Natasha - Minha História escrita por blindrepata


Capítulo 7
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

E vamos de mais um capítulo. Eu sei que estão todos esperando dias de glória, eu também estou, juro. Porém com mais alguns capítulos e mais um pouco de paciência esses dias chegarão.

Beijos e boa leitura!!!



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Natasha acordou com a luz do sol entrando pela fresta da cortina. Já passava das oito e meia e Luca ainda não havia a chamado. Isso era novidade, pois o garoto geralmente acordava bem cedo. Ela pegou seu telefone na mesinha de cabeceira e checou as mensagens. Uma delas a fez sorrir. Havia também algumas mensagens a respeito de trabalho e mensagens de Miguel avisando que passariam à tarde para buscar o filho.

Se levantou e passou pelo quarto onde o garoto dormia e ele se mexeu na cama quando se deu conta da presença da avó. Ele se sentou na cama e estava lindo com seus cabelos cacheados todos bagunçados e a carinha de sono. Ela se lembrou de quando Miguel era pequeno e enchia a casa de alegria.

— Bom dia, meu amor! – Falou sorrindo pra ele.

— Bom dia, vovó. – O menino respondeu estendendo os bracinhos quando ela se aproximou.

Natasha achava tão doce ser chamada de vovó. Houve um tempo em que não pensava em ser mãe, e sempre que alguém falava sobre isso ela empurrava a ideia para longe. Agora não imaginava como teria sido sua vida sem isso. Sem ter a chance de ter um coração fora do peito, pois era assim que se sentia.

— Vamos preparar o café da manhã? – Pegou o garotinho pela mão e se dirigiram para a cozinha conversando sobre o que preparariam para o café.

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Há alguns anos atrás

Os dias se passaram e Natasha soube que Freddy sumira antes das investigações chegarem até ele. Ela imaginou que Reade tinha parte em seu desaparecimento, mas ao questionar o amigo ele negou como era de se esperar. A latina deixou passar, pois pensou que talvez fosse melhor assim.

A semana estava conturbada e o caso em que estavam trabalhando não estava levando a nada concreto, mas uma pista que Patterson conseguiu os levou a uma fazenda que estava sendo usada por terroristas para a construção de bombas e outros tipos de armas químicas. A quantidade de agentes que se dirigiu até o local era bem grande e apenas quando entraram no local perceberam a armadilha. Houve uma explosão e eles tentaram fugir. Natasha e Reade se separado durante a invasão do local juntamente com outros agentes.

A explosão foi muito grande destruindo grande parte do local e isolando as entradas devido à quantidade escombros gerados. Weller não estava no local no momento da explosão e foi avisado por Patterson e se dirigiu ao local imediatamente. Havia vários corpos espalhados em meio aos escombros e ele encontrou Tasha caída.

— Tasha, você está bem? – Weller perguntou a ajudando se levantar. A morena estava zonza e com alguns ferimentos, mas não pareciam graves.

— Sim. – Ela respondeu se assentando. – Fomos alertados, por isso conseguimos sair.

— Você se lembra onde os outros estão? – Weller perguntou visivelmente chocado com a situação.

A latina apenas negou com a cabeça. Logo o socorro chegou e já começaram as providências para salvamento dos atingidos. Natasha estava impaciente sem notícias de Reade, mas sabia que não havia nada que ela pudesse fazer a não ser deixar a equipe de resgate trabalhar.

Após horas trabalhando Reade foi localizado juntamente com outros feridos. Tiveram um pouco de dificuldade para retirá-lo dos escombros, o gás que havia vazado das tubulações estava prestes a explodir. Havia escombros esmagando a perna do agente e ele havia perdido muito sangue. Os socorristas conseguiram retirá-lo do local e quando ele estava sendo colocado na maca para ser levado à ambulância Tasha o viu.

— Reade! Reade! – A latina gritou. – Não faça isso comigo, Reade! – Ela se aproximou dele chorando histericamente diante da possibilidade de perdê-lo.

Natasha o acompanhou na ambulância até o hospital onde ele seria atendido. Quando chegaram o médico o examinou e ele foi colocado em uma sala de espera até o buscarem para a cirurgia que seria feita em sua perna.

— Reade, consegue me ouvir? – Tasha falou de pé ao lado da cama de hospital.

Havia uma máscara de oxigênio em no rosto do agente e vários tubos e fios ligados a seu corpo. Natasha estava muito assustada por vê-lo assim e sofria com a possibilidade de perde-lo.

— Oi... – Ele respondeu num fio de voz.

— Aguente firme. Estão se preparando para a cirurgia. – A morena tentou confortá-lo. – Você perdeu muito sangue, mas vai ficar bem.

Reade estava muito cansado e seus olhos lacrimejavam. – Eu te amo muito. Você sabia disso? – Ele disse retirando a máscara de oxigênio e a olhando nos olhos.

Natasha não podia negar o susto que tomou com aquela declaração, mas ela sabia que ele não devia estar muito consciente do que falava devido à explosão e à perda de sangue. Mas a maneira como ele a olhava encheu seu coração. Ela o amava tanto que só queria poder abraçá-lo naquele momento e dizer o óbvio, que também o amava. Mas ela não faria isso.

— Preciso te dizer algo. – Reade continuou. – Eu não matei o Jones.

— Reade, eu sei disso. – Ela tentou o confortar.

— Mas também não o salvei. – O rapaz continuou.

— Você não podia ter feito nada.

— Sim, eu podia. – Ele discordou dela.

— Do que você está falando? – Tasha quis saber.

— Eu estava no porão tentando me preparar pra assistir a droga da fita. – Ele chorava enquanto lhe contava. Não era possível diferenciar se o choro era pela dor ou pela confissão que ele fazia a ela. – Ouvi algo lá em cima e fui dar uma olhada. Jones estava lá, deitado no chão sangrando. Ele pediu minha ajuda e eu só fiquei parado vendo-o se engasgar com o próprio sangue. – Ele soltou um suspiro. – Fiquei ali vendo-o morrer, Tasha! – Reade fez uma pausa antes de continuar. – A autópsia acertou a cronologia, e você também. Eu menti para você. – Ele a olhou arrependido por não ter lhe contado antes. – Me desculpe.

— Está tudo bem, Reade. – A latina que também chorava o confortou.

Tasha delicadamente colocou a máscara de volta no rosto dele e permaneceu sentada ao seu lado até que a equipe médica viesse buscá-lo. Aquilo não importava mais, ela sabia que não havia sido ele e também não o culpava por não ter chamado ajuda. Depois de anos na polícia e no FBI ela sabia como era para uma vítima sentir ódio por algo que lhe foi feito. E Jones foi um desgraçado que mereceu o que teve.

Muitos agentes morreram naquela explosão. Foi o mesmo dia que descobriram que Borden era um espião dentro do FBI e que dera um tiro em Patterson quando ela o confrontou. No final do dia Tasha chegou em casa muito cansada. Ligou para o hospital e soube que Reade dormia após a cirurgia e que seria inútil ir visitá-lo, então deixou para ir no dia seguinte.

Aquela noite foi conturbada e ela não comeu direito e mal dormiu. Levantou cedo e se arrumou para ir até o hospital. Reade descansava tão sereno. Era tão bom vê-lo bem, seu coração encheu-se de alívio. Ela não sabia se sobreviveria se o perdesse.

— Ei, como está se sentindo? – Ela perguntou ao vê-lo acordar. – O médico disse que correu tudo bem.

— Estou bem. Eu... Estou bem. – Ele parecia muito leve e suas palavras eram um tanto desconectas. – Estou ótimo.

— Acho que está sob o efeito da morfina. – Tasha riu.

— Vai ficar solteirona? – Reade brincou ao ver que ela segurava sua mão.

— Ah corta essa! – Ela ficou sem graça e soltou a mão dele.

— É fria dar em cima de doentes no hospital, Tasha. – Ele ainda não sabia bem o que dizia e Tasha imaginou que não se lembrava do que havia dito no dia anterior antes da cirurgia.

— Eu estava preocupada com você. – Ela disse mais sério agora.

— Obrigado por estar aqui. – Reade a agradeceu com carinho.

Após se certificar que ele estava bem e logo voltaria para casa, Natasha foi para o SIOC. Eles trabalharam o dia todo investigando os acontecimentos do dia anterior e procurando uma forma de colocar fim na organização terrorista que fizera aquilo. O estrago fora muito grande e deixou um buraco no FBI e em muitas famílias. Tasha não conseguia imaginar como estavam os familiares das vítimas. Por isso todos os esforços seriam colocados nessa operação.

— Deve levantar a perna. – Ela estava na casa de Reade após o expediente de trabalho. Ele viera mais cedo com um amigo, pois não poderia dirigir por alguns dias.

— Precisa parar de pegar no meu pé. Eu estou bem. – Pra ele ela estava agindo como uma babá, mas ela só queria garantir que ele estivesse bem, que se sentisse confortável.

— Ei, machão! Levante a perna. – Tasha pegou uma almofada para colocar embaixo da perna recém-operada que descansava sobre a mesinha de centro.

— Você seria uma enfermeira terrível. – Ele disse contrariado, porém deixando que ela colocasse a almofada.

— Você está com fome? – Ela sentou na mesinha de centro e estava muito próxima a ele.

— Posso fazer meu macarrão. – Ele respondeu como uma criança teimosa.

— Que bom. Fique sentado e relaxe. – Ela queria cuidar dele, só hoje. Tasha só pretendia ir embora depois que garantisse que ele havia comido e estivesse confortável. Se fosse preciso passaria a noite ali para não deixá-lo sozinho. – Levante a perna, por favor...

Reade já estava muito perto e a encarou fazendo com que a garota parasse de falar e o olhasse também. Seus olhos castanhos a prenderam por um momento e quando se deu conta ele havia se aproximado mais e colocado seus lábios nos dela. Tasha ficou sem reação por um momento até que percebeu que isso era tudo o que ela mais queria. Então a morena se deixou levar. Os lábios dele eram macios e quentes. Ela repousou sua mão direita no pescoço do rapaz enquanto ele a puxou pela nuca a trazendo para mais perto. Seus lábios trabalhavam em sincronia e tudo parecia tão doce e perfeito até que um fio de sanidade se acendeu dentro dela que interrompeu o que estavam fazendo.

— O que você está fazendo, Reade? – Ela perguntou ainda um pouco confusa com o beijo e já arrependida por ter interrompido.

— O que lhe parece. – Eles ainda estavam muito perto.

— Você é meu melhor amigo...

— Exatamente. Você me conhece mais que ninguém. – Ele tentava explicar, pois não queria deixar que parecesse um mal entendido. – Faz sentido, Tasha.

— Amigos, Reade. É isso que somos. – Tasha se levantou ainda confusa. – Eu vou embora.

Ela se foi deixando para trás um homem triste e decepcionado, e também arrependido por ter tomado essa atitude. Enquanto descia as escadas a latina foi se dando conta do que havia feito e soube que estragara tudo. Mas ela não queria se dar ao luxo de destruir o que eles tinham. Reade era seu melhor amigo e sempre fora, e ela o amava mais que tudo. E se mais tarde eles percebessem que estavam errados e não conseguissem restaurar sua amizade. Tasha não suportaria.

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Enquanto lavava a louça do café e observava Luca brincar no quintal ela se permitiu lembrar daquele beijo. Foi o primeiro beijo dos dois. Tão doce, tão puro. Tasha ficou tão assustada e o empurrou. Hoje ela não sabia dizer ao certo se se arrependia do que fez. Reade era tudo pra ela e pensar na possibilidade de perdê-lo por darem um passo errado parecia insuportável naquele momento. Mas o bom é que a vida sempre nos dá novas chances, basta que nos abramos e nos deixemos levar.

Ela foi interrompida de seus pensamentos pelo toque do telefone.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler e me deixe saber o que você está achando!!!



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