Pov Dan:
10 de Junho de 2010, quinta. Voltamos para a Mansão Kabra e eu tinha ido correr na floresta mas acho que me perdi. Até que ouço barulhos baixinhos. Era a Natalie Kabra. Ela estava chorando baixinho. Me aproximo.

—Daniel. O que você está fazendo aqui?-Pergunta Natalie.

—Eu vim correr. Você tá bem?-Pergunto.

—Bom...Em primeiro lugar você não deveria correr aqui. Eu venho porque porque preciso fazer exercício regularizado mas eu sei como sair daqui. Tenho certeza que está perdido. E segundo estou bem...So...Pensando em algumas coisas...

—Ta bom então...E você corre rápido?-Pergunto.

—Acho que sim...Porque?-Pergunta Ela.

—Tenta me alcançar...

—Nao, não corre pra aí!!!

Eu a ignoro e ela corre até bem rápido atrás de mim. Quando chego no lugar vejo uma casa de campo, bem velha e destruída e uma raposa do Ártico com lindos olhos Âmbar mas em vez de ser em um tom amarelado como o de Ian e Natalie era um laranja vivo e resplandecente.

—Prada!!!-Grita Natalie de alívio.

—Perai essa raposa é sua?-Pergunto.

Ela suspira.

—É...

—Voce e Ian disseram que não tinham animais além de insetos e passarinhos nessa floresta.

—Ai...Olha...Vamos pra dentro.

Por dentro apesar de tudo destruído era até bem organizado e limpo. Tinha muitos quadros e alguns livros além de maquiagem, perfumes, materiais escolares e enfeites. Como a casa realmente era pequena(não podíamos ficar nem em pé nela) nos sentamos no chão.

—Ok...Teve uma época...Que tinham muitos animais aqui nessa floresta...Minha mãe era aliada de um Lucian que fazia tráfico ilegal de qualquer coisa e ela comprou duas raposas do Ártico só por comprar mesmo, para ficarem no zoológico. Contratou um cara para envenenar a floresta inteira depois de pegar todos os animais que queria...Mas...Quando...Eles jogaram milhões de bombas de fumaça e muito veneno...Eu estava lá. E as raposas também pois tinham fugido das jaulas delas e eu as segui. Iria devolve-las pra minha mãe pra impressiona-la. Mas...Quando descobriram que eu estava la...Sabe o que ela fez? Não deu a mínima. Ela continuou jogando as bombas por toda a floresta. Até o final. Eu tentava correr mas a minha visão estava turva, Eu estava tonta e não conseguia respirar. O Ian pegou duas máscaras e se ele não tivesse me salvado eu provavelmente teria ficado lá e teria morrido até o efeito do veneno passar. Quando ele me salvou descobriram que eu estava com enfisema pulmonar, o que eu tenho até hoje porque não tem cura, e minha mae ficou reclamando de que eu não deveria ter ido, de que a culpa era minha, ficou reclamando de ter que pagar tratamento que nem era tão caro e disse que eu deveria ter morrido pra aprender além de mais um monte de coisas. E isso durou um mês inteiro. Depois desse mês eu descobri que a Prada estava viva. Por algum motivo o veneno não afetou as árvores e plantas. Aí eu elegi ela como meu bichinho de estimação. E isso tudo aconteceu quando eu tinha cinco anos. E ela tinha um. Hoje ela tem 9 anos. Passamos a vida inteira juntas. E essa foi a primeira mentira que eu contei pra minha mãe. E a primeira e única que ela ainda não descobriu. Nem a Sophie nem o Ian sabem sobre a existência da Prada. Só você...Entao por favor pode guardar esse segredo?

—Uau...Nossa...Eu...Nao sabia. Não se preocupe eu prometo guardar segredo...Mas...Com uma condição...

—Qual é?-Pergunta Ela.

—Se você me deixar vir aqui e encontrar a Prada mais vezes. Esse lugar é muito legal.

—Ta...Tudo bem...Fechado.-Disse Natalie.

—Ta mas agora posso fazer uma pergunta?

—Faça Daniel.

—Porque raios o nome dela é Prada?

—Ai porque sim. Eu gosto de Prada tá? O pelo dela me lembra um casaco divino de pele que eu tenho.

—Aham claro.

—Ei não me julgue. Foi difícil escolher se o nome dela seria Prada ou Chanel.

—Nossa eu imagino deve ter sido a decisão mais difícil da sua vida!!

—E foi.

Nos dois rimos.

—Acho melhor nós irmos. Está quase na hora do lanche da tarde e se eu não comer o Ian me mata.

Nós voltamos para a Mansão e todos estavam lá nos esperando.

—Onde vocês estavam?-Pergunta Ian.

—Na floresta.-Respondo.

—Fazendo o que?

—Sabemos muito bem que vocês estavam se pegando.-Disse Jonah.

—No fundo eu sabia que esse ódio era amor e aquelas brigas eram vontade de se beijar.-Fala Nellie.

—Eww. Não.-Diz Natalie.-Eu perdi esse colar aqui na floresta.-Mostra um colar que ela pegou na casa.-Ai ele achou o colar me e entregou. E ele estava perdido. Eu confesso que queria ter deixado ele se virar mas eu não podia fazer isso infelizmente.

Eles acreditaram(menos o Ian. Ele parecia ao ter se contentado com a resposta mas ficou calado).

Hoje eu tinha conhecido um novo lado da Natalie Kabra. Um lado divertido e bonito. Um lado calmo que eu queria ver mais vezes. Talvez...Os Kabra realmente tivessem mudado. E o resto do dia continuou normal...