Natasha - Minha História escrita por blindrepata


Capítulo 4
Capítulo 3




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Natasha aproveitou que Luca estava em seu sono da tarde para trabalhar um pouco. Miguel deveria buscá-lo no dia seguinte. Era sempre bom ter seus netos aqui, mas nem sempre era possível, pela distância e também pelo trabalho de Natasha que lhe exigia muito e nem sempre ela podia estar com uma criança por perto. Mas esse final de semana seus pais tinham um compromisso e ela se ofereceu para cuidar do garoto e aproveitar para matar a saudade dele. Bia que era a caçula de Miguel ficaria com a babá no apartamento deles, pois Natasha achou muito pesado trazer os dois, e seu filho não a sobrecarregaria sabendo que ela tinha seus próprios assuntos para tratar.

A morena ligou o computador e se lembrou de alguns bons exemplos que teve em sua carreira, alguns pelos quais ela se espelhava até hoje. E teve uma pessoa que marcou muito e ela a teve como uma mentora. Mayfair. Era uma mulher forte, batalhadora e nada a intimidava. Desde seu início no FBI a latina desejou ser como ela. Ela queria crescer em sua carreira e alcançar um lugar de destaque. Mas um pouco dessa vontade desabou quando Mayfair foi morta, talvez por suas escolhas, ou talvez por não ter escolha. Mayfair se envolveu em uma organização, Orion, de onde ninguém saía, ou ficava ou morria. Aquilo foi tomando uma proporção que a mulher precisou esconder coisas e esconder casos de seus subordinados. Ela já não suportava mais essa situação. Quando tentou se livrar foi morta por Carter, que era o chefe da organização. Mayfair partiu como traidora e demorou anos para que eles recuperassem seu nome e também sua honra.

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— Como? – Natasha se assustou muito com o que Weller acabara de contar.

— Isso mesmo. Seu corpo não foi encontrado, mas encontramos vestígios de muito sangue e pelas pesquisas dos peritos foi confirmado que Mayfair foi morta e seu corpo pode ter sido desintegrado com produtos químicos.

— É verdade, Tasha, eu acompanhei os resultados dos peritos e tudo se confirma. – Patterson interveio.

— Ela se foi... – Reade complementou.

Natasha se assentou na primeira cadeira que encontrou e chorou. Chorou em silêncio. Ela não podia acreditar que perdera sua chefe, muito mais que chefe, seu espelho, sua mentora.

Foi explicado a eles todas as circunstâncias da morte de Mayfair. Seu quadro de diretora foi retirado do SIOC e ela não teria direito a um tributo decente. Isso foi pior que a morte e a ausência dela. Todos seus feitos sendo apagados como se ela nunca tivesse valido nada.

A tarde daquele dia demorou a passar e Natasha não conseguiu se concentrar no trabalho. Ela estava chocada e abalada demais com a notícia. Tá certo que ela também havia desconfiado de alguns atos de Mayfair por algumas vezes, mas a mulher não merecia terminar desse jeito.

A latina começou a pensar. Será que esse também seria seu destino? Chegar a fazer coisas questionáveis a ponto de não conseguir diferenciar o que é certo e o que é errado em seu trabalho. Ela esperava que não. Natasha sabia que já havia errado muito em sua vida, mas não pretendia deixar que sua profissão fosse colocada em xeque dessa forma.

— Você já vai? – Reade se aproximou quando ela estava indo para o elevador. O rapaz parecia claramente triste e também preocupado com ela.

— Sim. – A morena respondeu. – Acho que já deu por hoje.

— É, foi um dia muito triste e estressante. – Reade concordou. – Quer fazer alguma coisa?

— Eu... eu vou pra casa. Não se preocupe. – Ela respondeu.

Na verdade Tasha pretendia passar em um bar para tomar umas bebidas antes de ir pra casa, pois sabia que precisava relaxar.

— Tasha...

— O que foi? Não confia em mim?

— Não é nada disso. – Ele balançou a cabeça. – Vamos beber juntos.

Já havia passado mais de um mês dese que Reade surpreendera Tasha na casa de jogos. Desde esse dia ela se mantinha firme, frequentando reuniões e não estava saindo sozinha para bares, sempre ia com Reade ou com o team. Ela sabia de seu descontrole com a bebida que podia levá-la ao jogo, mas havia prometido a si mesma que não faria mais isso.

— Tá bom. – Ela concordou e os dois entraram juntos no elevador.

O bar ficava a alguns quarteirões do prédio e eles foram a pé mesmo. Conversando e se descontraindo no caminho na tentativa de quebrar o clima de tudo o que aconteceu naquele dia. O local estava pouco iluminado e tocava um jazz de fundo tornando o ambiente muito aconchegante. Os dois se assentaram no fundo em uma mesa em um canto e pediram chopp que era uma bebida mais leve, pois não queriam exagerar.

A conversa fluiu bem e eles evitaram o assunto doloroso do dia, mas a todo momento seus pensamentos se voltavam nisso.

— Você conversou com a Sarah? – Ela arriscou.

— Não. – Ele balançou a cabeça em negativa.

— Reade... – Eu vi como você estava feliz com ela.

Tasha tinha que admitir que raramente viu seu amigo feliz como nos últimos meses. Mas de alguns dias pra cá ela o viu mais triste e então soube que ele e Sarah haviam terminado. A morena poderia nutrir seus sentimentos por Reade, mas ela não desejava que ele terminasse seu relacionamento, porque ela queria vê-lo feliz, até porque ela sabia que nunca teria coragem de falar nada pra ele.

— Ela foi embora para Portland. Ficar mais perto do pai do Sawyer. – Ele contou com tristeza.

— Eu sinto muito. – Natasha colocou a mão sobre a dele que descansava sobre a mesa e se demorou um pouco olhando pra ele.

— Está tudo bem. De verdade. – Ele falou.

— Que bom, porque eu não quero te ver por aí chorando pelos cantos. – Ela brincou e os dois começaram a rir.

Era bom estarem assim, descontraídos, apesar de todos os acontecimentos tristes.

— Está ficando tarde. Eu preciso ir embora. – Natasha falou se levantando.

— Eu vou te levar. – Reade se levantou também.

— Reade. Não precisa. – Ela o encarou e então entendeu. – Você está fazendo isso porque acha que eu posso fazer alguma besteira?

Ela ficou claramente chateada com essa possibilidade. Ela sabia de suas fraquezas e não precisava que ele a ficasse vigiando não.

— Não é nada disso. Tasha. Espera!

Ela já ia saindo e ele retirou algumas notas da carteira, deixou sobre a mesa e  a seguiu. Quando chegou de fora do bar ela parou e ele viu como ela estava com raiva.

— Reade, eu não preciso de babá não. Eu sei me cuidar.

— Tasha, não é nada disso, o dia de hoje foi muito difícil e eu não queria te deixar sozinha. – Ele confessou. – E eu também não queria ficar sozinho.

Eles tomaram um táxi até a casa dela e permaneceram em silêncio por todo o trajeto. Eles não haviam bebido muito, apenas algumas cervejas mesmo, mas o cansaço era aparente em ambos.

— Obrigada por vir comigo. – Tasha falou com a voz rouca de cansaço.

— Então não está brava? – Ele perguntou com um sorriso zombeteiro.

— E eu consigo ficar brava com você? – Natasha tentou, mas não conseguiu segurar o sorriso.

Reade a puxou para um abraço e ela se deixou levar e o abraçou também. Ela não sabia o quanto precisava disso até ter. Ela acha que ele nunca a abraçou assim e foi tão bom sentir o aperto dele em seu corpo. Reade era seu amigo, seu melhor amigo. O vínculo que eles criaram no último ano seria levado para toda a vida. Eles nem sabiam quanto tempo permaneceram abraçados.

Quando se afastaram Tasha estava com lágrimas nos olhos. Ela odiava se sentir fraca, mas com tudo o que aconteceu hoje e o álcool também pode ter ajudade e, agora Reade ali a abraçando, ela acabou deixando as emoções falarem mais alto.

— Ei. – Reade falou ao perceber que ela chorava. – Está tudo bem.

— Sim. Isso vai passar, eu sei. – Ela sorriu fraco.

— Eu vou indo e se precisar me liga. – Ele falou sério.

— Tá bom. Você também.

Natasha subiu para seu apartamento e tentou dormir, mas naquela noite seu sono foi tribulado, ela teve um misto de pesadelos com Mayfair e em alguns momentos de seus sonhos ela via Reade sorrindo e a abraçando.

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Aqueles foram tempos difíceis para Natasha, mas quando Reade prometia estar sempre por perto ela acreditava e se sentia segura. Esta foi apenas uma das vezes que ela pode sentir o calor de seu abraço e soube que ele estaria ali pra ela, sempre.


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Notas finais do capítulo

Desculpe a demora para atualizar!
Deixe sua opinião caso queira alguma cena em particular.
Até a próxima!



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