Wayward Sisters escrita por WaywardWoman


Capítulo 1
You give love a bad name


Notas iniciais do capítulo

Oi oi gente!
Depois de muito tempo, finalmente resolvi postar o primeiro capítulo dessa fanfic que já estava na salva no meu computador há um bom tempo.
É minha primeira história, tanto de Supernatural quanto em geral, espero que gostem!



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                  Shot through the heart
                           And you're to blame
                You give love a bad name (bad name)
               I play my part and you play your game
               You give love a bad name (bad name)
 

— You give love a baaaaad name! – Meghan gritava acompanhando a letra enquanto batucava no volante o ritmo da música.

—Por Odin Meghan, dá pra parar de gritar tanto? – Natasha a repreendia enquanto abaixava o volume do rádio.

— Você precisa sempre cortar a minha diversão? – Puxou uma batata frita do colo da irmã e deu uma espiada no laptop que ela mexia – O que tá fazendo?

— Acho que encontrei uma coisa – Comeu uma batatinha – pessoas desaparecendo e um corpo foi encontrado jogado na beira de uma estrada. O sangue do corpo todo drenado e...

— Me deixa adivinhar, marcas de presas?

— Yep! – Natasha deu um gritinho. – Vampiros!

— Nossa, acho que faz séculos que não caçamos um – Pegou mais uma batatinha – Já tô vendo que nossas férias foram canceladas, não é?

— Por favor, Meghan! É logo ali em Cleveland, um pulinho e nós chegamos lá. – fez biquinho.

— Nunca vi ninguém mais apaixonada por casos vampirescos do que você, Nat – Revirou os olhos – Ok, nós vamos. Mas eu escolho a playlist!

— Isso não é justo, você sempre escolhe a playlist Meghan.

— O que disse? Não consigo te ouvir!

E aumentou o rádio novamente, cantarolando a próxima música de Bon Jovi enquanto a irmã revirava os olhos devido à gritaria.

 

Cleveland, Ohio.

— Sam? Ei, Sam!

— Oi – Sam finalmente tirou os olhos do notebook e virou se para o irmão.

— Você não ouviu nada do que eu tava dizendo? – Dean o encarou e percebeu que já havia perdido a atenção do irmão novamente, que voltou a olhar pra tela do laptop. – Ei cara, assim fica difíc...

— Olha isso – apontou para a tela cortando o irmão - um corpo foi encontrado! Aqui em Cleveland – falou com certa animação.

—Olha cara, vou te falar, você precisa controlar esse seu entusiasmo com gente morta viu? É bizarro.

— É sério Dean. Acho que esse é um dos nossos – Sam leu a reportagem – “Homem é encontrado morto á beira de rodovia com todo o sangue de seu corpo drenado” Vampiro Dean! – Sam continuou exaltado.

— Você é doido mesmo por essas coisas vampirescas não é? – Dean balançou a cabeça – Olha, nós podemos continuar isso amanhã? – Foi até o irmão e fechou o notebook a sua frente, ouvindo Sam resmungar.

— Dean, tem pessoas morrendo aqui.

— Sim, e uma delas sou eu. De fome! – Vestiu sua jaqueta e pegou as chaves do Impala – Além do mais, precisamos ir ao necrotério dar uma olhada nos corpos, e essa hora tá tudo fechado já. – Sam ia responder algo, mas antes que pudesse, Dean continuou – Se troca e vamos Samantha, estou te esperando lá fora.

E saiu em direção ao estacionamento do motel antes que Sam pudesse protestar.

 

 

— Eu ainda acho que devíamos ter ficado no motel e investigado mais sobre o caso, Meghan. – Natasha diz entrando no bar logo atrás da irmã.

— Investigar o que? Duas cervejas, por favor – Pediu ao barman e virou se para irmã, falando mais baixo – São vampiros Nat. Nada de novo sob o sol, literalmente. Entendeu? Sol, vampiros... – Riu da própria piada mal feita enquanto Natasha contorcia a boca em sinal de desaprovação - Enfim, faca de prata, decapitar algumas cabeças e, voilá! Estamos livres pras nossas merecidas férias.

— Obrigada – Natasha diz pegando as cervejas da mão do barman, que pisca pra ela.

— E quem sabe, você não aproveita a noite, hein? – Meghan piscou para a irmã enquanto apontava com sua garrafa o homem que acabara de voltar a servir bebida aos clientes.

— Bonitão, mas não, obrigada. Gosto de focar apenas no trabalho quando estou trabalhando. – Deu um gole na cerveja.

— Oh você é tão careta! – bebeu também - às vezes nem parece que é minha irmã.

— Eu nasci primeiro, ok? Você que não parece ser minha irmã!

— Você tem razão. Eu sou bem mais divertida – piscou – Falando em diversão – apontou para a mesa no fundo do bar – tá a fim de jogar sinuca?

 

 

— Uma cerveja, por favor.

— Uma pra mim também! E um hambúrguer desse aqui – Dean apontou para o cardápio. O garçom anotou o pedido e foi se afastando – Ah! Calma, não terminei ainda. E uma porção de batatas fritas. Das grandes!

— Vou trazer. – o garçom identificado como Larry respondeu – Mais alguma coisa?

— Essas cebolas fritinhas, uma porção grande também. – Dean continuou a passar o indicador pelo cardápio lendo todas as opções do menu – E um desse também. – apontou para outro aperitivo ali. – Agora sim pode ir, Larry – deu um tapinha no ombro do homem que saiu correndo dali antes que Dean pedisse mais alguma coisa. Sam o encarava com as sobrancelhas arqueadas. – O que é?

— Você pediu comida pra um batalhão de gente, Dean.

— Minha fome é de um batalhão, tá legal? – Sam balançou a cabeça em desaprovação – Qual foi Sam! Tira essa cara emburrada daí. Vamos aproveitar a noite!

— Estou aproveitando a noite, Dean. – apontou para seu redor indicando o bar.

— Não é desse jeito que eu tô falando... Vamos lá, olhe em volta. O tanto de gatinhas disponíveis pra gente.

— Valeu Dean, tô de boa.

—Por Deus Sam, você sempre tá de boa. Careta demais, nem parece que é sangue do meu sangue.

Dean olhou ao redor do bar, parando os olhos na mesa de sinuca no fundo do local. Na mesma hora, Larry apareceu trazendo as bebidas dos dois e a porção de batatas.

— Valeu cara. – Dean respondeu – Olha Sam, se você não vai aproveitar a noite, azar o seu, mas eu vou. Ei Larry, faz um favor pra mim – apontou para o fundo do bar – manda um coquetel pra aquela ruiva ali jogando bilhar.

 

 

— E você ainda acha que pode me vencer! – Meghan dizia após vencer pela terceira vez a irmã.

— Me poupe vai Megh! – Natasha disse emburrada vendo a irmã tirar sarro da falta de habilidade dela no bilhar – Te garanto que se formos pra uma mesa de pôquer sua sorte muda rapidinho.

—Muda nada, sabe por quê? Isso não é sorte, minha querida irmãzinha – Deu um gole na cerveja – É habilidade! – disse enquanto reorganizava as bolas na mesa pra mais uma partida.

— Habilidade... – Natasha resmungou dando a primeira tacada do jogo.

— Ei moça, mandaram isso aqui pra você – o garçom se aproximou de Meghan com um cosmopolitan na mão.

A ruiva que já estava em posição para fazer mais uma jogada, mal se mexeu. Virou o rosto em direção ao garçom com a taça, que apontou para o loiro no outro lado do bar, indicando que ele quem havia mandado a bebida. Dean levantou sua cerveja e abriu um sorriso safado. De um lado, Natasha observava a cena com um risinho no rosto, sabendo o que estava por vir. Do outro, Sam balançava a cabeça em negação.

— Valeu... – Olhou a etiqueta que continha o nome do homem –... Larry. Diz lá pro bonitão que eu não aceito bebida de estranhos. – e fez sua tacada, acertando mais uma vez, fazendo a irmã tirar o risinho do rosto e bufar porque sabia que perderia de novo pra ela.

Já o sorrisinho de Dean se desfez ao perceber o garçom voltando á mesa dos irmãos com a bebida nas mãos. Fechou o rosto totalmente quando viu que a ruiva nem sequer tinha olhado pra ele direito.

— Ela dispensou minha bebida? – falava indignado, isso nunca lhe acontecera antes.

— Acho que ela dispensou foi você como um todo – Sam disse rindo e Larry soltou um breve riso também, fechando a cara logo que Dean virou o olhar a ele em tom ameaçador – é Dean, parece que não vai ser hoje que você vai se divertir – Sam continuou rindo.

— Não é possível, ela não deve ter me visto direito, só pode – levantou da cadeira pegando a bebida da mão do garçom e foi em direção a elas. Sam rapidamente levantou e foi atrás, tentando dizer pro irmão deixar o assunto de lado.

Meghan que estava prestes a jogar pela quarta vez seguida já que havia acertado a caçapa três vezes, estava novamente tão concentrada no jogo que nem viu o Winchester se aproximar com o copo de bebida cheio. Ela moveu o taco e acabou batendo o mesmo na mão do loiro, fazendo a bebida virar todinha em sua blusa. E, consequentemente, errou a jogada.

— O QUE DIABOS? – A ruiva gritou em direção a Dean que arregalou os olhos com o ocorrido – POR QUE FEZ ISSO?

— Tá doida, é? Eu não fiz nada! – argumentou – você que virou o taco com tudo e derrubou meu copo!

— EU? – apontou pra si mesma – se você não fosse tão insistente isso não tinha acontecido! Recuso sua bebida e você vem até aqui derrubar tudo em mim?

Dean estava prestes a continuar a discussão quando simultaneamente Sam e Natasha interviram.

— Dean, pega leve. Ela tá certa, você que veio insistir quando ela já tinha dito não. – Sam dizia para o irmão, enquanto Natasha também acalmava a ruiva enlouquecida ali.

— Megh, ele tá meio que certo... Não foi por querer, foi um acidente. O taco bateu no copo.

— Não quero nem saber! – Meghan e Dean responderam ao mesmo tempo e se encararam.

— Vamos fazer o seguinte, primeiro aprende a levar um não e depois você joga seu charminho pras mulheres por aí, tá certo? – Meghan rosnou.

— E você aprende a ser menos esquentadinha e jogar a culpa nos outros! – Dean retrucou.

— Ah me poupe! Que ódio, você me deixou toda molhada!

— Costumo ter esse efeito nas mulheres mesmo – Dean disse ainda nervoso, mas com um leve sorrisinho na cara. Natasha deixou escapar uma risadinha, que foi logo reprimida na mesma hora que viu o semblante furioso da irmã piorar cada vez mais.

— Muito engraçadinho você. – Meghan pegou sua garrafa de cerveja e virou o conteúdo inteirinho no Winchester.  Deu um falso sorriso e anunciou a Natasha que ia ao banheiro.

— Sua..! – mas quando foi xinga-la, a moça já estava longe dali. Dean bufou - Te espero lá fora, Sam. – E saiu andando nervoso para fora do bar.

— Me desculpa! – Natasha e Sam falaram juntos e ambos riram da simultaneidade.

— Me desculpa pelo meu irmão, ele não é sempre assim... – parou um pouco e se corrigiu – quer dizer, é um pouco.

— Sem problemas, pelo menos com isso ela finalmente errou uma bola e eu posso jogar – apontou para a mesa de sinuca atrás dela. Sam riu - Me desculpa pela senhora esquentadinha ali também. Não vou dizer que ela não é assim sempre, porque ela é.

— Aliás, sou o Sam – Sam esticou a mão para cumprimentar a moça.

— Prazer, Natasha!

— É um nome lindo – a morena agradeceu e sorriu um pouco envergonhada com o comentário.

Um silêncio pairou entre os dois que não sabiam mais o que falar.

— Eu acho que vou lá... – falaram juntos novamente. Natasha continuou.

— Acho melhor eu ir lá checar a braveza em pessoa e o estado da blusa.

— E eu ir logo antes que o Dean me deixe pra trás. – Sam disse coçando a cabeça meio nervoso.

Os dois sorriram tímidos e se despediram.

 

 

— Mas sério Dean, precisava de toda aquela cena com a garota? – Sam se sentou na cama enquanto Dean andava pelo quarto ainda irritado.

— Mulher louca viu! – disse tirando a camiseta toda molhada e jogando num canto do banheiro – esse cheiro de cerveja não vai sair nunca mais de mim!

—Deixa de ser exagerado Dean, é só cerveja. Um banho e sai. E você bem que mereceu.

— Ela que é maluca! Não se pode cortejar mais uma mulher hoje em dia?

—Você tava era sendo insistente. São coisas diferentes.

— Tanto faz, só sei que se eu encontrar aquela mulher de novo ela vai se ver comigo. – sentou-se na cama – você trouxe minha comida? – Sam se calou e percebeu que na pressa se esqueceu de pegar as sacolas com o pedido embrulhado pra viagem – pô Sam! Eu tô morrendo de fome.

Dean caiu na cama e passou a mão na barriga. Antes que o irmão voltasse a tagarelar, Sam virou de costas e pegou no sono ouvindo um Dean rabugento no fundo.

 

 

— Maldito! Maldito! – Meghan praguejava enquanto esfregava água na roupa.

— Tá tudo bem aí? – uma moça vestida como garçonete saiu de uma das cabines – Quem é o maldito que você tanto xinga? Aqui. – aproximou-se e puxou um papel do dispenser, o molhou com água e sabão e passou na blusa de Meghan.

— Obrigada, Claire. – sorriu amigavelmente lendo a etiqueta com o nome da garçonete – Meghan. Era só um babaca que cismou comigo e derrubou um drink na minha blusa.

— Imagino mesmo – riu – aqui sempre tem um desses. Acho que melhorou – disse fitando a blusa de Meghan – se me der licença, preciso voltar a atender.

— Obrigada! Já ajudou demais – sorriu e a moça saiu do banheiro.

Logo em seguida Natasha entrou.

— Toc toc – sorriu amarelo – tá menos nervosa?

— Sério Nat! Isso é rosa! ROSA! Na minha blusa branquinha! – Meghan molhava o papel imitando Claire tentando aliviar a mancha rose que se formara ali – Que tipo de pessoa toma bebida ROSA, Natasha?

Natasha se aproximou e levou a blusa ao nariz – Cosmopolitan! Meu favorito! – e abriu um sorriso amigável.

— Sério Natasha? Porque eu estou prestes a esfregar seu favorito na sua cara! - rosnou

— Ah me poupe. Você pode até ter botado medo no loiro lá, mas eu você não assusta nem um pouco Meghan White.

O que não era cem por cento verdade, Meghan podia sim ser assustadora quando estava brava e Natasha não duvidava nem por um segundo que a irmã podia esfregar a blusa em sua cara, mas ela não ia admitir isso. A ruiva bufou e voltou a esfregar a blusa, que manchava cada vez mais.

— Mas e aí? Você acha mesmo que ele ficou com medo? – Meghan perguntou.

— Oh querida, você tinha que ver a cara dele do ângulo que eu vi quando você gritou pela primeira vez. E virar a cerveja no cara? Genial! – as duas caíram na gargalhada.

 

 

— Agente federal Waller.

— Agente federal Wood.

— Estamos aqui pelo corpo encontrado na estrada ontem – Meghan começou a falar enquanto guardava o distintivo do FBI.

— Ah sim, sou Patsy – A legista loira e baixinha se apresentou um tanto desconfiada – Designaram o FBI pra esse caso?

— Sabe como é né... Faz parte do treinamento anual os agentes pegarem casos menores – Natasha sorriu amigavelmente e recebeu um sorriso, dessa vez menos desconfiado, de volta.

Meghan encarava a irmã se perguntando como ela sempre conseguia a confiança das pessoas só com um simples sorriso, se dependessem de Meghan para isso, as duas seriam expulsas de todo lugar possível. As irmãs seguiram a legista, que já trocava figurinhas com Natasha como se fossem velhas amigas, Meghan ainda não acreditava na habilidade da irmã de ser tão simpática.

— E esta aqui eu comprei em uma das vezes que tivemos um caso na Califórnia. – Natasha apontava para uma das pulseiras que usava enquanto Meghan sutilmente revirava os olhos com aquele papo forçado.

As três chegaram ao final do corredor e Patsy indicou a maca onde estava o corpo. Logo em seguida um assistente entrou na sala e pediu que a legista o acompanhasse, deixando as duas caçadoras sozinhas na sala.

— “Essa pulseira eu comprei na Califórnia”? – Meghan arqueou a sobrancelha repetindo a frase que a irmã dissera – Achei que ia ficar trocando figurinha com a loirinha lá pra sempre. – puxou uma caneta que estava ali por perto.

— O que foi? Diferente de você, eu tento ser simpática com as pessoas.

Natasha pegou o relatório em cima da pequena mesa de metal e começou a folheá-los.

—“Corpo encontrado próximo à rodovia 123. Apesar da parte externa do corpo estar inteira manchada de sangue, a parte interna está completamente drenada. Marcas de mordidas foram encontradas no pescoço” – virou se para a irmã – o que você tá fazendo?

— Checando! – Meghan estava enfiando a caneta que havia encontrado nos buraquinhos formados pelas presas. – Vem aqui! – Natasha torceu a boca. Era uma caçadora e tanto, mas quando o assunto era mexer em defunto, o estômago da coitada até embrulhava – Viu? Não é vampiro. – enfiou a caneta mais fundo na carne.

— Como não? São presas, Megh. E todo esse sangue faltando!

—Elementar meu caro Watson - piscou – Mas o desenho das presas é diferente de um vampiro comum. E o que mais além de vampiro drena sangue e tem presas?

— Uma vetala! – a morena disse empolgada.

Na mesma hora, Patsy entrou na sala. As duas irmãs tomaram um susto.

— Tudo certo aí? – a legista perguntou desconfiada.

— Tudo sim – Meghan sorriu e Patsy continuou de cara fechada. Como diabos a Natasha conseguiu tirar um sorriso daquela mulher? – Acho que já conseguimos o que queríamos. Aqui! – Meghan entregou a caneta a Patsy, que pegou com certo nojo, - Muito obrigada! – disse acenando e saindo da sala seguida por Natasha.

— Espere aí, não estão esquecendo-se de nada? – as duas viraram com semblantes nervosos em direção a legista que estava parada na porta de braços cruzados – O nome da loja em que você comprou essa pulseira linda! – apontou para o pulso de Natasha.

—Ah sim! Claro! – sorriu aliviada.

 

 

— Agente Jones e Agente Smith – os irmãos se apresentaram assim que a jovem abriu a porta – Podemos falar com Linda Parker?

— Sou eu – a morena respondeu – Entrem.

— Senhora Parker, lamentamos muito pelo assassinato de seu marido, Michael – Linda assentiu e enxugou uma lágrima que escapara dos olhos – Pode nos contar um pouco sobre a rotina do seu esposo na noite em que desapareceu?

— Ele era uma pessoa muito tranquila, sabe? – a moça começou – Não tinha inimigos nem nada. Tinha a mesma rotina há meses, trabalhava durante o dia e nas quintas feiras gostava de sair com os amigos para beber. Nada demais.

— Entendo. E ele sumiu no bar que costumava ir com os amigos? – linda assentiu – Pode me dar o nome do bar?

— Só um minuto – levantou e foi até a geladeira, de lá tirou um cartão do estabelecimento – Aqui. – entregou aos irmãos – não sei o que aconteceu, nós temos uma filhinha sabe, liguei pra ele porque ela estava ardendo em febre, então ele disse que estava vindo pra casa e desapareceu. – secou novamente o rosto – vocês vão achar quem fez isso, não vão? Tem mais gente desaparecendo na cidade, sabe? Um casal de amigos nosso sumiu na noite seguinte. – revelou.

Os irmãos garantiram que fariam justiça ao marido de Linda, agradeceram a ajuda e saíram da casa com o cartão do bar em mãos.

— Pra sumir tanta gente assim Sam... Não sei não, se forem vampiros mesmo, deve ser um baita ninho. – disse entrando no Impala – e agora? Vamos pra onde? Ao necrotério ou ao tal bar dos desaparecimentos?

— Não vai ser necessário irmos ao bar – Sam fitou o cartão em suas mãos – Aqui olha – apontou para o nome que dizia “Hell’s House” – Foi nesse bar que fomos beber ontem à noite.

— O bar da ruiva furiosa? – Dean caçoou – Só me faltava essa - balançou a cabeça em negação.

— Vamos ao necrotério. Voltamos ao bar mais tarde pra falarmos com os funcionários sobre o caso. – Dean assentiu e ligou o motor.

 

— Agente federal Jones e Smith – Dean os apresentava ao estagiário do necrotério.

— Viemos por conta do corpo drenado encontrado na beira da rodovia – Sam continuou.

— Ah sim. – o jovem se apresentou – Sinto muito, mas suas colegas já passaram por aqui hoje. Não posso liberar o acesso.

Dean e Sam se encararam com certa preocupação. Será que o verdadeiro FBI resolveu dar uma paradinha por ali e investigar o caso? Não era possível.

— Olha...  Barry né? – Dean fitou a plaquinha de identificação do jovem – É coisa rápida de verdade, só precisamos dar uma olhadinha no corpo.  – arqueou as sobrancelhas pedindo pelo favor.

— Foi mal, não posso liberar – voltou a mexer no computador a sua frente sem dar muita atenção aos irmãos.

— Olha aqui seu...

— Posso ajudar? – a legista baixinha surgiu na recepção fitando os irmãos de cima a baixo, desconfiada da atitude grosseira de Dean.

—Olha, somos agentes federais – Sam mostrou os distintivos e continuou – Fomos remanejados pra cuidar do...

— Deixa eu adivinhar? Estão aqui pelo corpo da rodovia também? – os dois concordaram com a cabeça.

— Patsy, eu estava justamente os explicando que já vieram federais aqui hoje e não posso liberar a análise do corpo novamente – Barry se pronunciou.

— É ele tem razão – a loira aproximou-se dos dois – Suas colegas já passaram por aqui mais cedo. Por que o FBI mandaria mais agentes?

— Ah, sabe como é... – Sam coçou a cabeça – A comunicação entre os departamentos não é lá essas coisas... Devem ter se enganado e mandado duas equipes pro mesmo caso. – sorriu amarelo pra Patsy.

— Pois é – Dean pigarreou e continuou – mas precisamos cuidar do caso também senão nosso superior não vai gostar nada disso.

Patsy tomou o distintivo da mão de Sam e o olhou de perto. Os dois já estavam prontos para saírem correndo dali caso a mulher chamasse a polícia – verdadeira – pra prender os dois. Porém a loira apenas sorriu, devolveu o distintivo e fez menção com a cabeça para os irmãos a seguirem.

—Obrigado – Sam disse enquanto Patsy se retirava da sala – Essa foi por pouco ein?

—Nem me fale. Já estava pronto pra ser preso de novo por falsidade ideológica – Dean caminhou até os corpos – Mas que história é essa de outros agentes do FBI? – se aproximou do pescoço de uma das vítimas – Será que são caçadores?

— Não faço a menor ideia – Sam lia o relatório – Sendo caçadores ou não, é melhor manter distância dessas duas aí. “Corpo encontrado próximo à rodovia 123. Apesar da parte externa do corpo estar inteira manchada de sangue, a parte interna está completamente drenada. Marcas de mordidas foram encontradas no pescoço” – leu aquilo que Natasha já tinha lido mais cedo – O que tá fazendo?

— Conferindo – Dean voltou a cobrir o morto com o lençol – É, vampiro mesmo.

— Ok, então precisamos descobrir mais sobre onde esse ninho pode estar. Algo entre o bar de ontem à noite e a altura da rodovia em que o corpo foi encontrado. Vou jogar as informações num mapa quando voltarmos ao motel.

— Nerd – Dean resmungou – podemos passar numa lanchonete antes? Eu tô morto de fome.

— Tudo certo aí? – Patsy entrou na sala. Os irmãos acenaram que sim, agradeceram e saíram do local.

 

 

— Sou a agente federal Waller – apontou para Natasha – e essa é minha parceira, agente Wood.

— Linda Parker – a moça se apresentou – olha, sinto que perderam a viagem. Eu já disse tudo que sabia aos seus colegas mais cedo.

As irmãs se encararam confusas, será que tinham mandado federais de verdade para o caso? Antes que Meghan pudesse falar algo, Natasha tomou a rédea da conversa.

— Ah não acredito que fizeram isso de novo! – Natasha exclamou deixando Meghan confusa – Igual àquela vez na Califórnia, lembra? – cutucou a parceira, que deu um sorriso amarelo concordando – Eles ficam com essa falta de comunicação entre os departamentos e mandam mais agentes do que o necessário para alguns casos – Nat balançou a cabeça, seguida por Meghan que fez o mesmo – Será que seria muito incômodo você conversar com a gente também? Prometo que é rapidinho. Sabe, meu superior ficaria furioso se eu não conseguisse resolver esse caso. – sorriu.

— Ah sim, tudo bem – Linda concordou e fez menção pras moças entrarem.

 

 

Já tinha anoitecido quando as irmãs chegaram ao bar da noite anterior. Dessa vez, estavam ali a trabalho, ambas usavam roupas sociais, saltos e traziam seus distintivos consigo. Sentaram no bar e logo avistaram Claire, a garçonete simpática da noite passada. A moça se aproximou.

— E aí meninas? O que vão querer hoje? – sorriu passando um pano pra limpar o balcão – Só espero que não tenham vindo arrumar confusão com mais homens por aí – ela brincou fitando Meghan.

— Na verdade, hoje viemos a trabalho – Natasha mostrou o distintivo e a irmã fez o mesmo. A moça desmanchou o sorriso na hora – Podemos falar um pouquinho com você? – Claire concordou, porém mostrava-se um pouco apreensiva.

— São só algumas perguntinhas – Meghan começou – Conhece esse moço aqui da foto? – empurrou uma foto do Michael na direção da garçonete.

— Ah, esse é o moço que foi encontrado morto não? – Meghan assentiu – Ele costumava vir às vezes, mas bem pouco. Uma tristeza o que aconteceu com ele não é? – Meghan assentiu e mostrou mais uma foto, dessa vez era do casal que havia desaparecido.

— E esses? Conhece? – Natasha questionou

— Não que eu lembre – deu um sorriso amarelo – sabe, muita gente passa por aqui e eu não trabalho todas as noites – ela respondia enquanto organizava os copos embaixo do balcão.

Meghan, desconfiada da atitude apreensiva da moça não ia deixar barato.

— Certeza? Porque outras pessoas me falaram que eles sempre estão por aqui. E mesmo assim você não os viu... – arqueou a sobrancelha a fim de intimidar a jovem.

— Precisa de ajuda com algo aí Claire? – Larry, outro garçom, apareceu.

— Estamos bem – Meghan ergueu o distintivo – Polícia. Aliás, por acaso conhece esse casal aqui? – mostrou novamente a foto dos jovens. Larry acenou a cabeça em negação – Certeza? – levantou a sobrancelha.

— Acho que eles vinham aqui de vez em quando, mas sabe como é... – apontou em volta – casa lotada, não dá pra guardar o rosto de todo mundo. Uma pena eles terem desaparecido assim. – sorriu fraco mostrando empatia – Acabaram? Preciso da ajuda da Claire em algumas mesas.

As caçadoras assentiram e os garçons se retiraram. As duas se sentaram em uma mesa mais reservada a fim de verem o movimento do local e estarem prontas pra agir caso algo estranho acontecesse.

— “Outras pessoas me falaram”? – Natasha indagou a fala da irmã.

— Ah qual é – Meghan gesticulou – a mulher tava se tremendo de medo, joguei um verde pra ver o que ela ia dizer, e funcionou, caiu feito um patinho e se tremeu ainda mais.

— Não só ela né? O outro bonitão lá também – referiu-se a Larry – apareceu correndo pra defender a donzela mentirosa.

— Tô te falando Nat, esses daí tem culpa no cartório – aproximou-se da irmã pra falar mais baixo – ai, o que eu não daria pra passar uma faca de prata no pescoço da vadia e tirar essa dúvida.

— Não vamos nos precipitar, Megh. Às vezes a loirinha tava só com medo da policial brava que tem dentro de você. – Meghan riu – você intimida qualquer um quando arqueia a sobrancelha e faz essa postura de má!

— Escuta o que eu tô dizendo, tem coisa errada aí Nat.

— Aqui – Claire se aproximou com duas taças – cosmopolitas especiais da casa, e dessa vez eu quem mandei – sorriu, as irmãs se encararam desconfiadas – é pelo trabalho que estão fazendo pela cidade. As pessoas estão realmente assustadas, é bom saber que temos agentes competentes por perto. – Claire se afastou.

— Cosmopolitas? Sério? – Meghan rolou os olhos – essa bebida não chega perto da minha blusa limpinha nunca mais!

— Se você não quer, eu quero – Natasha puxou pra si a taça da irmã.

 

 

— Estamos aqui a trabalho, viu Dean? Não vai encher a cara senão perdemos qualquer movimentação estranha no bar – Sam dizia ao entrarem no estabelecimento.

—Relaxa Sammy, a trabalho, eu sei – se aproximaram do balcão – E ai Larry – cumprimentou o homem - Duas cervejas, por favor.

— Cuidado com a cerveja hoje viu? – entregou as garrafas aos irmãos – as duas mulheres da confusão de ontem estão aí – apontou para o fundo do bar e Dean virou-se para olhar. As moças conversavam e riam, em tom descontraído apesar de estarem ali a trabalho. Dean bufou:

— Era só o que me faltava.

— Pois é, além disso, as moças são federais – Larry completou – se eu fosse vocês ficava fora da cola delas.

Os Winchesters se encararam. Aquilo podia atrapalhar de verdade o caso deles.

— Droga Dean, as agentes tinham que ser justo elas? – Sam exclamou olhando pra mesa das duas – como sequer vamos nos apresentar como policiais para interrogar os funcionários daqui sem chamar a atenção das duas?

— Não vamos Sammy, não vamos – bufou frustrado – Ei moça, Claire certo? – chamou a atenção da garçonete que logo se aproximou – você por acaso sabe o que as agentes federais estão fazendo aqui?

— Nada demais, elas só me fizeram algumas perguntas. Se eu conhecia o falecido ou o casal que desapareceu – deu de ombros – Tenho outras mesas pra atender, licença – eles assentiram.

— Ok, alguma ideia? – Sam perguntou.

— Uma ótima... – serrou os olhos mirando Meghan, que agora se encontrava sozinha na mesa – vou lá falar com a esquentadinha e ver se consigo alguma informação sobre algum possível suspeito.

Sam balançou a cabeça

— Péssima ideia, pra que cutucar a onça com vara curta? Eu é que não vou ficar aqui pra ver isso – levantou-se – vou ao banheiro e já volto.

Dean vestiu seu melhor sorriso e caminhou até a ruiva. No meio do caminho, pegou uma cerveja da bandeja de um garçom que passava por ali. Se fosse pra ter que falar com a mulher, faria isso do melhor jeito. Não podia negar que a achava atraente e estava até um pouco esperançoso achando que ia se dar bem com a ruiva dessa vez. Pelo menos era o que o Winchester achava.

— O lugar tá ocupado? – disse se sentando á mesa e recebendo logo de cara um olhar furioso de Meghan.

— Você realmente não desiste, não é mesmo? – disse desacreditada – depois de tudo que fez e de todos os foras que levou você ainda tem a audácia de vir até aqui me atazanar.

— Olha, não diria que aquilo foi totalmente um fora... – entregou a cerveja á ruiva, que o olhou desconfiado – pode-se dizer que foi apenas um erro de comunicação.

— O que eu devo fazer com isso aqui? – apontou para a cerveja – trouxe para eu virar a garrafa novamente na sua cabeça?

— Eu vim em paz ok? – o loiro levantou as mãos em sinal de rendição – Vamos dizer que eu tenho uma quedinha por agentes da lei – piscou para a moça.

— Ah é? – Meghan aproximou-se ficando com o rosto perto ao do homem - Então já sabe minha profissão – aproximou-se mais ainda – E se sabe, voltou aqui para que? Quer que eu perca minha paciência e te leve embora daqui algemado? – sussurrou em sua orelha o ameaçando, mesmo sabendo que não teria como realizar tal ameaça. O loiro abriu um sorriso safado.

— Se for do jeito que eu tô pensando – piscou para a moça que se afastou e revirou os olhos. – Dean – estendeu a mão.

— E posso saber o que você veio fazer aqui, Dean? Me chamar de louca novamente? – tomou um gole da cerveja ignorando a mão estendida do loiro.

— Não dessa vez – sorriu e tomou um gole de sua cerveja – mas como eu disse, tenho uma queda por agentes da lei e fiquei sabendo que você e sua amiga que estão cuidando do caso dos desaparecidos – Meghan ergueu a sobrancelha, estava curiosa pra saber aonde aquele papo chegaria – eu e meu irmão, nós estamos investigando por conta própria os sumidos... Queríamos saber se vocês não tem nenhum furinho de reportagem pra nos dar.  – disse apontando para o fundo do bar onde achou que Sam estava sentado.

Meghan o olhou de cima a baixo pensando no que raios aquele cara estava falando. Só podia ser muito burro mesmo, se ela realmente fosse uma agente federal, não iria sair revelando o que sabia. E como caçadora, também não poderia contar nada ao rapaz.

— Olha, por mais que você queira tanto um furo de reportagem, não vai rolar querido. Além do mais – apontou para o mesmo lugar que Dean havia apontado – onde está esse seu tal irmãozinho?

Dean então olhou para trás e viu que Sam não estava ali. Estranhou, pois já fazia tempo que o irmão saíra para ir ao banheiro.

— Estranho...

— Pois é. Agora se me der licença, preciso ir atrás da minha parceira – Meghan notou que Natasha também não voltara do banheiro.

Levantou se e foi em direção aos fundos do local, mal percebeu que o Winchester a seguia. Entrou no banheiro feminino e apenas deu de cara com duas moças que conversavam alegremente ali, perguntou se alguma delas havia visto Natasha, mas as duas negaram.

— Droga... – Saiu do banheiro e deu de cara com o Winchester – o que diabos você ainda tá fazendo atrás de mim? – Meghan andava pelos corredores do fundo do bar procurando a irmã.

— Ih relaxa ruivinha – Dean também andava de um lado pro outro – meu assunto dessa vez não é com você. Tô procurando meu irmão, ele disse que vinha ao banheiro e sumiu. – Meghan o encarou, o loiro parecia tão preocupado quanto ela.

— Natasha também – Meghan agora andava de um lado pro outro temendo o pior – Droga Nat, atende!

— Fala sério Sammy! – Dean também ligava pra Sam - Droga.

Meghan saiu pelos fundos do bar, a música alta não a deixava pensar direito, Dean foi atrás da moça, ainda telefonando para o irmão e praguejando enquanto fazia.

— Fica quieto Dean.

— Quem você acha que é pra me...

— Tá ouvindo isso? – a ruiva andou em direção à mata seguindo o toque. Abaixou-se e pegou o objeto que emitia o som. Mostrou para Dean – Isso por acaso era do seu irmão? – O homem assentiu. Olharam em volta gritando por Sam e Natasha, temendo que fosse tarde demais.

 

 

 Natasha apoiava-se a pia do banheiro. Sentia-se zonza e isso se confirmava cada vez que olhava ao espelho e via seu reflexo todo em borrões.

— Droga de cosmopolita! – a moça praguejou saindo do banheiro se escorando nas paredes e acabou por esbarrar em alguém – oh, desculpe. Claire? É você? – semicerrou os olhos identificando a figura loira a sua frente. – o que está fazendo?

Natasha muito tonta perdeu o equilíbrio e quando se deu conta estava sendo arrastada por Claire até os fundos do local, a morena se debatia com o resto da força que tinha e chamava por ajuda, tateou o corpo e praguejou por não ser como a irmã, que carregava sempre uma faca de prata no corpo. Estava quase perdendo a consciência quando viu um rosto familiar se aproximar.

— Ei, larga ela! – O Winchester tentou correr em direção as duas, mas parou subitamente quando Claire mostrou suas presas. – Olha só... Vou te dar duas opções: você larga a moça agora e eu faço da sua morte algo rápido ou eu e você teremos grandes problemas – Conforme se aproximava, a garçonete ia cada vez mais em direção à mata escura carregando Natasha e ameaçando fincar as presas no pescoço da moça – Eu mandei largar ela! – mas assim que Sam sacou o revólver, pode ver Natasha gritar algo e logo tudo escureceu.

 

 

— Fala sério Nat! Você não pode sumir assim! CRETINA! – Meghan gritou e na mesma hora ouviu um barulho. Dean a encarou, eles não estavam sozinhos.

— Fique atrás de mim – Dean tomou a frente da moça. Como caçador, sabia que o que estava ali não era coisa boa.

— Me poupe – Meghan passou o loiro pra trás e puxou sua faca de prata presa em uma de suas coxas, como caçadora, também sabia que o que havia feito o barulho não era humano. Dean se espantou com a atitude da moça - Fique aqui – foi em direção à mata, mas o Winchester a impediu. – o que foi? Sai do meu caminho, eu vou atrás da Natasha e do seu irmão.

Dean não ia deixar a moça entrar sozinha naquela mata, não com o que estava a solta por ali. Se tinham pegado Sam, um caçador profissional, pegariam Meghan em um piscar de olhos.

— Olha ruiva, - ele respirou fundo se preparando para contar – sei que vai parecer loucura, mas o que pegou meu irmão e sua amiga não é humano.

Meghan arqueou a sobrancelha e revirou os em negação.

— Era só o que me faltava – praguejou – eu não acredito... – ultrapassou Dean e continuou indo em direção à floresta.

— Eu sei que é difícil de acreditar, mas é a verdade – respirou fundo, a ruiva andava de um lado pro outro iluminando as arvores com a lanterna do celular – você sequer tá prestando atenção no que eu tô dizendo?

— Infelizmente sim – virou-se para Dean – é obvio que o que pegou aqueles dois não é humano, Dean – o loiro arqueou a sobrancelha sem entender a fala de Meghan – o que eu não tô acreditando é que justo nessa altura do caso fui dar de cara com um caçador! E dos chatos ainda.

— Espera ai, você caça também? – indagou surpreso com a boca entreaberta.

— Claro que sim, o que mais você acha que eu estaria fazendo no meio do nada com uma faca presa nas coxas além de estar caçando? Vocês caíram mesmo no papo de FBI, não é?

Dean deu de ombros, ainda estava um pouco chocado com a coincidência, mas reconheceu que foi meio burro de não ter notado aquilo antes.

— Droga! – xingou ao ver a luz da lanterna falhando, indicando que a bateria ia acabar. Entrou novamente no bar indo até o balcão atrás de Claire. Já estava mais do que desconfiada que a vadia tivesse envolvida com aquilo tudo. Dean foi junto dela, mas ao chegarem não encontraram nem sinal da garçonete. O bar já estava bem mais vazio e Larry recolhia copos das mesas ali.

— Ei você - andou até Larry – onde a sua amiguinha loira se meteu?

— Por acaso você está me procurando? – Claire apareceu – estava no banheiro, precisam de alguma coisa? – sorriu amigavelmente na direção dos caçadores.

— Vou te contar do que eu preciso! – Meghan grudou a garçonete pela gola da blusa e a encostou contra uma coluna. Os clientes que ainda estavam ali se assustaram com a atitude da moça.

— Ei, ruiva – Dean deu um passo à frente.

— Não se mete – rosnou e voltou a fitar a garçonete. Fez menção de pegar sua faca de estimação, mas percebeu que a mesma não estava ali. Olhou de canto para Dean, que tinha a faca presa a calça. Que diabos de horas ele havia a pego?

Dean não fazia ideia do que estava acontecendo ali, mas sabia que sair atacando funcionário de bar não ia render boa coisa. A policia verdadeira poderia ser chamada e eles não poderiam ajudar Sam e Natasha atrás das grades. Puxou Meghan pelo braço.

— Vamos embora – lançou um olhar firme para a moça – Acho que você bebeu demais da conta por hoje não é? Não bastou comigo, teve que arrumar confusão até com a pobre da garçonete – deu um sorrisinho simpático para Claire que olhava a situação assustada.

Meghan então caiu em si quando olhou em volta e viu o bar inteiro a observando, não podiam correr o risco de alguém ali chamar a polícia. Concordou com Dean, murmurou um pedido de desculpas pra loira e saiu do local apressada, o caçador saiu atrás.

— Que merda foi aquela? Você tá louca? Achei que vocês duas iam se atracar ali mesmo.

— Nunca mais, Dean! Nunca mais me chame de bêbada! – Meghan dizia com o indicador apontado – Aquela vadia pegou minha irmã!

— Você ficou maluca? – perguntou e recebeu um olhar de morte da caçadora – a garota quase morreu de medo de você! Se ela fosse a vampira que estamos procurando, teria voado no seu pescoço na mesma hora.

— Primeiro: não vou perder meu tempo te dando satisfação do porque eu sei que ela é a culpada disso aqui – andou até Dean e esticou a mão, como se pedisse sua faca de volta – e segundo: não é um vampiro. São vetalas.

— Claro que são vampiros. Vetalas não são nem um pouco comuns na região e há anos os caçadores não ouvem falar delas – Meghan rolou os olhos, não ia perder tempo naquela discussão. Esticou as mãos pedindo mais uma vez a faca – Ah não, não. Não entrego a faca até saber o que você tá planejando.

Meghan respirou fundo e aproximou-se de Dean, que puxou a faca da calça e ergueu a mesma para que a ruiva não pegasse. Bufou.

— Estou planejando te dar uma surra se você continuar com gracinhas me fazendo perder tempo aqui! E logo em seguida ir atrás da vadiazinha que pegou minha irmã e trazer a cabeça dela numa bandeja só pra te provar que a desgraçada que estou caçando é uma vetala. – e então deu um soco no braço de Dean, que surpreso com o tamanho da força de Meghan, deixou a faca cair.

Pegou a faca e saiu em direção ao carro dela. Abriu a porta e antes que pudesse entrar Dean a fechou.

— O que é agora? – cruzou os braços.

— Não vou deixar você sair atrás da primeira pessoa que você desconfia ser vampira! Muito menos no meio da noite numa mata escura – Meghan cruzou os braços – não sei se você lembra, mas meu irmão sumiu também. Nós vamos juntos atrás deles.

Meghan revirou os olhos, por mais que achasse Dean estúpido, sabia que não ia conseguir se livrar dele. E realmente, duas pessoas caçando era melhor do que uma só.

— Ok. Mas eu tô no comando. - Dean pendeu a cabeça mostrando que discordava – essa é a condição. –abriu a porta do Camaro e entrou – E nós vamos ficar e esperar a garçonetezinha. – acrescentou.

 

 

Natasha abriu os olhos aos poucos, ainda estava zonza. Quando finalmente despertou, olhou em volta e percebeu que estava no que parecia um depósito, caixas com garrafas estavam empilhadas por todo o local. Tentou se mexer, mas viu que suas mãos e pés estavam amarrados. Ouviu alguém chamar.

— Natasha? Ei, você tá bem?

— Sam? O que aconteceu? Onde nós estamos? – indagou nervosa, se lembrava de pouca coisa antes de ter apagado totalmente.

— Fomos pegos pela mesma coisa que pegaram eles – apontou com a cabeça para o outro lado do galpão, onde o casal da foto que Natasha carregava estava preso.

Natasha olhou para o casal dando um leve sorriso, o homem acenou com a cabeça, mas a moça mal se mexeu, sangue escorria de seu pescoço, manchando toda sua roupa e deixando rastros no chão.

— Ela está...? – indagou e recebeu um “não” de Sam, e suspirou aliviada – Droga, viemos pra cidade apenas pra salvar vocês – disse se referindo à irmã.

— Belo resgate – a mulher respondeu com certa dificuldade, Natasha deu um sorriso amarelo.

Sam voltou a se pronunciar.

— Olha, eu sei que é policial e isso vai parecer loucura, mas o que nos capturou não é humano, Natasha. – a morena riu pelo nariz. Não acreditava que aquilo estava acontecendo. A mulher soltou mais um risinho balançando a cabeça em negação – eu sei que é difícil de acreditar, mas o que nos prende aqui são vampiros.

Olhou para o casal que aparentemente pareciam estar ok com aquilo tudo que Sam dizia, não faziam cara nenhuma de espanto ou preocupação, o homem apenas deu de ombros.

— Olha, não é querendo cortar o seu barato não, mas não são vampiros – Sam se preparou para voltar a falar, mas Natasha continuou – São vetalas. – o Winchester ergueu a sobrancelha – e eu não sou da polícia coisa nenhuma. Aparentemente não passo de uma mera caçadora como você, Sam. – torceu a boca dando de ombros.

— você caça também? – perguntou boquiaberto com a coincidência – Uou, não é todo dia que a gente topa com um caçador por aí. – a moça assentiu.

— Então vocês dois – a mulher do casal voltou a se pronunciar – matam esses tipos de coisa todo dia e se deixaram ser pegos?

— Meredith... – o marido a repreendeu.

— Só tô dizendo... Se eles não conseguiram escapar, como nós vamos? – suspirou como se já aceitasse seu destino.

Os dois caçadores se olharam, sabiam que a moça não falava mentiras.

 

 

Meghan e Dean estavam sentados no Camaro observando de longe o bar. Após relutar, Dean concordou em tirar o Impala dali e ficar no carro da moça. Os dois observavam de longe a movimentação no estabelecimento, já era madrugada e os últimos clientes e funcionários saíam.

— Sabe você não me disse seu nome, ruivinha – disse tentando puxar assunto.

— Meghan.

— Meghan e Natasha, hum? – a fitou.

— É, tá olhando tanto por quê? – ergueu a sobrancelha.

— Me lembra de alguém.

— A mulher dos seus sonhos? – riu pelo nariz e voltou a observar o bar. Tinha em mãos sua faca de prata de “estimação”.

Dean continuou pensativo, tão concentrado que não viu quando o último funcionário do bar saía. Despertou de seus pensamentos com Meghan o cutucando com a ponta de sua faca.

— Cuidado com isso aí – falou referindo-se à faca. Ela o ignorou e apontou para a saída do bar.

— O último funcionário. E nada da vadiazinha ou do aspirante à guarda costas dela saírem.

— Como você sabe que é o último mesmo?

— Ao contrário de você, eu presto atenção nas coisas quando estou trabalhando.

— Tô vendo mesmo, esse seu jeito de caçar é tão eficiente que deixou sua irmã ser capturada. – desdenhou.

— E o seu jeito de caçar é bem melhor, não? Me surpreende como foi que levaram seu irmão e não você, a distração em pessoa. Olha lá.

De longe, era possível ver Claire tirando o lixo pela porta dos fundos, a moça observou desconfiada a mata ao redor e logo voltou para dentro do bar entrando por uma porta diferente da que saíra.

— Vamos.

Os dois saíram do carro e foram em direção aos fundos do bar, a porta pela qual a garçonete tinha entrado estava aberta e os caçadores entraram. Seguiram pelo corredor e verificaram que por ali não tinha ninguém. Entravam em todas as portas procurando pelos irmãos.

— Ei ruiva – Dean sussurrou e apontou para a porta no fundo do corredor, que dava para o lado do salão principal. No fundo do salão, num lugar até então reservado, havia uma porta – alguma chance de eles estarem ali?

Meghan assentiu e os dois seguiram cruzando o bar, tudo no mínimo silêncio até que Meghan acidentalmente bateu o bico do salto em um engradado de bebidas que estava largado no chão.

— Ouviu isso? – ouviram a voz de Larry, que entrou no salão. Abaixaram-se e se esconderam entre algumas caixas debaixo do balcão.

— Seu método de caçar inclui vir de salto?! – Praguejou.

— Shiu!

Ouviram pelos passos que Larry se aproximara, quando perceberam o barman estava perto, com apenas o balcão os separando e os escondendo.

— O que está fazendo? Eu não ouvi nada – Claire entrou no salão – Vem, vamos.

Os caçadores respiraram aliviados quando ouviram o casal se afastar, continuaram andando, dessa vez com o triplo de cautela, até chegarem a porta. Abriram e deram de cara com uma escada, desceram e chegaram até um corredor escuro, tinham a opção de virar tanto pra esquerda quanto para a direita, Meghan fez sinal para o Winchester, que logo entendeu que era ali que deveriam se separar.

— Se der de cara com eles, grita – Dean disse e entrou no corredor escuro.

 

 

Os quatro continuavam amarrados no galpão, já haviam tentado de tudo pra se soltar, mas aquelas cordas estavam muito bem presas e os pulsos dos caçadores já sangravam pelo contato da pele com o material da corda.

— Não adianta tentarem – Meredith disse – Estamos aqui há dias e não conseguimos nos soltar, vocês forçando a corda desse jeito só vão se desgastar mais ainda.

— É, valeu pelo conselho – Natasha largou os braços vendo que o esforço era em vão mesmo.

— Então, por acaso tem mais de vocês vindo ou vocês são os únicos? – Derek perguntou.

— Se depender da minha irmã, ela acha a gente rapidinho. Nossa, a Meghan deve tá louca da vida por eu ter sido sequestrada.

— Nem me fale – Sam concordou – O Dean deve tá desesperado com meu sumiço.

Natasha o fitou.

— Espera aí... Sam e Dean? – Sam assentiu – Não me vá dizer que são Sam e Dean Winchester!

— Nos conhece?

— Não exatamente... Conheci seu pai, John. – Natasha sorriu fraco – Ele me ajudou numa caçada quando minha mãe desapareceu, grande homem. Fiquei sabendo o que aconteceu. Sinto muito.

Sam agradeceu e logo o galpão voltou a ficar silencioso. Até demais.

— Bom, seja lá com quanta raiva seus irmãos estiveram, é bom eles aparecerem logo – Meredith falou – Estão ouvindo o silêncio? O bar tá fechando, logo logo os nossos vampirinhos descem pra fazer mais um lanchinho.

Os quatro se encararam, era incrível como Meredith conseguia manter a calma com seu senso de humor meia boca. O silêncio se quebrou novamente, quando Claire e Larry apareceram ali.

— Ora ora se não são nossos jantares! – Claire abriu um sorriso.

— E pensar que eu realmente te defendi pra minha irmã! – Natasha exclamou vendo a loira se aproximar – Oh, eu mal posso esperar.

— Pra que, garota? Virar minha comida? – chegou perto do pescoço da caçadora.

— Não. Mal posso esperar pra ver a felicidade no rosto da minha irmã quando descobrir que estava certa – virou o rosto colando-o na garçonete – e colocar sua cabeça em uma bandeja! – rosnou.

Claire então fincou as presas no pescoço de Natasha, arrancando gritos e sangue da caçadora e de Sam, que pedia para deixarem-na em paz.

— Não se preocupe grandão – Larry se aproximou – Tem pra você também.

E fincou as presas no Winchester.

 

 

Dean seguiu para a direita, entrando no que seria uma espécie de dispensa, porém muito maior que uma convencional. Passou por caixas empilhadas e deu de cara com um rosto bem conhecido.

— Sam! – se aproximou do irmão que ficou feliz em vê-lo – você está bem?

Sam assentiu e Dean se abaixou para cortar as cordas do irmão mais novo. Natasha pigarreou chamando a atenção do loiro.

— Veio sozinho? Cadê a minha irmã?

Antes que Dean pudesse responder, ouviram a voz de Claire.

— Procurando essa daqui? Vai pra trás, loirinho.

Entrou no local segurando Meghan com uma das mãos, com a outra segurava sua faca de prata no pescoço da caçadora. Dean se afastou de Sam levantando as mãos em sinal de rendição.

— Dei de cara com eles – Meghan deu um sorriso amarelo. – Oi Nat, Sam... Casal aí, viemos salvar vocês.

— Parabéns, belo resgate – Meredith ironizou mais uma vez, Derek riu.

— Você sempre é pessimista assim? – Natasha indagou, a moça deu de ombros.

— Já chega – Claire empurrou Meghan no chão, fazendo-a cair de joelhos. Larry se aproximou de Dean, empurrando ele no chão também.

— E aí? Vai ficar parada? – Meghan perguntou à Claire – Vamos lá, essa é a parte em que você mostra seus dentinhos e eu descubro se estou certa ou não - A loira assumiu um semblante confuso, Meghan percebeu e decidiu explicar. Precisavam ganhar tempo para pensarem em algo útil a se fazer pra sair dali – O loirinho aí jura que vocês são vampiros – deu de ombros – eu como a caçadora experiente que sou, apostei em Vetalas.

— Aqui sua resposta – Larry sorriu mostrando as presas fazendo Meghan dar um gritinho em comemoração.

— Eu te disse, idiota. Tá me devendo 20 pratas e uma blusa social nova.

— Ela sempre tem que provar que está certa? – Sam se dirigiu a Natasha.

— Você não faz ideia! – exclamou.

Claire pigarreou fazendo as atenções se voltarem para ela e Meghan. Foi com as presas em direção ao pescoço da jovem, que fechou os olhos esperando a mordida.

— LEMBREI! – Dean gritou, fazendo Claire parar. – Eu disse que você me lembrava de alguém! – exclamou como se tivesse acabado de descobrir as Américas. – Meghan e Natasha White! Filhas de Alice White. Conheci a mãe de vocês, mulher durona viu?

— Cale-se! – Claire ordenou – Nem mais uma palavra.

— Não falo mais nada, prometo – Dean acrescentou – mas se eu fosse vocês tomava cuidado, sendo filhas de quem são as duas sempre têm um truque na manga. – piscou para Meghan.

— Ah, você não tem ideia! – exclamou.

E em um segundo de distração, Meghan puxou um dos saltos que usava e fincou na coxa de Claire, que agonizou de dor e, ao levar as mãos à coxa, deixou a faca de prata cair. Meghan chutou o objeto para Dean, que esfaqueou o coração de Larry, fazendo-o cair morto no chão. Meghan se levantou e chutou a garçonete. Levantou o salto na altura do rosto de Claire.

— Prata, querida – piscou ao fincar o salto no coração da Vetala. Virou-se para Dean e os demais, que se espantavam com a agilidade e os truques da caçadora – Vai continuar reclamando do meu salto? – arqueou a sobrancelha.

 

 

Meghan havia levado todo mundo para o hospital enquanto Dean se livrava dos corpos das Vetalas. No final, a polícia acabou acreditando que um animal tinha atacado os quatro e logo os liberou quando Meghan ameaçou ligar para seu “superior”. A verdade é que nem a polícia estava aguentando o falatório todo de Meredith, que não parava de reclamar de estar ali detida para ser interrogada.

Os quatro agora estavam encostados nos capôs de seus respectivos carros, Sam e Natasha com curativos no pescoço. Os caçadores comiam hambúrgueres.

— Então sua mãe simplesmente puxou a faca da bota e decapitou a bruxa – Dean falava de boca cheia.

— Agora eu entendo da onde você puxou o amor por bruxas – Natasha disse referindo-se a Meghan – mamãe ficava louca quando o assunto eram elas. A irmã deu de ombros.

— Não diria amor... Só tenho certa curiosidade. – ofereceu o pacote de batatinhas para a irmã, que recusou.

— Ah querida, eu não aceito mais nada que seja seu! – disse fazendo referencia ao cosmopolita envenenado – ainda não acredito que a vadia me drogou!

— Temos que admitir que esperta ela foi – Sam comentou. Dean concordou.

— Nunca que eu ia imaginar que aquela mocinha indefesa era o monstro.

— Pois eu sabia. Desde o começo – Meghan se gabou e os três reviraram os olhos, já era a quinta vez que a caçadora os lembrava de que estava certa.

Os caçadores ficaram ali mais um tempinho, até terminarem de comer. E logo Meghan anunciou que estava na hora de irem embora.

— Pra onde vão? – Sam perguntou.

— Pra praia mais próxima daqui! – Meghan exclamou – É serio Nat, nem mais um caso vai me impedir de ter minhas férias – falou abrindo a porta do Camaro.

— Boas férias – Sam desejou fitando principalmente Natasha – foi bom caçar com vocês. – sorriu para a moça, que sorriu tímida de volta.

— Foi divertido.

— Divertido? Me custou minha blusa favorita! – cerrou os olhos pra Dean – e quem fez todo o trabalho fui eu!

— Você? – Dean indagou cruzando os braços – o seu trabalho era se deixar ser pega por dois garçons idiotas?

— Eu resolvi tudo depois, não resolvi? – cruzou os braços também – se não fosse por mim, você ainda estava lá procurando seu irmão igual idiota em qualquer lugar, menos nos braços da loirinha. Admita Winchester, você ficou de cara quando me viu transformar o salto em uma arma.

— Coisa de amador – Dean deu de ombros. Tinha achado a ação incrível, mas não ia admitir tal coisa.

Sam e Natasha rolaram os olhos e Nat decidiu se pronunciar antes que a discussão começasse novamente.

— Bom, vamos? – a irmã assentiu.

Natasha aproximou-se de Dean, se despedindo. Virou-se para Sam.

— Prazer em te conhecer, Sam.  – sorriu.

— O prazer foi meu, Nat. – o Winchester sorriu de volta e a morena entrou no carro.

— Tchau Dean – Meghan disparou – não pense que eu esqueci que me deve 20 pratas.

— Na próxima vez que nos encontrarmos te pago a aposta. – a moça imitou uma gargalhada.

— Há há! Não vai ter outra vez. Apareça pra estragar minha partida de sinuca e terá mais do que uma cerveja virada em sua cabeça - entrou no Camaro.

Meghan ligou o rádio, tocava Bon Jovi. Saíram dali, mas não sem antes Natasha e Sam trocarem mais acenos e sorrisos.

 

— “Prazer em te conhecer”? – Meghan debochou – Oh Nat, você é uma gracinha! Mais um pouco e achei que vocês iam trocar beijos apaixonados.

— Só porque eu sou educada não quer dizer que eu tenho interesse nas pessoas – se defendeu – muito melhor ser simpática do que um troglodita igual você com o Dean que mal se conheceram e só sabem se provocar.

Meghan bufou.

— Aquele idiota me deve uma blusa! – voltou a prestar atenção na estrada, e logo que percebeu que Natasha voltaria a tocar no assunto, aumentou o volume da música.

 

 

— E qual é a de você e a morena, ein? Ficaram quatro horas dividindo um sequestro e já saíram cheio de gracinhas? – perguntou a Sam.

— Dean, existe uma coisa chamada educação. E se você não teve isso com a Meghan, não quer dizer que eu não possa ter com a irmã dela. – o loiro rolou os olhos.

— Educação... – resmungou – quem não tem educação é aquela lá. Mulher maluca. – Sam riu pelo nariz.

— Vocês dois pareciam criança de pré-escola. Nunca vi tanta provocação.

Antes que Sam pudesse dizer mais alguma coisa, Dean ligou o rádio, aumentando o som até não ouvir mais a voz do irmão.


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Notas finais do capítulo

E esse foi o primeiro encontro das irmãs White e os Winchesters.
Espero que tenham gostado!
Pretendo logo logo postar o segundo capítulo.
Comentários, críticas, ideias... Fiquem a vontade para falar. Vou adorar ler a opinião de vocês!
Até a próxima!



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