Arisu escrita por JuliaMolinari


Capítulo 5
Capítulo 5: Praia!


Notas iniciais do capítulo

Aeew, mais um capitulo!!!
Demorei? Me desculpem... >o



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O carro chacoalhava na estrada enquanto percorria os últimos quilômetros para chegar à tão esperada praia.

Emiko cantava animadíssima uma musica pop da moda, deixando todos com olhares aborrecidos e irritados. A menina podia ser linda, mas seu talento musical era deprimente. E nada que dissessem a fazia parar de cantar.

Então, virando uma curva fechada... O mar! Azul, brilhante, com ondas batendo na areia branquinha da praia deserta.

― Uaaau! ― Exclamou Arisu colocando a cara na janela ― O mar! Que lindo! E a praia está vazia!

― Aqui é uma praia pouco movimentada ― Explicou a mãe de Haruka ― Preferimos passar as férias aqui porque é mais calmo.

― Nossa! ― Ele ainda continuava com os olhos brilhantes. Nunca conseguia deixar de se impressionar com o mar.

― Mas aqui perto tem uma praia de nudismo ― Haruka começou a falar passando seu braço sobre os ombros do mais novo. ― Quer ir lá comigo?

― Ahn?!

― Haruka, não fale essas coisas para o menino! ― Gritou Emiko do banco da frente.

― Ah, ela finalmente parou de cantar! ― Exclamou Haruka irônico ― Que pena, eu estava querendo que meu ouvido explodisse.

― Seu...!

― Chegamos!

A mãe interrompeu a discussão dos dois apontando para uma casa à frente. Ela manobrou o carro parando em frente a esta, com Isamu, o irmão mais velho, estacionando o outro carro logo ao lado.

Enquanto eles tiravam as bagagens do porta malas, Arisu entrou na casa. Tinha uma aparência antiga, com pequenas floreiras em baixo das janelas, salas espaçosas e confortáveis, e uma cozinha grande o suficiente para o que eles precisariam.

Antes que pudesse terminar de olhar toda a casa, Emiko entrou gritando “PRAIA, PRAIA!” e Haruka veio logo atrás reclamando, o que fez Arisu rir. Era uma família muito animada. A mãe dele entrou em seguida, falando no celular.

― Haru-chan, seu pai vai chegar daqui umas duas horas. ― Falou ela desligando o aparelho ― Ele acabou de me avisar.

Arisu riu novamente ao ouvir a mãe chamá-lo de Haru-chan. Haruka ameaçou dar uma resposta mal educada para ele, mas Emiko agarrou o pequeno pelo braço e o puxou para fora da casa.

― Emiko-san...? ― Perguntou ele meio confuso, sendo arrastado.

― Vamos à praia antes que o Haruka te leve para o quarto!

― Como é que é?! ― Certo, agora Arisu estava assustado.

― Emiko, volta aqui! ― Haruka saiu correndo atrás deles, furioso com a irmã.

E foram os três para a fina areia branca e molhada que ficava muito próxima à casa. A mãe, o irmão e a namorada dele apareceram uns minutos depois, levando um guarda-sol e uma cesta de piquenique, e reclamando de como eles eram apressados.

Emiko já desfilava com seu lindo biquíni fio dental que deixou Arisu realmente vermelho. Foi animada ajudar a armar o guarda-sol, e quase o derrubou, recebendo um olhar de reprovação da mãe.

Se conformando em não olhar mais para ela, senão a garota poderia perceber como ele estava rubro, Arisu sentou-se na areia e empenhou-se em observar o mar. Começou a se acalmar enquanto via as pequenas ondas quebrando com um som suave. Haruka se aproximou por trás dele.

― Por que está usando essa camiseta? ― Perguntou olhando para a camiseta azul do mais novo, por cima do shorts de banho estampado. Haruka já havia tirado a sua mostrando o peitoral desenvolvido. 

― Er... Não quero entrar no mar tão cedo ― Mentira. Estava com medo do que ele e Emiko podiam fazer.

― Vamos, não seja fresco. ― Haruka o agarrou, enfiando a mão por baixo da camisa. ― Tira logo isso.

Com um sorriso provocante começou a tentar arrancar a camisa do outro.

― Espera sempai! Para... Com... Isso...! ― Arisu tentava resistir.

― HARUKA! ― Emiko correu para o lado dos dois ― O que está fazendo?!

― Não atrapalhe, nee-chan. ― Foi a resposta mal educada que Haruka deu sem soltar Arisu.

― Pare com essas suas perversões... ― Ela ia terminar a frase, mas viu um grupo de jovens muito bonitos chegando à praia. ― Ora ora... Achei uma coisa mais interessante. ― Falou com a mesma cara pervertida que Haruka ― Bem, estou indo. Divirtam-se.

Ela disse isso dando uma piscada e depois correndo em direção aos jovens, que aparentemente ficaram chocados e alegres com a aparência dela.

― Ótimo, nos livramos dela. ― Agora Haruka estava muito feliz. Terminou de arrancar a roupa de Arisu ignorando os protestos dele, e examinou com cuidado o corpo magro e delicado do menor, lambendo os beiços. Nem é preciso dizer que Arisu ficou ultrajado.

― Feliz agora? ― Resmungou virando a cara. ― Pronto, já estou sem camisa.

Ele foi andar em direção à água, mas Haruka segurou seu pulso impedindo-o.

― O que foi? ― Perguntou Arisu.

― Não vai entrar na água assim. Você é muito branquinho ― Disse ele olhando a pele clara e lisinha – Vem aqui que vou passar protetor em você.

― Heim?! Ah... Não... Não precisa... ― Arisu começou a gaguejar.

― Fica quietinho. ― Quando Arisu tentou resistir, Haruka o derrubou no chão e sentou sobre ele, prendendo o corpo do pequeno entre seus joelhos. Começou a passar o protetor em suas costas massageando devagar com seus dedos experientes. Arisu gritou, esperneou, mas não fez a menor diferença. ― To quase acabando...

Ele passou pelos ombros, demorando mais nestes, e por fim chegou ao pescoço. Nesse instante um pensamento indecente passou por sua mente. Não Haruka... Aqui não... Ele tentava se controlar. Não pense nisso...

― Pronto. ― Falou por fim saindo de cima do garoto e segurando seus impulsos.

― Você é um monstro, sabia? ― Reclamou Arisu furioso enquanto se levantava da areia e tirava ela do calção com uma das mãos.

― Obrigado ― Haruka ria da cara vermelha dele.

― Não foi um elogio.

― Vamos nadar. ― Ignorando completamente o que o mais novo disse, ele o levou até a água.

― Haru-chan!

A mãe dele o chamava, fazendo um gesto para mostrar alguém do seu lado.

Estava parado junto a ela um homem alto, loiro de olhos azuis, mais ou menos da mesma altura que o irmão de Haruka. Usava uma bermuda de praia com estampas de flores, e uma camisa branca um pouco justa que delineava seus músculos. Tinha a aparência bem jovem.

― Ah, meu pai chegou. ― Disse Haruka para Arisu.

― Aquele é seu pai?! ― Ele olhava surpreso para o homem. ― Parece um estrangeiro!

― E é. Ele nasceu na Alemanha, e veio trabalhar aqui no Japão já faz vários anos. Foi assim que ele e minha mãe se conheceram.

― Uaaau!

― Você se impressiona com pouca coisa. ― Haruka riu quando Arisu fez uma careta em resposta a seu comentário.

Foi uma tarde divertida. Depois dos incidentes da chegada na casa e do protetor solar, Haruka não mais provocou Arisu. Quer dizer, não provocou fisicamente, verbalmente já é outra coisa. Emiko ficou realmente entretida com os outros jovens, e saiu para jantar com eles.

No finzinho da tarde Arisu e Haruka voltaram andando e conversando calmamente para a casa. Quando chegaram lá, antes de entrar Arisu parou olhando o canteiro em baixo de uma das janelas. Lá tinham florzinhas pequenas e brancas, muito bem cuidadas.

― O que está fazendo? ― Perguntou Haruka já abrindo a porta.

― São margaridas! ― Disse o menor animado. ― Estão muito bonitas...

― Nossa. ― Haruka fechou novamente a porta e foi ao lado dele. ― Consegue reconhecer os tipos de flores.

― Ah, sim! ― Arisu estava com aquele lindo sorriso que fazia quando a conversa se tratava de plantas. ― Não é tão difícil, eu realmente gosto de flores...

Haruka o observou, tão feliz e empolgado por causa do pequeno canteiro. Então sorriu, não aquele sorriso irônico e brincalhão de sempre, mas um sincero e simpático. Adorava ver Arisu assim... Ele ficava tão lindo... Parecia tão inocente e indefeso... Como quando uma criança ganha um presente que tanto queria. Haruka amava essa expressão.

― As margaridas representam inocência e amor leal. ― Falou Arisu apreciando as flores.

― É...? Parecem com você.

O mais novo sentiu o rosto corar com aquela frase. Haruka não estava brincando, mas sim lhe fazendo um elogio sincero, e por sinal muito bonito. Ficou envergonhado e gaguejou tentando responder alguma coisa, o que fez o sempai rir.

― Então, vamos fazer a coisa mais divertida dessa viagem agora. ― Falou Haruka o levando para dentro de casa.

“Ai meu deus”  Arisu congelou começando a se desesperar. “Ai meu deus, o que ele vai fazer?! Não me diga que... Não! Não pode ser! Os pais dele vão voltar para a casa logo...!”

Haruka o arrastou até a sala de televisão, e o fez sentar no sofá. Arisu fechou os olhos já apavorado, esperando o pior.

― Filmes de terror!

Arisu abriu os olhos para ver Haruka com vários filmes com capas assustadoras nas mãos. Sentiu-se primeiro aliviado, depois aborrecido pelo susto, e depois se dando conta da situação, ainda mais apavorado.

― Ahn... Filmes de terror...? Por que isso...? Não acha romances mais legais...? ― Perguntou tentando escapar da situação.

― Romances? Isso não tem graça. ― Falou Haruka já pegando um dos discos e colocando no aparelho de DVD ― Terror é a melhor forma de entretenimento.

Ele se jogou no sofá ao lado de Arisu apertando play. O mais novo tremia todo o corpo. Não queria falar para Haruka que morria de medo de filmes de terror, porque o mais velho com certeza riria da sua cara. Mas também não queria ficar lá assistindo... Aquela coisa.

Sem saber o que fazer só ficou lá imóvel, os olhos grudados na tela da TV. O filme foi passando com suspense, deixando o menino cada vez mais nervoso. Até que um vulto se moveu na tela, mostrando uma criatura sobrenatural e arrancando um grito de desespero do pequeno.

Seus olhos castanhos começaram a lacrimejar e ele tremia descontroladamente, não conseguindo desviar o olhar da televisão.

― Ei, o que foi? ― Falou Haruka olhando para ele e rindo um pouco. Mas logo parou com a gozação, percebendo a cara apavorada do mais novo. ― Não me diga que tem medo de filmes de terror...

Arisu se contentou em responder com um resmungo desenxabido enquanto abraçava uma almofada ― era uma confirmação clara. Haruka não pode conter um sorriso. Ah, cada vez ele ficava ainda mais gracioso.

Puxou o menino para mais perto dele, passando o braço forte sobre seus ombros. Tirou com delicadeza a almofada das suas mãos, deixando-o corado, enquanto sussurrava no seu ouvido.

― Não precisa ter medo, viu? Eu estou aqui...

Arisu gaguejou para conseguir responder.

― Não preciso disso...! ― Disse ele meio receoso.

― Ah, é...?

Ele ligou novamente o filme pausando, e logo apareceu um vulto difuso na tela. O pequeno arregalou mais ainda os olhos, e se agarrou em Haruka, tremendo.

― O que você disse mesmo? ― Perguntou Haruka com um sorriso maldoso no rosto.

― Nada... ― Ele resmungou humilhado e segurou na camisa do outro. Melhor aquilo do que passar medo.

Haruka riu e afagou o ombro dele de leve. Adorava aquele menino, não sabia por quê. Achava muito divertido provocá-lo, e mais ainda acomodá-lo.

O filme foi passando, Arisu se acalmava e logo voltava a tremer com mais uma cena assustadora, repetidas vezes. No fim, exausto, ele acabou dormindo. Ao perceber o sono do outro, Haruka o deitou em seu colo, e mexeu no cabelo macio por um tempo.

Sentiu aquele mesmo impulso da praia, dessa vez ainda mais forte. Lá estava ele, ali deitado e indefeso, o rostinho lindo pedindo para se atacado.

Ele tirou a mão de seu cabelo, olhando sério para o menino. Por que se segurava tanto? Com certeza Arisu não conseguiria resistir com aquele físico de garota. Os pais ainda iriam demorar a voltar, e a irmã provavelmente passaria a noite fora de casa...

Ele ficou alguns minutos parado, pensando, se controlando. Por fim, tomou sua decisão. Aproximou seus lábios sedentos aos do menor, tocando-os levemente.

Então, se afastou, irritado e surpreso consigo mesmo. Queria loucamente fazer aquilo, mas algo o impedia. Suspirou e voltou a acariciar o cabelo dele, desistindo de seu ímpeto.


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Notas finais do capítulo

Beeem, o tão esperado capitulo na praia!! Gostaram? Amaram? Odiaram? Morreram de rir? Tá, parei, mas quero saber o que acharam!!Ah, e a pedido da leitor Wescreidi, tivemos o Haruka passando protetor solar no Arisu-chan! *¬*Ok, preciso parar de pensar nessas coisas indecentes...