Indômita escrita por CM Winchester


Capítulo 13
Capitulo 12




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Tomamos um banho juntos com caricias e beijos depois cada um foi para um lado. Tentando fingir que nada tinha acontecido. Era idiota da nossa parte pensar algo assim. Cada olhar trazia lembranças do toque e dos beijos trocados naquele banheiro.

— Aconteceu alguma coisa? - Maggie perguntou sentando a minha frente no refeitório.

Tinha se passado três dias desde que tínhamos transado. Não tínhamos trocado palavras ou qualquer outro contato nesse tempo. Agimos o mais profissional possível.

— Por que acha que aconteceu algo? - Olhei por cima da xicara de chá gelado.

— Você e Daryl não estão se matando. Isso quer dizer que aconteceu algo?

— Não aconteceu nada.

— Quer mentir para mim? - Se encostou na cadeira e cruzou os braços me olhando.

— Não estou mentindo.

— Sei que você preza a verdade por que não gosta de mentir, não sabe mentir.

Eu iria dizer que sabia mentir, mas não falei. Seria como entregar o ouro para o bandido.

 

— Por isso mesmo não estou mentindo. Não sei mentir.

— Não, mas sabe ser trapaceira quando quer. Aconteceu algo na floresta?

— Da tempo de fazer algo na floresta sendo perseguidos por zumbis?

 

— Acha que acredito que vocês passaram a noite sendo perseguidos por zumbis? Vocês? - Gargalhou. - Não sou idiota Elena.

— Tenho certeza que não.

— Então não me trate como uma.

— Não estou tratando você como idiota e sim como uma velhinha intrometida e fofoqueira.

— Essas palavras são dignas de Daryl Dixon.

Abri a boca para discutir, mas desisti ela tinha razão. Eu a chamaria de curiosa.

— Não vou sair espalhando por ai como se fosse uma adolescente idiota.

— Então aconteceu algo?

— Maggie por favor, não vou falar.

— Claro, ele vai morrer se souber que você contou a alguém. Ok. Ah antes que eu esqueça hoje é o seu dia de vigiar a torre. Sasha não vai poder. E eu quero ficar na cela hoje então na ordem você assume.

— Ok. - Voltei a tomar o chá e ela ficou me encarando. - O que?

— Inglesa bebedora de chá. - Debochou.

 

— E você viciada em cafeína. - Riu antes de se afastar.

A noite segui para a torre, assim que passei o alçapão encontrei Daryl observando o horizonte.

— Hum... Não sabia que tinha alguém.

— Sasha não pode assumir então passaram para mim.

— Maggie me disse que é minha vez de ficar de vigi... Desgraçada. Foi ela que te falou isso?

— Foi o Glenn.

— Não acredito que o Coreano esta metido nisso tambem.

— No que?

— Não é obvio Daryl? Estão armando para passarmos a noite aqui.

— É bem a cara daqueles dois. - Resmungou.

— Bom... Vou deixa-lo ficar de vigia e voltar a dormir, amanhã eu pego o posto. - Dei um passo para o degrau de baixo.

— Espera. - Encarei seus olhos azuis. - Hum... Não quer ficar?

— Vamos fazer muita coisa, menos vigiar.

Deu um sorriso mínimo, seus lábios ficando finos com aquele sorriso doce e ao mesmo tempo cafajeste. Ele devia sorrir mais. Ficava tão lindo e relaxado sorrindo.

— Você é um quebra-cabeça Daryl Dixon. Me faz gastar energia tentando entende-lo.

— Digo o mesmo Elena de Troia. - Debochou.

— Sou fácil de decifrar. Sou um livro aberto. Estou aqui para ficar, para fazer dar certo, luto com garras e dentes pelos meu companheiros principalmente por quem amo.

— Você é mais que isso. - Sai do alçapão e o fechei. - É uma mulher incrível. Não conheci ninguém igual antes do apocalipse e muito poucas depois. Você não espera, você levanta e luta. Sem medo. Ganhou meu respeito não que se importe com isso.

— Me importo. Gosto de saber que as pessoas gostam de mim. Me admiram, me respeitam.

— Sou complicado. Por isso nunca quis me envolver com ninguém antes ou agora. Ninguém nunca se importou, ninguém nunca foi importante. - Olhou o horizonte. - Não criei laços ou vínculos. Já transei com mulheres, mas nenhuma durou mais que aquele momento por que ninguém gostava realmente de mim. De onde eu venho ser um Dixon significa problema.

— Já pensou que talvez sua mente criasse esses monstros? - Ele me encarou confuso. - Se alguém queria transar com você é por que algo sentia. Ate mesmo sexo para acontecer precisa de atração e desejo... Eu não vou falar nada. Você fica desconfortável e mais mau humorado que o normal quando tento te entender. Vou deixar as coisas rolarem, mesmo que isso me deixe louca. - Riu baixinho desviando os olhos. - Tudo que eu quero, eu tenho. Vamos ir por partes? Se eu te fizer perguntas você respondera?

— Não posso garantir.

— Já é algo. Bom... Sobre sentimentos. Esta errado. Todos gostam de você. Te admiram. Você é um homem forte e corajoso. Caça para alimenta-los, cuida, defende, morreria por eles. - Assentiu. - Isso te torna um homem bom. Viu não é tão difícil. Agora é difícil para você transar comigo e saber que amanhã terá que conviver comigo? - Assentiu. - Por que tem medo de uma rejeição ou por que você tem medo de sentimentos e relacionamento.

— De tudo.

— Ok. Primeiro, rejeição. Nunca vai acontecer. Te desejo Daryl, quero ficar com você. Nunca, ouviu? Nunca vai mudar o que sinto por você.

— Quando encontrar alguém melhor.

Será mais difícil que eu pensei.

— Acha que vou trocar você por outro? Procurei em muitos o que só consegui encontrar em você. Acha mesmo que seria idiota ao bastante para isso?

— Vai encontrar alguém melhor.

— Você já esta na parte em que sente medo de me perder.

— Eu sou complicado.

— Gosto de coisas complicadas. Precisa aprender a confiar em mim e em si mesmo. Não posso ficar com você se for algo de momento isso vai acabar nos machucando e sei que é isso que teme, mas se você quiser Daryl... Se você quiser podemos construir isso juntos. Pode aprender comigo e eu posso te dar espaço. - Ficou um silencio agonizante. - Se você tem medo de me ver com outro então me segure do contrario vai me perder algum dia.

— Te segurar?

— Não estou pedindo promessas de amor ou status de relacionamento. Estou pedindo por atos. Se me quer pode ter, vou te ajudar, lutar ao seu lado e te dar noites regadas a sexo. Basta me beijar agora e eu sei que é isso que você quer. Só vai se livrar de mim se não me quiser mais. Do contrario sou sua. Sigo seus termos desde que eu saiba que estamos juntos. Posso dormir em celas separadas, evitar beijos e abraços em publico, mas tenho que ter certeza que sou sua.

— E como vai saber? Não sou o cara que coloca aliança.

— Não quero isso. Quero beijos, sexo gostoso e carinho entre quatro paredes. Gosto de você Daryl e tenho certeza que sente o mesmo por mim. Só ainda não entende. Se pode ser meu em quatro paredes, posso lidar com indiferença perto das pessoas.

— Quero você. - Falou me encarando.

— Você já tem. - Abracei seu corpo. - Estou aqui.

— Me deixa maluco. - Sorri.

 

Nos beijamos e as roupas foram para o chão. Nos corpos se envolveram no colchão que havia ali.

Quando acordei senti o corpo de Daryl sobre mim, seus cabelos em meu queixo, seus braços envolvendo minha cintura de forma possessiva. Se eu pudesse acordaria todos os dias assim.

Observei seu rosto relaxado na curva do meu pescoço, passei meus dedos pela sua barba rala e sorri.

Não sabia quando ou como, mas eu tinha me apaixonado por Daryl. Quando levei o tiro por ele não queria admitir, mas não queria que ele morresse. Não levei o tiro por eles precisavam dele, levei o tiro por que eu precisava dele.

Na época precisava da sua atenção, da raiva e das brigas. Era divertido no fundo. Eu tinha certeza que ele tambem fazia aquilo para ter minha atenção, por que já me queria. Ele só demoraria um tempo mais para entender isso.

— Já amanheceu? - Sussurrou contra o meu pescoço.

— Sim, se quiser eu finjo que estou dormindo e você foge enquanto há tempo.

Ele se apoiou nos braços e ergueu a cabeça.

— Não há mais tempo, Elena. - Seus olhos desceram pelo meu corpo nu observando cada curva. - Nunca houve tempo para fugir.

— Flechei seu coração? - Debochei o deixando desconfortável.

— Eu já tinha visto, mas não tinha comentado ainda. - O encarei. - Um piercing no umbigo. - Sorri.

— Já fui um pouco rebelde. Foram as únicas coisas que sobraram da minha antiga vida. O piercing e esse colar. - Agarrei o colar e mostrei a ele. - O que ainda me torna humana.

— Você acha que com o tempo as pessoas podem perder a humanidade? - Ele observou o pingente simples de uma rosa.

— Não sei, mas gosto de me agarrar a essas coisas quando pensava em desistir. Quase perdi o piercing uma vez. Pensei em tira-lo, mas... Faz parte de mim.

Me estiquei e beijei seus lábios enquanto minhas mãos vagavam pelos seus músculos me deliciando com aquele homem gostoso.


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