New romantics. escrita por Jones


Capítulo 10
We're all here.




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Dia 24 de dezembro.

Natal n'A Toca. Todos os Weasley presentes: todos mesmo. Molly Weasley mantinha o costume de tricotar suéteres, só que agora apenas os netos eram agraciados com seus tricôs de natal. Seus dedos cansados já achavam doze suéteres bastante trabalho, mas adorava ver todos os netos quentinhos e fofinhos vestidos com algo que fizera com as próprias mãos.

Todos os netos escutavam com atenção a um Arthur Weasley saudosista contando histórias de natais passados. Até mesmo Lily Potter que com ar triste se permitia sorrir ouvindo seu avô. Rose o adorava; aquele devia ser o adulto que mais amava na face da terra, o melhor contador de histórias que conhecia.

Na cozinha, Molly tentava expulsar Hermione de maneira delicada já que apenas seu toque poderia ser desastroso para toda uma ceia.

— Você levará seu famoso bolo de chocolate para o churrasco amanhã, sim? - Molly tentou desviar a atenção de Hermione no cômodo. - Mal posso esperar para comê-lo.

— Eu ia tentar algo diferente esse ano, mas Albus insistiu tanto que eu levasse esse bolo. - Ela se sentiu levemente envaidecida. - Não sabia que vocês gostavam tanto assim!

— É porque é a única coisa boa que sai da sua cozinha. - Gina murmurou atrás dela, enquanto fazia as batatas se descascarem com um floreio da varinha.

— Gina! - Molly a repreendeu. - Não é verdade querida, tenho certeza que você... Hmm... Tem outros talentos.

Gina deu de ombros pedindo desculpas e Hermione girou os olhos.

Já na longa mesa...

— Lily, você pode me passar as batatas? - Albus perguntou.

— Claro. - Lily lançou-lhe um sorriso de puro escárnio. - O que Albus Potter quer, Albus Potter tem.

— Ok... - Albus semicerrou os olhos sem entender muita coisa.

— Lily, vá com calma. - Rose sussurrou baixinho.

— Só estava falando a verdade. - Murmurou exasperada.

— Lily, você está tendo algum problema comigo? - Albus perguntou, franzindo os lábios. - Eu fiz alguma coisa?

— Não, meu adorado irmão. – ela disse de maneira sarcástica. - Merlin nos livre de você fazer algo errado nessa vida.

— Alguma ideia do que está acontecendo? - Albus perguntou apenas com os lábios para Hugo que deu de ombros.

— Quando você parar de olhar apenas para o próprio umbigo, você descobre. - Lily girou os olhos. - Mimado egoísta.

— Lily, é aquela época do mês?

— Ah, você não disse isso! - Roxanne interveio. - Que coisa mais...

— Machista de se dizer. - Lily completou.

— Crianças. - Gina os censurou com olhar. - Comportem-se a mesa, discutam em casa como toda família normal.

Lily continuou a fuzilar Albus com os olhos enquanto enfiava o purê de batatas na boca, enquanto Albus franzia o cenho, triste consigo mesmo.

— Primeiro ano sem mim em Hogwarts e minha família já está desmoronando. - James suspirou dramaticamente. - Eu sabia que eu era mais necessário que vocês deixaram transparecer quando nem me deram tchau na plataforma.

— James. - Rose girou os olhos. - Come sua torta.

— Tudo bem, amanhã meu amigo Scorpius vem para o almoço. - James encolheu os ombros. - Já que vocês ingratos do meu sangue não sentem minha falta, meu parceiro de quadribol sente.

— Scorpius vem para o almoço? - Rose perguntou com os olhos brilhando, porém tentando demonstrar indiferença. - Mas amanhã é aniversário dele, não que eu...

— Ligue. - Albus completou. - Já sabemos.

— Ele vem sozinho? - Rose ignorou Albus completamente, se dirigindo a James.

— No bilhete ele não mencionou outra pessoa. - James respondeu confuso. - Vocês deveriam me contar as coisas, estou meio perdido.

— Roxanne está namorando John Ingram, Rose e Scorpius "terminaram" o namoro "escondido" deles. - Hugo fez aspas no ar. - Eu continuo encalhado. E estou certo que algo aconteceu com Louis, mas não tô por dentro ainda.

— Fico surpreso de não estar. - Louis girou os olhos. - "O Profeta Diário".

— E como assim "escondido"? Todos vocês sabiam? - Rose arregalou os olhos.

— Todo mundo. - Dominique quem respondeu. - Todo mundo mesmo. Honestamente, eu duvido que existia alguém que não saiba.

— Todo mundo. - Molly, a mais quieta dos netos, repetiu. - Todo mundo já deve ter visto vocês se agarrando em algum corredor por aí.

O rosto de Rose ficou em chamas, olhou para outra ponta da mesa onde os mais velhos continuavam a conversar alheios aos papos dos mais jovens. Menos sua mãe, sua mãe estava perto demais e por mais que olhasse para frente e sorrisse, algo, podemos chamar de intuição, dizia que ela tinha escutado tudo.

— Vocês prestam muita atenção na vida alheia. - Rose cruzou os braços irritada.

— Ei, o Profeta Diário aqui é seu irmão. - Louis murmurou.

— Eu só respondi a James o que ele queria saber. - Hugo disse de boca cheia. - Ele não gosta de se sentir por fora e eu sou um mero observador.

— Você é um fofoqueiro. - Rose sibilou.

— Ah, não fui eu que contei do seu caso por aí não. - Hugo girou os olhos. - Todo mundo com olhos sabe.

— John hein. - James sorriu para Roxanne que só olhou para baixo. - Estava me perguntado quando ia rolar.

— Todo mundo aparentemente. - Roxie sorriu, boba.

James sentia falta de Hogwarts, de alguma forma tinha certeza que aquele tinha sido o auge de sua vida. Agora ele tinha novos planos e continuava saindo com sua namorada do colégio. Entretanto, ver seus primos e irmãos ali, felizes - nem tanto no caso de Lily - o fazia se sentir nostálgico. Por isso prestava atenção avidamente enquanto eles falavam porque antes o que parecera entediante hoje era fascinante.

Alguns minutos depois, mais próximo das uma da manhã, enquanto todos cantavam músicas natalinas, Louis se juntou a Roxie na varanda. Ela tinha acabado de receber uma carta de John e sorria meio abraçada ao papel.

— Você acredita que mal nos despedimos e ele já me mandou uma carta? - Ela sorria abertamente. - Eu acho que ele realmente me ama.

— Você está brincando? - Louis riu e fez uma careta. - Ele te adora, é até fofo.

— Quando esse semestre começou, eu só pensava em acabar a escola e ir viajar o mundo, ou qualquer coisa que me fizesse me sentir viva. - Roxanne dobrou a carta com cuidado. - Mas ainda estamos aqui e agora eu me sinto mais viva do que nunca.

— Eu conheço o sentimento. - Louis confidenciou. - Eu não sei se é isso de amor ou talvez uma paixão, mas é algo diferente, que me deixou feliz.

— Você merece ser feliz, Lou. - Roxanne sorriu, acariciando-lhe o braço.

— Será? - Louis suspirou. - Eu nunca me permiti ter tempo para essas coisas de me apaixonar e namorar pessoas.

— Mas acontece de qualquer jeito, não é? - Roxanne sorriu, confortando-o. - Vou te dizer o que Rose me disse antes de eu sair com John pela segunda vez: permita-se. Eu sei, ela consegue ser bem hipócrita.

— Sim. - Louis riu. - Eu não sei. Talvez tenha sido algo de uma noite só e eu esteja lendo entrelinhas demais dentro dessa situação.

— Bom, isso chegou para você. - Roxanne o entregou um pequeno envelope vermelho. - Talvez tenha algum tipo de resposta aí dentro.

Ela se levantou dizendo que o daria alguma privacidade e ele abriu o pequeno envelope com os dedos trêmulos - não sabia se pelo frio ou pela expectativa.

"Lewis,

Não tive tempo de te comprar um presente - já que apesar de intenso, tudo é beeeem recente. Mas espero retribuir toda a sua compreensão acerca da minha estupidez um dia. Espero também que você esteja sentindo minha falta, porque mais que saudades de implicar com você, sinto saudades de te beijar até deixar seus lábios vermelhos e te despir não só com o olhar. Espero também que você não esqueça de mim nas próximas duas semanas - se isso soar patético saiba que escrevi sob a influência de álcool, mas os sentimentos são reais.

Com carinho, E."

Louis sorriu para o bilhete e o guardou no bolso já pensando no que responder para Ethan enquanto repetia seu novo mantra sobre permitir-se.


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