Mal podia acreditar no que via através do espelho. Shoto admirava seu uniforme escolar como se fosse algo incrível, como se fosse seu próprio uniforme de super-herói. Ele revirou sua mochila, contando pela vigésima vez, se não tinha esquecido nenhum de seus gizes de cera. Natsuo acompanhava o garoto, rindo da sintuação: - Cara, você é muito organizado, que agonia! Na verdade a escola é um saco, sabe - Natsuo cruzou os braços. De fato, Shoto sempre foi muito organizado, diferente da maioria das crianças, sempre mantia suas roupas dobradas e fazia questão de organizar seus brinquedos por ordem de cores dentro do pequeno baú. - Natsuo, como devo falar com a professora? - Indagou, após guardar todos os lápis novamente em sua mochila. - Você diz isso "Oi professora, tenho uma pergunta, se gata mia, porque você fala japonês?" - Disse e segurou a risada. Shoto jogou a mochila nas costas, olhando para o irmão confuso, porém apenas acentiu. "Daria tudo para ver isso" pensou Natsuo. - Como vai a mão? - a seriedade voltou a face do mais velho. - M-melhor - Shoto mentiu mais para si mesmo, do que para o irmão. Os "treinamentos" de seu pai continuavam insesantes, a cada dia Shoto se machucava mais e mais, era perceptível que ele estava mais forte e conseguia controlar seu gelo com mais facilidade, mas era inegável que o custo por isso era muito alto. - Bom...Boa sorte na escola! - Natsuo mudou o assunto, vendo o incómodo e tristeza no olhar do irmão. - Obrigado... _________, Perdido, era como Todoroki se encontrava, as crianças brincavam, corriam, se machucavam e choravam, mas se divertiam, uma realidade da qual ele desconhecia, ao mesmo tempo era divertido observa-los: - Uau! Olhem é o filho do Endeavor! - Shoto ouviu uma voz femina gritar. Uma pequena multidão de crianças se formou em volta do balanço onde Shoto brincava sozinho. O garoto corou, sentindo-se desconfortável com o jeito que se referiam. - O-oi Naquele instante, Shoto descobriu que seu senso para socializar era horrível, por alguma razão, o garoto não conseguia confiar em nenhuma daquelas pessoas ao seu redor, como se algo bloqueasse sua mente, o alertando para não se aproximar. - S-Sou Todorok - - Pode conseguir um autógrafo do seu pai!? - um garoto de olhos claros o interrompeu. - É! Ele é incrível! - Disse outro. Sem que ao menos se desse conta, Shoto apertava a corda do balanço, congelando-a. O garoto sentiu-se frustrado e irritado, não entendia o motivo por tamanha admiração, para ele seu pai não era alguém em que se pudesse depositar orgulho, pelo contrário, Shoto o temia com todas a suas forças, e os motivos estavam expostos em forma de hematomas em sua pele. Era inegável que Endeavor era forte, não é atoa que carregava o titúlo de segundo melhor herói, porém, a realidade ao ver de Shoto era bem diferente do que a mídia mostrava. - Ele está congelando a corda! - Incrível, ele já tem individualide - Diziam as crianças em couro. - mas é estranho ele ter individualide dessas, já que o pai dele tem o poder de fogo - comentou o mesmo garoto de olhos claros. Shoto bufou, pulando do balanço, caminhava lentamente abrindo espaço entre as crianças. Saindo do pátio cabisbaixo. _______,

Sentou-se no corredor, abriu sua lancheira, e sorriu ao ver os bolinhos de arroz que sua mãe preparou, pegou seus hashis e se pôs a comer. Lembrou do rosto de cada criança que se amontou ao seu redor e como odiou o fato de como o trataram, talvez fosse apenas bobagem da mente fértil de uma criança, mas Shoto senti-se chateado, ninguém ali estava interresado em conhecer Todoroki, conhecer quem ele era, todos estavam ali, porque viram nele apenas a figura de seu pai. Esse pensamento fez o garoto irritar-se, ao mesmo tempo em que um choro começou sem sua vontade. - Porque está chorando? - uma voz fina e aguda ecoou pelos ouvidos do garoto. Ergueu o olhar, proucurando pelo dono da voz, seus olhos pararam em um menino de cabelos esverdeados e chacheados, do outro lado do corredor, que mantia um semblante preoucupado, sua respiração estava pesada, como se estivesse acabado de praticar algum exercício. Shoto iria responder se não fosse por uma segunda voz, que o interrompeu destraíndo sua atenção. - DEKU! AINDA SE ESCONDENDO!? - a voz era ameaçadora, apesar de ainda ter um toque infantil. - Não sei oque aconteceu, mas seja forte! E não diga que eu passei por aqui, porfavor - o esverdeado suplicou, assim saiu correndo acenando para Todoroki, que apenas imitou o gesto, confuso com tal comportamento. Shoto estava perplexo, não sabia oque tinha acabado de acontecer, mas não tinha tempo para raciocinar, o sinal tocou e todos os alunos corriam pelo corredor em direção a suas salas, de forma tão barulhenta e desorganizada, que Shoto jurou para si mesmo, que poderia gritar com todos ali, para que fizessem uma fila, e agissem com mais cautela, mas não o fez. Esperou todos entrarem e se dirigiu a sua sala, onde a professora conversava animadamente com os outros alunos, ela olhou para Shoto, parado na porta, acenando para que o mesmo entrasse: - Então você é Todoroki Shoto, certo? Bem-Vindo! - Ela disse sorridente. Ele pensou por um tempo no que responder, então lembrou das palavras que seu irmão te disera mais cedo naquele mesmo dia. - Se gatas miam, porque você fala japonês, professora? - indagou, inocente. Ela riu, junto a sala, Shoto novamente não entendeu a sintuação, apenas sorriu levemente, agradecendo mentalmente a Natsuo, por sem saber, tê-lo ajudado a começar algum tipo de relação social. - Que galanteador! Sente-se! E vamos começar a aula! _______, Oie! Olha eu aqui novamente, vim esclarecer uma pequena coisa. Sim! A fanfic segue totalmemte a história do Todoroki, sei que ele o Bakugou e o Midoriya não estudaram na mesma escola, mas lembrem-se, essa é só uma creche!

 
Lá estava Shoto, deitado no meio daquela pequena sala, onde o pai o trienava todos os dias, incapaz de mover um músculo que fosse. Havia adormecido ali mesmo, e Endeavor não se preoucupou em leva-lo de volta ao seu quarto, para ter ao menos uma noite de sono decente, pelo contrário, tinha decidido que aquilo era melhor para Shoto, que o ajudaria em sua resistência, além de servir como punição por ter se entregado ao cansaço, e adormecido em meio ao treino. Ele até mesmo proibio que qualquer pessoa se aproximasse do local, sempre monitorando tudo atráves das inúmeras câmeras que instalou pela casa. - Papai...Eu sei que você me observa enquanto estou aqui. O bicolor abraçava suas pernas, encostado em um canto qualquer do quarto, até então matinha seu rosto apoiado nos joelhos, escondendo sua face cansada, mas logo ergueu o pescoço, olhando diretamente para a câmera. Através do monitor, Endeavor gruniu, se perguntando como tinha descoberto sobre a câmera, que tão bem era escondida. - Eu estou a quanto tempo aqui? Shoto voltou a apoiar a cabeça em seus joelhos. - Sei que não vai me responder, mas me sinto solitário, queria poder conversar com alguém, sabe? Endeavor engoliu a seco, desligou o monitor, e se dirigiu a sala onde Shoto gritava silenciosamente por misericordia. Grande foi a surpresa de Endeavor, ao entrar na sala e vê que seu filho não se encontrava mais lá, gritou o nome dele, irritado com a sintuação. Na mesma hora, Shoto pulou nas costas do pai, apertando sua nuca com força, ativando sua Quirk para congelar sua cabeça e desnortea-lo. Shoto havia usado de seu gelo para se prender a parede e assim pegar Endeavor de surpresa, porém o mais velho era experiente, assim que sentiu sua visão ser cortada pelo gelo, puxou Shoto pela gola da camisa o arremesando no chão. - Que ataque inútil - 1...2...3... - Shoto contou pausadamente, no mesmo instante um grande saco de boxe despencou do teto caíndo na cabeça de Endeavor, que camabaleou desprevenido. - Grr... - rangeu os dentes. Endeavor não podia negar que tinha ficado satisfeito com a emboscada de Shoto, mas para ele, Shoto ainda não era bom, para ele o garoto era insuficiente. Era a primeira vez que o Shoto contra-atacava, pois sempre preferia ficar na defensiva por medo. Shoto levantou-se, seu semblante carregava seriedade, e pela primeira vez em meses, não parecia ter medo, encarava o pai a altura, sem ousar piscar os olhos, as lágrimas de Shoto já não fugiam de seus olhos. Endeavor surpreendeusse com tamanha indiferença por parte do garoto. - Finalmente saiu da defensiva, mas ainda insiste em não usar fogo! - Já falei mil vezes! Eu não tenho essa individualidade! Endeavor agarou o pescoço da criança, que permaneceu quieto, ainda trocando olhares com pai, sem mostrar nenhum restígio que fosse de medo. - Shoto, você me odeia? Nenhuma resposta. -Responda! Você me odeia? - Endeavor gritou, largando o menino bruscamente. - Sim, pai, eu te odeio! - Shoto respondeu ao mesmo tom. Sentiu sua face molhar com as lágrimas que jurou nunca mais derramar, sentindo-se frustado por ainda ser fraco. Irritado Shoto correu em direção ao seu pai, acertando-lhe vários socos, que ficavam mais desordenados a medida que Shoto chorava, Endeavor não desviou, nem tão pouco contra atacou, apenas ficou parado deixando ser esmurrado pela mãos do filho, que se machucavam mais do que o próprio Endeavor. - Você me machuca! Me...faz chorar - Disse entre socos e soluços - Me reprime! Me subestima! Shoto afastou-se, fitava o chão, frustrado, triste, machucado. - Eu... - Shoto ergueu o punho - Te odeio, Todoroki Enji! Shoto juntou todas as suas forças restantes para correr novamente até seu pai, ele tinha a intenção de socar seu estômago, sentiu seu pulso queimar, até chegar perto o suficiente para atingir seu pai. Chamas, eram mesmo chamas, saindo da mão fechada de Todoroki, queimando a camiseta e pele de seu pai. _______, Eita, ferrou :^ Agora o bixo vai pegar fogo (Literalmente). Continua a ler o próximo capítulo