The Wiltshire' Mission escrita por Mille


Capítulo 5
Capítulo 5 - Hermione Granger




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Eu mal tinha dormido naquela noite, ansiosa pelo dia seguinte, como quando era pequena e íamos em visitas de estudo, a noite era passada em claro com medo de adormecer e perder o autocarro, era assim que eu estava. E quando o despertador vibrou as quatro da manhã, eu estava já pronta para a minha corrida de meia hora, arranjei-me com um banho rápido e arrastei as malas para a junto da entrada onde Hagrid aguardava por nós. Às cinco em ponto já estava dentro do carro. Dez minutos passaram e nada de Pansy. Tinha respirado fundo pensando são apenas uns minutos, nada de grave, não havia razão para entrar em pânico.  

Uma hora foi o limite da minha paciência e, furibunda, eu percorri os corredores rogando-lhe pragas, em direcção do dormitório da Pansy. Ia mata-la lentamente.

Bati na porta com alguma força do que era normalmente aceitável, ouvido resmungos do outro lado. Entrei ignorando alguns amuos por parte das companheiras de Pansy, umas cobras iguais a ela – estava de facto furiosa. Não tive qualquer tipo de pena quando aproximei-me da cama de Pansy que dormia profundamente.

— Acorda Pansy! – abanando-a com toda a minha força, e alguma raiva à mistura – Deves estar a gozar comigo! – puxando as mantas dela para trás, ignorando as amigas que agora sentavam  nas respectivas camas a mandar vir comigo - Estou à tua espera à uma hora! 
Só ouvia a trovejar algumas palavras numa voz rouca e abafada, virando de costas para mim enquanto puxava a cabeceira para cima da cabeça. Eu sabia muito bem para onde ela me tinha mandado. 

— Vamos chegar atrasadas Parkinson! – gemi sofredora e ela simplesmente que fez foi levantar o dedo do meio para mim e a voltar a recostar-se. Agnes, uma loira lindíssima que dava inveja, atirou-me com a cabeceira e resmunguei – Ei! Ela que não tivesse adormecido, eu não tinha vindo cá acima!

— Sai apenas daqui e deixa-nos em paz! – gemeu a loira enquanto se deitava.  
Abanei a cabeça quando olhava pelo quarto, e sorri quando vi a porta da casa de banho. Era uma ideia maravilhosa aquela que surgiu na minha cabeça. Maravilhosa e eficaz. 

— AHHHHHHHHHHH! – ouvi com satisfação Pansy a gritar enquanto pulava da cama – ESTASPARVA? – agora ela estava bem desperta, larguei o copo vazio da água que lhe tinha virando em cima. 

— Óptimo! Já estás acordada. Estamos à tua espera lá em baixo – sentia todo o ódio naquele olhar e parecia fumo a sair das narinas dela, ou seria só imaginação minha – não te atrases! – ordenei e fui saindo, fechando bem a tempo a porta atrás de mim antes de sentir o copo de vidro a estalar contra a porta de madeira. 

O sol já começava a aparecer por trás da grande floresta, quando entrei de novo para o carro. Uma hora atrasada, aquilo não era nada meu. 

Estava concentrada na conversa com Hagrid, que já ocupado o seu lugar de motorista quando a porta abriu de rompante assustando-me e viu uma Pansy furiosa – O que é preciso para um empregado trabalhar nesta escola? As minhas malas não vão sozinhas para dentro do carro!

— Pansy! – disse chocada com a falta de educação dela para com Hagrid, mas este parecia conhecer as mudanças de humor dela que já estava do lado de fora a arrumar as malas dela na parte de trás do carro enquanto ela entrava no carro ao meu lado, com uns óculos negros e de mau humor – Custa-te muito ser um pouco educada? O Hagrid não é teu criado… 

— Blá, blá, blá. Não te cansas de defender os pobrezinhos? Oh pois, tolice a minha, estou a falar com a Granger.

Cerrei os lábios, além de estar horrivelmente atrasada e ser malcriada com Hagrid, estava ainda mais azeda que nos outros dias – E tu quando deixas de ser cabra? – arrependi-me logo do que disse, eu não era assim, eu não era aquela pessoa, não ia descer ao mesmo nível que ela. Respirei fundo. 

— Uau, que má que nós estamos Granger.

— Esquece, desculpa o que eu disse. 

— Errado Granger, nunca deves pedir desculpa, é por isso que és tão fraca – murmurou quando pegava no telemóvel e ignorava-me. 

Hagrid voltou para trás do volante e piscou-me o olho, transmitindo tranquilidade e dei-lhe um sorriso rápido, que não durou muito quando o carro arrancou. O Director tinha errado em colocar-nos juntas, nós não íamos durar uma semana, uma de nós ia aparecer morta ainda esta noite. Teria sido uma péssima escolha da dupla que estava traçada ao fracasso desde do inico. 

— Pansy, precisamos resolver as nossas divergências antes de entrarmos naquele – ridículo e pequeno, completei mentalmente – avião, temos que ser parceiras e não podemos estar às turras uma com a outra. Por isso peço, por favor, mas mesmo do fundo do coração que não faças piadas, nem sejas arrogante, e tentes agir como se não me odiasses. Será que consegues?
Ela olhou para mim por cima dos óculos escuros – Isso é a sério?

— Claro que é a sério! Estamos numa missão, temos que ser adultas e responsáveis, não podemos parecer duas garotas de 16 anos que passam a vida a implicar uma com a outra…

— Já pensaste que se calhar essa devia ser a ideia para não darmos nas vistas? Sermos duas garotas normais que disputam uma com a outra? - abri a boca para contra-argumentar mas não consegui, porque ela de facto tinha razão – É, afinal a minha cabeça tem um cérebro que pensa melhor que o teu… Não tens de quê Granger, e só para provar que sei ser adulta, vou ignorar a tua brincadeira desta manhã. – eu fiquei a olhar para ela sem saber bem o que dizer, sem saber se realmente ela estava a ser sincera mas fiquei aliviada com o que falou e sorri – A Scarlett disse que depois ajustava contas contigo por a teres acordado do sono de beleza – e o meu sorriso desapareceu, claro que havia sempre um mas por trás daquela boa vontade. 

Entramos pela estrada do aeródromo,  e o carro parou junto do pequeno avião que tinha um grande M na cauda. Eu tentei não pensar que seria apenas uma hora fechada naquela caixa, seria apenas uma hora. 

Hagrid apressou a tirar as nossas malas e coloca-las no avião, uma das hospedeiras veio na nossa direcção dando indicações que teríamos que esperar mais meia hora antes de descolar, estavam à espera de autorização da cabine para levantar voo. 

— Se havia necessidade de me teres feito acordar à bruta…

— Pensei que serias adulta e irias esquecer esse assunto – suspirei cansada, não estava com cabeça para aturar Pansy quando entrava pelas pequenas escadas para dentro do avião. 

Luxo foi aquilo que notei quando seguia para um dos bancos que a hospedeira apontava e indicava outro para Pansy no lado contrário. Eu tinha tomado o meu comprimido para o enjoo mas depois daquele tempo todo não sei se realmente faria efeito. Olhei para Pansy e esta parecia super à vontade como fizesse aquilo toda a hora. Invejei-a na hora. Eu preferia a tranquilidade do comboio, era assim as minhas viagens de casa para a escola, podia ser mais demorado mas para mim era mais seguro. Peguei no meu livro, aquilo iria acalmar o meu nervosismo: sempre que me sentia em baixo, nervosa, triste ou desanimada, era nos livros que eu encontrava refúgio.

A hospedeira andava de um lado para o outro, trazendo uma água que lhe tinha pedido, e Pansy já dormia no banco dela, com os phones nos ouvidos. Ainda bem que tinha trazido o livro se eu estava à espera da companhia dela na viagem. Ao fim de um tempo desisti do livro e peguei no tablet. Imagens da família Malfoy começaram a aparecer mas nenhuma era recente, havia do casamento, onde o homem loiro era uma coisa fora do normal e elegante, junto da Narcisa vestida de noiva, e que vestido parecia uma princesa. A próxima era da inauguração de uma das empresas, e já Narcisa aparecia com uma barriguinha de grávida num adorável vestido verde e a mão junto da barriga. Outra com o filho que não devia ter mais de dez, onze anos, e a foto mais recente era Narcisa em frente a um hospital com o director clinico, informando que os Malfoy tinham ajudado na reconstrução de um laboratório e uma ala de pesquisa que ficou com o nome da família. Depois outras fotos que pareciam ser de alguns paparrazes mas nada de relevante. Tudo o que sabia era que o rapaz era loiro como o pai. O Director falou que eles eram muito discretos, pouco se sabia da vida pessoal deles, apenas que tinham um basto império. 

E era nesse império que teríamos que entrar.

A viagem de carro foi tranquila, Pansy seguia ao meu calado olhando para fora da janela sem trocar qualquer palavra comigo. O motorista ia silencioso, um pouco diferente de Hagrid que gostava de falar quando conduzia e apontava para todo o lado, explicando o porque e oque tinha acontecido por ali. 

A paisagem era tao pitoresca, e as cores, verde e pastel, ao lodo da via por onde seguimos, que parecia ser uma pequena vila encantadora. Aquela hora da manha já via alguma confusão mas nada como o centro metropolitano de Londres onde eu vivia. Ali respirava-se tranquilidade, e tinha uma grande vontade de pedir ao motorista para parar o carro e deixar-me a li e poder caminhar a pé até à Mansão dos Malfoy. 

Da minha janela percebi-me que deixávamos a aldeia e seguíamos por uma longa estrada cercada por longas árvores de cada lado da via. O motorista começou a explicar que tinham acabado de entrar nos terrenos dos Malfoy, estes tinham sido dado à família por um rei há muito tempo atrás a um antepassado Malfoy e gerações seguintes ali continuaram. Os terrenos, pelo que entendi, começavam na Mansão até à vila que tínhamos acabado de sair. 

A viagem demorou dez minutos, até vermos um grande portão à nossa frente com um M em cada portão, muros altos negros. Os portões abriram automaticamente e o carro seguiu para dentro. Dos dois lados do caminho que seguia até à mansão, um basto jardim muito bem cuidado que dava vontade de correr e deitar-me nele. Arbustos cercavam o relvado junto ao muro. Naquele jardim perfeito, na minha opinião faltava um cão a correr atrás de uma bola e uma árvore para pudermos sentar debaixo da sua sombra a ler um livro.

O carro parou finalmente junto de uma escadaria cinza, onde Narcisa Malfoy nos esperava.  


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Notas finais do capítulo

Música: Bad Girls - MKTO



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