The Wiltshire' Mission escrita por Mille


Capítulo 10
Capítulo 10 - Draco Malfoy - Bónus




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Desliguei a chamada da minha mãe e olhei para o meu pai - Estamos tramados! - resmunguei quando voltava a afundar-me na poltrona em frente da secretária do meu pai. Tinha feito de tudo para que a minha mãe não descobrisse da suspensão, confiei no meu pai porque ele sabia o que fazer e sempre resolvia todos os meus problemas, desde pequeno.  

Não estava nos planos a minha mãe descobrir. Talvez contasse daqui a alguns anos, quando já tivesse casado, com filhos e vivesse noutro país. Sim.  

— Eu avisei rapaz, devíamos ter contado - disse quando mexia nos papéis que tinha à frente - Ela sempre descobre, parece que tem faro quando te metes em problemas.  

— Eu não tive culpa - resmunguei e o meu pai olhou-me com a sobrancelha levantada, com ar de quem desconfia das minhas palavras - Ou melhor, não tive culpa sozinho, mas aquele Potter - disse o apelido com repulsa e arrastado. Tinha passado o fim-de-semana todo escondido no chalé para a mãe não ver o olho negro que ficara, Potter ficou com o nariz a sangrar e ficaria pior se Blaise não me tivesse tirado de cima dele. Mas fiquei satisfeito só por saber que ele também tinha sido expulso, quase compensava, quase. O negrume passou naqueles dois dias como muito creme e gelo. No almoço de domingo foi mais complicado, usei uns óculos escuros com a desculpa de ter dormido mal e que estava cheio de dores de cabeça, que a minha mãe pensou ser da farra de termos bebido demais a noite toda, não disse nada. Hoje o negrume já tinha saído todo, parecia que tinha olheiras e suspirei de alívio.  

— Pensava que tinha ensinado que não deves entrar em brigas - disse com um suspiro e eu já sabia o que dali vinha - a não ser que não tenhas assistência por perto - acrescentou com um piscar de olho, e voltou a focar-se nos papéis.  

Olhei em volta pelo escritório no último andar daquele edifício de advocacia, que aos longos dos anos não tinha mudado quase nada desde da primeira que o meu pai me trouxe ali e disse que um dia aquilo seria meu. Era muita responsabilidade, pensei eu. Queria que eu me formasse em direito e seguisse os passos dele. Mas ainda era muito cedo para pensar nisso, tinha mais dois longos anos até tomar uma decisão. Mas desde que o pai me levara até à Suécia para ver a nova aquisição das indústrias Malfoy, eu tinha ficado fascinado pelo pessoal de bata branca aquele laboratório farmacêutico.  

Voltando ao presente, tinha ido até ali ai escritório para a minha mãe não desconfiar caso ficasse em casa, mesmo sendo esta grande podia sempre correr o risco de encontra-la ou alguém mencionar que estava por ali. Lucius levou-me consigo para o escritório e era lá que ficaria até ao fim da suspensão, essa era a ideia. O meu pai ficou radiante com a ideia que eu começasse a inteirar nos negócios da família, como fosse excitante estar fechado entre quatro paredes a ler papeis e assinar ou fazer reuniões para os quatro cantos do mundo.  Não para mim.

Ma eu sabia que havia algo mais, desde que Tom Riddle tinha parecido lá em casa e o meu pai já não era o mesmo, sempre preocupado onde eu andava e saber com quem tinha falado.  

Tom Riddle tinha trocado meia dúzias de palavras comigo sim, mas os meus pais não sabiam. Na verdade, ele tinha dito que tinha grandes planos para mim que sendo filho de quem era podia tomar uma posição prestigiada ao lado dele. Claro que eu não sabia do que ele falava, parecia tudo muito estranho e perverso, julguei até que o homem estivesse a atirasse a mim. Até escutar uma conversa entre os meus pais, sem eles saberem, onde a minha mãe implorava para que o filho dela ficasse bem longe dos negócios que o meu pai tinha com Tom Riddle.  

Nunca os questionei e até a data nunca mais tinha visto o homem, nem noticias sobre o mesmo.  

Peguei no telemóvel e sorri quando vi que tinha algumas mensagens de Romilda, a namorada traidora de Potter e sorri. Não tinha intenção de ser apanhado por Potter a meter a mão por baixo da saia da namorada, mas ela tinha provocado e arrastado para dentro da sala de química, esquecendo de que me certificar que ninguém tinha visto. Até ele entrar porta adentro. Suspirei quando li as mensagens, estava á espera de uma Romilda provocante como sempre acontecia quando trocávamos mensagens, mas agora era uma Romilda chorosa e melga. Resolvi ignorar.  

A secretária do meu pai entrou com o nosso almoço e informou sobre a reunião da tarde que teria com um político que precisava dos serviços do meu pai sobre qualquer coisa que o filho tenha feito, pensei eu quando olhava para dentro das caixas que tinha trazido. Aquela era a vida do meu pai, defender os grandes e poderosos. 

Quando ficamos os dois sozinhos na sala o meu pai informou que teria que viajar até Estocolmo e depois iria até a Tóquio - E a mãe deve acompanhar-me, ela não gosta que eu viaje sozinho, deve ter medo que me perca - disse com um sorriso. 

Eu revirei os olhos - Ela tem medo que percas é os olhos noutras coisas.  

— Sempre fui leal à tua mãe, Draco, nunca toquei noutra mulher desde que me casei com ela. Não tenho culpa que elas não resistam ao meu encanto... 

Ri-me - Claro, claro – quando trincava um pedaço de carne e resolvi pica-lo - Não é o que diz a tia Bella. 

— Essa mulher tem sérios problemas - o meu pai parecia irritado quando largou o garfo e levantou-se para ir até ao balcão onde tinha os seus melhores uísques - A tua mãe não devia ouvir metade do que ela diz, ela é louca! Mas são irmãs e para Narcisa, família é tudo – encheu um copo e tomou um gole.  

— Então, sobre ela dizer que vocês namoram é mentira? - ele virou-se para mim chocado e eu sorri - É, a tia quando bebe gosta de contar segredos – ri-me terminando de comer - Descansa pai, acredito em ti, e a mãe é muito mais bonita que a tia Bella. Se foi isso que aconteceu, escolheste bem.  

Ele suspirou e voltou-se a sentar à minha frente - Eu não conhecia a tua mãe porque ela estudava fora.  

— Sim, eu sei – eu conhecia a história dos dois, a mãe gostava de me contar quando eu eura uma crianaça como a princesa tinha encontrado o seu príncipe - foi quando ela veio passar uns dias a Londres que a conheceste e namoram durante dois anos, casaram-se depois de muita teimosia tua. Conheço essa história toda! 

— Quase isso... Os teus avós achavam que um casamento entre Malfoy e Black era uma boa comunhão e juntar duas fortunas, mas era com Bellatrix que eles queriam que eu me cassasse – essa parte eu já não sabia e sentei-me direito a ouvir - Estou a contar porque acho que já tens idade para saber sobre isto. Bellatrix era uma rapariga elegante tinha o seu encanto, foi uma atração carnal... 

— Pai, por favor, limita-te ao essencial, não preciso de pormenores! - pedi quando imaginei o meu pai com a minha tia juntos, aquilo era demasiado. 

Ele inspirou e bebeu mais um gole de uísque, fez uma pausa co o se ponderasse as palavras que me diria – Tecnicamente, eu e Bella estávamos noivos mesmo eu não tenho feito o pedido, estava assim acordado entre famílias. Mas foi quando conheci a tua mãe que tudo mudou – parecia ausente quando se recordava - Ela era tão diferente de Bella, tão inocente, tão perfeita que me apaixonei genuinamente por ela - olhou pela janela quando terminava a sua bebida e riu, abanando a cabeça. Eu não consegui interromper, queria saber mais – Foi um escândalo e a tua avó ia tendo um ataque quando disse que não queria mais casar com Bellatrix porque não a queria como minha esposa e mãe dos meus filhos. O meu pai ficou furioso nunca o tinha visto assim, ameaçou-me deserdar se eu não levasse o casamento para a frente com a Black, o casamento teria que acontecer.  

— Ui... - fechei os olhos imaginado a cena - O que fizeste?  

Ele riu quando largava o copo vazio e começou a tamborilar na mesa - Fiz o que ele me pediu para não ser deserdado: casei com uma Black. Era esse o acordo e eu cumpri - piscou-me o olho e eu bufei esperando mais - Comecei a cortejar a tua mãe, primeiramente ela achou que aquilo era uma piada e eu só estava a fazer isso para irritar Bella. No fundo havia um ponto de verdade. Quando Bella soube que andava a cortejar Narcisa, deus, ela começou a inventar cada história, que bem, ficam para outra altura, mas era tudo mentira e agradeço pela inteligência da tua mãe que não acreditou em nada que Bella contou, sabia que ela estava raivosa por ter sido trocada. Rapaz, eu adorava aquela mulher, e cada dia tinha mais a certeza que era com ela que queria casar. Quando finalmente ela aceitou sair comigo, contei-lhe sobre o que o meu pai disse sobre a minha herança e sobre o casamento, fui honesto com ela. Acho que foi assim que começou a nossa relação, honestidade rapaz é um pilar fundamental. Claro que ela não aceitou logo namorar, fez-me lutar por ela durante dois anos, dois! Quase desisti. Foi quando ela voltou para Londres e começamos a passar mais tempo juntos, ela confessou que estava apaixonada por mim – eu fiz uma careta imaginado os meus pais naquela altura, era muito esquisito. Aquela história realmente nunca tinha ouvido tão detalhada, porque uma vez em casa dos meus avós tinha ouvido (eu sei a minha mania de ouvir atrás das portas) uma conversa sobre a traição de Lucius a Bella e nunca tinha entendido como seria isso, até agora – Passado um ano, casamos. A tua tia nunca superou por ter sido trocada pela irmã, mas para não mostrar que aquilo não afetava anunciou casamento com Lestrange no dia do casamento da irmã. Mas Narcisa não se deixou abalar com isso, disse que se ela queria atenção, teria toda a atenção para ela. Nada disso importava para a tua mãe, ela só queria começar uma família e ser feliz depois do que tinha passado... 

— Do que tinha passado? Como assim? - Interrompi curioso.  

— Ah, quer dizer... – Percebi-me que ele tinha falado algo que não era suposto eu saber - Nada, coisas de escola, nada de importante. E por falar em escola, as duas alunas do intercâmbio já chegaram.  

Eu fixei-o durante um tempo, mas deixei aquele assunto morrer por agora - Sim, foi por causa disso que descobriu que eu tinha sido expulso e acho que está na hora de voltar para casa e amansar a fera... - disse na brincadeira, levando um olhar de reprimenda do meu pai – Não me olhes assim, vou faze-lo por ti também, ela está ainda mais chateada contigo do que comigo, eu sou o filho é o meu dever dar-lhe estes tipos de preocupações de mãe... - e com isto saí.  

Durante a viagem até casa, fui pensando no que o meu pai me tinha contado.   

Mal chegamos, pedi ao motorista para não avisar a minha mãe que tinha chegado e peguei na moto, coisa que a minha mãe foi sempre contra eu ter por não ter idade suficiente para dirigir, mas o percurso até á pequena vila era pequeníssimo e não haveria problemas. Ia pegar uma dúzia dos bolos preferidos dela que comparava sempre no dia da mãe e um boque de rosas brancas, as preferidas dela. Esperava com isso voltar a ser o filho preferido dela, porque por este andar Theo tomaria o meu lugar, já bastava a minha mãe estar sempre a comparar-me com ele e que ele era um bom rapaz, um doce de miúdo. Mal ela sabia que Theo era pior que eu.  

Aguardava que me atendessem ignorando o grupo de miúdas que estava a cochichar nas minhas costas, estava cheio de pressa e Ruby nunca mais aparecia para me atender. Estava pronto para ir embora quando senti um cheiro muito agradável, doce como flores silvestres ao meu lado sobressaído ao cheiro dos bolos acabados de fazer.  

Olhei e foi quando vi a rapariga mais bonita que tinha visto em toda a minha vida. Bonita era pouco para a morena que me encarava e corava como se fosse apanhada numa travessura, naquele adorável vestido florido e casaco de ganga. Quem era ela? Seria dali da vila? A voz de Ruby interrompeu os meus pensamentos fazendo voltar ao meu objetivo do porque estar ali. Ruby era gira e interessante, uma chama quente toda ela e provocativa. Mas a rapariga que ali estava ao meu lado, ela não tinha comparação, era de uma beleza diferente e lembrei-me das palavras do meu pai “Ela era tão diferente de Bella, tão inocente, tão perfeita”.  

Uau, calma Draco, não é a mesma coisa. Ou era? Aquela conversa com o pai estava a afectar-me e o meu subconsciente estava a associar a uma ideia muito parecida. Essa era a explicação.  

Quando peguei na caixa que Ruby me estendia, poderei se diria alguma coisa aquela raapriga, eu gostava de vê-la novamente, mas eu nem sabia quem era ela. 

Tomei a decisão e despedi-me apenas. Se o destino assim decidisse, encontrar-nos-íamos novamente.  

A morena ficou bem guardada na minha memória. Agora havia outra miúda que requeria a minha atenção e Dobby disse-me que ela estava no quarto, e aprovou a minha escolha das flores para a minha mãe.  

Bati na porta e ouvi um entre da minha mãe. Encontrei no seu cadeirão preferido com um livro nas mãos e eu sorri estendendo o ramo de rosas para ela – Para a miúda mais bonita da minha vida...  

Narcisa Malfoy era uma elegante mulher, mesmo naquele elegante robe de cetim e de cabelo apanhado, imaginei que depois de um ritual de beleza que ela teimava em fazer mesmo que eu dissesse que ela é a mulher mais bonita do mundo. Eu tinha orgulho nela.  

Ela pegou no ramo sem deixar de me olhar, com os lábios numa linha - Isto é um suborno? 

— Mãe, até parece que só te dou flores quando faço alguma coisa de mal - revirei os olhos - sendo assim não te dou os muffins que trouxe para o nosso lanche - resmunguei fingindo ofendido. 

— Eu conheço o meu filho e sei bem quando há flores e muffins de suborno... - estendeu a mão - Muffim de abobora? 

— Que mais podia ser? - passando-lhe a caixa já aberta e ela tirou um. 

— Sabes que isto não me faz ter amnesia e não vais livrar do castigo. 

— Mãe! - comecei mas ela olhou-me e eu calei-me logo, pegando num muffin para mim.  

— Sem saídas à noite, durante um mês e a mota mortífera - eu gemi de dor quando ela falou na minha preciosa - sem tocar nela durante uma semana! - bufei mas eu não ia reclamar, ela esqueceria sobre o castigo.  

— Certo, mãe linda, sabes que gosto muito de ti e não te quis preocupar - avançando para lhe dar um beijo na testa - E eu sou melhor que o Theo, correto? Continuo a ser o teu menino preferido, não é? 

Ela riu e deu-me um beijo no rosto sujando-me com o batom vermelho que tinha - És o meu único filho, insubstituível! Mas não te livras do castigo - eu bufei e dei-lhe um beijo na testa. Aquele assunto ia durar.  

— E quando é que eu conheço as raparigas? - mudando de assunto, quando me deitava na cama dela quando a via a arrumar o ramo de rosas num vaso em cima do aparador - O pai disse que elas já tinham chegado aqui a casa – tinha esperança de as encontrar por aí mas nem sinal delas, até Dobby informar-me que estava apenas a minha mãe em casa.  

— Sim - pegando na tesoura para cortar os caules que achava que estavam grandes e colocou de forma perfeita dentro do vaso, ela tinha um toque magico quando se tratava de flores - vais adora-las, são muito simpáticas...  

— São assim tão feias, mãe? - enruguei a testa quando ela disse que são muito simpáticas, ninguém diz que são muito simpáticas se não for para esconder uma característica má. Segundo o meu pai e para mim palavra dele é lei.  

— Credo Draco, não sei onde ouves essas coisas e parece que não te eduquei, uma dama nunca é feia: tem melhores atributos que outros.  

— Exatamente o que eu disse, elas são medonhas, não é? 

— Não! - olhando chocada para mim e eu não consegui deixar de sorrir - És diabólico Draco. Elas, muito pelo contrário do que pensas, são raparigas muito elegantes - voltou a atenção para as rosas e eu bufei não acreditando nela - Verás então se não tenho razão e vais te surpreender... 

E foi tal como a minha mãe disse quando entrei na sala de jantar e vi a rapariga daquela tarde junto de Theo e outra rapariga de cabelos negros, corando adoravelmente quando me viu. A minha mãe tinha razão. 


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Notas finais do capítulo

Música: We Could Be Beautiful - Wrabel



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