter meu próprio dinheiro, aceitei o primeiro emprego que me foi oferecido — de garçonete, no Selene’s. Não era um trabalho ruim, mas o sonho de sair de casa foi logo tomando conta, até que o show business já não era mais uma opção.

O local onde o programa de Kerri era gravado não passava de um conglomerado de galpões beges, sem janelas e com uma porta comum, e duas saídas de emergência. Em um dos cantos, um enorme portão, provavelmente para a entrada e saída de cenários ao palco. Como aparentemente todo lugar em Los Angeles, a fachada de cada estúdio tinha palmeiras altas em um pequeno jardim.

Andy nos levou por corredores brancos até o camarim, todo decorado com papéis de parede brocado clarinho, um sofá e duas poltronas em veludo preto, e uma enorme bancada branca com um espelho cercado de lâmpadas brancas.

Quando Sarah e eu nos ajeitamos, Andy perguntou:

“Posso trazer algo para beber ou comer?”

“Sim, pode me trazer um Super Greens?” pediu Sarah num tom amigável que eu nunca havia visto antes.

“Um… Super Greens?” Andy questionou constrangida.

Sarah a observou incrédula por um segundo.

“Sim, da Juice Farm.”

“Ah, sim, claro.” Seu olhar hesitou por um momento antes de me encontrar. “E para você, Srta. Kinsley?”

Levou um segundo para a ficha cair de que ela estava se referindo a mim.

“Só Lydia, por favor,” respondi com um sorriso. “Não precisa se dar ao trabalho, obrigada.”

“É o trabalho dela, Liddy,” murmurou Sarah casualmente.

Meu olhar vacilou entre as duas. Se as palavras de Sarah afetaram Andy de alguma forma, ela não demonstrou.

“É verdade,” Andy insistiu quando eu não disse nada. 

“Nada mesmo, obrigada,” insisti, soando mais tímida do que eu esperava. Talvez fosse a falta de costume, mas a ideia de ter alguém ao meu dispor para me servir era um tanto perturbadora.

Andy assentiu. Lancei a ela outro sorriso antes que desaparecesse pelo corredor. Sarah, por outro lado, não parecia muito contente. Eu tinha certeza que seu olhar iria me transformar em pedra se eu encarasse demais.

“Que foi?” indaguei confusa.

“Trouxe um vestido para você, Lydia,” disse seca.

Eu me sentei na poltrona bergère preta, me segurando para não revirar os olhos. Ela pendurou na arara de roupas um saco preto que eu não havia notado antes. 

“Não precisa me chamar de Lydia,” comentei, enquanto Sarah abria o zíper.

“Na verdade, preciso, sim.”

Ela indicou com a cabeça uma câmera branca redondinha no canto da sala, camuflada no forro. Me perguntei por um momento por que Sarah estaria preocupada com uma câmera de segurança, até que me lembrei que Kerri era famosa por pregar peças em seus convidados vez ou outra — talvez como uma forma de competir com a Ellen. Se ela tivesse me escolhido, não havia apenas uma câmera nesta sala, mas um microfone também.

“Ah, entendi.”

“Não se preocupe, é sua primeira vez no programa. Ela raramente faz isso com novatos.”

Eu me recostei na poltrona sem dizer nada. Raramente. 

“Mas não se descuide,” reforçou Sarah. “Venha, veja se serve em você.”

Caminhei até Sarah e dei uma olhada no vestido ainda dentro do saco. Era um wrap dress rosé num tecido leve — seda ou cetim, eu não saberia dizer a diferença — e parecia curto o suficiente para eu não poder sentar como uma pessoa normal.

Eu o fitei por um momento, considerando tentar convencer Sarah de que não havia nada de errado com meu vestido de algodão florido, mas sabia que era uma batalha perdida. Então, sem discutir, levei o vestido para trás do biombo para me trocar. Assim que terminei, Sarah me levou até uma cadeira em frente ao espelho e me entregou um batom nude com efeito matte. Enquanto eu o passava, ela prendeu meu cabelo num rabo de cavalo baixo com um laço fino em veludo preto que acompanhava o comprimento do meu cabelo. 

“Ah, e mais uma coisa. Esqueci de te entregar isso ontem.”

Ela tirou da bolsa um celular e me entregou. Era um modelo novo, com uma capinha transparente de glitter rosa e uma rachadura no canto inferior da tela.

“Caso precise falar com Nina. Vou passar a te ligar nesse número também, então esteja sempre com ele por perto.”

Antes que eu pudesse dizer alguma coisa alguém bateu na porta e uma mulher entrou. Ela era alta como Sarah, mas parecia mais uma mulher comum que uma miss. Seus cabelos cacheados paravam na altura do queixo, e seus olhos castanhos tinham um ar amigável. 

“Lydia!” Ela caminhou até mim e me abraçou. Me perguntei se deveria saber quem ela era, mas ela logo continuou: “Que prazer finalmente conhecê-la!”

“Olá,” respondi tímida, abraçando-a de volta.

“Sou Jessica, assistente de produção. Andy me avisou que vocês já estavam aqui, então decidi dar um oi antes que as coisas fiquem caóticas por lá.” Ela deu uma risadinha. “Venho buscar você quando o programa começar, Lydia. Esteja pronta em vinte minutos, ok? Será a primeira convidada.”

Como num passe de mágica, eu fiquei ciente demais da minha atual situação, e meu coração pareceu pular uma batida. Respira, pensei. Você já sabe tudo o que Kerri irá te perguntar.

“Pode deixar,” disse de maneira dócil.

“Bom,” Jessica respondeu com um sorriso enorme em seus lábios grossos. “Já se aproveitaram de Andy?”

“Com certeza,” Sarah respondeu. “Ela é um amor.”

Jessica riu novamente, se despediu e foi embora cantarolando.

Espiei Sarah pelo canto do olho, mas ela já estava de volta em seu celular. Eu queria perguntar por que todo mundo parecia tão feliz o tempo todo. Queria perguntar o que Jessica quis dizer com “se aproveitar de Andy”. Eu queria dizer alguma coisa, qualquer coisa, para amenizar a minha ansiedade, nem que eu tivesse que ligar para Rose se quisesse falar com alguém, mas a câmera no canto do forro me passava uma sensação horrível de estar sendo espionada.

Então eu respirei fundo e me olhei no espelho, focando na encenação que eu teria que tirar da manga em breve.

Só por um mês.

Em poucos minutos, Andy voltou com o pedido de Sarah, que logo se retirou com seu suco em uma mão e o celular na orelha.

“Precisa de alguma coisa?” me perguntou Andy.

Estava prestes a dizer que não, mas a palavra não saiu. 

“Está ocupada agora?”

Ela balançou a cabeça negativamente.

“Senta aqui, então. Quero uma companhia.”

Percebi sua hesitação enquanto ela atravessava o camarim e se sentava na poltrona ao meu lado. Ela não devia ouvir isso com frequência, e apesar de parte de mim entender o motivo, não pude deixar de me sentir mal por ela.

“Há quanto tempo trabalha aqui?” 

“Quase dois anos.”

Meu queixo caiu. Ela não podia ser tão nova quanto eu pensava. “Desculpe a pergunta, mas quantos anos tem?”

“Vinte,” respondeu de forma orgulhosa.

“Achei que fosse mais nova,” comentei, mas logo me arrependi. Ela devia ouvir muito isso.

“Ah, não. Eles não contratam com menos de dezoito anos. Estou indo para o meu último ano da faculdade.”

Percebi que o sotaque dela era muito diferente das pessoas daqui. Ela falava mais rápido, quase se atropelando nas palavras, e de forma mais articulada.

“De onde você é?”

“Do Maine,” respondeu. “Vim estudar cinema na UCLA, mas era caro demais para meus pais bancarem. Fiz uma loucura com a minha grade para me formar um ano e meio mais cedo e economizar com taxa, aluguel e tudo mais, enfim…”

Ela parou de falar de repente. Percebi seu pé balançando freneticamente, e entendi exatamente o que ela estava sentindo. 

“Está fazendo estágio aqui?”

Fomos interrompidas por Jessica novamente, vindo me buscar para o programa.

“Lydia, vamos começar?”

Logo que percebeu Andy ao meu lado, sua expressão amigável se transformou em desaprovação. Andy praticamente pulou da poltrona e para fora do camarim.

“Taylor Swift, camarim 4,” rosnou, e então voltou-se para mim novamente enquanto Andy se retirava. “Peço mil desculpas, ela pode ser meio inconveniente às vezes.”

“De forma alguma! Eu a convidei para sentar.”

Talvez fosse meu nervosismo, mas eu podia jurar que Jessica ficou completamente confusa com a minha resposta. No entanto, no segundo seguinte, ela já estava de volta à sua forma excessivamente sorridente.

“Vamos te microfonar aqui mesmo. Está pronta?”

Minha voz falhou ao responder:

“Pronta.”

#

Tudo que aconteceu depois que as cortinas se abriram parecia um sonho.

Fui guiada novamente pelos corredores brancos até uma porta com uma placa dizendo “não entre quando a luz estiver acesa.” No topo, uma lâmpada vermelha. Apesar disso, Jessica abriu a porta sem preocupação e gesticulou para que eu entrasse.

No palco, fui recebida com uma salva de palmas empolgada enquanto atravessava o palco para cumprimentar Kerri. A equipe do programa estava bem visível na beira do palco, mas por causa dos holofotes, era quase impossível identificar a plateia. Mantive um sorriso no rosto o tempo todo que era típico de Rose quando ela aparecia em público, e me certifiquei de acenar para a audiência, mesmo que eu mal enxergasse a primeira fila.

“Então, Lydia,” disse Kerri assim que nos sentamos nas poltronas de couro branco.

Tive a sensação de estar anestesiada quando percebi que aquilo não me causava nenhuma reação além da ensaiada. Eu me sentia um robô, e comecei a me questionar se isso era aparente para os outros.

A plateia riu, arrancando-me dos meus devaneios. Só então percebi que Kerri havia me feito uma pergunta.

“Desculpe,” eu ri, tentando me soltar um pouco. “Me perdi nos olhos da sua audiência.”

Sarah iria me matar mais tarde.

“Eles são irresistíveis, não?” comentou Kerri bem humorada, arrancando mais risadas do auditório. Pela primeira vez eu a fitei atentamente. Ela era muito mais bronzeada pessoalmente do que parecia na TV, e seus cabelos refletiam mechas douradas na luz.  “Seja bem-vinda ao programa! Essa é sua primeira vez conosco.”

“Agradeço pelo convite, é um prazer estar aqui,” respondi mais recatada dessa vez. Eu ainda tinha um script para seguir. 

“Então, as gravações da terceira temporada de Faceless acabaram, correto?” Continuou. “Como está sua rotina agora?”

“Nós no elenco costumamos dizer que agora é que o trabalho realmente começa. Gravar é trabalhoso e tudo mais, mas temos uma certa rotina. A temporada de divulgação é que é uma loucura,” dei uma risadinha, e fui logo acompanhada pela audiência. “Chega um momento em que eu nem sei mais em que cidade estou.”

“E vocês estiveram na Europa essa temporada!”

“Exato, gravamos algumas cenas na Romênia.”

“Isso significa que vamos encontrar a família de Iasmina?”

Eu reprimi um sorriso. O fato de eu nunca ter visto essa série tornava a possibilidade de eu soltar algum spoiler simplesmente nula. 

“Tenho certeza de que o diretor está escondido nos bastidores pronto para assinar minha demissão dependendo do que eu disser.” A plateia caiu na gargalhada, me fazendo questionar o quão ensaiado tudo aquilo era. “Tudo o que posso dizer é que… Bem, vocês terão que assistir.”

Minha resposta foi seguida por um coro decepcionado, com exceção de Kerri.

“Bem, só não vou pressionar porque não quero ver sua personagem morrer misteriosamente,” disse bem-humorada.

“Obrigada.”

Eu ri, sentindo transparecer um pouco de nervosismo. Mais algumas perguntas seguiram, e mesmo quando eu não me lembrava exatamente das palavras no roteiro, consegui improvisar bem. Quando a entrevista estava quase chegando ao fim, eu pareci acordar para aquela realidade. Para a minha realidade. Tentei me preparar para a última pergunta antes que ela falasse — tinha alguma coisa a ver com roupas. Algum vestido usado em algum evento. Eu não conseguia me recordar, mas tentei me convencer de que saberia a resposta assim que ela perguntasse. 

“Lydia, nosso tempo está quase acabando, mas preciso fazer uma última pergunta.”

“Claro,” sorri de forma simpática, minhas mãos dançando no meu colo.

Uma última pergunta. O rosto de Kerri se transformou em questão de dois segundos. Ela ficou séria, como se fosse tocar em algum assunto delicado. Senti meu coração acelerar. Eu só queria acabar logo com aquilo e ir embora.

“Como estão as coisas entre você e Dylan?”

Eu pisquei, incerta de que eu havia ouvido corretamente.

“Perdão?” 

“Acredito que você já tenha visto as fotos de ontem. Vocês conversaram?”

Percebi a luz mudar levemente. O telão à minha direita, que até então serviu apenas para mostrar uma enorme imagem do centro de Los Angeles à noite, mostrava uma imagem de Dylan no que parecia ser um clube, com um drink azul em uma mão e o braço ao redor de uma garota de cabelo vermelho, tão alta quanto ele e com um vestidinho de couro preto. O que mais chocava, no entanto, era a forma que ela lambia sua bochecha enquanto ele sorria, e sua mão por baixo da camiseta.

Eu congelei. Kerri havia dito que a foto era da noite anterior — da noite que eu passei com Nina. Pensei nas palavras dela, ele te trai com tudo que respira. 

Abri minha boca, pensando em uma forma de contornar aquela pergunta. 

“Bom…”

Meu coração parecia prestes a pular do meu peito, não só de nervosismo, mas agora de raiva também. Raiva porque minha irmã se submetia a esse tipo de cara. Raiva pela atitude dele. Raiva porque a produção achou uma boa ideia mostrar aquela foto para milhares de pessoas. Milhões, assim que o programa fosse ao ar.

Mesmo plenamente consciente de que eu, Margot, não tinha nada a ver com aquilo, não pude evitar me sentir humilhada.

Olhei ao redor, mas a produção se manteve inabalada. A sensação era de que a audiência esperava ansiosa por uma resposta. Respirei fundo. Eu estava prestes a fazer uma péssima escolha, e sabia que Sarah iria pegar no meu pé depois, mas eu não podia deixar aquilo quieto.

Talvez eu não tivesse informações suficientes para defender aquele relacionamento — se é que merecia ser defendido —, mas eu podia fazer algo por Lydia. Por Rose. 

“Existem coisas que não se perguntam em rede nacional, Kerri,” respondi com um pequeno sorriso, concentrada em manter a voz de Lydia. “É como se eu chegasse aqui perguntando sobre o seu pai. Você não iria querer responder.”

Pela primeira vez, nenhuma alma no auditório esboçou reação. Percebi algumas pessoas na produção se entreolharem. Alguém sussurrou alguma coisa em um walkie-talkie. Por alguns longos segundos, os únicos sons audíveis no estúdio eram das correntes elétricas que mantinham as toneladas de equipamento funcionando.


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