Ordem dos Cavaleiros - Parte 2 escrita por Autor100999


Capítulo 33
Arco Arcádias - O Cruel


Notas iniciais do capítulo

As crianças conseguem fugir para a selva em busca de seus familiares, mas no meio do processo, acabam se envolvendo no apice da luta entre Kairos e Nagato



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Aos poucos, a areia começou a se mover em direção à esquerda, esse movimento ocorria em todas as estações, mas apenas durante os verões desérticos era possível perceber quando o planeta estava para mudar de estação. Restavam três horas para o fim do verão e início do seco outono dentro do planeta. Ambos os lados sabiam disso, no entanto, um deles tinha motivos de sobra para buscar acabar com tudo naquela estação, marcando o presente e futuro de Arcádias para sempre. Enquanto isso, um jovem soldado entrava dentro de uma tenda escura e encontrava crianças amarradas.
— Olá crianças, como vão? Bom... É a minha terceira vez aqui com vocês, mas ainda não tivemos como conversar até agora - disse o soldado com uma pausa - vocês já acordaram?
— Quem é você? - questionou um garoto que havia acabado de acordar.
— Meu nome é Yuri... Sou um novato, mas e você? Qual seu nome?
— Meu nome é Hans... E sendo sincero... - disse o menino, deitado de forma desconfortável, mas tentando se sentar mesmo amarrado e com uma faixa cobrindo seus olhos, assim como todas as crianças no local - estou com medo, o que vai acontecer com a gente?
— Eu... Eu queria impedir tudo isso, mas o general quer deixar vocês para amanhã
— O que ele vai fazer? Ele pretende... Matar todos nós?
— Vocês ouviram a explosão?
— Então... Esse será nosso fim?
— Isso... Não pode ser! - O soldado começou a soltar as crianças, cortando suas cordas de uma forma cuidadosa, retirando também a faixa de todos - Não vou permitir algo assim com crianças.
Durante a ajuda do jovem soldado, todas crianças começaram a acordar dentro da lona, entre elas, Christopher seguia traumatizado pelo ataque do cavaleiro cego ao andador e Mayu foi uma das primeira a acordar, no entanto, ela tinha certa desconfiança das ações do novato, mas devido a todas as circunstâncias, não haveria motivo para o soldado libertar todos eles e desafiar as ordens de seu general.
— O que faremos agora? - questionou uma das crianças, ajudando seu irmãozinho a levantar.
— Bom... O que vocês querem fazer? - questionou o soldado, nesse momento todas as crianças olharam para Hans.
— Hã? O que é isso?
— Você guiou todos nós até aqui, demonstrou ser muito inteligente e também... É o mais legal entre todos aqui - disse Mayu em um sussuro - Faz sentido eles esperarem uma sua resposta.
— O que você disse? Inteligente, eu... Sou amigo de um escravo, não acho que vocês me achem legal depois de ouvir isso
— Você tem vergonha dele? - questionou Yuri.
— NUNCA! - respondeu Hans rapidamente - Ele é família!
O soldado parou por um momento, relembrando do escravo que estava junto das crianças.
— O nome dele é Gregory, correto?
— Sim! Sabe onde o tio Gregory está?
— Tio? - questionou Christopher, voltando a esboçar alguma reação.
— Ele... É importante pra você? - questionou Mayu, não entendendo as palavras de Hans.
— Bom... Ele é importante sim, então eu o chamo de tio - disse Hans, com vontade, mas acabou ficando vermelho devido a não ter muita experiência falando em público.
— Entendo... Ele tinha sido colocado junto de vocês, mas logo após acordar seu amigo tentou se libertar para ajudar os nobres, por isso foi preso dentro da tenda central junto dos oficiais.
— Você precisa nos ajudar a salvá-lo! - disse Hans, olhando nos olhos do soldado.
— E nossos pais também! Você disse que aquele escravo estava tentando se soltar para ajuda-los! Precisamos ajudar eles de alguma forma.
— Querem mesmo isso?
— Bom... - Hans tinha um grande apresso pelo seu tio Gregory, mas mesmo sendo muito jovem, ele sabia que os adultos em sua maioria eram muito complicados de defender, mas em meio as suas dúvidas, Mayu apertou sua mão - O que é isso?
— Olhe ao seu redor! - disse a garota, apertando sua mão com mais força.
— Isso... Sim, queremos salvar a todos eles. - Hans acabou cedendo graças ao auxilio de Mayu e o pensamento nas crianças que acabariam ficando órfãs de guerra.
— Entendi. Nesse caso, peguem esse mapa - disse o soldado, com certo receio, oferecendo o mapa - vocês vão encontrar eles amarrados, os guardas estão lutando em outro lugar... Se não forem agora, não conseguirão salvá-los.
— E quanto ao tio Gregory? - questionou Mayu, deixando Hans envergonhado já que sua amiga percebeu seu lado mais infantil de chamar seu amigo de tio.
— Eu vou cuidar dele, logo encontrarei vocês! - O soldado demonstrou novamente certo receio, não conseguindo olhar nos olhos de Hans novamente, mas sua força de vontade era mais forte e mostrou o mapa - Bom, vocês são o pontinho azul e seus pais são os pontos vermelhos no local marcado.
— Entendi... Nesse caso, vamos lá! - disse Hans tentando pegar o mapa, quando Christopher pegou o mapa com antecedência, correndo para fora da cabana.
— EI! Onde você está indo? - questionou Mayu, estranhando o comportamento do nobre.
— EU VOU SALVAR A MINHA MÃE! - disse o garoto correndo fortemente em frente, seguindo o mapa.
— Droga! Vamos atrás dele! - disse Hans, convocando seus amigos.
— Espere! E quanto aos soldados desse acampamento? - perguntou Mayu.
— Eles foram movimentados para preparar canhões para a batalha... Esse é o único momento que vocês têm para fugir! Não desperdicem!
— Não iremos! - disseram Hans e Mayu juntos e liderando as crianças, elas saíram em busca de Cristopher.
Essa conversa chegou a durar poucos segundos, porém, o novato conseguiu simpatizar com as crianças, já que por mais que estivessem do lado inimigo, as crianças são a maior esperança para o futuro da humanidade e justamente por isso, uma lágrima escorreu do seu rosto ao final da conversa. Era imperceptível, pois ocorreu muito rápido, mas ao mesmo tempo pareceu durar uma eternidade para Yuri, que mesmo rangendo seus dentes, não conseguiu contar a verdade as crianças.
— Os soldados realmente sumiram? Não encontramos nenhuma até agora!
— Sim! Estamos indo bem!
— Essa areia é muito chata, mas depois de tudo isso, finalmente estamos prestes a encontrar nossos pais.
Nesse momento, uma das garotas acabou ficando um pouco para trás após ouvir essas palavras.
— Mayu, o que foi? - disse Hans, que a puxou novamente para a corrida para encontrar suas famílias.
— O soldado parecia estranho, tenho muito medo do que vai acontecer
— Eu... Confio nele, ele está arriscando muita coisa para nos ajudar, talvez os republicanos não sejam tão maus.
— Bom... Não é impossível. - Mayu se recordou daquele que salvou seu irmão no leilão.
— E quanto a seus pais?
— Eu... Não quero vê-los
— Bom... Eu entendi - disse Hans, com uma rápida pausa enquanto olhava para o rosto de Mayu - Se quiser... Pode viver comigo.
— Hã?
— Digo, digo, digo... com o Tio Gregory e comigo... Se você quiser - disse Hans, enquanto tentava alcançar as outras crianças.
— Bom... Vou pensar nisso, se você prometer que meu irmãozinho poderá viver conosco
— Claro, nesse caso... Estamos combinados?
— Sim - disse Mayu, concluindo o assunto que estava ficando cada vez mais embaraçoso.
As crianças alcançaram o grupo, eles conseguiram avançar rapidamente até a posição de Cristopher no mapa. Elas estavam cansadas, desgastadas fisicamente e mentalmente, mas conseguiram alcançar Cristopher, parado olhando para o local marcado no mapa. Todas as crianças ficaram sem palavras, olhando pela primeira vez um campo de batalha, marcado de sangue e com grandes marcas de explosão.
— Aqueles são...: O grande líder Kairos e o outro cara seria... - Cristopher começou a tremer e remoer o último encontro das crianças com aquele cavaleiro - Nagato Kisuke... O cruel.
— Não é possível! Ele de novo?
— Isso... Só pode ser brincadeira - disse Mayu.
O sangue jogado na areia, os imensos buracos no chão e a falta de alguns pontos vermelhos no mapa, mostraram as crianças seu pior pesadelo, deduzindo exatamente o que estava embaixo da terra naquele momento.
— Eles chegaram - disse Nagato, dentro do campo de batalha.
— Hã? Eles? - Kairos, usou CEE e descobriu a existência de algumas crianças próximas ao local.
— O que foi? Eu disse que não enterrei nenhuma criança... Elas são o futuro, viverão mais do que você e eu - O cavaleiro pegou o controle dos explosivos escondido em seu traje.
— Eu sabia que estaria com você! - disse Kairos, movendo suas sombras para pegar o controle.
— Elas são o futuro e... O futuro delas é o medo.
O cavaleiro acionou o explosivo, ativando todas as bombas que estavam de baixo da terra. Os nobres enterrados nem mesmo sabiam o que estava ocorrendo acima, mas quando sentiram a ativação dos explosivos implantados, perceberam que não importava a profecia, líder ou até mesmo um deus, suas ações haviam causado toda aquela situação. No último dia de vida de todas aquelas cobras, choraram, reclamaram e explodiram como qualquer humano patético.
As explosões jogaram as crianças para dentro da floresta, batendo contra às arvores. O choro, raiva e qualquer outra expressão foram sucumbidas pelo medo, que iram marcar todas elas até seus últimos dias, o medo de fazer qualquer coisa contra à República, atravessando todas as gerações posteriores e fazendo com que o Império de Arcádias estivesse fadado a nunca mais entrar no caminho de Nagato Kisuke, "O Cruel".


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Notas finais do capítulo

Ola meus caros
N sei quem ainda acompanha a história e tals, mas sinto pela demora para lançar o capítulo
Creio que mesmo curto ele passou a ideia do que eu queria fazer com as crianças pra esse arco, ainda pretendo quem sabe usá-las posteriormente, mas vai depender muito de pra onde vou com a história, já tenho o final em mente, mas queira ou n ideias novas vão surgindo e as vezes acabo adicionando coisas extras pra tentar ficar tudo mais coeso
Dito isso, obrigado pela pasciência e tenham todos uma boa noite



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