Codex de um soldado anonimo escrita por PEREGRINO SILENCIOSO


Capítulo 4
Capítulo 4




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A comida preparada pela Dona da Pensão é como se fosse a minha mãe fazendo (se eu tivesse uma).

— Parece que você não come a meses, onde você estava, Frank?

— Eu tava com muita saudades de comer comida caseira, eu tava num lugar muito ruim e passei muita fome.

— Coitadinho! * Respondeu a Dona da Pensão*

— A Senhora sabe onde estão precisado alguém pra trabalhar? Preciso de um emprego, pois tenho uma missão a cumprir...

— Não que eu saiba, mas pra trabalhar você precisa ficar forte, pois está muito magro, pra não comentar que está esquelético.

O meu quarto não era muito grande, mobiliado, dormia com mais dois rapazes que falavam por mim (demorei pacas pra voltar a falar, fiquei com sotaque), um deles era um monge Tibetano com um nome estranho e o outro que era auxiliar de serviços gerais em um restaurante. Não me importava se o Monge Tibetano acordava de madrugada pra ascender incensos ou cantar os mantras, por força do hábito eu continuava dormir armado (velhos hábitos não se perdem). Eu falava pouquíssimo sobre o meu passado pros outros, pela minha segurança.

Precisavam de alguém pra trabalhar como estivador no porto, como eu já estava mais forte e nutrido com a comida da Dona Cida. Fui até o Porto pra falar com o encarregado, chegando lá com um taxi (não tenho carro próprio ainda), observei que havia outros candidatos pra vaga. Cada um dos candidatos foram sendo chamados pra entrevista, quando chegou a minha vez, o encarregado perguntou:

— Você tem experiência?

— Não, mas posso aprender e preciso urgentemente do emprego. Não posso lhe entregar os meus documentos agora, porque faz pouco tempo que estou no País e acabei perdendo os documentos, já estou providenciando os novos. Estou morando na Pensão da Dona Cida, foi ela que me indicou o Senhor para eu conseguir a vaga.

— Quanto tempo que você está no país?

— Duas semanas. Quando cheguei eu tava desnutrido porque onde eu tava passei muita fome, agora estou no meu peso normal, aprendo depressa.

— Qual foi o último emprego?

— Fui das Forças Especiais no Oriente Médio. Sei vários idiomas.

— Tem telefone para contato?

— Não, só o da Pensão mesmo. Estou me adaptando pra falar corretamente o idioma sem sotaque.

Com alguns dias após a entrevista, consegui os meus novos documentos e também a vaga de estivador no porto, onde trabalhei duro e incansavelmente, sempre em foco a minha vingança. Procurei discretamente saber sobre os meus ex-companheiros de armas e conspiradores. Quando eu fui preso, tinha 22 anos. Mantive a idade na minha nova carteira de identidade (desculpa às vezes pelos erros de escrita). Também consegui o meu “atestado de óbito” com o meu antigo nome.

Passou-se meses que eu estou no Porto trabalhando, sempre conhecendo novas pessoas e de lugares distantes, fiquei economizando dinheiro, só gastando o necessário.

Fiquei sabendo que o desprezível T-Bone e o Razor foram os responsáveis pela morte do meu companheiro, porém houve “desentendimentos” entre eles e os chefões, acabaram caindo em desgraça, acho que andaram atirando ou explodindo no alvo errado que era uma figura pública (não me importa quem seje o coitado) e agora estão trabalhando como mecânicos em uma Cidadezinha minúscula e morando um ferro velho. Essa Cidadezinha era bem perto de onde eu estou morando. O encarregado me deu alguns dias de folga porque eu estava trabalhando até nos meus dias de folga e fazia jornada dupla. Aproveitei essa folga pra começar a minha vingança. Olho por olho, dente por dente. Descobri ao acaso quando eu tava observando os meus alvos que eles tinham uma vida dupla e tinham inimigos interessantes pra se observar com mais calma. Foi o que eu fiz. Como dizem: inimigo do meu inimigo é o meu amigo/aliado.

O meu plano era bem simples, só precisava da colaboração dos meus “aliados”... Não foi tão difícil encontrar os inimigos do T-Bone e o Razor. Fiz a minha proposta:

— Como temos inimigos em comum, podemos nos aliar pra isso e o meu plano é o seguinte: vocês dois vão atrair eles até a mim no local determinado (dando coordenadas específicas do local caso eles se atrapalhem na hora H) e ainda vocês ganham uma boa grana e tem a Cidade toda pra vocês. Topam me ajudar?

— E depois o que você vai fazer com eles?

— Isso já é um assunto meu com eles, é tipo um ajuste de contas do passado... E ai, topam?

— De quanto estamos falado em espécie?

— (falei o valor que no momento não posso revelar, era o que eu tinha no momento)

— Nossa! Topamos sim. Quando?

— Daqui a 72 horas. Não me interessa como vocês vão atrair eles até a armadilha. O resto deixa comigo e também vou trazer o dinheiro.

— OK! * Responderam após apertarmos as mão pra selar o acordo*

OBS: Era um casal de inimigos do T-Bone e Razor. Ambos fugiram de Alcatraz a muito tempo e foram encontrados desacordados por um idoso que cuidou deles quando estavam enfermos.


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