Wayward Sisters escrita por WaywardWoman


Capítulo 3
Stoned and drunk I


Notas iniciais do capítulo

Oi oi gente!
Trouxe hoje pra vocês a primeira parte do terceiro capítulo, decidi dividir em dois pra não ficar muito longo, já que me empolguei para escrevê-lo.
Ele é baseado em um dos casos da sétima temporada que eu gosto bastante.
Aliás, a fanfic não segue a ordem cronológica da história, mas vou guiando vocês pela linha do tempo por meio dos acontecimentos conforme eu for postando.
Espero que gostem, boa leitura!



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Algum lugar nas rodovias de Carolina do Sul

Ramble on
And now's the time, the time is now
To sing my song
I'm goin' 'round the world, I got to find my girl
On my way
I've been this way ten years to the day
Ramble on

— Gotta find the queen of all my dreams – Meghan e Natasha cantavam no tom mais alto que podiam.

As duas dirigiam em direção à Newberry, Carolina do Sul, com o som no máximo e todas as janelas abertas para, de acordo com Meghan, o mundo inteiro ouvir o bom gosto musical delas.

— Eu já disse que essa é minha música favorita no mundo? 

— Já, Meghan. Umas vinte vezes. Como você também já disse umas vinte vezes que outras vinte músicas são suas favoritas – Natasha olhou para a irmã – você é indecisa demais.

Meghan deu de ombros.

— Não tenho culpa se meu gosto musical é tão bom a ponto de ser impossível escolher a melhor. Mas sério Nat, se alguém um dia cantar essa música pra mim, eu largo tudo e caso com a pessoa. – Natasha arqueou a sobrancelha.

— Não sabia que você era do tipo romântica.

— E não sou – respondeu – mas Ramble On é meu xodó.

Voltou então a cantar aproveitando a deixa do refrão.

— Meghan, esquerda! – Natasha disse por cima da música alta

— O quê?!

— Vira à esquerda, AGORA!

Meghan então virou bruscamente o volante entrando na pista cantando pneus.

— Essa foi por pouco hein – comentou olhando à irmã que estava com a mão no peito, afobada. – por que você não me avisou que era pra virar antes?

Natasha a lançou um olhar de morte e se ajeitou no banco.

— Por Odin, Meghan White! Você é uma suicida na direção. – Exclamou – e eu te avisei antes, mas a música alta te ensurdeceu.

Ela deu de ombros e voltou a aumentar o rádio, deixando Natasha com uma cara de tacho no banco do passageiro.

 

 

— Dean, precisa correr tanto assim?

— Relaxa e aproveita a viagem Sammy – respondeu pisando mais um pouco no acelerador ignorando as reclamações do irmão – a estrada está vazia.

—Não mais – disse apontando para o carro que surgiu com tudo na estrada, fazendo Dean frear bruscamente.

— FILHO DA MÃE! QUE TIPO DE PSICOPATA DIRIGE ASSIM? – Disse e voltou a pisar fundo no acelerador a fim de alcançar o carro da frente.

— Dean, esse Camaro é de quem eu tô pensando? – Sam perguntou fitando o Camaro que corria na frente deles. Ouviam de longe a música alta.

— Com esse estilo musical e dirigindo mal desse jeito? Só pode ser a Meghan - disse lançando um olhar de morte.

— Vou ligar pra elas – Sam pegou o telefone do bolso.

— Você tem o número delas?

— Da Nat. Ela me passou no nosso último caso.

— E desde então vocês têm trocado mensagens? – Sam assentiu – Que romântico Sammy – falou com voz fofinha, fazendo Sam revirar os olhos envergonhado. – é bom você aproveitar mesmo pra trocar mensagem com ela, porque do jeito suicida que a Meghan dirige, já já as duas morrem em um acidente de carro.

Sam balançou a cabeça e discou o número de Nat no telefone.

 

Ei, aquele carro ali é de quem eu tô pensando que é? – Natasha disse por cima da música alta. Meghan olhou pelo espelho retrovisor, avistando o Impala logo atrás delas.

— Ótimo – comentou – será que eles viram que é a gente?

— Com essa música alta, com certeza, Meghan.

E antes que a irmã pudesse responder, Natasha sentiu o celular vibrar no bolso da calça. Viu o nome de Sam no visor. Sorriu e atendeu.

— Oi Sam!

Meghan levantou a sobrancelha.  – Sam? – sussurrou dando um sorriso malicioso. Não sabia que a irmã tinha trocado telefone com o rapaz. Natasha revirou os olhos.

Coloca isso no vivo a voz, Sam – ouviu Dean dizer do outro lado da linha, Sam obedeceu – O carro desgovernado na nossa frente é a louca da sua irmã?

— Sim, Dean. O carro desgovernado é a louca da Meghan – riu e Meghan franziu o cenho. Natasha colocou o celular no vivo a voz.

— Louca é a mãe, Winchester – Meghan exclamou brava – Não é porque seu carro anda devagar quase parando que eu sou desgovernada.

Tá dizendo que meu bebê não corre igual a sua lata velha? – Dito isso, pisou no acelerador.

Dean, larga disso – Sam disse repreendendo o irmão, que acelerava cada vez mais.

As duas riam do outro lado da linha, até que Meghan viu o Impala se aproximar bastante das duas, e pisou no acelerador também.

— Meghan, para com isso! – a repreendeu vendo o que a irmã fazia.

— Quem chegar primeiro na entrada da cidade, ganha. – disse à Dean.

E o que eu vou ganhar com isso? – ele provocou do outro lado da linha.

— Você eu não sei, mas eu vou ganhar a satisfação de dizer o quão ruim você e seu bebê são. – dito isso, Meghan desligou o telefone e o jogou no banco de trás, pisando o mais fundo que podia no acelerador.

Entre um milhão de reclamações de Sam e gritos histéricos de Natasha, Meghan e Dean aceleravam o máximo que podiam e chegaram a ficar pau a pau um com o outro, porém, pra felicidade de Meghan e a tristeza de Dean, o Camaro, no último segundo, deixou o Impala pra trás. 

Quando chegaram à entrada da cidade, Sam e Dean encontraram Meghan encostada já do lado de fora do carro, com um sorriso convencido no rosto. Natasha estava ao seu lado, mais nervosa que o diabo pela infantilidade da irmã.

— Achei que ia ter que ficar aqui até amanhã esperando vocês chegarem – Meghan comentou – Como é a sensação de ser um perdedor, hein Dean?

— Não foi justo – ele disse descendo do carro com um bico do tamanho do mundo de tão bravo – você já estava bem à frente da gente.

— Perdedor arruma desculpa mesmo – deu de ombros, o irritando mais ainda.

Sam desceu do carro logo em seguida, também irritado com a imaturidade do irmão e foi até as duas pra cumprimentá-las.

— Sobreviveu com a suicida ao volante? – disse pra Natasha, que sorriu e o abraçou.

— Oi Sam – o cumprimentou. – Não sei como ainda não morremos com essa daí dirigindo – apontou para a irmã.

— Por favor, Natasha. Eu enfrento as maiores criaturas do mundo todo dia, não vai ser um carro em alta velocidade que vai me deter. – virou-se para Sam – Oi Sam, diz aí pra gente como é ser irmão de um perdedor? – fechou a mão imitando um microfone e apontou para Sam, que riu.

— Oi Meghan!

Natasha foi até Dean, que ainda estava de cara fechada, e o abraçou, o caçador retribuiu.

— Então, o que as duas vieram fazer por aqui?

— Meghan achou umas mortes estranhas no jornal – Natasha deu de ombros – dois irmãos morreram com um buraco no peito.

— Sem coração? – Sam perguntou.

— Fácil. Lobisomem – Dean deu de ombros e respondeu antes que Meghan pudesse dizer qualquer coisa.

— Não estamos em lua cheia, lindo— Meghan respondeu – e não levaram o coração. Por que um lobisomem mataria fora de lua cheia e deixaria o coração?

— Vai saber – Dean deu de ombros – essas criaturas estão cada vez mais doidas.

— E vocês fazem o quê por aqui?

— Literalmente nada – Sam respondeu – estamos pulando de cidade em cidade atrás de algum caso.

E assim que Natasha fez menção de falar, Meghan a cortou já sabendo o que vinha.

— Não. 

— Não o que? – Dean perguntou.

— Eu só ia sugerir de vocês ajudarem a gente nesse caso – Natasha respondeu, ganhando um olhar feio da irmã – qual é Meghan, você mesma disse que não é lobisomem, ou seja, a gente não faz a menor ideia do que isso seja.

— A senhorita “estou no controle de tudo” não gosta quando pessoas mais competentes dividem um caso com ela – Dean olhou para Meghan e abriu um sorriso convencido quando viu que a moça tinha se irritado com o comentário.

— Muito pelo contrário, não gosto de trabalhar com caçadores de quinta categoria – Meghan olhou feio para Dean – mas já que eu sei que vou acabar resolvendo o caso sozinha - como em todas as outras vezes, diga-se de passagem – vocês podem vir com a gente.

— A gente não quer incomodar – Sam disse.

— Até parece, Sam. Você acha que a gente não sabe que você tá doido pra passar um tempo com a morena, aí?

Sam o olhou feio e todo envergonhado, enquanto Natasha riu com a expressão do caçador.

— Acredita que eles têm trocado mensagem? – Meghan comentou com Dean, a fim de envergonhar mais ainda a irmã.

— Meghan! – a repreendeu.

— Tô sabendo – Dean ignorou Natasha – maior romance esses dois.

— Vocês vão ficar aí até amanhã fuxicando da vida dos outros ou vão decidir se vamos trabalhar juntos ou não? – Natasha disse nervosa.

Meghan e Dean deram de ombros.

— Já que vocês insistem – falaram juntos.

— Ótimo – Sam comentou um pouco mais animado do que deveria. Gostava de Natasha e gostava de passar tempo com ela, mesmo que isso significasse ter que aguentar Dean e Meghan se atacando toda hora. Natasha compartilhava do mesmo pensamento.

— Precisamos achar um lugar pra ficar – Dean disse voltando ao Impala.

— O primeiro que achar um motel vence? – Meghan o desafiou. Quando o caçador fez que ia dizer “sim”, Natasha interviu, tomando as chaves do Camaro da mão da irmã.

— Não mesmo! Já disse, Meghan, eu me recuso a morrer de acidente de carro. Eu dirijo.

E virou-se em direção ao carro, usava uma regata então era possível ver a tatuagem anti-possessão da moça nas costas. O que deixou Sam aliviado, e fez Dean se perguntar se Meghan também tinha uma – e onde ela ficava. Deu um sorrisinho sugestivo olhando de cima a baixo o corpo da ruiva, que percebeu.

— O que foi agora?

Ele só abaixou a cabeça dando um risinho e foi em direção ao Impala acompanhado de Sam. Natasha então entrou no banco do motorista, arrancando uma cara feia de Meghan, que sentou no passageiro. Os quatro seguiram até o motel mais próximo. Como quem dirigia o Camaro era Natasha, é claro que as duas irmãs chegaram por último no motel, e encontraram Dean encostado do lado de fora do Impala dizendo a mesma coisa que Meghan havia dito minutos antes.

Achei que ia ter que ficar aqui até amanhã esperando vocês!

Há há – as duas desceram do carro – e eu achei que íamos ganhar uma multa por baixa velocidade – Meghan resmungou abrindo o porta malas e tirando as malas dali.

— Não é minha culpa se eu gosto de ter o mínimo de segurança – bufou e pegou sua mala.

Sam, que também tirava as malas do Impala, logo interviu pra defender a caçadora.

— Viu Dean, se você pensasse assim nós não tínhamos batido com o carro tantas vezes.

— Me poupe Sam. Nenhuma das vezes em que batemos foi por minha culpa. E para de ficar contra o seu irmão pra defender sua garota.

Sam e Natasha reviraram os olhos, como já era o costume, e Meghan e Dean saíram em direção ao motel rindo dos dois. Os quatro se registraram, pegando quartos ao lado do outro e voltaram a se encontrar para discutir o caso.

— Então, até agora só sabemos que os irmãos foram encontrados mortos com o peito estraçalhado.

— Foram mortos juntos? – Sam perguntou.

— Nop – Meghan respondeu vidrada na tela do notebook – Ambos foram estripados a noite num bosque na zona sul da cidade, mas em dias diferentes. 

— Alguma testemunha? – Dean perguntou.

— Uhum. Na morte do primeiro irmão, Ray. – Meghan lia no notebook – Além dele e de Trevor – o segundo irmão morto - tinha mais duas meninas e um cara no bosque.

— Ótimo – Natasha levantou da cama – eu e o Sam vamos falar com as meninas, você e o Dean vão ao necrotério.

Sam concordou e levantou também. Meghan e Dean se encararam.

— Por que eu tenho que ir com ela? – Dean disse.

Meghan revirou os olhos

— Os pombinhos querem passar mais tempo juntos, fofos. – disse indo até a mala e pegando uma muda de roupa.

— Na verdade, a Natasha é bem mais legal pra entrevistar as pessoas – Sam tentou disfarçar, arrancando um olhar feio de Meghan.

— O que você quis dizer com isso, Sam?!

— Ele só tá dizendo a verdade – Natasha se defendeu – você e o Dean vão ser mais úteis no necrotério. – sorriu falso pra irmã.

— Vocês dois querem é matar dois coelhos com uma tacada só – Dean se pronunciou – passam o tempo juntos e se livram do trabalho sujo.

— E eu pago o pato e sou obrigada a andar com esse daí – Meghan apontou para Dean.

Natasha deu de ombros.

— Você vai sobreviver. – Disse entrando no banheiro pra trocar de roupa, os Winchesters logo foram pro quarto deles fazer o mesmo.

 

Uma hora depois, Meghan e Dean estavam no necrotério. Ela usava uma saia lápis vinho, uma blusa de seda branca, salto e tinha os cabelos presos, já Dean, vestia um terno.

— Agente especial Wood.

— Agente especial Hopkins.

— Em que posso ajudá-los? – o homem de jaleco perguntou.

— Viemos dar uma olhada nos corpos de Trevor e Ray McAnn. – a ruiva disse.

— Ah sim, podem me acompanhar.

O doutor foi na frente e os caçadores logo o seguiram, chegando a sala de autópsias.

— Não se assustem com o estado dos corpos, eu mesmo nunca vi algo tão brutal assim. Parece que foi ataque animal.

— Você tem os arquivos do caso? – Meghan perguntou e o legista a entregou as duas pastas. Em seguida seu telefone tocou, ele pediu licença e saiu da sala.

— Yep. Causa da morte é a mesma. Igualzinho. – Meghan lia os relatórios.

— Argh. – Dean disse olhando por baixo do lençol chamando a atenção de Meghan – certeza que não foi um lobisomem?

Meghan se aproximou e olhou. O peito dos dois rapazes estava brutalmente aberto. Foi até o computador da sala e digitou o nome dos irmãos.

— Ei, o nome Thighslapper te lembra de algo? – perguntou.

— Strippers – disse com um sorriso safado no rosto, Meghan o encarou – tem um lugar no Kansas...

— Não estamos em Kansas, Dorothy. Pensa de novo.

Dean balançou a cabeça e ela voltou a falar.

— Thighslapper. Aparentemente a melhor cervejaria dos Estados Unidos, um dos donos é pai dos garotos. – parou de falar quando ouviu um som – o que você tá fazendo?

Dean passava o EMF pelo corpo dos garotos e em ambos o aparelho apitava.

—Lobisomens acionam um EMF? – Meghan perguntou arqueando a sobrancelha, afinal, foi a primeira a descartar a possibilidade. Dean deu de ombros.

— Um fantasma lobisomem? – deu um sorriso amarelo.

— Você tá brincando com a minha cara, né? – levantou-se da cadeira e foi saindo da sala – vamos embora.



— Olha eu sei que não parece verdade, mas o cara devia estar usando alguma coisa pesada – a mocinha morena dizia. – Ray saiu correndo dizendo que estava sendo perseguido, mas não tinha nada lá.

Sam e Natasha estavam na lanchonete onde as duas testemunhas da primeira morte trabalhavam. As duas contaram que estavam acampando com os respectivos namorados, quando o irmão de Trevor apareceu totalmente bêbado.

— Então ele apareceu e saiu correndo de algo invisível? – Sam perguntou.

— Se é assim que você prefere dizer... 

— E você? – Natasha se dirigiu à outra menina, que quase não havia dito nada – foi o que viu também?

A moça assentiu visivelmente abalada. Era a namorada de Trevor, o segundo irmão que foi morto.

— É o que ela disse. O irmão dele apareceu lá bêbado e quando Trevor foi ligar para o pai deles, o cara saiu correndo dizendo que tinha algo atrás dele. Logo em seguida nós fomos atrás e o encontramos morto. Sei que não foi encontrado nada além de álcool no sangue dele, mas não é possível alguém alucinar daquele jeito só com bebida. – ela então fez uma pausa e os olhos marejaram – E Trevor, ele estava muito mal pelo irmão. Dirigiu até o bosque um dia depois e acabou daquele jeito. – uma lágrima caiu do rosto da menina.

— Eu sinto muito – Natasha sorriu em solidariedade. Os dois agradeceram e saíram do local.

— Então? – Sam perguntou indo em direção ao carro. Eles tinham ido à lanchonete no Camaro.

— Não faço a menor ideia – ela respondeu entrando no banco do motorista – esse caso tá mais estranho do que eu achava.

— Nem me fale – Sam sorriu e a olhou – mas quanto mais complicado, mais tempo passamos juntos.

 A caçadora sorriu.

— Com a Meghan e o Dean no nosso pé... Mas já é melhor que nada.

— Aqueles dois são insuportáveis. Dean não para de falar de você desde que soube que eu tinha seu telefone.

— A Meghan também. – disse revirando os olhos pensando na irmã e em Dean - Insuportáveis.

Os dois riram pelo nariz. Sam voltou a falar.

— Sabe... Eu tava pensando...

— Pensando...? – ela o encorajou a continuar.

— É – ele disse coçando a cabeça envergonhado – a gente não precisa daqueles dois grudados em nós o tempo todo, nós podíamos passar um tempo... A sós.

Natasha o olhou com um sorrisinho tímido na boca. Achava Sam um cara bem legal e eles tinham se falado bastante até desde o último caso. Desde mensagens despretensiosas sobre caçadas e outras nem tanto. Sam a olhou esperando uma resposta, nervoso com a mínima demora dela pra responder. E assim que Natasha abriu a boca, ouviu o celular tocar. Leu “Megh” no visor e virou os olhos.

— Eu acho uma ótima ideia – piscou para Sam. O caçador respirou aliviado e olhou a tela do celular da moça – nem longe esses dois nos deixam em paz. Oi Megh, pera aí – colocou o celular no vivo a voz – você não vai acreditar.



— Um lobisomem fantasma invisível? 

Os quatro estavam de volta ao motel. Dean e Meghan haviam planejado ir à cervejaria, mas o local já tinha fechado, então decidiram deixar a visita pro dia seguinte. Discutiam as possibilidades de monstros no caso.

— Dean, se você mencionar isso mais uma vez, eu arranco sua língua – Meghan disse impaciente. O caçador tinha vindo o caminho inteiro do necrotério insistindo naquilo.

— Só tô dizendo...

— A única coisa que tenho certeza é que algo com garras fez aquilo. Garras compridas. – Meghan disse.

— Como sabe disso? – Sam questionou.

— Eu vi o corte. Perfurou o coração, os músculos intercostais e atravessou o pulmão esquerdo.

— Como você sabe de tudo isso? – Dean franziu o cenho – você mal olhou o corpo e eu vi o mesmo corte que você e a única coisa que vi foi sangue.

Meghan deu de ombros.

— Ela é boa no que faz – Natasha respondeu pela irmã morrendo de orgulho.

— Olha, monstros que atacam brutalmente na calada da noite a gente conhece vários – Sam começou a falar – mas monstros invisíveis? Todas as opções desaparecem.

Dean fez que ia mencionar a ideia de ser um lobisomem invisível, mas Meghan o repreendeu antes que ele pudesse dizer algo.

— Bom, de qualquer jeito só nos resta uma opção. – Natasha falou – falar com os familiares e os funcionários da cervejaria.

— E isso nós vamos fazer amanhã – Meghan levantou e pegou sua jaqueta em cima da cama – Bom, eu vou sair pra beber algo e arrumar mais grana, vocês vêm?

— E desde quando se consegue mais dinheiro, gastando dinheiro? – Dean indagou.

— Desde que eu sou a melhor jogadora que você já conheceu – piscou para Dean – e sempre tem algum bêbado convencido por aí que está disposto a apostar mil pratas numa rodada de pôquer. Alguém tem que de fato trabalhar nessa vida pra bancar nossas caçadas, não é? – olhou para a irmã.

— Não olhe assim pra mim, quem gastou toda nossa grana comprando botas novas e desnecessárias foi você.

Meghan deu de ombros.

 - Vocês vêm ou não?

Sam e Natasha se olharam. Tinham falado mais cedo na ida à lanchonete sobre como ficavam irritados com os irmãos no pé deles o tempo todo e Sam sugeriu que passassem um tempo a sós.

— É, na verdade não – Natasha respondeu e pegou um livro de capa vermelha que estava jogado ao seu lado – acho que vou ficar e pesquisar mais.

Você? — Meghan a olhou de cima a baixo – desde quando você pesquisa alguma coisa?

— O que? Os livros que eles têm são bem mais bonitos que os nossos – deu de ombros.

— E você Sam? Vem?

— Sabe o que é... – disse atrapalhado – acho melhor eu ficar pra ajudar... Na pesquisa – deu um sorriso amarelo.

Meghan e Dean se olharam boquiabertos.

— As desculpas de vocês são horríveis. Horríveis— Meghan disse ainda espantada e virou-se para Dean – você vem ou vai ficar aí pra ajudar na pesquisa?

Ele na mesma hora fez que não.

— Tô indo – disse mecanicamente e antes de sair do quarto, gritou - e fiquem longe da minha cama!

— Boa sorte aí... Nas pesquisas— Meghan disse e saiu do quarto o mais rápido que pôde.

— Pesquisas? – Sam arqueou a sobrancelha.

— Foi a desculpa mais rápida que eu consegui encontrar – deu de ombros – ou aqueles dois iam ficar aqui o resto da noite. 

— Que bom então que funcionou.

Sam foi em direção à Natasha e a beijou. A caçadora retribuiu e Sam a puxou para mais perto, sentando-a no colo dele. Natasha tirou a blusa que ele vestia e ele fez o mesmo com a regata dela. Com um movimento rápido, a deitou na cama distribuindo beijos por todo o pescoço e descendo pelos seios até sua barriga fazendo a moça arfar a cada beijo dado, e assim que terminou de tirar a calça que usava, tratou de desabotoar a de Sam que terminou de tirar a peça e a jogou longe.

— Sabe – ela parou os beijos e fitou o peitoral do caçador, passando a mão nele – essa é a pesquisa mais interessante que eu já fiz na vida.

— Acho que posso dizer o mesmo – Sorriu e voltou a beijá-la.



Alguma hora da madrugada, perto dali.

— E VOCÊS NUNCA MAIS VENHAM AQUI! – o homem do bar gritava tirando Dean e Meghan à força dali.

— OLHA AQUI, SEU...

— MEGHAN! – Dean a repreendeu segurando-a pelo braço – você tá maluca? Vamos embora.

Ela o olhou brava e puxou o braço, soltando-o e logo cambaleou perdendo o equilíbrio, mas Dean a segurou a tempo. Os dois tinham enchido a cara a noite toda enquanto a ruiva apostava no pôquer com todos os caras do bar.

— Você viu Dean! Ele tava trapaceando! – disse indignada enquanto os dois cambaleavam de volta ao motel que ficava a uma quadra dali.

— Isso é o que você acha!

— Tá dizendo que eu sou mentirosa?! Eu ganhei 19 vezes, Dean! DEZENOVE! E quando tô pra ganhar pela décima vez ele trapaceia?

— Vigésima você quis dizer. – corrigiu a moça, que fitou o ar pensando se ele estava certo.

— Foi o que eu disse!

— Não, não foi, linda. – ele disse rindo da cara dela 

— Eu sei o que eu vi! – esbravejou

— O que você não sabe é perder! – exclamou.

— Se é assim por que você não quis jogar comigo no bar? – os dois encostaram-se à porta do Camaro, já estavam no estacionamento do motel – medo de perder pra uma garota? – ela o olhou de cima a baixo mordendo o lábio.

— Não... – ele disse relutante e tonto pela bebida.

— Certeza? – ela chegou mais perto o intimidando. 

— Hã... Não – ele a fitou e se corrigiu – sim.

— Você tá muito confuso pro meu gosto – disse – só tem um jeito de a gente resolver isso.

— E que jeito é... Esse? – disse desconcertado.

— A gente joga – piscou para Dean – mas como uma boa jogadora, eu não jogo sem uma coisa.

Disse e se aproximou de Dean, praticamente colando a boca na dele, e quando o rapaz achou que ia se dar bem e ganhar um beijo dela, Meghan apenas desviou, abriu a porta do carro e na maior inocência puxou uma garrafa de tequila que estava jogada por ali. Mesmo bêbada, conseguiu notar a cara de decepção do Winchester e não podia negar que aquilo tinha sido bem divertido.

— O que foi? – se fez de desentendida e abriu a garrafa, virando um pouco do líquido que desceu queimando sua garganta. Ofereceu à Dean.

O estacionamento estava totalmente escuro, salvo por alguns dos poucos postes que funcionavam e iluminava parcialmente o local. E, por mais que os dois ficassem nesse joguinho de trocar farpas, não podiam negar que ambos achavam o outro atraente. Sem pensar muito e tomado pela bebida, Dean puxou Meghan pela cintura e colou seu rosto no dela, que abriu um sorriso safado, deixando ele mais ainda na vontade. E antes que pudesse fazer algo, Meghan o beijou vorazmente.

Ele então prensou a moça contra o carro e com a outra mão, puxou os cabelos dela, que arfou com a ação e passou os braços envolta do pescoço dele, enquanto uma das mãos ela usava pra segurar a garrafa de tequila, com a outra ela arranhava levemente o pescoço dele, fazendo-o se arrepiar inteiro. Os dois se separaram ofegantes.

— Achei que você queria ir jogar – disse ainda segurando a moça pela cintura, apertando a mesma.

— Vamos jogar... – mordeu o lábio e com a cabeça apontou em direção ao motel – no quarto.

Os dois voltaram a se beijar e foram cambaleando até os quartos, parando na frente do dela.

— Espera - Dean disse entre os beijos – como sabe que a sua irmã não voltou pra aí?

— Porque um: seu irmão com certeza tá distraindo ela e dois: - pegou algo no bolso da jaqueta e levantou na altura do rosto de Dean – a única chave do quarto tá comigo.

Ele então abriu um sorriso safado e puxou a chave da mão dela, tentando abrir a porta o mais rápido que podia, mas estava muito escuro e ele muito bêbado até pra isso.

— Vai demorar muito aí?! – Meghan disse impaciente virando mais um gole de tequila e logo em seguida Dean destrancou a porta, puxando a moça pra dentro do quarto escuro enquanto a mesma ria. A beijou em seguida prensando-a contra a parede.

Enquanto Dean tirava sua jaqueta, ela rapidamente trancou a porta, jogou a garrafa de tequila no que achou que era uma mesa ali e tirou a camisa que ele usava jogando-a longe e logo voltou sua atenção ao pescoço do winchester, no qual ela distribuía beijos enquanto desabotoava sua calça. Ele, impaciente e vendo que não conseguia desabotoar a blusa da moça, a puxou com força rasgando a peça.

Como resposta à ação, Meghan deu um tapa no braço dele e se afastou.

— Agora você me deve duas blusas!

— Eu resolvo isso depois.

Deu um sorriso safado e voltou a beijá-la, pegando Meghan pelas coxas e ela logo entrelaçou as pernas na cintura de Dean, jogando os saltos que usava em algum canto do quarto. Os dois caíram na primeira cama que encontraram e Dean tirou rapidamente o sutiã da caçadora, deitando-a na cama e ficando por cima dela logo em seguida, soltando uma risada safada quando o fez.

— O que foi? –ela perguntou num tom descontraído enquanto ele distribuía beijos pelo corpo dela.

— Só estou aliviado de saber que você tem uma tatuagem anti possessão – disse passando a mão pela tatuagem dela, que ficava no meio dos seios dela, um pouco mais abaixo. 

— Aposto que ficou imaginando o dia todo onde era não? – disse num tom safado e Dean sorriu malicioso concordando.

— Você não tem ideia!

Dito isso, desceu as mãos até chegar à saia dela, da qual ele rapidamente se livrou.

Em meio a tantos gemidos e roupas jogadas pro alto, os dois acabaram deixando de lado o pôquer, a tequila e os xingamentos que gostavam tanto de trocar.

 

Por uma fresta de luz que entrava no quarto, Meghan foi acordada. Sentia a cabeça rodar até mesmo parada e tentava lembrar como tinha voltado para o motel quando sentiu um braço na cintura dela. Virou-se e deu de cara com Dean, que dormia ao seu lado. Nesse momento, sua cabeça foi tomada pelas lembranças da noite anterior.

— Droga, Meghan – sussurrou pra si mesma e sentou na cama, puxando o lençol cobrindo os seios – Dean – o cutucou e ele apenas resmungou – Dean!

— Hã? – abriu os olhos aos poucos, também sentia a cabeça rodar um pouco – onde eu tô?

— Na minha cama – Ele a olhou e viu que a moça só estava coberta pelo lençol e abriu um sorriso safado – que foi?

— Nada – disse ainda olhando ela de cima a baixo, fazendo Meghan rolar os olhos – bela cama hein?

— Aproveita pra memorizar a imagem na sua cabeça porque isso não vai acontecer de novo.

— Eu não diria isso se fosse você... Minha memória insiste em me dizer que quem me chamou pra cá ontem foi você. – deu um sorriso safado.

— Me poupe Winchester. Vai ficar aí pra sempre até minha irmã voltar e encontrar você aqui?

— Você costuma expulsar todos os caras do seu quarto desse jeito? – disse se levantando e vestindo a cueca e a calça.

Meghan o olhava de canto aproveitando a bela cena, então Dean virou na direção dela e a moça disfarçou.

— Só os mais babacas – deu de ombros e foi em direção ao banheiro ainda enrolada no lençol, pegando as peças íntimas pelo caminho.

Vestiu-se rapidamente colocando uma calça que estava jogada ali no banheiro mesmo e percebeu que não havia pego blusa nenhuma. Saiu do banheiro e deu de cara com Dean, sem camisa – o que Meghan classificou como uma bela cena, diga-se de passagem - fuçando nas coisas dela.

— Você ainda tá aqui? – pegou a blusa que usava na noite anterior e lembrou que ele tinha rasgado a peça – você vai pagar por isso. – jogou a blusa na direção dele, que riu.

— Não achei minha camisa, você sumiu com ela ontem. – virou-se para ela e viu que a moça estava sem blusa - Pra quê? Você fica bem mais bonita sem. Aliás, já te disseram que vermelho é a sua cor? – disse apontando pro sutiã rendado vermelho que ela usava.

— Acredita que você não é o primeiro a falar isso?  - disse fingindo surpresa e andou até a mala de roupas que estava ao lado dele, colocando a primeira blusa que encontrou.

— Ô se acredito... – a olhou de cima a baixo e segurou a caçadora pelo braço

— O que foi?

Então a beijou e ela retribuiu. Ele a puxou pela cintura e ela levou as mãos ao pescoço dele, os dois foram andando até a cama sem se separar e quando Dean levou a mão na barra da blusa dela, pra tirá-la, ouviram alguém mexer na porta.

— Megh? Você tá aí? – os dois levantaram num pulo e Meghan agradeceu a todas as forças do universo por ter se lembrado de trancar a porta na noite anterior. Dean foi correndo pegar seus sapatos que estavam jogados num canto do quarto, enquanto Meghan procurava a blusa do rapaz – Meghan?! – disse num tom mais exaltado.

— Oi... Tô aqui sim – respondeu se abaixando pra pegar a blusa, que estava caída entre a mesa e uma das cadeiras e entregou a Dean que rapidamente entrou no banheiro. Passou a mão no cabelo que estava desarrumado e foi até a porta, abrindo-a – Por que a pressa? Morreu alguém por acaso?

Natasha entrou e olhou em volta. Encontrou a cama dela bagunçada e a de Meghan num perfeito estado e franziu o cenho.

— Só achei estranho... – disse ainda olhando em volta.

— Eu trancar a porta? Isso se chama segurança, Natasha. – fez-se de desentendida.

— Hm.

Então Dean, já vestido, saiu do banheiro tirando olhares ainda mais surpresos de Natasha que o olhou de cima a baixo.

— Oi Nat – deu um sorriso despretensioso.

— Oi Dean... – olhou dele pra irmã e da irmã pra ele novamente – você dormiu aqui?

— Eu tinha que dormir em algum lugar – disse disfarçando e indo até a porta – não achei que seria uma boa ideia voltar pro meu quarto já que né – Natasha deu um risinho.

— Entendi – cruzou os braços – É não teria sido uma boa ideia mesmo.

— Pois é – disse envergonhado – então sua irmã gentilmente me ofereceu uma cama e eu aceitei.

— Entendi.

— Bom obrigado aí... Pela cama – virou-se para Meghan que, sem Natasha ver, fazia sinal para ele ir embora logo – eu vou indo agora que... Agora que o meu quarto tá liberado – deu um sorriso amarelo e saiu em seguida.

Natasha virou para Meghan que estava parada de pé no meio do quarto entre as duas camas. Arqueou a sobrancelha e não pode deixar de comentar.

— Por que só a minha cama tá bagunçada? 

Meghan deu de ombros e respondeu como se fosse óbvio.

— Porque eu dormi nela e você sabe como arrumar a cama não é meu forte – deu de ombros – e o Dean arrumou a dele.

— Hm, sei. – disse ainda desconfiada, mas Meghan a cortou antes que a irmã pudesse perguntar mais coisas e ela acabar se atrapalhando na resposta.

— Então... – disse se aproximando com um sorriso safado – você e o Sam... Safada! Pode me contar tudo.

— Ah não! Não mesmo! – ela disse se afastando e indo até sua mala de roupas – não vou compartilhar esse nível de detalhes com a minha irmãzinha— disse dando ênfase à irmãzinha, Meghan revirou os olhos.

— Como se eu tivesse nove anos! – cruzou os braços.

— Olhando você emburrada e de braços cruzados realmente parece que você tem nove anos de novo – riu.

— Hm – deu de ombros – nem precisa dizer nada não, seu bom humor essa hora da manhã diz tudo.

Natasha deu de ombros e caminhou até o banheiro.

— O seu humor essa hora da manhã até que tá bem bom pra quem não gosta de acordar antes do meio dia – fitou a irmã – algum detalhe especial que eu deveria saber?

— Nop. Só interesse no caso mesmo – sentiu sua barriga roncar – e fome. Muita fome. – disse e foi até o banheiro, entrando rapidamente no mesmo e fechando a porta, deixando a irmã com cara de tacho.

— Meghan White! Eu ia tomar banho! – bateu na porta e pôde ouvir a irmã rir do outro lado.

— Falou certo, ia!

 

— E aí Sammy... – Dean disse entrando no quarto, já lançando um sorrisinho descarado pro irmão – dormiu bem?

— Bom dia pra você também, Dean – Sam disse categoricamente, ele terminava de vestir uma camisa, virou-se e se deparou com Dean o encarando – o que é?

— Você e a Natasha, hum? – dizia com tom malicioso – não sabia que você era tão saidinho assim.

— Dean. Um dos motivos da gente ter dado um fora em você e na Meghan foi pra evitar os comentários. Será que você pode... 

— Ok – disse levantando as mãos pro alto em sinal de rendição – não vou falar nada sobre. – andou em direção ao banheiro, passando pela cama bagunçada de Sam – mas que você se deu bem, isso você se deu não é?

Sam balançou a cabeça com o comentário pensando na noite passada. Ele realmente gostava da Natasha e, depois de tanto tempo sem sair com alguém que o fizesse bem de verdade, ter passado a noite com ela havia sido realmente bom. Foi tirado dos seus pensamentos por Dean, que pigarreou quando viu o irmão sorrir de canto enquanto pensava.

— Vocês formam um casal legal sabia? É sério, Sammy. A Natasha é muito gente boa e ela combina com você. 

— Eu sei – disse tímido – mas e você e a Meghan?

Dean parou sem saber o que responder.

— Não tem nada entre eu e a Meghan. – disse categoricamente.

— Não tô falando disso – Sam o olhou sem entender, deixando Dean na saia justa – só perguntei porque vocês saíram ontem. Foi muito difícil ficar no mesmo lugar que ela sem os dois se matarem? – perguntou rindo.

— Ah... – disse coçando a cabeça – foi tranquilo até. Mas a mulher é doida no pôquer, me lembre de nunca apostar com ela. – deu um sorriso amarelo.

— Hm – resmungou estranhando a atitude do irmão. – vou sair pra comer algo e ver mais sobre o caso, você vem?

— Sim, só vou tomar um banho rápido e nós vamos.



— Obrigada – Natasha agradeceu a garçonete que entregava os cafés.

— Então, vamos à cervejaria? – Meghan perguntou dando uma garfada em sua torta.

— Sim, assim que aqueles dois chegarem... Por que eles estão demorando tanto?

— Oh, já está sentindo falta do Sammy? – Meghan abriu um sorriso de canto tentando deixar a irmã desconfortável, mas ela apenas deu de ombros.

— Não. – bebericou o café – já passei a noite aproveitando – sorriu malicioso deixando Meghan boquiaberta.

— Por Odin, quem é você e o que fez com a minha irmãzinha?

— Só pra constar, você é a minha irmãzinha, Megh.

— Hm... Falando no diabo – os irmãos se aproximaram da mesa e Meghan não pode deixar de notar o olhar de Dean em direção ao decote da garçonete que passava ali. Revirou os olhos.t

— E aí meninas – Dean sentou ao lado de Meghan que apenas o ignorou ali e Sam sentou-se com Natasha.

— Achei que não iam vir nunca – Meghan resmungou bebendo café.

— Sentiu minha falta, linda? - Ela rolou os olhos.

— Não. Mas a princesa aí não tava se aguentando de saudade do seu irmão – apontou com o garfo para o casal na frente dela.

— Cala a boca Meghan.

— Que bonitinhos, mal perderam a virgindade e já estão assim! – Dean comentou bebericando o café de Meghan, que nem reparou, pois estava muito ocupada rindo da cara de vergonha que Sam e Natasha exibiam.

— Já acabou? – Sam perguntou para os dois que se olharam.

— De jeito nenhum – responderam.



— Tudo bem, então vamos todos à cervejaria – Dean disse entrando no Impala.

Depois de muita discussão sobre quem iam falar com os donos da cervejaria, os quatro acabaram decidindo que, apesar de tumultuado ter quatro agentes do FBI pra um só caso, todos iriam. Dean e Sam entraram no Impala e Meghan e Natasha no Camaro, com essa dirigindo.

Ao chegarem se apresentaram como agentes e a gerente do local os recebeu.

— Marie – ela sorriu para os quatro – Entrem.

— Então, tudo isso é do seu pai? – Dean perguntou olhando a cervejaria.

— E do amigo dele, Randy Baxter. São sócios agora. 

Agora? — Meghan questionou.

— Desde que o Dale morreu – ela deu um sorriso fraco.

Espera aí, você acha que eu chego tarde assim sempre que quero? – Os quatro ouviram a voz e viraram em direção à ela. Numa sala próxima, um senhor discutia com um funcionário.

— Desculpe senhor, isso não vai se repetir – o jovem dizia de cabeça baixa.

— Foi o que você disse da última vez!

— Encantador não? – Marie apontou para o senhor – Esse é o Randy.

— Você vai para o turno da noite! – Randy voltou a falar – se atrase um segundo e será demitido.

O rapaz concordou e saiu às pressas do local. Os caçadores se encararam.

— Ele é um cara legal, sabe? – Marie sorriu fraco – só não é muito fácil ser quem manda em tudo.

— Bom, meus colegas vão falar com você, então se me der licença – Meghan disse indo em direção à sala de Randy e do pai dos irmãos assassinados.

— Eu vou junto – Sam disse a seguindo.

 

— Sr. McAnn? – entraram na sala.

— Seremos breves, eu prometo – Meghan sorriu – Há algum motivo pra crer que seu filhos tinham inimigos? 

— Nos disseram que foi ataque animal – ele disse confuso.

— Precisamos apenas explorar todas as possibilidades – Sam explicou.

— Eles tinham muitos amigos – Jim, pai dos dois, voltou a dizer.

— Eles trabalhavam aqui com você e a Marie? Poderia ser alguém com inveja? – Meghan perguntou.

— Não, só Marie trabalha comigo – o homem disse nervoso – olha, não, não tem... – os olhos dele marejaram.

— Jim, por que você não descansa um pouco e deixa que eu respondo as perguntas? – Randy disse e Jim concordou e saiu da sala.



— Só estou preocupada com meu pai – Marie dizia à Dean e Natasha enquanto andavam pela cervejaria. – ele se culpou pela morte de Dale e agora isso.

— Por que ele se culpou? – Natasha questionou.

— Dale era sensível – ela suspirou – o que poderíamos fazer? Não dava pra ficar de olho nele toda hora. E nem culpar os amigos.

— Mas seu pai ainda se sente mal – Dean concluiu.

— Sim – ela arqueou a sobrancelha – e não ajuda em nada a esposa de Dale estar nos processando.

— Processando? Por quê? – Natasha cruzou os braços.

— Ela está brava, angustiada e estamos nos Estados Unidos – deu de ombros.



— Eu conhecia os meninos – Randy encostou-se à mesa e começou a contar – sou padrinho dos quatro filhos de Jim. Ray e Trevor se divertiam, mas nunca fizeram loucura nenhuma.

— O senhor não tem filhos? – Meghan perguntou.

— Só os do Jim.

— Vocês dois abriram essa empresa com um terceiro sócio, certo? – Dessa vez Sam questionou.

— Sim, o Dale – indicou um porta retrato que estava em cima da mesa, com a fotos dos três – ele faleceu uns meses atrás.

Ao lado do porta retrato, havia uma caixa toda entalhada de madeira. Sam estranhou o objeto e fez sinal para Meghan, que fitou a caixa também.

— Faleceu como? – ela perguntou.

— Ele se matou – Randy disse com a voz embargada. Meghan o lançou um sorriso solidário.

— Sinto muito.

— Ele tinha problemas há muito tempo. Olha, isso é um total pesadelo. Primeiro Dale, agora isso. Esse seria nosso grande ano. Vamos vender a cervejaria para uma das maiores distribuidoras do país. Estamos no processo por meses e essa notícia vai a público muito em breve. Estaremos arruinados. Se as circunstâncias fossem outras, nós estaríamos celebrando agora – Randy suspirou.

— É, realmente. – os dois concordaram.



— Então, alguma novidade? – Natasha disse entrando no quarto com Dean, os dois tinham saído para comprar comida após horas de pesquisa.

— Talvez... – Meghan disse fitando a tela do notebook – Aqui diz que Dale deixou a empresa duas semanas antes de morrer.

— Ou talvez tenha sido expulso por não querer vender – Sam comentou. – Baxter nos disse que a negociação rolava há meses.

— Isso explica a viúva – Dean disse – ela está processando. Talvez eles tivessem uma rixa e Dale ainda está zangado.

— Então é o que? Espírito perturbado? – Meghan disse se sentando na cama.

— Se for, não é o Dale – Natasha comentou – Marie nos disse que ele foi cremado.

Os quatro suspiraram. Já havia escurecido, estavam ali há tempos tentando desvendar o caso, mas nada parecia ser certo.

— Bom, vocês disseram que a esposa de Dale está processando a cervejaria - Natasha e Dean confirmaram com a cabeça – Se ela está é porque tem algum motivo.

— Precisamos descobrir o motivo então – Sam disse se levantando e indo em direção à porta – vamos falar com a viúva.

Natasha se levantou e foi até a porta, Meghan calçava os sapatos quando ouviram um bipe do rádio ali.

— Central? – a voz do homem do outro lado da linha dizia – incidente na casa de Lilian McAnn. Repito: Incidente na residência de Lilian McAnn. Alguém copia?

— Lilian McAnn como Jim McAnn? – Meghan arqueou a sobrancelha.

— Vão vocês falar com a viúva – Dean disse a Sam e Natasha – eu e Meghan vamos ver o que aconteceu com a moça.

Os três assentiram.

 


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Notas finais do capítulo

E essa foi a primeira parte.
Espero que tenham gostado e já sabem, comentários e opiniões são sempre bem vindos!
Até a próxima!



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