James's Sacrifice escrita por DanMarFer


Capítulo 3
Capítulo 3




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Quatro anos depois:

Harry finalmente avistou sua mãe no limite do território mágico e correu em direção a ela, que o recebeu de braços abertos quando ele saltou em seus braços.

— Senti saudades — disse Lílian carregando o garoto para dentro da propriedade.

— Eu também, mamãe.

— E como foi seu dia?

— Foi... bom.

— Não precisa mentir, meu amor. Eu sei quando algo está errado. O que aconteceu? — Perguntou ela preocupada.

— Sem querer eu falei que você era uma bruxa... — começou ele aparentemente com medo de levar uma bronca por revelar o segredo da família.

— E... — Incentivou ela sem se irritar.

— Algumas crianças riram de mim, e a professora disse que não aprovava imaginação...

— Mais alguma coisa? — Perguntou ela com a sobrancelha erguida.

— Não — respondeu ele inseguro.

— Harry, eu te conheço. O que mais aconteceu?

— Eu disse que a magia era real e ela se irritou e me disse que deveria ficar em detenção amanhã.

— Só porquê ela não acredita em magia? — Lílian estava começando a se irritar com essa professora.

— É. Mas ela está certa, mamãe? O que você faz é ilusionismo ao invés de magia?

— Não, não, Harry. Magia existe de verdade, olhe isso — disse ela pondo o garoto no chão e pegando a varinha de dentro do casaco trouxa.

Ela parou de andar e Harry fez o mesmo.

— Avis — bradou ela apontando a varinha para frente.

Vários pássaros saíram voando da ponta da varinha e começaram a voar envolta da cabeça de Harry.

— Uau, que legal — disse ele realmente impressionado.

— É, é muito legal, mas não podemos sair falando sobre isso para ninguém, Harry.

— Por que?

— Imagina se todos começassem a nos pedir para fazermos magias para eles.

— Seria uma loucura, todo mundo ia querer que você fizesse magia.

— Não só eu Harry, mas um monte de outros bruxos e bruxas.

— Tem mais como você?

— Tem muito mais pessoas como nós, Harry. Você também é um bruxo.

— Sério? — Ele estava muito impressionado com a notícia, afinal nunca se achou especial e todos na escola o chamavam de esquisito. — Mas se eu sou um bruxo, por que tenho que estudar com pessoas que não acreditam em magia?

Eles tinham acabado de entrar dentro da casa e estavam indo para a sala de estar.

— Porque eu prometi a uma pessoa que você tentaria levar uma vida o mais perto possível do normal.

— Mas por que? Por que eu não posso viver uma vida normal aqui, com você, ao invés de ir para a escola onde todos me odeiam?

Lílian suspirou. Ele ainda era muito novo para saber, ela poderia contar tudo quando ele fosse mais velho, mas com apenas cinco anos, ela duvidava que ele fosse entender a gravidade da situação.

— Que tal você subir e ir tomar seu banho? Eu posso te ajudar com a lição antes do jantar se for rápido — propôs ela mudando de assunto.

Harry não respondeu, apenas saiu do aposento decepcionado. Ele havia aprendido a não pressionar sua mãe, se ela quisesse falar algo, ela falaria, caso contrário, não valia a pena insistir.

— Você realmente não gosta da escola, não é Harry? — Perguntou ela de repente, quando ele estava quase chegando nas escadas.

— Não.

Ela assentiu pensativa e Harry subiu para seu quarto.

Duas semanas depois, Lílian mudou Harry de escola, mas para a infelicidade de todos, eles acabaram descobrindo que era a mesma que o filho dos Dursley estudava.

Os próximos anos foram repletos de pequenos acidentes, entre eles teve uma vez que os garotos mais velhos tentaram cortar o cabelo de Harry depois da educação física, eles haviam feito isso por maldade, mas ficaram horrorizados quando dez minutos depois o cabelo dele havia voltado a ser o que era antes. E teve uma excursão ao zoológico em que acidentalmente Harry fez o vidro sumir e libertou uma cobra do Brasil que assustou a todos os presentes. E teve outra vez, um mês atrás, que quando a gangue de Duda estava perseguindo Harry pela escola, e ele misteriosamente apareceu em cima do telhado da cozinha.

Sempre que algo assim acontecia, a diretoria da escola enviava uma carta furiosa para Lílian dizendo que seu filho estava "escalando prédios da escola" ou "usando produtos de brincadeiras não permitidas dentro do terreno escolar" ou então "libertando animais selvagens e os incentivando a atacar os alunos". Todas as vezes que Lílian recebia uma dessas cartas, ela fazia questão de ler na presença de Harry. Iniciava a leitura com uma expressão séria no rosto, depois quando pedia para o garoto contar a história toda, sua face assumia um semblante de raiva, mas não do Harry, sim dos garotos que implicavam com ele. Mas depois que ele acalmava sua mãe a tranquilizando, Lílian terminava de ler a carta e mesmo com todos os seus esforços para manter a expressão séria, ela falhava e desatava a rir descontroladamente. Riu mais ainda quando Harry contou sobre a cara chocada dos garotos ao verem que ele estava no telhado da cozinha.

— Não está brava? — Perguntou ele enquanto observava Lílian rir depois de ler a carta que dizia que ele tinha escalado os prédios da escola.

— Brava? Não, não Harry — negou ela em meio as risadas tentando se controlar. — Por que eu ficaria brava? Isso não é controlável. Lembra do que eu te disse sobre você ser um bruxo? O que aconteceu foi magia acidental, o que significa que você não tinha controle sobre isso, simplesmente aconteceu. A culpa não é sua.

Lílian tinha um sorriso no rosto o que a dava uma aparência mais jovem, não que ela fosse velha, tinha apenas trinta anos, mas quando ria, parecia que tirava um peso de suas costas, parecia que ela se sentia mais aliviada.

— Harry, por que eu sinto que você vai seguir os passos do seu pai?

— Como assim? — Ele estava realmente interessado.

Eram raras as vezes que sua mãe conseguia falar sobre seu pai, então quando aconteciam, ele ficava muito feliz de poder ter uma melhor visão dele.

— Seu pai tinha um grupo de amigos na época em que estudávamos, eles eram reconhecidos por só saberem se meter em problemas.

— Sério? Meu pai era encrenqueiro?

Ela pensou um pouco, mas resolveu não falar sobre o outro lado do encrenqueiro, só da parte que mostrava o lado bom dele. Nenhuma criança merece crescer achando que seu pai era um homem horrível que implicava com os alunos por diversão, quando mais novo. Lílian não queria que fosse essa a visão que Harry tivesse sobre o próprio pai, então contou apenas sobre as pegadinhas e brincadeiras que ele fazia no seu tempo de escola.

— Não consigo contar quantas vezes seu pai e seu padrinho foram para a detenção por se meterem em encrencas por causa de pegadinhas e brincadeiras com os professores — disse Lílian rindo ao se lembrar de algumas situações que via os dois rumando para algumas detenções com McGonagall.

— Eu tenho um padrinho? Qual o nome dele?

— É claro que tem um padrinho, o nome dele é...

— O jantar está pronto senhora — disse Hope aparecendo de repente sem notar que tinha atrapalhado algo.

— Obrigada, Hope, já estamos indo, não é Harry?

— Claro.

Eles se levantaram e foram jantar sem tocar no assunto de novo, enfim, sem dar a chance de Harry saber que seu padrinho era Sirius Black, o homem que havia sido preso injustamente. Lílian quando começou a receber o Profeta Diário, não viu a reportagem que falava sobre a prisão do "homem responsável por entregar os Potter a Voldemort e causar a morte de Lílian e James Potter". Se ela tivesse lido a reportagem, saberia que o real motivo para Dumbledore não querer que ela se expusesse ao mundo, era para que a mentira sobre a morte dela nunca fosse revelada. Também saberia que Sirius havia sido preso ao invés de estar com "dificuldades em entrar em contato", como ela imaginava.

O tempo foi passando e nada da carta de Hogwarts chegar, Lílian estava achando aquilo muito estranho, pois sabia que seu filho era um bruxo e tinha uma vaga em Hogwarts para ele. Porém ela estranhou ainda mais enquanto ela e Harry jogavam xadrez bruxo e uma coruja entrou pela janela deixando uma carta sobre o tabuleiro.

— De quem é? — Perguntou Harry curioso.

— Acho melhor você subir para seu quarto, daqui a pouco vamos jantar.

— Sim, mamãe.

Harry saiu, deixando sua mãe sozinha com a carta misteriosa em mãos.

Assim que ouviu os barulhos de Harry nas escadas, Lílian começou a ler aquela carta, aparentemente de Dumbledore.

Cara Lílian,

Creio que ainda não deva ter recebido a carta de Hogwarts, mas posso explicar o motivo: temos tido alguns problemas ao enviar as corujas responsáveis para sua localização, misteriosamente elas não têm conseguido alcançar o objetivo. Certa vez tentei enviar a carta em um papel não oficial na esperança de que chegasse até vocês, mas de certo que isso não aconteceu, algo impediu que acontecesse.

Mas tenho uma solução para que ele possa receber a carta dele igual as outras crianças. No dia vinte e cinco de julho, peço que leve Harry até o ponto de ônibus mais próximo de onde você esteja e peça para ele ir para a Rua dos Alfeneiros n° 4, na cidade de , condado de Surrey. Quando ele chegar a esse endereço, vou enviar uma pessoa que o levará para fazer as compras no Beco Diagonal. Será mais seguro se você não se expor. Não se preocupe com a segurança dele, eu confiaria minha vida a essa pessoa, por tanto Harry não corre perigo.

Ele provavelmente só voltará no dia primeiro de agosto, possivelmente depois do anoitecer. Sei que é um longo período que passará longe dele e perderá seu aniversário de onze anos, mas acredite: é necessário. Nada irá acontecer se é isso que lhe preocupa. Também sei que você queria ter o privilégio de o levar para fazer as primeiras compras, mas temos que visar a segurança de vocês dois, isso é o mais importante.

Atenciosamente,

Dumbledore.

Que tipo de problemas impedia as corujas de trazerem a carta? Por que essas cartas particulares chegavam, e a mais importante que era a carta de aceitação de Hogwarts, não? Por que ele deveria passar tanto tempo longe? E por que, em nome de Merlin, ela não podia levá-lo ao Beco Diagonal e tinha que obrigatoriamente ser outra pessoa?

Alguma coisa estava acontecendo, e Lílian sabia disso. Era muita insistência para uma pessoa só ficar longe do mundo. Mesmo se fosse para a segurança dela, mas e a segurança do Harry? Ele era menos importante? Ela duvidava disso e tinha um plano para acabar com todo esse segredo, mas para que ele pudesse ser executado ela precisaria de tempo e de um objeto especial que estava com Dumbledore, ela só tinha que conseguir ele de volta e todo esse mistério acabaria. Mas até lá, ela seguiria os pedidos dele para não causar muitos problemas, pelo menos por enquanto.

No dia dito na carta, Lílian arrumou uma mochila para Harry e o orientou a seguir as intrusões dadas na carta, como por exemplo: ir ao endereço escrito e não parar em nenhum outro lugar, não conversar com nenhum estranho no caminho e obedecer ao bruxo responsável que o irá encontrar no endereço.

— Quem mora nesse lugar? — Perguntou ele enquanto iam até o limite da propriedade.

— Eu não sei, mas devem ser boas pessoas, talvez eu as conheça de algum lugar.

— Você acha?

— Tenho certeza. Não pediria para meu filho passar alguns dias na casa de pessoas que não fossem gentis e de confiança.

— Mas você não sabe quem é?

— Confio em quem me pediu para fazer isso.

— E por que você não pode ir comigo?

— Você sabe, Harry. Quando viemos morar aqui, prometi a mesma pessoa que disse para você ir a esse endereço, que não sairia, nem entregaria a nossa localização para ninguém. Pode fazer o mesmo?

— Fazer o que?

— Não diga aonde a Mansão Potter fica, nem fale que é onde nós vivemos.

— Sim, mamãe.

— Obrigada, querido. Eu prometo que um dia isso vai mudar, mas até lá precisamos fazer isso, O.K.?

— O.K. — concordou ele, um pouco chateado por sua mãe não poder ir junto, mas entendendo que ela havia feito uma promessa e não poderia quebrá-la.

Eles finalmente haviam chegado ao limite da propriedade e era ali que eles deveriam se separar.

— Por que só pode vir até aqui? — Perguntou ele.

— Aqui é o máximo que o feitiço de proteção pode ir. Passar daqui seria descumprir minha promessa.

Harry assentiu e abraçou sua mãe, que retribuiu o gesto, antes dele ter que partir.

Sozinho ele caminhou pela estrada até chegar ao ponto de ônibus mais próximo de sua casa. Mas o que Harry não imaginava era que enquanto esperava o primeiro transporte para Londres passar, sua mãe estava estressada na sala da Mansão Potter gritando com si mesma e com Dumbledore que nem mesmo sabia onde ela estava. Lílian estava naquele momento gritando sobre como queria estar acompanhando seu filho, ao invés de estar trancada dentro de casa por ordens de um velho idiota, nas palavras dela. O que ele também não sabia, era que Hope, a calma elfo doméstico, estava escondida limpando os quartos, na esperança de fugir do acesso de raiva de Lílian, que era comum desde que Harry teve que ir para a escola.

Poucos minutos depois, o ônibus pegou Harry e partiu rumo a Londres. Mas como dito no endereço, ele teve que desembarcar no condado de Surrey e a pé, procurar a Rua dos Alfeneiros n° 4. Enquanto seguia pelas ruas, Harry viu um homem que o observava de dentro de uma loja, ele parecia o estar seguindo, mas quando o garoto se virou para encará-lo, o homem se curvou em uma reverência. Harry surpreso, apenas começou a andar mais rápido preocupado em seguir o conselho de sua mãe e não confiar em estranhos.

Assim que avistou a placa indicando que chegara à Rua dos Alfeneiros, o Potter se concentrou em procurar o número 4, sem saber o que esperava encontrar. Talvez alguns amigos de sua mãe, talvez alguns bruxos... ele não sabia, mas com certeza não esperava encontrar trouxas como os que moravam lá.

Ao avistar o grande número dourado em uma das casas, Harry parou em frente a porta, tomou fôlego, e bateu na porta. Porém não teve resposta de imediato e tentou de novo.

— Deixe as cartas do lado de fora, e não volte a nos incomodar— gritou rudemente uma voz, que Harry desconfiou ser de um homem.

— Não é o correio, senhor. Me disseram para vir a esse endereço esperar por alguém — gritou o garoto em resposta.

— Aqui tem cara de ponto de ônibus? Vá esperar em outro lugar — respondeu a mesma voz.

— Mas me disseram que era esse o endereço, por favor senhor, talvez o senhor saiba quem eu estou esperando, talvez possa me ajudar — respondeu o garoto gostando cada vez menos do dono daquela voz, ele lembrava muito o garoto que o perturbava na escola: Duda, porém a voz parecia ser de alguém mais velho.

Harry esperou por uma resposta, mas sorriu ao ver que a porta estava sendo aberta. Porém sua felicidade se foi ao ver um homem de meia idade com cabelo tricolor, que era a cara de Duda, porém com um pescoço muito menor. O homem tinha um olhar desagradável no rosto, algo que certamente não era o que Harry estava esperando. Mas esse olhar se desfez ao ver o rosto do menino.

— Quem é você? — Perguntou o homem com a voz seca.

— Harry, senhor, Harry Potter.


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Notas finais do capítulo

Será que os Dursley mudaram? Acham que eles vão tratar o Harry de uma forma... digamos, mais humana?

P.S: Não, a Líly não sabia que estava enviando seu filho para um ninho de cobras.



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