Great Expectations escrita por isa, Jones


Capítulo 10
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Hinny shippers, vocês estão por aí? ;)
A partir de agora os capítulos ficam meio igual novela da globo gente, mil elencos diferentes hahaha a gente espera que vocês gostem.

Ah, queremos aproveitar essas notas iniciais para divulgar projetos muito legais que vão acontecer em Novembro e Dezembro: o mês de fanfics Hinny e o mês Romione, respectivamente. Quem não conhece ainda e tem interesse, têm twitter com infos! :) (@HinnyNovember / @dezembromione)

É isso. Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/793966/chapter/10

No segundo dia de aula, os autofalantes do rádio da escola tocavam Waterfalls do TLC e Gina cantava distraidamente enquanto tentava se lembrar onde era seu armário. Tinha gostado do seu primeiro dia, apesar de confuso e com muitas matérias em corredores diferentes, além do sistema de casas que a separava das duas únicas amigas que tinha feito na orientação: Luna Lovegood e Hannah Abbott, uma da Corvinal e a outra da Lufa-Lufa, respectivamente. Ela tinha parado na Grifinória, no mesmo prédio de dormitórios de toda a sua família – o que poderia ser um motivo de orgulho ou chateação, não estava certa ainda.

I know that you're gonna have it your way or nothing at all, but I think you're moving too fast.— cantava baixinho enquanto tentava enxergar os pequenos números nos armários.

Concentrada como estava, obviamente não percebeu quando tal como numa comédia romântica de classificação livre, um rapaz apenas uns dez centímetros mais alto que ela teve um encontro não premeditado com seu corpo, levando os dois ao chão.

— Eu acho que você está indo muito rápido. - ele gracejou em referência a música que ela estava cantando, o que Gina só foi entender alguns segundos depois do baque.

Estava pronta para gritar um típico "olha por onde anda idiota", pois seu humor não era dos melhores àquela hora da manhã e além disso ela não estava pronta para admitir que também não estava olhando para frente quando viu que ele se levantou rapidamente e estendeu a mão para ajudá-la a levantar. A gentileza fez ela repensar a resposta:

— Ou você não estava olhando para onde estava indo. - Gina não conseguiu evitar dizer, apenas para ver o sorriso sem graça dele. Era a coisa mais fofa do mundo. Ele apertou um de seus olhos verdes brilhantes enquanto a bochecha adquiria um tom avermelhado bonito e com mãos nervosas bagunçou ainda mais o cabelo desalinhado.

Ela sentiu que precisava se apresentar.

— Gina Weasley.

— Weasley, huh? – o garoto sorriu e além das covinhas ela percebeu as cores da Grifinória no emblema do colete dele.

— Imagino que você conheça meus irmãos. - Gina encolheu os ombros sabendo que isso a fazia perder qualquer chance que nem sabia se tinha com o rapaz estranho, já que todos os Weasley mais velhos tinham uma mania de serem superprotetores em relação a ela.

— Um pouco. - Harry confessou sorrindo e ajudando-a a pegar suas coisas no chão. - Bem, sou Harry Potter.

O nome não era estranho, ela se lembrava de Ron falando sobre o garoto durante todo o verão.

— Prazer, Harry. - Gina sorriu docemente, ignorando o fato de que a proximidade entre eles não era um bom sinal. Ela com certeza estava apaixonada em sua opinião: era paixão à primeira vista.

— Igualmente. - sorriu educadamente e, andando de costas, mas ainda olhando para ela, completou: - Tenho certeza de que nos veremos muito por aí.

— Eu espero. – a garota murmurou enquanto ele se afastava na multidão e não conteve um suspiro - Minha nossa.

Mal sabia nossa mocinha que enquanto estava distraída em sua busca pelo armário, ele estava distraído com outra coisa. Na verdade, outra pessoa: Cho Chang, que estava com os cabelos até os ombros num novo corte bonito e uma calça jeans justa, e aquela combinação tinha sido o fim da coordenação motora de Harry Potter.

*

Neville, por sua vez, já tinha uma coordenação motora prejudicada.

Sua avó vivia falando que era para ele ter cuidado pois seus próprios pés iriam machucá-lo. Por isso o menino não andava sem a bombinha de asma e evitava corredores muito cheios; geralmente tomava seu café da manhã mais cedo, pegava seus livros e se encostava em algum lugar onde pudesse passar despercebido até o início das aulas, em parte porque era apenas muito cuidadoso e em outra porque preferia ficar escondido no canto dele do que entrar em conflitos com o clã Malfoy.

Não sabia porque o sonserino era tão insistente em sua perseguição, mas definitivamente não estava disposto a alimentá-la. Malfoy estava atingindo novos níveis de bully nesse ano e Neville era um alvo perfeito: apenas um rapaz tranquilo e gente boa que gostava de RPG, matemática, botânica e seu super nintendo.

— Com licença. - uma voz feminina não tão aguda, mas ainda assim melodiosa o tirou de seus pensamentos. - Eu sou novata e apesar da orientação de ontem, não entendi muito bem onde fica a área aberta de ciências humanas, você pode me ajudar?

Quando Neville levantou a cabeça sentiu como se tudo no mundo fizesse sentido pela primeira vez na vida, incluindo sua decisão de sentar atrás do banco mais afastado do pátio e sua escolha de ler algo ao invés de conversar com seus amigos por mais tempo na mesa de café da manhã.

Era como se pela primeira vez tivesse tirado a combinação perfeita nos dados de Dungeons & Dragons e no Plano Celestial tivesse encontrado a Princesa Prometida— tudo bem que se tratavam de histórias e mídias diferentes, mas ele criaria a própria campanha se fosse preciso.

Ela até mesmo vestia vermelho como a princesa de seu filme de aventura favorito da infância, com o colete aberto da lufa-lufa sobre os ombros, mostrando-os pouco no seu vestido tie-dye modelo cigana. Tinha os cabelos loiros e ondulados meio presos para trás e era, em resumo, perfeita.

— Claro. – Longbottom se levantou de prontidão, batendo a cabeça no banco de madeira atrás de si.

— Você está bem? - ela perguntou genuinamente preocupada.

— Estou me sentindo ótimo. - Neville sorriu largamente.

 - Ok... – a caloura disse, um tanto incerta.

— Eu sou Neville. Neville Longbottom. – e se odiou por gaguejar um pouco na verbalização do próprio nome. – O lugar que você está procurando fica por aqui. – ele apontou com o indicador a direção noroeste e eles começaram a andar juntos.

— Obrigada, de verdade. Meu senso de direção não é dos melhores. – confessou, abraçando os próprios braços enquanto caminhavam. Aquela era uma mania difícil de se livrar. – A propósito, Hannah Abott. – lembrou-se de comentar.

— É um prazer conhecer você. – e quando ela sorriu, Neville sentiu todo o corpo entrar numa espécie de curto circuito. Ele estava sendo esquisito? Aquilo era o protocolo normal, certo? Será que ela estava sorrindo apenas por ser educada e na verdade já estava arrependida de ter pedido informação? Era difícil dizer e Longbottom odiava que suas habilidades sociais fossem tão baixas.

Hannah Abott, no entanto, só estava pensando que era bom ter encontrado uma pessoa com uma cara inofensiva para pedir ajuda. Ela vinha de uma ampla tradição escolar maldosa que a fazia muito autoconsciente do próprio corpo e de como ele estava longe de se parecer com um que as pessoas julgavam aceitável.

Era estranho como a maioria das pessoas se sentia na liberdade de comentar a respeito de seu peso das mais variadas formas possíveis. Hannah acreditava que de algum modo isso havia feito com que ela aprimorasse seu senso de observação para tentar ao máximo se relacionar apenas com pessoas que parecessem gentis.

Nesse sentido, era uma sorte ter caído na Lufa-Lufa. Muitos de seus colegas tinham rostos amigáveis. E agora havia também o rapaz da Grifinória. Se alguém lhe dissesse que dali há um mês ela estaria andando com as duas garotas mais populares da casa dele, Abbott teria gargalhado.

*

— Eu não acredito que vocês vão me fazer passar o primeiro final de semana livre sozinho. – Ron acusou os amigos dias depois, quando todos os horários e a rotina escolar já estavam ajustados.

— Você não vai estar sozinho. – Hermione riu da indignação dele, sem se sentir culpada. Ela havia combinado com Padma de terem um final de semana das garotas. Era a primeira vez que uma colega dormiria em sua casa e a senhora Granger já tinha encomendado doces e lotado a dispensa de pipoca ignorando todo o seu instinto profissional como dentista, além de ter permitido que Hermione alugasse não só um, mas três filmes na locadora. – Tem Simas, Dean, Neville, seus irmãos...

— Ah, sim, meus irmãos. – Ronald girou os olhos. – São mesmo as pessoas com quem eu quero passar todo o meu tempo de descanso.

— A Gina parece legal. – Harry tentou ajudar, mas desistiu assim que viu a cara que Ron fez.

— Ela é a pior de todas. – bufou. – Só não perde para vocês!

— Você sabe que não tenho culpa. – Harry tentou se defender. Dois dias atrás, quando ele estava no horário da educação física correndo (de todas as modalidades disponíveis, aquela tinha parecido a mais simples já que ele tinha passado a vida inteira correndo de Duda Dursley), McGonagall o havia interpelado, junto com o treinador do time de futebol e perguntado se ele estava disposto a realizar uma série de testes no fim de semana.

Harry nunca tinha pensado muito no esporte, mas quando comentou com Sirius naquela mesma noite, o padrinho fez um discurso emocionado sobre como James tinha sido um ótimo atacante em seus tempos de escola e isso foi o suficiente para que o menino se sentisse interessado.

— Ah, claro, não é culpa sua se você está predestinado a ser um grande astro de futebol... – Ron suspirou de maneira dramática.

— Você está inspirado hoje. – Harry ironizou, antes de concluir: – Além disso, não dá pra saber como serão os testes.

— Dá sim. – o empurrão que os dois receberam ao mesmo tempo fez com que eles caíssem para frente. – Eu vou acabar com você no fim de semana, Potter. – Malfoy riu, antes de olhar para Hermione que o encarava com os punhos cerrados.

— O que foi, sua esquisita? – e analisando-a por um instante, estreitou os olhos. – Você sabe que existem outras formas de usar o cabelo sem parecer que você tá com um bicho morto em cima da cabeça, não é? Infelizmente não há nada a se fazer com a sua cara.

Hermione chegou a dar um passo para frente, encorajada pelo fato de que era uma daquelas raras situações em que o sonserino estava sozinho, mas Ron foi mais rápido. Malfoy mal teve tempo de registrar a chegada do gancho de direita vindo de baixo para cima com que Ronald o acertou.

E foi assim que, o único integrante do trio que ainda não tinha planos preencheu o seu fim de semana com a sua primeira detenção.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Talvez vocês tenham percebido que trocamos o ano da Hannah Abbott. Nos livros ela está na mesma série que Harry, Ron, Hermione e Neville, mas aqui, por conta de um plot especifico da nossa história, fizemos ela mais nova :)

Beijo!