Tudo o que está em jogo escrita por annaoneannatwo


Capítulo 16
No clube de teatro




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Ochako está surpresa.

Não importa o que o Bakugou diga. Não importa que isso aconteceria de qualquer jeito, ela está realmente surpresa por ver seu nome ao lado do de “paciente” na folha que o Todoroki acaba de colar no mural do clube. Ela conseguiu o papel principal da peça! Toda sua experiência em atuação vem dos exercícios de resgate na U.A., nos quais os papéis variavam entre vítima ferida, vilã e heroína. Então conseguir esse papel lhe deixa realmente feliz, mesmo que ela nem saiba atuar ou sequer tenha interesse nisso. É bom ser reconhecida quando realmente deu seu melhor.

—  Peço perdão pela demora em divulgar os resultados. As audições para o papel do Henry tiveram que ser adiadas pois eu não tive tempo de conduzi-las e de poder me inscrever também.

—  Como se você precisasse fazer audição, né, senpai? —  uma NPC diz em tom sonhador.

—  Sim, eu preciso. Me formarei este ano, então quero deixar um bom legado ao clube em minha última peça passando no teste como todos vocês fizeram. —  e de toda forma, ele conseguiu o papel do Henry mesmo, Ochako não viu os testes, mas tem certeza que ele foi excelente. Tal qual o Todoroki original, este aqui parece ser muito bom nas coisas que se propõe a fazer com genuína vontade —  Os ensaios começam semana que vem. Não quero faltas, também evitem se envolver em problemas. —  pode ter sido impressão, mas… ele olhou diretamente pra ela? —  Dispensados.

Os outros membros do clube vão se retirando, e a garota planeja fazer o mesmo, pensando se pode encontrar o Kirishima treinando a essa hora. Ao se virar, ela percebe que o Bakugou está logo ali atrás, de braços cruzados e mantendo a postura de quem incorporou todo o tédio possível no mundo. Por mais que essa seja a expressão que ele normalmente adota, ela não consegue deixar de pensar que tenha algo a mais… ele foi embora do centro de escalada do nada! Tudo bem que era o que ela queria, que o loiro a deixasse em paz para tentar melhorar sua intimidade com o Kirishima, mas… foi realmente estranho como ele não se gabou de sua vitória, apenas deu as costas e foi embora.

—  Ei, então… eu… eu dobrei minha intimidade com o Kirishima-kun! Agora tá quase em 70%! E… eu fiquei meio surpresa em te ver lá, mas… imagino que seja algo do jogo que te faz estar nos lugares em que tem que estar… Eu, hã… não sei bem porque estou demorando tanto com ele, com o Deku-kun foi tão mais rápido, mas-

—  A rota do Deku que foi mais curta, não sei o que rolou, mas devem ter cortado um pedaço pra agilizar. —  ele diz de maneira séria.

—  Ah… você acha? Bom, eu… eu não entendo bem o porquê, mas… enfim, tô cada vez mais perto dos 100%! O Kirishima-kun é bem… haha, ele me deixa sem-graça, mas… —  ela cora, desviando o olhar um pouco.

—  Que seja, só não faz nenhuma burrada, Cara de Lua. —  ele se empurra para longe da parece, indo em direção à saída. É, tem alguma coisa errada… e Ochako tem um palpite do que poderia ser…

—  Eu sei que não deve estar sendo fácil pra você. —  ela diz, suspirando.

—  O quê?

Foi uma hipótese que passou por sua cabeça depois que ela se acalmou da montanha russa de emoções que foi a conversa com o Kirishima depois do não-encontro deles. Quando o Bakugou chegou ao topo da parede, ele deve ter visto Ochako ajudar o ruivo a terminar seu circuito. O Kirishima desse mundo pode ser meio sem-vergonha e tratar o loiro com muita hostilidade, mas isso não muda o fato de que, em aparência, ele é idêntico ao Kirishima original, igual ao melhor amigo do Bakugou.

—  Sei que você deve estar sentindo falta do Kirishima-kun, e… ver alguém tão parecido com ele por aí é bem perturbador, eu sei bem como é, mas… não é ele, e… o Kirishima-kun verdadeiro nunca falaria daquele jeito com você, pode ter certeza. —  ela oferece um sorriso empático, recebe uma cara de desprezo em resposta.

—  Do que caralhos você tá falando? Você acha que eu tô com… com saudades do Cabelo de Merda? Vai se foder, Cara de Lua! —  ele fecha ainda mais a cara e parece até estar corando, um excelente indicativo de que ela acertou em cheio —  Você não sabe porra nenhuma sobre mim! Então não sai por aí falando o que te dá na telha e foca em acabar essa porra de rota logo pra eu ter paz! Tsk, você… eu não acredito que você falou isso mesmo!
—  Falei porque eu vi como você ficou antes de ontem. Sinto muito que seja difícil pra você, pode ter certeza que eu não gosto da situação também, mas…

—  Mentirosa.

—  Quê?

—  Você não tá gostando disso tudo? Com o merda do Deku eu até acredito, porque aquele lá além de um merdinha, é doido, o Deku de verdade é só um merdinha. Mas com o Kirishima? —  ele dá um sorriso sinistro —  Você tá adorando essa merda, Cara de Lua. Tá adorando receber essa atenção, tá adorando flertar e ficar de agarra agarra com ele por aí que eu sei.

— E-eu? Eu não- —  seu rosto pega fogo, primeiro em vergonha, depois em frustração —  Qual é o seu problema? Você- —  ela sabe o que ele está fazendo, Ochako pode não ser especialista no Bakugou, mas já teve discussões o suficiente com ele para saber qual é a dessa tática de jogar a atenção pra ela pra se livrar de algo que o afeta. E o afeta porque é verdade —  Bom… eu… realmente entendo que não tá fácil pra você. Se você prefere agir assim, não tem nada que eu possa fazer… —  ela suspira.

Isso parece irritá-lo ainda mais.

—  Sua…

—  Bakugou, você realmente gosta deste clube para sempre estar aqui mesmo depois de já ter sido liberado, não? —  o Todoroki surge igual fez naquele dia, atrás da coxia —  Pode se retirar.

—  Tsk, eu vou porque eu quero, não porque você tá mandando!

—  Claro.

O loiro lança um último olhar fumegante na direção dela antes de se encaminhar à saída, Ochako não gosta de como as coisas terminaram, ela realmente odeia brigar com ele logo depois de meio que ter se entendido com o garoto há poucos dias, mas… o Bakugou não facilita também! Ela assumiu sua dificuldade em lidar com isso tudo, especialmente o quanto a rota do Deku foi pesada para seu coração, e o garoto foi surpreendentemente bom em oferecer-lhe apoio e até um certo incentivo. Seria bom se ele entendesse que está aqui para ajudá-lo também. Ambos estão numa situação difícil, talvez a dele seja pior pois não dispõe dos privilégios que ela tem por ser a protagonista. Não há necessidade de ele ficar na defensiva com ela e tentar atacá-la, especialmente quando tudo que Ochako quer é mostrar compreensão e gentileza…

Quando quer ser amiga dele.

Ela suspira, e então se lembra de que está aqui no clube ainda, sob o olhar escrutinador de seu veterano. Dá pra antecipar a bronca que ele lhe dará, sempre tem algo que ela faz ou diz que desperta a necessidade desse garoto de repreendê-la, Ochako até já se acostumou.

—  Nós não estávamos brigando, senpai, nós não… íamos causar problema para o clube.

—  Ele eu tenho certeza que não vai mesmo. —  o garoto diz com muita certeza. Nossa, isso é… ele deve ser a primeira pessoa que acha que a caçadora de encrencas é ela, e não o Bakugou.

—  Eu também não vou. —  ela garante, decidindo se retirar antes que dê uma resposta um pouco mais atravessada a ele.

—  Tenho certeza que não sou o primeiro a te dizer isso, mas você não deveria se aproximar muito dele.

—  Sim, sim… porque ele é um delinquente, ele arranja confusão com todo mundo, e eu sou uma boba que não deveria ficar perto de gente assim, se não algo horrível vai acontecer. Sim, eu sei. —  soa sarcástico, embora seja exatamente do que se trata toda a ideia da protagonista conversar com o vilão.

—  Você não é boba até que começa a agir como uma. —  ele diz com muita serenidade, pegando no ombro dela —  Só… cuide-se. —  e então… o rapaz se abaixa e alcança sua orelha —  Não é com o Bakugou que você tem que se preocupar.

A voz dele é suave contra sua orelha, chegando até a fazer cosquinha. É um tanto embaraçoso pois remete no mesmo minuto ao beijo em que trocou com o Todoroki verdadeiro. Quando eles foram para o armário, o garoto se inclinou em sua direção e perguntou, num sussurro, se ela queria mesmo prosseguir. Sentindo as bochechas queimarem, Ochako apenas acenou com a cabeça, ainda mais mortificada quando ele disse “É meu primeiro também, vamos ser gentis um com o outro.” 

Embora sejam situações muito diferentes —  e Todorokis muito diferentes —  algo no tom brando dele lhe passa muita confiança. Ochako se acalmou quando o Todoroki admitiu estar beijando pela primeira vez, sentindo que podia ficar tranquila, seu primeiro beijo não poderia ser com alguém mais responsável. Agora, do mesmo modo, o que este garoto diz carrega um tom muito seguro, como o de um verdadeiro senpai oferecendo conselhos preciosos para sua kohai.

Sim, realmente soou como um conselho cheio de discernimento e sensatez, como se ele estivesse vendo muito mais além dela.

—  O-ok… —  ele engole a saliva, sentindo-se um tanto envergonhada pela forma como seu corpo reage ao toque dele.

 

***

Ao se aproximar das arquibancadas, Ochako reconhece uma cabeleira verde muito familiar. Faz tanto tempo que ela não o vê! A garota jurou a si mesma que seria uma amiga digna pra ele, mas desde que se aprofundou na rota do Kirishima, ela não tem conseguido dar atenção nenhuma a ele, isso é bastante vergonhoso.

—  Deku-kun! —  ela sorri animadamente, sentando-se um degrau abaixo dele na arquibancada —  Já terminou suas atividades do Conselho?

—  Já sim, senpai! E você terminou as atividades no clube de teatro?

—  Uhum! 

—  Ah, bom trabalho! —  ele sorri gentilmente.

—  Bom trabalho!  Então… o que tá fazendo por aqui?

—  Ah, quando as atividades do Conselho acabam mais cedo, eu venho assistir ao treino do Kirishima-senpai às vezes, é bem legal, né?

—  É, sim! Aí depois a gente conversa um pouco, o senpai também é bem legal, ele grita muito, mas é legal! —  ela dá uma risadinha, e isso parece fazê-lo sorrir ainda mais.

—  Fico contente que vocês estejam virando amigos.

—  S-sim, eu… eu conversei com a psicóloga e ela disse que é legal eu me aproximar das pessoas, mesmo que elas não tenham muito em comum comigo, na verdade, é até legal ficar amigo de alguém que é tão diferente de mim.

—  Não acho vocês tão diferentes assim, os dois são gentis e dedicados, além de terem muita paciência… —  ah, ela… ela está pensando no Deku e Kirishima originais… opa! Ochako quase deixou escapar que ambos os garotos têm muita paciência com o Bakugou. No caso aqui, os garotos também têm algo em comum em relação ao loiro: os dois o odeiam —  ...comigo.

—  Imagina, senpai! V-vo-você não é alguém com quem a gente precise ter paciência, você é… você é… ótima… —  ele parece ir perdendo a coragem conforme encerra a frase, corando. Ai… tão fofo…

Foco, Ochako! Você o dispensou depois de achar que ele ia te esfaquear, e essa rota até já acabou!

—  B-bom, eu… —  ela coça a cabeça, decidindo mudar de assunto antes que fique parecendo que está tentando flertar com ele —  Você tá indo na psicóloga? Como tá sendo?

—  Melhor do que eu imaginei, pra ser bem honesto. Eu nem sempre sei o que falar, e tem umas coisas que eu penso que parecem muito bobas quando digo em voz alta, mas… no geral, eu me sinto… não vou dizer que estou “bem”, mas me sinto um pouco melhor.

Isso lhe deixa feliz em níveis que ela não esperava. Depois da discussão com o Bakugou e da conversa estranha com o Todoroki, ver este Deku sorrindo de maneira tão cálida e tão próxima da de seu melhor amigo lhe traz enorme conforto.

—  Fico muito feliz com isso, Deku-kun, muito mesmo. —  ela diz genuinamente, sorrindo.

— A-ah, eu… —  ele ruboriza, e então limpa a garganta —  ...eu estou me esforçando, como eu disse, tô tentando fazer amigos e praticar atividades fora da minha zona de conforto, não é fácil, mas eu… eu tô tentando, né?

—  Sim, o importante é tentar. Falando em atividades, soube que o Ei-kun te chamou pra sair com a gente no sábado.

—  Ah sim, o passeio no centro de escalada… você se divertiu, senpai?

—  Bastante! Eu tava meio enferrujada, mas foi bom pra me exercitar um pouco. Que pena que você não pôde ir com a gente?

—  É, eu não… eu tinha que estudar, sabe?

— Entendo… mas mesmo no sábado? Você podia ter tirado uma folguinha à tarde, né? —   e também não é como se a matéria dada em aula realmente tivesse algum conteúdo já que o que acontece fora do enredo do jogo não parece ter lá muita importância… mas é lógico que ela não pode falar isso pra ele.

—  Bom, eu… eu até poderia, mas… não iria querer ficar no caminho do Kirishima-senpai…

—  Como assim? —  ela inclina a cabeça, confusa.

—  O-chan! Midoriya-kun! —  antes que ele possa explicar, o Kirishima surge trotando em direção a eles.

—  Boa tarde, Kirishima-senpai!

— Boa tarde! Bom trabalho, vocês dois! —  o ruivo sorri, esfregando o suor da testa com as costas da mão, é… é realmente difícil não prestar atenção quando ele faz isso… —  Tudo certo nos clubes de vocês?

—  Sim! Nós estamos fechando o orçamento para o Festival Cultural, logo teremos novidades! —  o Deku informa, sorrindo —  Kirishima-senpai, sua sala vai fazer uma barraquinha de takoyaki, né?

—  Isso aí! Eu vou ser o mascote!  A gente até já arranjou a fantasia de polvo! —  imaginá-lo vestido em uma enorme e extravagante roupa roxa cheia de braços a faz querer rir, especialmente porque até combina bem com ele —   E você, O-chan?

—  Nossa sala vai fazer uma cabana de adivinhação. —  houve uma discussão muito superficial sobre isso em uma das aulas, tudo que Ochako se lembra em relação a isso é do Monoma dominando toda a atenção da turma a fim de convencê-los que a tenda de ocultismo é a melhor ideia, acabou que ele venceu. Sem uma Kendou para barrar as sandices dele como acontece em seu mundo, o loiro daqui exerce uma influência enorme por meio de sua eloquência e capacidade de persuasão —  Mas eu nem vou poder ajudar muito, sou do clube de teatro e vamos fazer a peça que… —  ela abre um sorriso tímido —  eu sou a protagonista.

—  Oh? Uau! Que boa notícia, senpai! —   o Deku abre um enorme sorriso, seus olhos brilham tanto que ele parece até emocionado —  Você estava tão nervosa antes do teste, que bom que deu tudo certo!
—  Bom, sua simpatia me ajudou, né?

—  Ah, imagina, eu não… —  ele cora novamente e coça a cabeça.

—  Parabéns, O-chan, mas me diz aí, você… nessa peça… vai ter beijo?

Ai, lá vem…

—  Bom, eu… ainda não li o roteiro todo, mas… é, pode ser que tenha, eu sou a protagonista e meu par romântico é o Todoroki-senpai, então…

—  Ah, se é ele, então tá de boa. Só me faltava ser o Bakugou. —  ele fala o nome do loiro como se amargasse sua boca mencioná-lo.

—  Não, o Bakugou-kun não é ator, ele é da equipe de cenografia e tal… —  ela explica, meio sem jeito.

—  Se ele estiver causando algum problema, senpai, não hesite em informar ao Todoroki-senpai ou a algum professor. —  o Deku diz de maneira extremamente séria. Por melhor que ele aparente estar, ainda dá pra perceber que o Bakugou é um tópico sensível.

No momento, também é pra ela, mesmo que por razões muito diferentes, então a garota prefere mudar de assunto.

—  Não se preocupem, vocês dois. Então, hã… Ei-kun, você está animado para ser um polvo? —  ela pergunta, sem a menor ideia de como contornar o assunto sobre o loiro de maneira natural,

—  Ah, tô sim, né? Eu queria ajudar mais, mas fica difícil com o campeonato e tal.

—  Vocês se classificaram pras quartas de final, né? —  o Deku pergunta.

—  Uhum. E eu acho que dá pra chegar na final de boa. —  ele dá de ombros. Uau, esse Kirishima é… é um tanto confiante. Ela não vai negar que imaginar o Kirishima original agindo assim de maneira tão cool é um tanto… interessante —  Nosso próximo jogo é sábado que vem, vocês vêm, né?

—  Eu vou tentar! Soube que você é a estrela do time, senpai! —  o Deku diz de maneira entusiasmada.

—  Ah, não tem essa não, a gente é um time e todo mundo faz seu papel pra garantir a vitória. —  ele dá um joinha, parece uma fala extremamente ensaiada e lhe lembra do Togata-senpai e seu discurso bastante profissional quando se apresentou para sua turma. Ochako nunca conheceu nenhum atleta, muitos deles perderam espaço na mídia desde que os esportes tradicionais praticamente sumiram por conta das individualidades, mas a postura do Kirishima e sua confiança o fazem parecer um jogador de futebol profissional —   Mas eu quero dar meu melhor.

—  Será que terão olheiros? —  o Deku questiona —  Devem ter, soube que eles vêm todo ano a jogos do campeonato.

—  Olheiros? —  ela pergunta.

—  É, caras que trabalham pras universidades e procuram jogadores bons pra dar bolsa de estudos. Eu tô no segundo ano ainda, mas o treinador fala que tem olheiro que até arranja escola particular pra eu fazer o último ano e me formar com louvor ou algo do tipo.

—  Uau, isso é incrível, Ei-kun! Imagina se você recebe uma chance dessas? —  Ochako diz animadamente.

—  A-ah, eu… —  ele parece ficar desconcertado —  Seria legal pra eu saber que sou bom mesmo, mas… eu não aceitaria, né?

—  Ué, por que não?

—  Porque… se eu conseguir uma chance dessas, eu… teria que mudar de escola… e… sabe? —  ele a olha intensamente. Se o Deku não estivesse aqui, ele diria na cara dura o que está pensando. Mas mesmo assim, Ochako consegue imaginar qual o motivo dele para não querer trocar de escola.

  Ela é o motivo. Imagine deixá-la sozinha aqui com todos esses coiotes!

—  Mas… mas seria uma ótima oportunidade pro seu futuro… —  ela argumenta, pensando em pedir reforço do Deku e optando por não fazê-lo, o garoto vai entrar em parafuso se tiver que tomar partido numa discussão tão delicada entre seus senpais e amigos.

—  Mas eu também tô pensando no meu futuro ficando aqui. —  o Kirishima diz com muita seriedade —  Bom, vou tomar um banho e já encontro vocês. Té mais! —  e então sorri e dá meia volta em direção ao campo.

Ochako observa a silhueta dele se afastar, pensando no quanto esse garoto deve se sentir responsável por ela a ponto de dispensar uma chance de ouro só para ficar na mesma escola que ela, isso é… bom, não há garantia de que ele vai receber uma oportunidade dessas, mas… só o fato de ele nem cogitar a ideia de trocar de escola por causa dela lhe deixa… extremamente desconfortável.

Até porque ela não pediu nada disso a ele, afinal, seria um pedido muito egoísta e irracional. Será que… será que se fosse o contrário, se ela tivesse uma oportunidade bacana que envolvesse trocar de escola, o garoto iria ficar chateado se ela aceitasse? Agora pouco, ele quase não deu bola pra conquista dela de ser a protagonista da peça, muito mais preocupado com a presença de um beijo na história, então… é, é provável que ficaria chateado, sim.

Isso lhe deixa magoada, Ochako tem certeza que, se fosse o Kirishima original, ele ficaria mega feliz e daria total apoio, dizendo o quanto isso é “másculo”.

Mas ela não deveria ficar pensando assim, é bem óbvio que esse não é o Kirishima verdadeiro, esse Kirishima é um cara legal na maior parte do tempo, mas também é infantil, possessivo um tanto incoerente.

Além disso, esse Kirishima tem um jogo muito importante no sábado, e algo em seu íntimo lhe diz que o final dessa rota se dará no tal jogo. 

O fim está próximo, e Ochako não sabe se pode garantir um good ending se tiver que aceitar a confissão de alguém por quem jamais conseguiria se apaixonar nessas condições, tanto nesse jogo quanto na vida real.


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Notas finais do capítulo

Muito que bem, não tenho nada pra falar, apenas preparem-se pra semana que vem u.u



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