Vontades do Destino escrita por MayDearden


Capítulo 10
Insulto


Notas iniciais do capítulo

Oi, nenês!! Desculpem a demora.
Tive uns problemas pessoais e não consegui conciliar tudo. Mas prometo que vão amar esse capítulo.

Boa leitura!
Nos vemos lá embaixo!



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Um mês e alguns dias já haviam se passado desde aquela noite horrível. Eu realmente estava estável psicologicamente e no meu novo emprego, havia me adaptado bem na função e conseguido sanar boa parte das minhas dívidas com meu novo salário e exagerados cinco dígitos.

Connor - muito relutante - havia voltado para a escola, suas férias de verão haviam chegado ao fim. Ele já estava adaptado em ir todos os dias para a empresa e mandar e desmandar em quem ele quisesse, pois Felicity havia permitido que ele fizesse isso. Essa última estava cada vez mais apaixonada pelo meu filho, mamãe estava até com ciúmes - ciúmes de brincadeira como a mesma gostava de frisar - de tanto que Felicity levava Connor para passear e do quanto Connor só falava nela.

Por total ironia do destino descobrimos que a esposa de John era professora de Connor na escolinha, a mesma estava com dias contados para sua licença maternidade e nesse momento eu estáva me arrumando para o seu chá de bebê. A festinha seria na casa do casal que ficava em um bairro familiar, um bairro que com certeza eu gostaria de criar Connor.

⁃ Eu não vou - Donna falou se jogando no sofá, ela passava mais tempo aqui em casa do que na casa dela - É algo para jovens

⁃ É um chá de bebê - falei pegando as chaves e o documento do carro e enfiando tudo no bolso da calça

⁃ Mesmo assim - sorriu descarada - Felicity vai?

⁃ Não sei.

⁃ Quer que ela vá?

⁃ Mãe… - a repreendi

⁃ Já passou da hora de você dar o bote nessa menina - ligou a TV - Ela está caidinha por você. Você é o crush dela - franziu o cenho - É assim que falam hoje em dia? Crush?

⁃ Eu vou indo - ignorei sua fala - Connor já está lá e eu não vou ficar aqui ouvindo suas baboseiras pervertidas - Felicity havia pedido para levar ele ao shopping e comprar um presente para a Baby Sara, queria que Connor escolhesse algo especial e de lá iriam para o chá de bebê. Eu não tinha voz quando Thea e Felicity estavam juntas pedindo algo. Eu não tinha voz quando era apenas a Queen mais velha, quando juntava a mais nova eu perdia minha moral totalmente. John dizia que eu já não tinha nenhuma. 

⁃ Filho - se levantou vindo até mim - Ela gosta de você, você gosta dela. Connor é apaixonado por ela, e eu sei que você ama a relação dos dois.

⁃ É complicado…

⁃ Vocês fazem ser - me deu um beijo na bochecha e voltou para o sofá - Vocês me dariam lindos netos. Loirinhos, petulantes e de olhos azuis.

⁃ Você já tem um neto loirinho de olhos azuis - falei alto indo para a porta

⁃ Eu quero mais netinhos - berrou - Tchau!

⁃ Tranca quando sair - abri a porta e sai - Te amo!!

Corri para o carro sem ouvir a resposta que ela sempre dava e peguei o caminho para a loja de bebês mais próxima. Eu tinha uma boa experiência com coisas de bebês, bebês meninos. Aquela imensidão de coisa rosa me deixou desesperado, tantas opções de laços, sandálias, brincos, calcinhas, sapatinhos, tiaras… Fiquei tão tonteado que peguei o primeiro vestido escrito “Eu prefiro o meu titio” e mais dois pacotes de fralda que vestiam como calcinha e fui para o caixa.

 

Fraldas que vestem como calcinha? Quem diabos inventou isso? As fraldas convencionais pararam de servir?

Cheguei a conclusão que os pais de menina sofrem.

Obrigado, Connor!

Pedi para a moça do caixa colocar tudo em uma ambalagem de presente, era uma caixa que cabia os pacotes de fralda e o vestido fofo. Ela tentou me oferecer todo um enxoval. Será que ela leu que na roupinha estava escrito “titio” e não “papai”? Ou ela só queria puxar assunto?

Se Felicity estivesse aqui ela diria que a atendente estava dando em cima de mim. Ela dizia coisas assim sempre que algum garçonete ou atendente era mulher puxando assuntos desnecessários. Sorri com o pensamento. E o meu sorriso fez o da moça aumentar. Ela automaticamente se empinou e respirou fundo pronta para puxar mais assunto. Suspirei.

⁃ Deseja mais alguma coisa? - perguntou solicita

⁃ Somente - peguei a caixa e ela fez cara feia - Obrigado!

Depositei a caixa no banco de trás do carro com todo o cuidado e dirigi em direção a casa do John. Ele havia se tornado um grande amigo desde a minha admissão na QC, sempre almoçávamos juntos. Todos juntos. Eu, ele, Felicity e Connor. Quando esse último voltou para a escola, passou a ser nós três nos almoços e eu percebi que ele e Felicity não se tratavam como chefe e funcionário, eles se tratavam como irmãos. Era nítido que John estava disposto a se por a frente de qualquer perigo por ela. Felicity me contou que ele não havia aceitado nenhum cargo “chique” na empresa, aceitou  apenas o que sabia de fazer de melhor: proteger. Ele já havia ido lá em casa, assistimos a uns jogos juntos e fizemos um churrasco na casa dele no último feriado. Foi nesse churrasco que conheci Lyla e Connor voou no pescoço dela quando viu que se tratava de sua professora.

E não, Felicity não foi ver o jogo na minha casa, não fora ao churrasco no feriado. Ela era uma verdadeira Titã dos negócios e andou trabalhando em uma fusão de projeto com Bruce Wayne. Esse último era um tanto… Inconveniente. Comia ela com os olhos a todo momento e deixava bem claro suas segundas, terceiras e quartas intenções com ela. Ele fora em um dos nossos almoços, ele insistiu muito em almoçar com ela e ela não teve escolher a não ser carregar Bruce para fazer a refeição comigo e com John. Para a decepção dele. 

Estacionei em frente a casa dos Diggle e vi a BMW de Felicity, a Ferrari de Thea e a Mini Van - Lyla já tinha feito o marido se acostumar com o novo carro - estacionados ao lado de uma Lamborghini que eu não conhecia. A casa devia estar repleta de milionários. Ri com o pensamento e toquei a campainha. Eu conseguia escutar os gritos de felicidade de Connor vindos de dentro da casa.

Tá aberto— alguém gritou e eu entrei a sala da casa estava vazia, não tinha ninguém além de vários presentes espalhados no sofá. Depositei o meu ali a caminhei para onde o barulho vinha.

Passei pela cozinha e meu coração gelou por um momento. Aquele gelo na espinha que me fez travar com a cena a minha frente. Eu fiquei sem ar. Na verdade eu nunca reagi daquela forma por ninguém. Meu coração acelerou e o nervosismo tomou conta de todo o meu sistema. Nunca iria pensar que ver Felicity abraçada a um homem desconhecido iria fazer o meu coração reagir daquela forma. Ela ria, não, ela gargalhava. Estava feliz nos braços dele. Ele falava algo em seu ouvido com o braço dando uma gravata no pescoço dela. Os dois estavam sozinhos na cozinha, a porta de vidro estava fechada, mas dava pra ver a diversão acontecendo no quintal. E mesmo a festa rolando lá fora, os dois estavam ali. Sozinhos e abraçados. 

⁃ Onde está meu filho? - perguntei, eu não sabia o que falar. Aquilo fora a única coisa que passou pela minha cabeça.

⁃ Sai, idiota - ela empurrou o homem e veio na minha direção. Linda. Ela estava usando um vestido azul da cor dos seus olhos, os cabelos loiros soltos em cachos até o ombro. - Oi, Oliver. - sorriu

⁃ Connor? - fui ríspido e o sorriso dela se desmanchou

⁃ Parece que alguém não ficou feliz em te ver, Lyssinha - o desconhecido falou e eu olhei feio para ele - Hey, sai pra lá com teu ciúme, famoso Oliver

⁃ Tommy, cala a boca - agora foi a vez de Felicity olhar feio para ele - Oliver, esse é o Tommy e Tommy esse é o…

⁃ Famoso Oliver - o desconhecido, o tal Tommy, sorriu e veio esticar a mão para apertar a minha. Apenas levantei as sobrancelhas olhando para sua mão suspendida no ar - Okay - Tommy disse coçando a cabeça com a mão que estava estendida

⁃ Não não - Felicity falou pegando a minha mão e de Tommy e nos obrigando a fazer o gesto de cumprimento - Vocês não vão se odiar - ela sacudiu nossos mãos unidas e eu até riria se não estivesse tão puto. - Vocês vão ser amigos a ponto de me irritar e nós vamos todos sair em um futuro próximo.

⁃ Não curto segurar vela, Felicity - falei puxando a minha mão abruptamente

⁃ O que? - Tommy gargalhou, gargalhou tanto que eu fiquei com vontade de dar na cara dele - Cara…

⁃ Olha aqui… - dei um passo em sua direção

⁃ Oliver - Felicity praticamente gritou se enfiando na minha frente - Eu e Tommy não temos nada - segurou o riso. Ótimo! Eu sou o palhaço aqui. - Ele é casado - apontou para a aliança no dedo dele - Casado com a Laurel, você conhece ela. Laurel Lance Merlyn. Ele é o Tommy Merda, segundo o Connor.

⁃ Ei - Tommy esbravejou puxando um fio de cabelo dela, igual criança - Esse apelido é exclusivo para o pestinha loiro. - olhou para mim sorrindo. Esse cara estava sempre sorrindo? - Eu e ela? Eca! - apontou para Felicity e depois colocou o próprio dedo na boca fingindo vômito e levando um chute na canela dado por Felicity e seguida, igual criança - Aí, Felicity - ela deu língua pra ele e ele retribuiu, igual criança. Ele deu o dedo do meio pra ela e ela fez o mesmo, igual criança. Não que criança dê o dedo do meio… - Ela é minha irmãzinha, cara - ficou sério do nada olhando pra mim - Então, quais são as suas intenções com a minha irmãzinha?

⁃ Eu acho que a Laurel está te chamando, Sr. Merda - Felicity indagou empurrando ele pela porta - Laurel! - gritou e a outra loira surgiu no meio dos convidados - Começou a ser inconveniente - empurrou o moreno para o quintal e Laurel ria revirando os olhos de onde estava. Ela acenou para mim e eu retribui. - Oliver - chamou minha atenção fechando a porta - Eu não acredito que você pensou que eu e Tommy… Eca - repetiu o gesto de nojo que o mesmo fez mais cedo e eu ri. Pela primeira vez desde que entrei na casa de John, eu ri.

⁃ Se você visse a cena que eu vi quando entrei aqui, você teria pensando o mesmo que eu - falei me aproximando dela e dando um beijo em sua testa - Oi, princesa - sorri

⁃ Oi - retribuiu o sorriso e deu um beijo na minha bochecha. Beijo esse que fez meu coração voltar a acelerar e minha respiração ficar descompassada. E fora apenas um beijo na bochecha, imagina se fosse na… - Vamos lá paga fora, temos plateia - olhei pelo vido e vi Tommy fazendo uma cara de malicioso para nós dois e meneei a cabeça para ele sendo puxado por Felicity pela porta.

Assim que colocamos os pés na grama do quintal senti uma cabeleira loira se chocando contra mim e de brinde um gritinho de felicidade.

⁃ Papai! - Connor gritou e eu sorri o erguendo no colo - Você demorou.

⁃ Hey, campeão! - beijei sua bochecha rosada - Obedeceu a tia Licity?

⁃ Ah! Ele me obecedeceu sim - Felicity falou se aproximando - Se ele não obedecesse ele ia passar pela pior sessão de tortura da vida dele - ergueu as mãos na altura do queixo e mexeu o dedos semicerrando os olhos e na mesma hora Connor começou a se debater no meu colo - Sessão de cosquinhas - e começou a fazer cócegas na barriga do pequeno que se debatia gargalhando

Cumprimentei todos, inclusive os futuros papais. Fui apresentado aos familiares de John e Lyla. Os sobrinhos deles corriam com Connor por todo o quintal. Tiveram brincadeiras que Thea disse ser típicas de chá de bebê - Lyla tinha que acertar o que estava nas embalagens, se ela acertasse a pessoa que deu pagaria uma prenda e se errasse, ela mesma pagaria a prenda. Ela errou tudo -, rolou muito coquetel sem álcool e piadas inconvenientes do Tommy. Esse último a gente aprendia a ignorar com o convivo. Palavras de Felicity, não minhas.

⁃ Acho que foi um dia muito legal - John se recostou ao meu lado abriando uma cerveja junto com Tommy e Roy que segurava um engradado. Já era de noite e a maioria dos convidados já haviam indo embora. Ficando apenas os donos da casa, Tommy, Roy e suas respectivas parcerias, eu, Felicity e meu filho.

⁃ Foi sim - assenti - Onde vocês arrumaram isso? - perguntei apontando paga a garrafa

⁃ Tommy trouxe e escondeu - riu bebendo o líquido - Só estava esperando a irmã chata da Lyla ir embora. Ela da crise quando o filho está no mesmo local com bebidas alcoólicas.

⁃ Passa uma pra cá - pedi e Roy me jogou uma cerveja, abri e senti o líquido descer pela garganta. Estava fazendo calor e aquilo era refrescante.

⁃ A sua cunhada é muito chata - Tommy fez careta - “Henry não sobe aí. Henry não pula muito alto. Henry fica longe desse pervertido.” - fez uma voz fajuta da cunhada chata e super protetora de John. Todos nós rimos

⁃ Ela só não é mais chata que você - Roy riu

⁃ Você chegou ontem na família e já quer pagar de engraçado, Royzinho - Tommy revidou batendo nas costas do mais novo - Até o Olliezinho chegou primeiro - levantei uma sobrancelha para ele

⁃ Eu não sei do que você está falando - me defendi

⁃ Pensa que eu não reparei o jeito que você olha pra ela - sorriu malicioso e bebeu mais cerveja - Você come ela com os olhos, Olliezinho

⁃ Vou estrear a frase que passei a tarde ouvindo: Cala a boca, Tommy! - ri junto com todos os outros e beberiquei minha cerveja encarando o motivo do nosso assunto. Ela ria com as meninas, mas vez ou outra encontrava o meu olhar e seu sorriso se expandia ainda mais. Tenho certeza que o meu sorriso era o reflexo do dela todas vez que trocávamos olhares.

⁃ Eles nem disfarçam - Tommy continuou - Vão pra um motel - ele gritou chamando a atenção da loira que deu língua pra ele e virou as costas.

⁃ Eu estou começando a concordar com o Tommy - Dig começou

⁃ De que eles deviam ir pra um motel? - Roy perguntou franzindo o cenho

⁃ Não - Diggle riu e Tommy gargalhou  - Que eles não disfarçam.

⁃ Eu não sei do que você está falando - apontei minha cerveja na direção dele antes de levá-la à boca novamente.

⁃ É a segunda vez que você fala essa frase, Olliezinho - Merlyn falou sarcástico - Não tenha medo de mim, eu aprovo vocês dois

⁃ Eu não tenho medo de você - conclui

⁃ Devia - piscou - Eu sou o Batman!

Todos nós rimos e eles três engataram em uma conversa sobre como Roy havia conhecido Thea. E de como ele havia a pedido em namoro em apenas três dias depois de que haviam se conhecido. Amor a primeira vista, era isso que os dois falavam para todo mundo. E eu acreditava. Era nítido o sentimento e a ligação que os dois tinham. O olhar cúmplice, o entendimento, a conexão. Não precisava de muito para concluir que se amavam. A mãe de Thea e Felicity não havia gostado muito do novo namorado da filha mais nova, mas Robert não se opôs, apenas disse que sabia sumir com pessoas caso a filha fosse magoada. Eu não duvidava disso. Eu apenas disse que ajudaria Robert a sumir com o corpo se precisasse. Foi o suficiente para Roy jurar que nunca faria nada contra Thea.

E não, eu não estava participando da conversa dos três. Eu soube disso tudo quando Thea apareceu com Roy em um dos nossos horários de almoço. Felicity, John e eu estávamos em um restaurante e Thea apareceu com o novo namorado contando toda a história. Mas Tommy não sabia e estava sendo atualizado. E eu? Eu não estava prestando muita atenção na conversa. Eu olhava maravilhado Felicity brincando com Connor no balanço do espaço kids que John havia contratado para o chá de bebê. Ela empurrava o balanço enquanto ele gargalhava pedindo para que fosse mais forte e mais rápido. Eu não conseguia escutar o que ela dizia para ele, mas Felicity não aumentou a velocidade.

Sem pensar muito eu peguei mais uma cerveja, pois a minha já tinha acabado e fui até eles.

⁃ Eu sabia que ele não ia se segurar - Tommy gargalhou atrás de mim, os outros rapazes riram e eu ignorei. É, acho que Felicity estava certa, a convivência nos ensinava a ignorar.

Atravessei o quital e parei ao lado dos dois que riam sem reparar minha presença. No passar dos dias, desde o vexame na Verdant, Felicity estava mais leve. Toda a tensão da morte do Billy havia saído de seus ombros. E posso dizer que dos meus também. Ela havia me contado que a mãe de seu falecido noivo ficou irritadíssima pelos vídeos na internet em tão pouco tempo da morte do filho e cortou relações com ela. Felicity disse que não ficou abalada como achou que ficaria, e que estava bem consigo mesma. E aquilo bastava, eu gostava da versão dela de agora. Eu sabia que todo o luto mexia com a cabeça de alguém. Mexeu com a minha, e eu nem era conhecido do falecido. Era bom ver o quando ela estava bem. E eu sabia que meu filho tinha um dedo nisso.

⁃ Papai, Licity não quer me empurrar mais alto - Connor reclamou me tirando de meus devaneios

⁃ Eu ainda não fiquei maluca - Felicity se defendeu - E ainda não superei sua última experiência no hospital

⁃ Nem eu - olhei para ela sugestivamente e ela sorriu amarelo - O que me faz lembrar… - enfiei a mão no bolso e estiquei o envelope para ela

⁃ O que é isso, Oliver? - perguntou parando de empurrar Connor que fez careta e correu para o escorrega. - Quer dizer, eu sei o que é e eu não quero, já falei - me deu as costas e foi até os meninos que bebiam rindo de algo. Minha consciência lá no fundo dizia que estavam rindo de mim. Suspirei e marchei atrás dela.

⁃ Qual é! - parei na sua frente enquanto ela roubava a cerveja que Roy havia acabado de abrir - Eu peguei essa agora!

⁃ Agora é minha - indagou - Você chegou agora!

⁃ Eu falei que você chegou agora - Tommy implicou - Não tem muita moral ainda

⁃ Oliver também não tem muita moral - Dig riu - Não se sinta excluído, Roy.

⁃ Ah, ele não tem mesmo - Felicity piscou para mim e eu revirei os olhos

⁃ Pega esse envelope - pedi

⁃ Nop - falou bebericando sua cerveja

⁃ Tá vendo? - Tommy riu - Sem moral

⁃ Cala boca, Tommy - Felicity e eu falamos juntos e o moreno riu ainda mais

⁃ Vocês foram feitos um para o outro. Já agem como um casal - jogou um beijo no ar e saiu em direção onde Laurel estava

⁃ Thomas é insuportável - Roy riu falando alto suficiente para o moreno ouvir e lhe lançar o dedo do meio

⁃ Insuportável não, Roy - Laurel falou - Meu marido é inconveniente.

⁃ Você deveria me defender, amorzinho - fez bico para a esposa

⁃ Eu defendo o máximo que eu posso, mas você não ajuda.

Todos rimos e o casal se despediu dizendo que Laurel teria uma vídeo conferência internacional com dois advogados das filiais da QC na Rússia e Hong Kong. E nesses dois lugares já era segunda-feira de manhã. Poucos minutos depois Thea e Roy se despediram, ela iria abrir a Verdant e resolver algumas questões burocráticas da boate. Após se despedir da irmã, Felicity fugiu de mim e do envelope e começou a ajudar Lyla a varrer o quintal, ou tentou. Era muito engraçado vê-la com uma vassoura na mão. Ela com toda certeza não sabia fazer isso. Ela praticamente alisava a vassoura no chão. 

⁃ Não é assim que varre, princesa - falei chegando perto dela com dois sacos de lixo, um em cada mão

⁃ Não se mete nos meus afazeres, lixeiro - resmungou e eu ri

Ajudei John a catar todo o lixo grosso espalhado pelo quinta. Desmontamos o espaço kids - para o desgosto de Connor - e tomei a vassoura de Felicity para terminar de varrer.

⁃ Nesse ritmo você só iria terminar amanhã - ri varrendo. Ela colocou as duas mãos na cintura e começou a bater o pé.

⁃ Você é insuportável! Varre tudinho tá - empinou o nariz e entrou na casa.

Mesmo sobre protestos de John eu varri todo o quintal. Eu sabia que Lyla não estava em condições, e não era justo deixar John fazer tudo sozinho. Quando terminei fui atrás do meu filho para irmos embora e o encontrei no colo de Felicity na sala, ele contava algo engraçado a fazendo rir. Eu apreciava demais esses momentos. Eu amava ver os dois juntos, eles pareciam se completar de uma forma que aquecia o coração de quem visse. Me arrisco a dizer que Connor via em Felicity a figura materna que ele não teve. Por mais que minha mãe fosse totalmente participativa na criação dele, não era a mesma coisa. E por mais que eu achasse linda a relação de Felicity com ele, eu tinha um certo receio. Até aonde aquilo iria? Um dia ela vai encontrar outra pessoa, vai se apaixonar por alguém e por mais que ela não tenha obrigações nenhuma com meu filho, ele vai acabar sendo deixado de lado e sei que aquilo vai magoar ele. Mas eu não tinha coragem de afastar os dois, eu nunca iria fazer isso. Eu não tinha coragem de tocar nesse assunto.

Não com ela.

Eles pareciam mãe e filho.

Ninguém nunca teria coragem de separa-los.

⁃ Pronto para ir embora, campeão? - perguntei estourando a bolha em que os dois estavam

⁃ Não - ele disse simplesmente arrancando uma risada minha e de Felicity e se prendendo no pescoço dela.

⁃ Onde estão Lyla e John?

⁃ Estão guardando os presentes da bebê - a loira falou aconchegando Connor em seu colo. Ela não queria larga-lo, era nítido.

⁃ Felicity… - comecei um pouco desconfortável 

⁃ Eu não quero esse envelope, Oliver - falou decidida entendendo meu ponto 

⁃ Eu insisto - sentei ao sei lado - Eu não vou me sentir bem se não te entregar.

⁃ E eu não vou me sentir bem se eu aceitar - falou por fim levantando as sobrancelhas

⁃ Eu insisto - peguei o envelope do bolso e estiquei para ela - Por favor

⁃ Okay - puxou ele da minha mão de má vontade e abriu contando quanto tinha ali. Por um momento eu pensei que ela estava checando se toda a quantia do hospital estava ali, não estava, era apenas metade do valor total que eu daria no próximo mês. Abri a boca para explicar, mas fui cortado antes mesmo de começar a falar - Connor, - o pequeno a encarou curioso - Você quer 4 mil e 500 dólares? - perguntou e os olhinhos do meu filho brilharam

⁃ F-e-l-i-c-i-t-y - a repreendi

⁃ O que? - fez careta - O dinheiro é de quem?

⁃ Seu

⁃ Então eu dou o meu dinheiro pra quem eu quiser, Oliver - piscou - E eu estou dando para o Connor, porque o dinheiro é meu e eu dou para quem eu quiser - sorriu entregando o envelope para o meu filho e me olhando atrevida - Faça bom proveito e use com sabedoria

⁃ Caraca - ele levantou com os olhos arregalados e segurando o envelope como se fosse todo o doce da sua loja de guloseimas favorita - Tia Lyla - correu pelas escadas gritando - Tio Jhonny, olha o que a Licity me deu - e sumiu escada a cima.

Felicity olhava para a escada com um sorriso besta nos lábios. Mais uma prova de que ela era apaixonada pelo meu filho.

⁃ Você não pode fazer isso - fiquei em pé cruzando os braços

⁃ Não posso? - ela também ficou de pé imitando a minha posição

⁃ Não - falei como se fosse o óbvio - Eu estou te devolvendo um dinheiro que você me emprestou

⁃ Eu não te emprestei nada - revirou os olhos - Eu paguei aquela conta, pois queria fazer algo pelo Connor. Já tivemos essa discussão, Oliver. Eu não quero o seu dinheiro. - deu um passo na minha direção e meu corpo todo entrou em alerta. Eu parecia um adolescente apaixonado.

Espera…

Apaixonado?

Por ela?

Eu estava?

Talvez…

⁃ E eu disse que iria te devolver tudo - falei encurtando ainda mais o espaço entre nós.

⁃ E eu falei que não queria - pela voz dela eu percebia a sua respiração descompassada. Ela estava nervosa. Se era com a nossa aproximação ou com o fato de eu ter dado o dinheiro, eu não sabia.

⁃ E você não aceitando me insulta. - dei mais um passo na sua direção. Estávamos a apenas um palmo de distância. Meu coração estava totalmente acelerado. Minha respiração estava igual a dela, descompassada. Meu corpo estava em um estado de agitação exagerado. Eu nunca havia sentido aquilo. Aquela necessidade de…

⁃ Sabe o que é um insulto para mim, Oliver?

⁃ O que?

⁃ Você ainda não ter me beijado.

Aquela frase foi o fim para mim. O fim da minha sanidade mental. O fim do meu pensamento racional. Eu só enxergava ela. Joguei para escanteio aquele um palmo de distância entre nós e agarrei sua cintura com força a puxando para perto de mim. Olhei em seus olhos que suplicavam pelo que estava prestar a acontecer. Assim como os meus. Selei nossos lábios e uma explosão de sensações e sentimentos tomou conta de mim. Eu já havia sonhado com aquele momento, eu já havia imaginado aquele momento. Mas nenhuma imaginação ou sonho me trazia com exatidão a maciez e a doçura dos lábios dela. Lábios esses que me deram passagem no mesmo instante em que os meus a tocaram. O beijo começou calmo, estávamos nos conhecendo. Mas não sei em qual momento a necessidade de mais tomou conta de nós dois. Ela passou os braços em volta do meu pescoço, puxando de leve meus cabelos e eu apertei mais os braços em sua cintura. Eu não queria nenhuma distância entre nós. Eu queria aproveitar aquele beijo por completo. Nos separamos quando o ar foi necessário apenas para sorrirmos um para o outro e começarmos mais um beijo cheio de significado e desejo. Eu não queria que aquele momento acabasse. Nunca. Mas um grito, um grito fino e animado fez nós dois nos separarmos no susto.

⁃ Ahhhhh! - Connor gritou nos assustando - Papai e Licity estão namorando - Felicity me olhou com os olhos arregalados e enfiou o rosto no vão do meu pescoço gargalhando sem graça. John e Lyla apareceram assustados no meio da escada enquanto meu filho pulava animado nos últimos degrais. - Eles estão namorando! Eles estavam se beijando!

⁃ Eu nunca mais te dou dinheiro, peste - Felicity saiu de seu esconderijo, o meu pescoço, e encarou meu filho completamente vermelha de vergonha.

⁃ Mas, vocês estão namorando? - Lyla perguntou divertida e John riu da nossa cara

⁃ Não - respondemos juntos completamente encabulados

Não mesmo!?


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Notas finais do capítulo

E então? Finalmente né?? Ooooo tensão sexual!!
Gente, sério! Connor nós representa!!
Estão namorando??? Uhhh
No próximo capítulo tem bomba. Tiro, porrada e bomba.
Preparadas?
Como acham que vai ser a grande revelação?
O que acham que vai acontecer no próximo capítulo?
Ansiosa estou.

Comentem muito!!! Muito!!! Muito!!!!
Vou atualizar a outra fic ainda essa semana.

Comentem!!!!



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