Yeon estava paralisada diante da foto.

Desaparecida...

Como isso é possível?

Ela leu o artigo e procurou informações.

Lá dizia que depois de uma severa briga com o ex-marido, tanto ele quanto ela tinham desaparecido... E o tal ex-marido tinha a exata descrição de Dário.

Sentiu pontadas atrás da nuca, e depois um formigamento que se espalhou por toda a cabeça. 

Uma dor extremamente forte engolfou seus sentidos.

Ela se lembrou de estar amarrada.

Um homem com um jaleco branco estava com injeções e outros objetos esquisitos.

Ela estava com medo.

—Vai doer um pouco, mas você não vai se lembrar, eu juro.

Ela queria se soltar, ela se debateu, mas ele logo a parou a amarrando pelas pernas também.

—Não resista, isso só vai ser mais doloroso. 

—Doutor, tem certeza que isso vai dar certo e ela não vai morrer? - ela ouviu a voz de Dário perguntar.

—Sim. Não se preoucupe. Ela será uma boa esposa.

Depois disso ela se lembra de estar em uma camisa de força, repetindo palavras que o tal homem de jaleco tinha ordenado.

—Sim amor, pois não amor. Eu sou uma boa esposa. Sim amor, pois não amor, eu sou uma boa esposa. Sim amor. Pois não, amor. Eu sou uma boa esposa. Eu sou uma boa esposa, eu sou uma boa esposa, eu sou...

As lembranças a deixaram horrorizada.

—O que fizeram comigo?

Ainda atordoada, ela foi para o quarto, onde Dário roncava alto.

Ela olhou para ele com fúria.

Não era burra, percebeu pelas memórias que Dário era o responsável pelo o que quer que tenha acontecido consigo.

Ela sabia, ela sentia, que ele roubou tudo dela. Sua vida, suas lembranças, sua vontade, só para transformá-la na porcaria de um robô que vivia para obedecer as ordens desse projeto de homem.

—Você vai me pagar, Dário!