Natasha - Minha História escrita por blindrepata


Capítulo 12
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Mesmo inesperadamente o destino pode nos surpreender e fazer com que reencontremos aqueles que amamos...



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A casa que eles moravam ficava há quase uma hora da cidade e já estava escuro quando voltaram. Era um condomínio que possuía grande área verde, piscina, quadra de esportes. Eles sabiam que haviam feito uma boa escolha quando compraram a casa, pois era um ótimo lugar para ver a família crescer, e não ficava muito longe da cidade.

O dia foi agitado, mas conseguiram levantar boa parte das provas que precisavam para o caso que estavam trabalhando. Eles possuíam um escritório montado em casa, mas boa parte do trabalho era feito no centro da cidade em uma pequena sala que alugavam. Possuíam uma secretária e alguns consultores que os ajudavam quando precisavam se ausentar.

— Falou com Iza hoje? – Ele perguntou enquanto tiravam o casaco e guardavam as coisas que trouxeram.

— Falei ontem. Ela chegaria hoje no Marrocos, então pela diferença de fuso horário ainda não encontrei um melhor horário pra ligar. – Natasha explicou. – Apenas deixei uma mensagem pela manhã.

Iza, a filha mais velha, aos vinte e cinco anos trabalhava para a CIA. A garota sempre fora determinada e desde pequena soube o que queria. Os pais tentaram convencê-la a seguir outra profissão, mas ela era determinada e teimosa, e nada do que falassem a faria mudar de ideia. Então ela fez três anos de faculdade e no quarto ano fizera alguns testes e conseguiu a vaga na agência.

Fazia mais de três anos que ela viajava pelo mundo, boa parte em treinamento, mas já realizava algumas missões. Natasha vivia preocupada com a filha que passava dias sem dar notícia, mas logo ligava como se nada tivesse acontecido e passava horas contanto sobre o que estava fazendo. Ela parecia feliz e fazia o que gostava. Isso era o mais importante.

Miguel era o oposto de Iza. Calmo, paciente. Muito ligado a família. Era casado e tinha duas crianças. Ele era sócio em um escritório de advocacia e se sentia realizado. Dava tudo de si para a esposa e filhos. Iza, por sua vez, teve alguns namorados, mas nenhum que ganhasse seu coração de verdade. Ela era do mundo. Tinha o espírito livre. Lembrava muito a mãe quando era mais nova.

Natasha conseguia entender perfeitamente a diferença entre os dois filhos. Pois era assim que ela sempre se comparou à Reade. Tão diferente dela. Os dois tão opostos, mas se davam bem em suas diferenças, na verdade não conseguiam ficar muito tempo longe do outro, e se ficavam a saudade era insuportável.

 

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— Reade? – Tasha perguntou assustada ao vê-lo.

Ela não sabia onde estava e não entendia por que ele estava na sua frente. Tasha tentou se levantar, mas sua cabeça doía e ela se sentia zonza. Devia estar vendo coisas.

— Calma! Calma! Você foi drogada. – Ela ouviu Reade falar enquanto a ajudava a se levantar.

— Onde nós estamos? – Natasha estudou o ambiente à sua volta. Eles estavam numa espécia de gaiola, e a porta estava trancada com correntes e cadeados.

— Ainda não sei. Acordei a cerca de uma hora. – Ele explicou. – Ouvi os guardas falando espanhol do lado de fora. A nossa cela tem bastante água. Então devem estar planejando nos deixar aqui por algum tempo. Bom. Foi isso que eu entendi. – Reade finalizou dando de ombros.

— É bom ver você. Mesmo tendo sido sequestrada. – Reade lhe entregou uma garrafa. - Nem acredito que já faz um ano. – Tasha falou enquanto bebia a água.

— Não faz tanto tempo assim. – Reade disse enquanto parecia fazer os cálculos mentais.

— Completei 365 dias na CIA. Você não fala comigo desde que fui embora. Faz um ano. – Ela concluiu.

Tasha sabia perfeitamente há quanto tempo não o via. Os meses, os dias, e talvez até as horas. Ela jamais o esquecera desde que foi embora. Ela ficou com a última imagem dele em sua mente no final daquele dia.

 

Um ano atrás

Enquanto retirava suas coisas do armário a morena o viu parado na porta a observando. Ela não sabia ao certo há quanto tempo ele estava lá quando ela o viu. Natasha havia deixado as lágrimas banharem seu rosto e quando soube que ele a assistia chorar ela ficou muito mal. Ela não queria que ele a visse nesse estado. Não queria que ele pensasse que ela não sabia o que estava fazendo. Ela tentou mostrar segurança quando pediu sua demissão. Mas agora, permitir que ele a visse chorando a fez se sentir ainda pior por ter tomado essa decisão.

Ele não falou nada enquanto a olhava, nem tampouco ela falou algo. Apenas pegou a caixa com suas coisas e passou por ele na porta.

 

Dias atuais

Naquele dia Tasha pensou ter deixado tudo pra trás. Durante um ano ela mergulhou em seu novo trabalho. Colocou todo seu foco nos treinamentos recebidos, e foram muitos aprendizados. O trabalho era árduo e as viagens eram longas. Ela viajara para praticamente todos os continentes durante esse período, e se sentia grata por ter essa oportunidade.

Mas o que ela não podia negar era que durante o tempo que passou fora ela esperou uma ligação dele. Tarde da noite ela conferia sua caixa de mensagens na esperança de encontrar algo, mas não havia nada. A morena não teve coragem de ligar. Ela tinha orgulho em seu ser e achava que depois de tudo era ele quem deveria procurá-la.

E agora ele estava na sua frente. Sem o paletó, mas de gravata e colete. Estava lindo, como sempre. Tasha sentiu seu peito se apertar, e sentiu uma imensa vontade de abraçá-lo. Vontade de abraçar seu amigo. Abraçar o amor da sua vida.

— Lembra como te pegaram? Onde? Quando? – Reade perguntou a tirando do devaneio.

— Está bem! – Eles se viraram quando ouviram Patterson gritando com os guardas enquanto era trazida para a cela.

— Pegaram vocês também? Ah não! – A loira chegou falando.

 

— Nós fomos drogados. – Tasha explicou.

— Podemos estar em qualquer lugar do mundo. – Reade concluiu.

— Mas por que nos pegaram? – Patterson perguntou sabendo que não teriam uma resposta para essa pergunta – Por que nós?

— O que? – Tasha perguntou quando viu o olhar que Reade dirigiu pra ela.

— Sequestrar, drogar e levar para outro país? Claramente coisa da CIA. – Reade disse apontando para Tasha.

— Acha que fizemos isso? – Tasha falou chateada com a suposição dele.

— Você ou alguém que você irritou em uma de suas operações suspeitas.

— Sequestraram nós três, gênio! Acha que é uma coincidência? Não, com certeza tem algo a ver com nosso tempo no FBI. Não sei o que você está insinuando, mas...

— Certo! Podemos descobrir de quem foi a culpa depois que sairmos daqui. – Patterson os interrompeu.

Alguns homens entraram trazendo um cofre.

— Abram ou morram. – Um dos homens falou enquanto jogava um saco de ferramentas no chão e os outros colocavam o cofre no meio da cela. – Seu tempo já começou.

Os homens se afastaram fechando novamente a porta e os deixando com essa tarefa suicida.

— Não podemos abrir isso. – Reade começa a falar.

— Quero dizer. É um cofre da embaixada. – Patterson explica. – Então não é muito difícil decifrar. Não é fácil, mas...

— Estou falando do protocolo, Patterson. – Reade tenta olhar pelo lado da lei. – Somos oficiais do governo nos EUA. Não negociamos com terroristas.

— Tem que parar de ver as coisas em preto e branco. – Tasha o repreende.

— Eu não vejo as coisas em preto e branco. – Reade nega o que a Tasha acabou de falar sobre ele.

— Você quer uma vitória moral, ou quer nos tirar daqui? – Tasha fala com o tom de voz alterado. – Se não abrirmos isso logo eles vão nos matar.

— Não sabemos o que tem dentro. Abri-lo pode por mais vidas em risco. Talvez isso não a incomode, mas com certeza me incomoda. – Reade continua.

— Se pensa que porque sou da CIA agora não quero salvar vidas...

— Parem! Parem com isso! – Patterson grita os interrompendo. – Isso não tem nada a ver com o cofre, vocês sabem. – A loira continuou com a voz alterada. – Você está bravo porque ela foi para a CIA. – Ela olhou brava para Reade. – E você está brava por ele ter te ignorado desde que você foi embora. – Completa se dirigindo à Tasha.

Tasha cruzou os braços acima do peito e virou para o lado com expressão séria. Reade ficou em silêncio ponderando sobre tudo que acabara de ouvir.

— Gente, tudo ficou diferente depois que Weller e Jane foram embora. Todos sentimos e lidamos com isso do nosso jeito. Vocês dois não estão bravos um com o outro. Vocês estão com saudades. – Tasha voltou a olhar para Reade na tentativa de saber se conseguia decifrar um pouquinho do que Patterson falou na expressão dele. Ele a encarou com um pouco mais de calma agora. É, talvez ele tenha sentido saudades dela também. – Eu também senti saudades. Reade, Zapata tem razão. Se não fizermos nada, eles vão nos matar, e depois vão encontrar alguém que faça o que eles querem. Temos que encontrar uma forma de ganhar tempo enquanto pensamos em um jeito de fugir. Estão comigo, ou não?

Tasha e Reade se entreolharam pensando em tudo o que Patterson acabara de falar. Ela tinha razão. Os dois estavam bravos, porque estavam com saudades um do outro e não encontraram uma forma melhor de demonstrar isso, a não ser despejando palavras duras.

— Tudo bem. – Ambos concordaram.

 

Após algumas horas trabalhando no cofre eles já estavam cansados. Eles descobriram que estavam na Venezuela. Patterson continuava na tentativa de decifrar o código. Tasha e Reade estavam assentados no chão escorados em uma pilastra. Fizeram piada sobre a comida e ambos estavam claramente mais relaxados. Tasha se sentia bem por estar perto de Reade, mesmo nas circunstâncias em que se encontravam. Era bom revê-lo.

Patterson conseguiu abrir o cofre, mas não achavam que deveriam entregar a eles o conteúdo. Tiveram uma ideia de explodir todo seu conteúdo após as seis horas que os homens prometeram esperar.

Os três montaram uma pequena bomba e quando os guardas voltaram deixram que eles acionassem a bomba e aproveitaram para rendê-los e pegar as armas. Tudo ficou tão louco que quando eles saíram do lado de fora Jane e Kurt os esperavam com um tanque de guerra.

Patterson, Tasha e Reade subiram no tanque e reencontraram seus amigos. Todos voltaram para New York. Foram informados que alguns integrantes do grupo terrorista que eles destruíram no passado voltaram à ativa e estavam atuando em novos atentados no mundo todo, mas com foco maior nos Estados Unidos.

Hirst, a diretora do FBI, Keaton, o diretor da CIA e Edgar Reade, diretor assistente do FBI entraram em uma discussão sobre como deveriam agir a partir dali.

Keaton e Hirst não entravam em um acordo sobre como efetuar um trabalho conjunto para investigar o que vinha acontecendo.

— Ei! Olhem! – Reade chamou a atenção dos dois. – A questão é que precisamos trabalhar juntos aqui. Ouçam. Isso é bem complicado para os dois lados, então eu proponho uma força-tarefa conjunta.

— Ah, qual é?– Keaton reclamou.

— Escutem. Para neutralizar essa ameaça, temos que unir nossos recursos. Podemos não gostar de trabalhar juntos. Mas acho que estou certo. – Reade explicou.

— Você quer realizar esse trabalho, ou recuperar sua antiga parceira? – Keaton foi bem direto na pergunta a Edgar.

— Você cuida do lado da CIA, certo? Escolha os agentes que preferir. Apenas sugiro que seja alguém com experiência nesse assunto.

Reade claramente queria que Tasha fizesse parte da força-tarefa. Ele sentia falta de sua parceira de trabalho, não podia negar, mas também sentia falta de sua amiga e confidente. Fazia um ano que estavam afastados, e muita coisa havia mudade. Ter a oportunidade de trabalhar juntos novamente poderia ser bom para se aproximarem e tentar reaver a amizade que sempre tiveram.

— O que você acha, Hirst? – Reade perguntou para sua chefe.

— Se você acha que é a melhor decisão, eu te apoio. – Hirst respondeu. – Mas vou culpar você se algo der errado. – Ela finalizou bem direta.

 

— Pessoal, vamos montar uma força-tarefa conjunta. – Reade falou se aproximando do restante da equipe que esperava a decisão deles.

— Vamos atrás desses terroristas! – Kurt interveio.

— Sim! Eu não posso forçar vocês a participarem, mas...

— Estou dentro. – Kurt respondeu de imediato.

— Eu também. – Tasha concordou.

Todos olharam para Patterson que permaneceu em silêncio.

— Muitas pessoas contam comigo na Califórnia.

— Qual é, Patterson? Sabe que a reintegro em um piscar de olhos. – Reade falou se dirigindo à loira.

— Vou ajudá-los a se organizarem, mas depois vou embora. – Ela concordou após refletir um pouco. Patterson sabia que não tinha saída, devido aos olhares que os amigos colocaram sobre ela.

— Tudo bem. Nós aceitamos. – Reade falou.

Tasha sentiu seu peito se encher de alegriam quando soube que trabalhariam juntos novamente. Sua antiga equipe. O lugar onde tudo começou. E estar perto de Reade de novo. Quam sabe ela finalmente encontraria coragem para abrir seu coração? Ela sentiu que dessa vez poderia ser tudo diferente. A morena não queria mais deixar sua felicidade pra trás. E sim tomar as decisões certas que a faria se sentir plena.

 

—-------  --------  ---------

— Tasha, vem assistir o jogo! – Ele a chamou da sala. – Eu já trouxe as cervejas.

— Estou indo. Só terminando de responder a mensagem do Miguel. –  Ela respondeu se aproximando. – Viu o vídeo das crianças que eles enviaram?

Os dois se pegaram a assistir Luca e Bia brincado na piscina. Aquele foi um dia quente e os pais deixaram as crianças bem à vontade. Natasha já sentia um aperto de saudades deles. Eles lhe lembravam muito seus filhos quando pequenos.

 


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Notas finais do capítulo

Obrigada por acompanhar! Não deixe de me falar o que você está achando!



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