Indômita escrita por CM Winchester


Capítulo 11
Capitulo 10




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Foram longos dias de cuidados, dor e deitada na cama. Meu mau humor aumentou gradativamente com isso o que fez todos se divertirem com minha birra.

Ate mesmo Daryl.

— Não foi você mesmo que disse para mim parar de fazer birra? - Carl perguntou.

Ele estava sentado no chão com as costas encostada na cama lendo uma HQ.

Lancei um olhar para a nuca dele o fuzilando.

— Faça o que eu digo, não o que eu faço. - Resmunguei e ele riu.

— Logo Hershel te libera. Você perdeu muito sangue, O negativo é um tipo de sangue que não se pode encontrar facilmente.

— Eu sei. Mas odeio ficar incapaz.

— Você não é incapaz só esta de repouso. - Me lançou um olhar por cima do ombro.

— Haha. Espertinho.

Hershel entrou na cela e Carl levantou do chão.

— Pronta para ganhar alta?

— Pronta para ganhar minha liberdade de volta. - Sorri.

Ele riu antes de sentar na beira da cama. Tirou os pontos.

— Fechado. Vai ficar uma cicatriz.

— Cicatrizes mostram que eu sobrevivi.

— Isso é verdade.

Ele levantou e eu levantei tambem. Me estiquei.

— Carl quero ver a luz do sol. - O menino riu enquanto me seguia para o corredor.

— Crianças. - Ouvi Hershel murmurar.

 

Carl me acompanhou ate o pátio e eu sorri.

— Finalmente. - Maggie falou. - Queremos fazer umas buscas na cidade amanhã.

— Estou pronta para ir tambem. Hoje quero dar uma olhada na floresta. Respirar um ar puro.

— Ok. Mas não demora muito já vai anoitecer.

— Ok, mamãe. - Revirou os olhos depois me empurrou de brincadeira.

Voltei para a minha cela e peguei as minhas coisas. Caminhei para a floresta e aproveitei o ar puro.

Quando começou a anoitecer resolvi voltar, encontrei alguns zumbis pelo caminho. Estava distraída contornando quando escorreguei e cai de um barranco.

Rolei na terra ate chegar na beira do rio onde acabei mergulhando da cintura para cima. Me arrastei para fora da agua e peguei a lanterna do bolso da calça, tentei acender, mas ela não estava funcionando.

Dei umas batidinhas nela ate que ela acendeu, olhei em volta confirmando que estava sozinha. Levantei juntando minhas coisas, iluminei o barranco.

Iria demorar muito tempo.

— Só você mesmo para ganhar alta e cair de um barranco no mesmo dia. - Virei a lanterna para o outro lado do barranco e lá estava ele.

Daryl estava em pé com a mão segurando a alça da besta que estava pendurada nas costas como sempre. Eu não conseguia vê-lo sem a besta. Era como se ela fizesse parte dele. Como meu arco e flecha.

— Pode me ajudar?

— Vai querer subir?

— Acho que não é uma boa ideia. Cuidado!

Ele se virou a tempo de matar um zumbi que tinha aparecido. Desceu o barranco em alguns passos.

— Vamos dar a volta e achar um lugar para ficar essa noite.

 

— Não tem lugares nessa região. Vamos ter que dormir a céu aberto ou caminhar a noite inteira.

— A bateria da sua lanterna não vai durar muito tempo. Então é melhor esperar.

— Dormir em céu aberto? E se vir uma horda?

— Vamos rezar para que não venha. A proposito a culpa é sua.

— Minha culpa? Você me seguiu por que quis.

Começamos a caminhar pela beira do rio ate conseguir um lugar seguro para subir no barranco. Caminhamos por um tempo ate encontrar uma clareira no meio da floresta. Estava limpa.

— Vai ter que servir.

— Sorte que o inverno já passou. - Murmurei sentando no chão abrindo minha mochila e puxando uma regata seca.

— O que esta fazendo? - Daryl perguntou quando comecei a puxar minha camiseta para cima.

— Trocando a blusa por uma seca. - Falei o obvio.

— Na minha frente?

— Se isso te incomoda vira de costas. - Puxei a blusa para cima a jogando ao lado do meu corpo e vesti a regata. - Pronto. - Avisei para ele que virou para mim de novo. - Primeiro turno?

— Eu fico. Você dorme e descansa. - Ele sentou no chão.

— Vai ficar sentado?

— Por enquanto sim.

— Ótimo. - Me aproximei dele e deitei a cabeça em sua perna.

 

— O que acha que esta fazendo?

— Usando sua perna como travesseiro. Obrigada. - Fechei os olhos enquanto deitava de lado.

Acordei no meio da noite ao notar que estava agarrada a camisa de Daryl, olhei para cima e o vi olhando a floresta.

— Dormi bastante?

— Um pouco.

— Sua perna não é muito confortável. - Sentei para olhar em volta.

Nada. Só escuro e arvores.

— Ouvi você dizer que respeitava o meu irmão. - Lancei um olhar para ele que olhava a floresta a nossa frente. - Por quê?

— Eu não gostava dele. Homens como ele nunca me chamam atenção. Aqueles que querem atenção de todo o jeito. Pegadores. Mas ele me respeitava não por medo, mas por força, inteligência e agilidade. Lutamos lado a lado contra zumbis algumas vezes. Acabamos aprendendo a conviver juntos. Ele se mantinha calado para não perder a língua.

— Nunca imaginei que alguém faria Merle calar a boca.

— Qualquer um cala a boca com uma faca encostada em seu pescoço. O derrubei algumas vezes. Não sei por que ele tentava já que não revidava meus golpes. É estranho pensar que ele era um cavalheiro.

— Muito estranho mesmo. Ele nunca respeitou ninguém.

— Ninguém nunca vai entender a cabeça das pessoas. Por exemplo ate o dia em que ele invadiu a sala para ver o que estavam fazendo comigo e achou repugnante o que tinham feito, eu o vi como uma pessoa melhor. Ele não me estendeu a mão ou fez algo com os homens, mas consegui mata-los então quando chegou a vez dele, disse que não imploraria. Eu só respondi que não o mataria desta vez, mas se ele viesse atrás de mim faria algo. O deixei desacordado e fugi. Ele tinha uma arma na cintura poderia ter puxado e atirado, mas não fez. Ele falava muito em você, dizia que era o melhor caçador que conheceu. O Governador sempre quis você na sua coleção. Merle dizia que você estava morto, mas era da boca para fora. No fundo sabia que você estava vivo.

— Acho difícil que ele algum dia tenha me elogiado.

— Acredite. Ele elogiou.

 

— Ele sempre me... Sempre falou...

— Ele só não queria que você fosse como ele. Queria que você fosse forte. No fundo ele sabia que você era diferente e isso incomodava por que ele não conseguia ser como você.

— Isso é loucura da sua cabeça. - Seus olhos encararam os meus.

— Pode não acreditar, mas eu sei que era isso. No fundo você não é igual a ele. É muito melhor. Seu único problema é não querer que as pessoas se aproximem. Você é mau humorado, rabugento e resmungão para afastar as pessoas. Tem medo de se ferir, não teve uma vida fácil por isso não consegue acreditar que algo bom aconteça com você. Não importa o que diga, o que importa é suas ações. Você se importa, se preocupa, luta para defender com unhas e dentes sua família.

— É uma psicóloga agora ou só uma velhinha intrometida e fofoqueira. - Levantou e caminhou em direção as arvores.

Ok. Ele não gostava de falar dele. E não gostava que alguém falasse dele.

Complicado.

Eu poderia deixa-lo se afastar, ele não queria alguém em sua vida isso era obvio. Mas ele tinha me seguido nas duas vezes que sai da prisão. Significava que se importava.

Levantei agarrando o arco e as flechas e minhas coisas depois o segui.

— Desculpe pelo que falei. Você não gosta dessas coisas. Ok. Sou uma velhinha intrometida e fofoqueira.

Me lançou um olhar de canto enquanto caminhava, segurei seu braço o forçando a parar.

— Não aja como um idiota.

Resmungou algo que não entendi e tentou voltar a caminhar, o puxei para ficar de frente para mim.

Fiquei na ponta dos pés e o beijei depois me afastei.

— Pode pensar, fazer ou falar o que quiser, mas tem que aceitar o fato de que as pessoas gostam de você, Daryl.

— Ninguém nunca gostou de mim.

— Mas eu gosto. - Me estiquei e o beijei.

Desta vez levei minha mão para sua nuca o puxando para mim e forcei seus lábios a se abrirem, suas mãos apertaram a minha cintura e eu fui encostada em uma arvore, seu corpo se colou ao meu enquanto suas mãos tocaram a pele da minha barriga.

Ele se afastou quando um zumbi apareceu, ergueu a besta e o matou.

— Temos que ir. - Falou sem me olhar e começou a caminhar.

Somente assenti enquanto tentava recuperar o folego. Não acredito que tinha feito aquilo mesmo.


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