The Wiltshire' Mission escrita por Mille


Capítulo 4
Capítulo 4 - Pansy Parkinson




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Quando cheguei junto do laboratório da professora Hooch, passado o cartão pela ranhura de segurança que havia de lado na porta, a Granger já lá estava dentro. Tinham sido as poucas vezes que entrei naquela sala. Se queria tecnologia de ponta era ali que podiam encontrar, olhando em volta quando o zumbido das máquinas chegava até mim.

Granger e a professora Hooch estavam debruçadas sobre a mesa sobre o que parecia ser um microscópio, sabe-se lá ver o quê. A professora com o seu cabelo curto e espetado trazia uma bata branca e óculos na cabeça, eu acho que nunca a vim de outra forma e foi a primeira a reparar na minha presença atrás delas.  

— Óptimo Menina Parkinson, já que nos presenteou com a sua presença, toca a despachar isto – vi a professora a empurrar Granger para junto de uma mesa comprida com duas malas.

Assim que cheguei , percebi que aquilo era o nosso material para a missão, fazendo agora parecer uma missão a sério – Então que se passa... Professora? – quando agarrava uma caneta com ar suspeito. Para que eu precisava de uma caneta?

— Tinham que ter o vosso material, não iam de mãos a abanar, certo? – tirando a caneta das minhas mãos voltando a colocar no sitio onde estava.  Enruguei a testa para ela, mas não fiz qualquer comentário.

— Isto é tudo para nós? – vi a Granger a passar a mão pelo material em cima da mesa com muito entusiasmo.

Não falava com ela há uma semana desde da noite na Sala Comum. Quando ela lamentou a morte do meu irmão era como tudo voltasse atrás no tempo e vi-me cercada de pessoas que me davam os sentimentos, falando que o meu irmão era uma boa pessoa, o rosto da minha mãe impassível olhando para o nada, o meu pai trancado no escritório a chorar.

Abanei a cabeça e olhei em volta, de volta ao presente. Ninguém pareceu notar a minha “ausência”. Encarei a mesa novamente e peguei na primeira coisa que me chamou à atenção.

— Para que preciso de um batom? – agarrando o tubo negro, nem de marca é. Quem poderia usar uma coisa daqueles? Só se fosse a Granger.

— Não é um batom! – explicou a professora  Hooch  com toda a paciência do mundo quando retirava o tudo da minha mão, demostrava quando rodava e do suposto batom saiu um feixe de luz vermelha – Um lazer que corta todo o tipo de material.

— Interessante – murmurei eu quando olhava para o restante material – é disso que precisava: de um corta-tudo, só se for para cortar algo desagradável...

— Tem aqui espelhos bombas, spray dormente... – mostrando umas latas pequenas – Pó para infravermelhos,  novos relógios – mostrou dois modelos negros e apressei-me a substituir o que eu tinha por aquele, toquei no ecrã e sorri – Uns binóculos computorizados – entregando-me um par para eu guardar na minha mala – Serve para saber que as pessoas trazem armas ou simplesmente para saber quem são, tem um software de reconhecimento fácil e está equipado com os dados actuais do nosso sistema, novos dados serão actualizados automaticamente, não precisam preocupar  em fazer actualizações – e continuava a catalogar coisas e mais coisas, como se fossemos para a guerra – Temos aqui também…

— Pronto – interrompi a longa lista de objectos maravilhosos que ela tinha colocado à nossa disposição e que íamos levar connosco – nós depois olhamos e vemos com atenção para que serve esta tralha toda, certo?

— Não ligue, temos um voo cedo amanhã, deve ser dos nervos. – murmurou a Granger para a professora que suspirou e afastou-se até outro balcão. Ela encarou-me – Podias ser mais um pouco simpática, um pouco apenas, só nos está a ajudar…

— Não preciso de ajudar para perceber para que serve cada coisa que tem aqui!

— Meu deus deixa de ser arrogante por cinco minutos! – disse exasperada.

Mordi o lábio e respirei fundo.

Ouvi um pigarrear atrás de nós e olhei para a professora que nos fixava como decidisse se ia dizer algo ou não. Olhou para nós as duas durante um tempo até que falou – Estou a ponderar se vos entrego o próximo material para vocês e ponderar se por acaso vão usar uma na outra – ergui a sobrancelha sem entender. Foi quando que ela esticou os braços e deu-nos uma mala para cada uma - o Director disse para vos entregar isto, mas estou mesmo a ponderar se será uma boa ideia… - nunca ouvi tantas vezes a palavra “poderar” numa frase.

Granger agarrou a sua e abriu a tampa, arregalando os olhos e a boca, enquanto passava a mão por dentro dela. Eu abri a minha, curiosa. Vi lá dentro uma arma. Uma arma não, A arma. Eu sabia que arma era aquela, tinha a cobiçado tanto e treinado dias e dias nas aulas de tiro com ela. Dois PP ranhurados estavam no cabo da mesma maneira que tinha gravado à uma ano atrás para mostrar a todas que aquela era minha. Sorri de lado percebendo agora o desconforto da professora.

— Não se preocupe, não pretendo utilizar na Sabe Tudo – tentei tranquilizar a professora e recebi um sorriso sarcástico de Granger. Retribui de igual forma.

— Tenham muito cuidado com essas armas, não são brinquedos, e não deixem que vão parar às mãos erradas, entendido? Por amor de deus, não façam nenhuma asneira com isso!

— Sim… - confirmou Granger e eu acenei.

— Óptimo! Desapareçam agora daqui com as vossas coisas e deixem-me trabalhar! – murmurou enquanto nos empurrava para a entrada do gabinete, fechando a porta atrás de nós.

Olhei para Granger e abanei a cabeça.

A pergunta que corria na minha cabeça é: Como é que íamos aguentar estar 24 horas uma com a outra? Apostava que não chegaríamos ao final da primeira semana sem um desastre. Caminhamos lado a lado sem realmente falar uma com a outra, via a Granger a abrir a boca durante algumas vezes mas fechava a mesma quantidade de vezes. Sorri de lado, e enquanto continuávamos a nossa caminhada, comecei a pensar no banho e na curta noite que me esperava. Porque havíamos de acordar às 5 da manha para uma viagem até Wiltshire? Gemi baixinho.

— É, eu sinto o mesmo, o pior é que o Director quer que nós aprendamos a dançar para não fazer má figura – olhei para ela sem entender do que raio ela estava a falar, ela interpretou de forma errada o meu gemido.

— Como? Dançar? Em Wiltshire?

Ela olhou para mim confusa – O quê? Não! – bufando enquanto apontou para a parede onde estava um ecrã digital onde passava um cartaz em tons claros, o que parecia ser um baile e.. Aquilo eram flocos de neve?

YULE BALL

O BAILE DE MÁSCARAS DE INVERNO

ESTE ANO NO INSTITUTO DURMSTRANG

— Depois do que aconteceu no ano passado, pensei que tivesse acabado com essa parvoíce…

Bufei – É o que dá querer juntar inimigos na mesma sala que tu.

— Mascarás, só mesmo com máscaras para suportar olhar para a cara deles – continuou a Granger ao meu lado e olhei curiosa para ela, nunca tinha a ouvido falar com tanta raiva, eu até julgava que ela namorava com um deles, um Victor Qualquer-Coisa-Reles – Se vejo um deles perto de mim, deixo-lhe umas marquinhas nada subtis no rosto – ri-me com aquela violência dela.

O Instituto Durmstrang, pensei com uma careta, é só para rapazes e o director é um homem detestável, asqueroso e por vezes, melhor, muitas das vezes as nossas missões são intrometidas por eles. Sempre houve muita rivalidade entre as duas escolas. Enruguei a testa ainda pensando neles, eram uma cambada de machistas e narcisistas.

— Prevejo que não iremos conseguir faltar – apontei para a frase que passava a rodapé informando que todas as alunas do quinto, sexto e sétimo ano deveriam e tinham que ir.

— Ei! Vocês já viram isso? – virei a cabeça para olhar para a Cenoura Ambulante que apareceu atrás de nós com mais um grupo de raparigas que cochichavam, acredito que o tema dos murmúrios seja do baile – Dizem que o director de Durmstrang pediu e baile é para fazer as pazes connosco, mas eu não engulo essa treta… - aproximando-se mais de nós, sei deixar de olhar para o cartaz – Cheira-me que isto vai dar treta…

Estranhamente tinha que concordar com ela – Podes crer, aquele homem é manhoso – o meu pai sempre mencionou que aquele homem não era confiável, e eu acreditava na palavra do meu pai.

Continuamos a caminhar, enquanto divagávamos sobre as intenções que traziam por trás daquele suposto baile, seria um tema que estaria nas nossas conversas da próxima semana e eu duvidava que o… Parei de repente, olhando para a Sabe Tudo e para a Cenoura Ambulante. O que é que eu estava a fazer a conversar com elas, como se fossemos grandes amigas? Estava a ficar louca para andar de conversa com aquelas duas.

Resmunguei e virei-me na direcção contrária, tomando uma direcção diferente para os dormitórios, deixando-as a olhar para mim. Sim, eu estava louca.

Empurrei a porta do meu dormitório e segui para a cama vazia onde as malas ainda estavam por fechar. Uma mensagem piscava no tablet informando da partida no próximo dia não seria às seis da manhã, mas às cinco e para estar na entrada da escola para nos levar até aeródromo onde o jacto da família Malfoy estaria à nossa espera. Com a novidade do baile até tinha esquecido do raio da viagem para Wiltshire. Pois, acordar às quatro da manhã, boa sorte nisso.

Apaguei a mensagem, fechei as malas, tomei um longo banho e deitei-me enquanto Scarlett e Agnes entravam no quarto, trazendo a notícia do baile.

Ao contrário da conversa com a Sabe Tudo e Cenoura Ambulante, com as minhas amigas falamos como iriamos vestidas, mascaras que iriamos escolher e quais as cores que cada uma de nós ia levar.

Quando dei por mim já era uma da manhã, sem outro remédio, deitei-me.

De repente só senti duas mãos a abanar-me como se o mundo fosse acabar.

— Acorda Pansy!


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Notas finais do capítulo

Música: Sweet 'nd Savage - Kxlly



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