Nos corremos por alguns minutos entre as arvores da floresta que cobria a montanha, quando paramos estávamos sobre um morro, as luzes da cidade brilharam em meus olhos e eu sorri largamente, um pouco mais a frente havia um castelo rodeado de parreiras.

— Vamos tomar uma cerveja! Disse Tommy empolgado e em seguida correu a nossa frente, trocamos olhares e o seguimos.

Como não podíamos chamar a atenção caminhamos tranquilamente em uma rua estreita que tinha o chão cheio de pequenas pedrinhas, o local era encantador, havia construções medievais por todos os lados, por um breve instante lembrei do vale, compreendi por que se parecia tanto com aquela cidade.

Seguimos caminhando pelas ruelas até que o som da música chamou minha atenção – Eu disse que hoje tem festa! Morgan falou animada e apressou seus passos a nossa frente.

Apesar de não queremos chamar a atenção os olhos dos humanos se fixavam em nós, curiosos e seduzidos, logo nos juntamos ao grande grupo que dançava e bebia, Tommy olhou para uma garota que de imediato sorriu para ele – eu vou me divertir! Disse ele indo ao encontro dela.

Não demorou para que Jimmy também se rendesse aos encantos de uma bela mulher, que aparentemente parecia muito mais velha do que ele, como não esperava que Morgan me fizesse companhia eu me encostei em uma pequena mureta dividia a estrada do rio com uma caneca de cerveja na mão e dei alguns goles observando os humanos bebendo e se divertindo.

Mas meu olhar se prendeu no rapaz moreno que estava em um canto um pouco afastado rodeado de outros homens, provavelmente eram amigos, ele tinha a pele morena, bronzeada, era alto não mais não mais alto que eu e tinha grandes músculos, tinha a aparência de um nativo e por alguma razão eu não consegui tirar os olhos dele.

Era como se ele me lembrasse alguém, mas quem?

Maldita falta de memória.

Ao perceber meu olhar fixo sobre ele o rapaz me encarou, eu desviei o olhar tentando disfarçar minha grande cara de pau em olhá-lo daquela forma, quando percebi ele estava próximo a mim com uma caneca de cerveja em cada mão – A princesa aceita uma cerveja? Perguntou ele me oferecendo a caneca de sua mão esquerda.

— Obrigada! Respondi deixando a caneca vazia que tinha nas mãos sobre a mureta e peguei a caneca cheia da mão dele.

— Não há de que! Respondeu ele – Você é turista, não é? Nunca vi você por aqui.

— Sim e não! Respondi tomando um gole da cerveja – Mas porque acha que sou turista?

O rapaz sorriu – Se eu já tivesse visto uma mulher tão linda quanto você eu não esqueceria! Respondeu ele.

Tomei novamente um gole da cerveja e sorri para ele – Obrigada!

— Não precisa agradecer – o rapaz sussurrou levando a mão livre até a mecha de meu cabelo que estava em meu rosto a colocando atrás da minha orelha – Está sozinha aqui?

— Eu vim com alguns amigos! Respondi olhando para Morgan que estava com um rapaz loiro, ambos sorriam e dançavam.

— Parece que eles estão ocupados! O moreno falou olhando na mesma direção que eu.

— É estão! Respondi voltando a tomar a bebida, o rapaz sorriu e olhou na direção dos amigos em seguida voltou a olhar para mim – o que acha de dar uma volta comigo?

Olhei novamente para Morgan, Jimmy e Tommy, percebi que havia sido esquecida por eles – Tudo bem! Concordei, o moreno sorriu animado e me puxou pela mão, caminhamos pelas ruelas escuras e então percebi que o som da música começou a ficar um pouco mais distante – Aonde estamos indo? Perguntei curiosa a ele.

— Para um lugar mais tranquilo! Disse ele dando um sorriso, porém me pegando de surpresa logo em seguida, o rapaz me empurrou contra uma parede escura e seu braço segurou de forma firme meu pulso tentando prender meu corpo a frente dele – Fica quietinha e seja boazinha e eu prometo que não vai doer.

Ergui minhas sobrancelhas – você não vai tentar...]

—Xi...murmurou ele tocando meus lábios com o dedo indicador direito – Seja boazinha comigo, sei que está tão afim quanto eu.

— Vai dividir o dinheiro da aposta comigo? Eu perguntei o encarando e ele sorriu divertido, havia uma vantagem em ser uma hibrida, assim como os vampiros eu tinha uma audição bem aguçada e havia ouvido perfeitamente a conversa que ele havia tido com os amigos antes de ir até mim.

— Acho que não disfarçamos bem – ele falou passando a mão por meu ombro e desceu por meus braços parando em minha cintura – Mas você é gata demais – Ele olhou para os meus seios e deslizou as mãos por meus braços novamente e quando aproximou do decote do meu vestido sua expressão mudou e ele deu um grande grito ao perceber que eu havia quebrado seus dedos – VADIA...gritou ele curvando o corpo.

Eu segurei seus cabelos com força erguendo seu corpo o fazendo olhar para mim – Seja bonzinho e não grite, me diga uma coisa, já fez isso com quantas garotas?

— Vagabunda...ele murmurou segurando meu braço com a mão boa – Eu vou te fazer gemer de dor.

Eu sorri novamente e ele me olhou confuso e um novo grito se misturou ao som da música que tocava não muito longe.

— Homens! Eu murmurei enquanto o rapaz moreno me olhava assustado com os dois braços quebrados encostado na parede escura, seus olhos arregalaram-se quando me aproximei dele e olhei em seus olhos.

— Você é o demônio! Sussurrou ele apavorado.

— Eu me divertir bastante! Pisquei para ele e então arrumei o vestido e segui de volta para o local da festa, Morgan, Jimmy e Tommy estavam a minha espera.

— Onde estava? Perguntou Morgan – Faltam vinte minutos para troca de turno temos que correr.

— Também precisava me divertir! Respondi sorrindo – Vamos, não quero ter problemas com o Zo.

Apressamos nossos passos caminhando entre os humanos e tentando ser normais, e assim que nos aproximamos da floresta disparamos usando o máximo de nossa velocidade, após passarmos pelas grutas esperamos o vampiro se retirar e antes que Zo e Joseph assumissem o turno passamos pela entrada e corremos para dentro da floresta.

— Melhor irmos para nossos quartos, espero que Audrey não tenha ido atrás de mim.

Os garotos confirmaram, após nos despedimos nos separamos, e aproveitamos o pouco movimento para irmos para nossos quartos.

Eu entrei rapidamente em desfazendo das minhas roupas e colocando um pijama, para minha sorte Tommy havia programado tudo, ele sabia que naquele dia Zo dormiria e Audrey seria responsável por todos os híbridos por isso ela não teria muito tempo para ficar comigo, eu me joguei na cama sorrindo, apesar do aborrecimento com o moreno atrevido a noite havia sido divertida, ao menos eu havia feito algo bom, tenho certeza que aquele cara nunca mais faria aquele tipo de coisa com garotas humanas indefesas.

Mas meu estomago roncou novamente.

— Maldita fome! Murmurei me levantando da cama, ignorei o fato de estar vestida com um minúsculo short e sai do quarto caminhando na direção da cozinha, mas a movimentação dos vampiros e híbridos mais velhos chamou minha atenção.

Novamente eu saí, do lado de fora todos estavam reunidos, Joseph o vampiro braço direito de Zo e o vampiro que estava de guarda quando havíamos saído as escuras tinham em suas mãos uma garota loira, ela se debateu em suas mãos sem êxito enquanto era colocada diante de Zo.

— Nós a pegamos quando ela entrou, tentou nos afastar na floresta, mas conhecemos o lugar e ela não – Explicou Joseph.

— Como chegou aqui? Perguntou Zo a interrogando.

Dei mais alguns passos tentando me aproximar um pouco mais e ver melhor quem era ela, mas os olhos dela me encontraram e seu semblante mudou para espanto.

— Isso não é possível - disse ela a olhar para mim.

Zo virou seu corpo em minha direção e eu dei mais dois passos me aproximando dele.

— O que faz aqui? Perguntou ele.

— Eu ouvi os gritos- Respondi.

— Realmente é você? Disse a garota loira enquanto era segura pelos guardas do vale.

— Do que está falando? Perguntei confusa.

— Você está viva, e eu estou salva! Disse ela dando um sorriso.

—Levem ela, depois vemos o que faremos! Ordenou Zo.

—Espera! Eu falei em um tom mais alto de voz e me aproximei da garota – Você me conhece? Sabe quem eu sou?

Ela sorriu largamente.

—Mas é claro que sei quem você é Renesmee.