Pov Ian:
Ok...Natalie está ficando com uma estranha mania de gritar demais. E os gritos estão ficando cada vez mais agudos e ensurdecedores. 25 de Junho de 2010, sexta-feira. Depois do grito da Natalie no café da manhã todos corremos preocupados até a sala de novo.

—O que foi dessa vez Kabra?-Pergunta Madison.

Dessa vez era diferente. Natalie parecia realmente desesperada. Como se fosse desmaiar.

—A I-Isabel e-ela...

Ela estava sentindo falta de ar. Eu sabia como aquilo podia ser ruim.

—Natalie respira.-Digo para ela.

Ela inspira e espira lentamente.

—Agora fala.-Digo.

—Ok...A Isabel...Ela mandou convites para a festa ou palestra ou debate seja lá o que ela vai fazer da Ajuda Opera Milagres amanhã, às 14:30 no prédio sede da empresa. E veio com esse recado. "Venham sozinhos.-V1."

Ajuda Opera Milagres. Uma organização de caridade fundada por Isabel Kabra que ajuda criancas, reformando e construindo orfanatos e etc. É uma organização que cresceu rápido, tem ajuda da ONU e de outras organizações, empresas, companhias e corporações. Seria a organização perfeita se não fosse criada pela minha mãe e se não tivesse algo mais acontecendo lá.

—Vesper Um vai estar lá...Essa é nossa chance de acabar com tudo isso logo.-Digo.

—Voces querem ir?-Pergunta Amy.

—Temos que ir.-Respondo.

—Não foi isso que eu perguntei.-Diz Amy.

—Nao importa o que eu quero. E não importa se isso for uma armadilha. Temos que ir sozinhos e fazer tudo que ela mandar e torcer pra tudo isso ter um final bom.-Digo.

—Realmente precisamos ir?-Natalie fala, tentando esconder o medo.

—Não temos escolha Natalie.
==========NO DIA SEGUINTE==========
26 de Junho de 2010, sábado. Eu e Natalie nos arrumamos juntos. Olhamos para o resultado no espelho da loja do nosso mini shopping interno. Natalie usava um vestido lilás e ela estava linda como sempre. Eu estava com um terno clássico. Nós dois estávamos a altura da ocasião:Encontrar nossa mãe que nos torturou, desvalorizou, menosprezou, desprezou, subestimou e por fim nos deserdou. É como Natalie sempre diz:Se não pode com eles, vista-se melhor do que eles. Tentamos sair sem encontrar ninguém mas acho que os Cahill já estão a tanto tempo aqui que já se acostumaram com o lugar, porque viram que íamos sair pela porta dos fundos.

—Estão bonitos Kabras.-Diz Nellie Gomez, a au pair.

—Obrigada.-Responde Natalie.

—Voces...Vao voltar?-Pergunta Daniel.

—Ok eu não vou mentir.-Comeca Natalie.-O discurso dela vai durar uma hora. O resto vai ser só cumprimentando gente, festa e etc. Só precisamos assistir ao discurso ou seja vamos demorar o mínimo possível. Se não voltarmos em uma hora é porque estamos mortos.

—Natalie!!!-A repreendo.

—O que foi? É a verdade Ian.-Fala Natalie.

—Ja sobrevivemos a muitas coisas. Não vamos morrer agora.-Digo.

—Será que não? Só estamos vivos ainda porque ela ainda nos quer vivos. Mas quando ela quiser não vai ter escapatória. Vai que ela quer hoje.-Diz Natalie.

—Só...Vamos Natalie. Tchau Cahills. Tchau babá.-Digo.

—Au Pair.-Diz Daniel.

—Ah tanto faz.-Digo.

Eu e Natalie vamos para a limousine. Se Isabel queria que a gente fosse então iríamos. E se fosse pra morrer então iríamos morrer no estilo A la Kabra. Eu não queria morrer. Eu queria voltar. Eu não queria nem ir. Mas não dependia só de mim. Eu estava fazendo isso por toda a família. Por todo o mundo. Pela Rosa. Pela Sophie. Pela Amy. Pela Natalie. E por mim mesmo...Agora era tarde demais, não tinha como voltar atrás. Natalie aperta minha mão. Eu aperto de volta. Isso ia ser intenso mas tínhamos um ao outro. A inteligência e o bom senso. Éramos uma boa dupla. E a limousine sai da garagem...