O confronto em frente ao segundo muro estava ficando cada vez mais inesperado. Enquanto isso, outra dupla inesperada estava tentando decidir como processar novas informações.
— Freddy? Roger? Blake? Tem alguém me ouvindo? Ocorreu alguma coisa na base? Como está Taunk? – questionou Kyoukai, em seu comunicador.
— Ninguém te respondeu? Admito... isso é suspeito – disse Gabriel.
A sacerdotisa tentava contatar a base desde as informações espalhadas pelo Jaegar, no entanto, sem nenhuma resposta, mesmo tentando contato com suas irmãs, o grupo não respondeu nenhum de seus chamados.
— Mas que droga... Calma, tudo deve ter uma explicação – disse Kyoukai, tentando se acalmar e pegando sua espada.
— Talvez não- retrucou Gabriel.
— Hã? O que te faz pensar nisso? – questionou a sacerdotisa.
— Acalme-se... Não vai conseguir fazer nada nesse estado – disse Gabriel.
— Quem é você pra dizer isso? – questionou Kyoukai, segurando seu aliado pelo pescoço.
— Na verdade... Eu ouço isso do meu mestre o tempo todo, admito que não sou o melhor aluno do mundo, mas esse conselho funciona muito bem – explicou o aprendiz de Yoda.
— Isso... tem sua verdade – disse Kyoukai, tentando manter a calma, soltando o cavaleiro.
— Ótimo... Agora que acabamos com isso, acabei de saber o que aconteceu na sua base – disse Gabriel, enquanto se sentava.
— Há? Como isso é possível? – perguntou a sacerdotisa.
— Eu falo com fantasmas – respondeu o cavaleiro.
— Entendo... fantasmas da sua cabeça? – disse Kyoukai.
— Engraçadinha, toque em mim e veja – retrucou o cavaleiro.
— Sujo – disse Kyouaki.
— O CARAMBA! Toque no meu ombro de uma vez- disse Gabriel irritado.
— Está bem... Se ajudar a ver o que realmente aconteceu, não me importo- disse Kyoukai, colocando sua mão no ombro do aprendiz de Yoda.
Naquele mesmo instante, vários fantasmas apareceram para a sacerdotisa, que estava vendo pela primeira vez algo totalmente fora de sua realidade, mortos flutuando e conversando entre si.
— Isso... é impossível – disse , totalmente surpresa.
— Bom... Acho que no início pessoas normais estranham mesmo. Ei você, repita pra ela o que acabou de me dizer por favor – disse Gabriel, pedindo ajuda ao fantasma de um mensageiro.
— Claro mas... Sua amiga pode me ver? – questionou o espírito, aproximando-se do rosto da sacerdotisa.
— Não tão perto! – retrucou a sacerdotisa, tomando pouca distância.
— Nesse momento sim, agora explica de uma vez – retrucou o exorcista.
O fantasma, mesmo pensativo, repassou todos os acontecimentos que ele conseguiu presenciar, informando sobre o incêndio, uma luta interna entre rebeldes contra prisioneiros e também sobre um certo homem que saiu daquele lugar.
— Isso... Não é possível, Taunk é realmente um traidor? Por conta própria? Isso...é a verdade? retrucou Kyoukai, pensativa.
— Taunk? É a primeira vez que escuto esse nome, ele era seu amigo? – questionou Gabriel.
— Bom... foi ele que me convenceu a lutar pela causa, me apresentou a Hilda, me deu essa faixa que uso na testa... Aquele homem que era incapaz até mesmo de dizer “não” foi capaz de tudo isso – disse Kyouaki.
— Bom, acho que ele deve ter dado alguma cartada antes, nunca reparou nada de estranho? – questionou o cavaleiro.
— Bom... Quando ele fez contato com o seu amigo, Tiago Dragone, ele agiu de uma forma que nunca tinha visto, ele estava com raiva... Ódio, quando ouviu falar da República – disse Kyoukai.
— Não o culpo, tem muitas pessoas que não gostam da gente, principalmente nesse sistema – disse Gabriel.
— Mas... Isso não faz sentido, quando eu tentei descobrir o traidor, eu repassei diversas localizações para todos os líderes, mas apenas as de Taunk levaram ao seu amigo – retrucou Kyoukai. 
— Entendo... Acho que isso já confirma tudo – disse Gabriel, tentando encontrar algum vestígio de Lucci, mas sem sucesso.
— Mas... Ele estava com medo, quando eu olhei na mente dele não conseguia ver nada referente a essa traição, e à memória que ele estava sendo torturado e sua mente alterada por aquele Jaeger... Aquilo era real! Não é possível que tudo tenha sido teatro – disse Kyouaki, tentando buscar argumentos para sustentar sua crença em seu amigo.
— Talvez você esteja certa, mas temos outras preocupações por agora – disse Gabriel, reparando na imensa parede de gelo em frente ao segundo muro.
— Mas... Aquilo não é obra de algum de seus companheiros? – perguntou a sacerdotisa.
— Bom, o Riruzen talvez seja capaz disso, mas ele recebeu uma “missão secreta” e tá rondando pela capital- disse Gabriel.
— Hã? Como sabe disso? – perguntou a sacerdotisa.
— Como eu disse... Eu falo com fantasmas, descobrir isso foi mole – disse o cavaleiro.
— Bom, por mais que eu odeie concordar com você, desta vez – retrucou Kyoukai, enquanto saltava pelas casas, seguida do cavaleiro.
A sacerdotisa estava com pensamento incertos, refletindo sobre seu amigo, mas decidiu deixar tudo isso de lado, focando única e exclusivamente na sua missão, acreditando em seu amigo e lutando pela causa.
— Não fique assim... Estou aqui para acabar com tudo isso – disse Diespedina, preparando-se novamente para outra batalha.
— Quem é aquela? - questionou Kyoukai.
— Não sei, mas vamos descobrir logo – disse Gabriel.
— Morram! – disse a Jaeger, levantando a liga e preparando-se para um novo ataque.
Em meio ao campo de batalha, a Jaeger teve sua espada quebrada pela sacerdotisa, fazendo com que o gelo fosse redirecionado na direção oposta, e Gabriel se aproveitou da distração e acertou um soco na Jaeger. Ela estava prestes a ser detida pelo aprendiz de Yoda e pela sacerdotisa, eles chegaram em alguns instantes, aproveitando o fator surpresa, tendo suas armas mirando o pescoço da Jaegar para acabar com tudo, mas as sombras de Kairos seguram suas armas.
— Quando eles...? – questionou Diespedina, percebendo naquele momento, que poderia ter sido morta sem nem perceber.
— Hã? – questionou Levi Fosster, enquanto tentava se levantar.
— Miseráveis... o quê? – questionou Kyoukai, vendo sua espada presa em uma sombra.
— Isso é sério? Mas que droga! – retrucou Gabriel, tentando retirar sua foice daquele escudo.
— Diespedina... Isso foi apenas um mero agradecimento pelo que fez agora há pouco, como um pequeno osso para um cão obediente- disse Kairos, se aproximando da Jaeger.
— Hum... Não esperava que fosse por outro motivo- retrucou a Jaeger.
Enquanto o Lorde seguia andando calmamente, os soldados republicanos seguiam lutando contra os seus inimigos, com uma barricada impedindo a entrada dos zumbis, mas entre eles, Catapk se escondeu em uma das casas, junto de seu general Fisk, que havia gastado muita energia durante essa batalha pela tomada pelo primeiro muro e pelo plano fracassado de capturar Kairos.
— Novato, me diga qual é a situação! – ordenou o general.
— Uma das líderes da rebelião, Kyoukai junto de Gabriel Constantini acabaram de chegar no campo de batalha, mas o exército inimigo ainda apresenta certa vantagem – disse Catapk
— Entendo... Quem está com as tropas? – perguntou o general.
— Connor e Wanda estão liderando os soldados, o Lorde conseguiu quebrar o truque daquele cara das correntes – disse o novato.
— Entendo – disse o general.
— Tente descansar... Foi difícil te tirar de lá, tive que aproveitar a aparição daquela Jaeger – disse Catapk.
— Isso... é impossível, vou me levantar, preciso impedir que tudo aconteça de novo! – disse Fisk.
O general tentava se levantar, em sua visão, a batalha estava ganhando novas camadas, precisando de sua liderança, mesmo reconhecendo a capacidade de Connor e Wanda, ele sabia que precisava estar lá, com suas estratégias, no entanto, mesmo com alguns planos em mente, ele não sabia o que estava por vir.
— Acho que brincamos demais... Está na hora de conhecerem um pouco mais de desespero- disse o Lorde, retirando a joia da coragem em um de seus bolsos.
— Isso... é pior do que eu pensava – retrucou Levi Fosster, vendo o Lorde aumentando seu poder.
— NÃO DESISTAM, SOLDADOS! ISSO AINDA NÃO ACABOU! – gritou Gabriel, percebendo a excitação de seus inimigos e finalmente retirando sua foice do escudo de sombras.
— ISSO MESMO! VOCÊS AINDA ESTÃO EM VANTAGEM! PRECISAM CONTINUAR LUTANDO! – gritou Kyoukai, tentando manter a moral do exército.
Os soldados que estavam cercados de incerteza s, ergueram sua moral e estavam preparados até mesmo para morrer pela sua causa, no entanto, essa coragem dos seus inimigos, estava a cair por terra, quando olharam para o chão.
— O QUE É ISSO? – gritou um dos soldados republicanos.
— MAS QUE MERDA! O CHÃO ESTÁ COMPLETAMENTE ESCURO! – disse Wanda.
— Mas o quê? – questionou Kyouaki, saltando para um telhado.
— Isso é sério? – retrucou Diespedina, saltando para outro telhado.
— Ele... está usando a joia – disse Levi Fosster, tentando se levantar.
— Vem aqui! – disse Gabriel, salvando o assassino saltando para outro telhado.
— Acho... que estão empolgados demais, mas fiquem calmos, eu prefiro que morram todos como falsos heróis – disse Kairos, provocando o exército.
— Isso... não é possível- retrucou Connor, percebendo que os poderes do Lorde aumentaram imensamente graças à joia.
— Hora de acabar com isso – disse Kairos.
As sombras cobriram toda a areia da cidade, elas estavam mais poderosas do que nunca, começando até mesmo a prender todos em frente ao muro, até mesmo os soldados arcadianos, no entanto, em meio ao caos que se instaurava naquele local, algo aconteceu, algo totalmente imprevisto para todos os presentes.
— Lorde Kairos, está me ouvindo? – questionou alguém no comunicador do Lorde.
— Hã? As comunicações voltaram? Quem é você? -questionou o Lorde.
— Ainda não decorou meu nome? Acho que poça de lama serve por enquanto- disse a voz.
— Isso... VOCÊ! – disse Kairos, finalmente ligando a voz à pessoa.
O retorno das comunicações ocorreu em toda a capital, mas junto dele, várias transmissões em holograma começaram a percorrer toda a cidade, como se fosse um grande show de televisão, com um telão principal acima do segundo muro.
— Olá senhoras e senhores! Espero que estejam preparados para nossa peça de horror! – disse o homem responsável pela voz e por esse plano, aparecendo no telão principal, Nagato Kisuke.