Indômita escrita por CM Winchester


Capítulo 9
Capitulo 8




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Mal consegui dormir durante a noite. Estava muito nervosa. Ansiosa.

Quando amanheceu saltei da cama já pegando minhas coisas e desci os degraus rapidamente. Todos já estavam em pé conversando e tomando café. Aceitei um xicara de café frio e horrível. Era melhor tomar agua do que aquilo.

Segui ate a porta para esperar os outros. Não estava esperando despedidas, mas Carl se aproximou.

— Se cuida lá. - Falou ficando vermelho e eu sorri.

— Ok. E você se cuida aqui. Toma conta das coisas por nós.

— Como? Conversando? - Perguntou incrédulo e eu sorri antes de puxar minha faca do coturno.

— Cuide bem dela, quando voltar quero-a de volta.

— Mas você não vai precisar.

— Eu tenho outra. - Ele sorriu observando a faca nas mãos.

Virei e sai caminhando. Iriamos em dois carros. Rick, Glenn, Maggie, Daryl, Michonne e eu. Os outros ficaram para tomar conta do lugar caso haja um ataque surpresa.

Daryl foi de moto na frente enquanto nós seguíamos de carro atrás. Quando chegou mais perto eu assumi o volante e dirigi na frente ate o mais próximo possível do lugar. Estacionei e desci.

— Se ele vasculhar sua mochila vai fazer o que? - Glenn perguntou quando coloquei a mochila nas costas.

— Vamos rezar para ele não fazer isso.

— Se cuida. - Maggie falou.

— Não se preocupe. Ao meu sinal.

O sinal era ou bombas o que quer dizer que me plano tinha dado certo ou o sinalizador que eu lançaria no céu que avisaria que o plano tinha dado errado. Dos dois jeitos eles invadiriam o local seja para me salvar ou ajudar no ataque.

Sai correndo na direção do lugar, encontrei alguns zumbis é claro que fui deixando um rastro de mortos por onde passava.

Quando finalmente cheguei perto do portão ele se abriu e dois homens saíram armados, apontei a arma para os dois deixando o arco de lado. Era arriscado eu sabia, mas sem correr riscos não conseguiríamos nada.

— Olha só quem apareceu. - O Governador passou pelos portões.

Fiz a minha melhor cara de surpresa.

— Você nunca fica aqui.

— As coisas mudaram. O que esta fazendo aqui?

— Precisava de munição extra achei que isso estaria praticamente vazio como sempre. O que aconteceu? Por que esta usando um tapa olho?

— Só sobraram nós. - Dez pessoas mais o Governador me encarando. - A cidade caiu. Fomos atacados. Estão todos mortos. - Baixei a arma fingindo estar surpresa.

— Vai devolver na mesma moeda? - Perguntei e ele sorriu.

— Mas é claro, espero que se junte a nós para se vingar.

— O que eu ganho em troca?

— Liberdade. Deixo você ir depois de tomarmos a prisão.

— Prisão? Do que esta falando?

— Vamos entrar. - Fez sinal para os outros e avançou para dentro do prédio.

O segui guardando a arma no cos da calça, subimos os degraus ate uma sala. Entramos e ficaram duas pessoas de guarda na porta e uma dentro me encarando. Não me incomodei com isso.

— Eles queriam o lugar então atacaram, são poucos, mas conseguiram fazer um grande estrago. - Apontou para o tapa-olho. - Conseguimos fugir, mas antes coloquei fogo no lugar. Ninguém tira o que é meu.

— E essa prisão como é? - Sorriu.

— Como sempre pronta para a batalha. Avida por respostas. A prisão fica há algumas horas daqui. Olhamos o local agora estou procurando homens para me ajudar. Quero aquele lugar, vou matar todos. E espero que você me ajude, Elena de Troia.

— Preciso saber como é o lugar, as pessoas, não vou entrar em território inimigo sem uma ampla visão do que vou enfrentar.

— É disso que eu precisava, alguém para ensinar esses homens a pensar antes de atirar.

— Confia nela? - O homem perguntou me encarando. - Já nos traiu uma vez.

— Não trai ninguém, desertei e fui punida então matei eles.

— Esta tudo bem. - Governador falou me observando. - Onde esteve todo esse tempo?

— Na floresta, fui ate algumas cidades pegar comida. Sabe que sei viver escondida muito bem.

— Eu sei. Leve-a ate o quarto para descansar depois conversaremos melhor.

Segui o homem no corredor. Era mentira. Tudo que tinha saído da boca dele.

Ate mesmo sobre confiar em mim. Ele estava jogando, tentando ganhar território para depois atacar. Me manipulou uma vez, acha que pode fazer de novo.

Estava enganado.

Entrei no quarto e o homem fechou a porta, me abaixei e olhei pela fechadura. Ele estava fazendo guarda. Precisava ser o mais silenciosa possível.

Tirei uma bomba e coloquei embaixo da cama bem escondida depois fui ate a janela e abri. Observei o local. Pareciam ter poucas pessoas mesmo. Peguei o arco e uma flecha, amarrei uma corda na janela e outra na ponta da flecha.

Acertei no muro, coloquei a mochila nas costas depois pendurei o arco na corda, saltei para fora deslizando do prédio ate o muro. Era a coisa mais louca que eu estava fazendo. Ouve gritos e eu saltei rolando no chão e parando agachada com um joelho no chão e outro dobrado.

Apertei o botão do controle e a bomba explodiu dentro do prédio. Os homens do portão vieram correndo na minha direção me escondi atrás de alguns carros que tinham pelo pátio. Atirei duas bombas de fumaça, mas antes consegui ver o Governador sair do prédio com seus homens.

Tinha caído na emboscada direitinho. O portão explodiu e caiu em pedaços. Os outros entraram já atirando. Subi em um carro e saltei no homem que estava me procurando, um chute na cabeça e ele caiu no chão. Eram tiros de todos os lados, a fumaça não deixava ver muito bem. Atirei no cara que estava no chão e corri para o lado dos tiros.

Demorou segundos e logo eles começaram a ser abatidos. Daryl estava distraído atirando contra o Governador que não viu alguém chegar por trás dele.

— Não! - Gritei bem na hora do disparo.

Me joguei na frente levando o tiro no ombro, meu corpo girou no ar e bati no chão. Minha visão escureceu ao mesmo tempo que eu sentia a ardência no ombro e sangue jorrando.

Não poderia ser tão fácil assim. Os planos tinham falhas.

Então veio o silencio depois a escuridão.

— Aguenta firme. - Era a voz de Maggie. - Vamos rápido com isso.

— Não da tempo. Ela vai perder muito sangue ate a prisão. - Glenn parecia histérico.

Tentei falar algo, mas não saia som algum. Não sabia se era real ou sonho. Não conseguia abrir os olhos. Me mexer ou qualquer outra coisa.

Acordei sentindo uma dor alucinante no ombro, queimava, repuxava, a ferida se abria mais. Tinham vozes.

— Isso deve doer como o diabo. - Daryl resmungou.

Não consegui falar nada. Somente abri meus olhos gritando de dor, tentando me mexer. Mas a dor era tanta que a escuridão me engoliu de novo.

— O que fizeram com ela? - Acordei escutando a voz de Hershel.

— Foi o que conseguimos fazer no momento de desespero. - Maggie respondeu.

— Tenho que ensina-los a fazer pontos para casos como esse. Limparam bem a ferida?

— Fizemos o que dava no momento, pai. Achamos que ela iria morrer.

— Ela esta com uma cara péssima. - Glenn comentou.

— Melhor que a sua. - Respondi tentando abrir os olhos para focaliza-los. - E o Governador?

— Morto. - Michonne respondeu.

— Ótimo.

Tentei me mexer, mas uma dor irradiou do meu ombro para todo o corpo. Lancei um olhar para o ombro, mas não consegui ver nada além de uma regata toda rasgada.

— Vou ter que tirar os pontos, limpar e costurar de novo. - Hershel explicou. - Pode aguentar isso?

 

— Acho que nada supera a dor que já senti.

— Vai ver que esta errada. - Deu um sorriso bondoso.

E eu estava errada. Doeu muito. A ferida ardia.

Senti suor escorrer pela minha nuca enquanto sentia a agulha perfurar a minha pele. Todos me olhando com piedade. Queria revirar os olhos ou ate mesmo xinga-los por me encarar daquele jeito, mas eu não tinha muita escolha.

Se abrisse a boca iria gritar de dor. E seria muito pior.

 

Encarei os olhos azuis preocupados. Sentia que tinha muito mais que preocupação ali.

Quando finalmente a tortura acabou Hershel fez o curativo e sorriu.

 

— Você vai ficar bem. Apesar dela ter se alojado e eles cortado para tira-la, não atingiu nada que danificasse seus movimentos. Mas terá que ficar de repouso e não fazer esforço físico por alguns dias.

— Por que fez isso? - Daryl perguntou o que certamente estava entalado na garganta dele desde aconteceu.

Ergui o braço bom e passei a mão no suor da testa empurrando alguns fios de cabelo para cima.

— Eles precisam mais de você, do que mim.

Todos ficaram em silencio nos encarando enquanto estávamos perdidos nos olhos um do outro.


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