Loving the enemy escrita por Trice


Capítulo 6
CINCO – Muita sinceridade é absolutamente fatal.


Notas iniciais do capítulo

Oieee! Cheguei mais cedo que o esperado, não? hahahah

Queria agradecer todo os leitores que estão acompanhando e comentando, vcs fazem meu dia melhor ♥ E os fantasminhas apareçam ein? hahaha

Sem mais delongas, vamos ao capítulo haha



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"Pouca sinceridade é uma coisa perigosa,

e muita sinceridade é absolutamente fatal." 

Oscar Wilde.

R O S E 

PALÁCIO DE HOGWARTS – GUARDA-CASACOS – 50º DIA

Nos poucos segundos que Rose teve para pensar quando a porta se abriu, desejou que pudesse ser qualquer pessoa ali, excetuando seus pais, ou não saberia como conseguiria sair viva daquele armário. Ou melhor: como Scorpius poderia sair respirando dali se Ronald Weasley os flagrassem no estado pós-amasso que se encontravam.  

Sentiu o coração errar uma batida quando seus olhos caíram sobre Claire, a assistente pessoal da sua mãe. O alívio que percorreu o seu corpo não poderia ser medido. Sua esperança era de conseguir convencer a morena a manter o acontecido em segredo, principalmente de seus pais. 

Ainda mantinha suas mãos no abdômen de Scorpius e percebeu que, quem sabe, devesse retirá-las dos músculos dele. Assim, deslizou as mãos para longe e, antes de colocá-las ao lado do próprio corpo, arrumou a camisa do Malfoy a fim de que não permanecesse levantada. 

Claire perscrutou o seu rosto por alguns instantes e Rose sentiu todo o peso daquele olhar. Depois, a morena passou seu olhar analítico para Scorpius, observando a camisa social dele, a qual estava para fora da calça, além de, obviamente, amassada devido às mãos confiantes da ruiva e ao contato dos corpos. Ela pigarreou, limpando a garganta, parecendo pensar no que deveria dizer. 

O que se deveria falar para uma princesa após surpreendê-la no meio de um contato nada decoroso com o herdeiro da suposta família inimiga? "Ora, ora, parece que Vossa Alteza, possui mãos abusadas". É, melhor não. 

— Eu… – começou Claire, aparentando constrangimento. – Alteza, estávamos procurando por você. 

— É claro – respondeu Rose, prontamente. – Eu estava só… 

Era uma ironia tremenda que a Weasley sempre possuísse algo na ponta da língua, pois sabia como ninguém salvar a própria pele de uma confusão, mas que, naquele momento, não conseguisse pensar em nenhuma desculpa plausível, porquanto, era patente a sua inexistência. Estava se esfregando em Scorpius Malfoy dentro de um armário guarda-casacos e ponto. Qualquer desculpa ridícula que inventasse provavelmente só pioraria a sua situação.

Queria poder cavar um buraco no chão e desaparecer. Parecia uma ótima solução.   

— Acho melhor eu voltar ao salão – disse Scorpius. Ele passou as mãos pelos fios de cabelos claros. 

Claire assentiu levemente e afastou-se da porta, abrindo caminho para que o Malfoy pudesse passar. Desse modo, Scorpius saiu do guarda-casacos, não sem antes lançar um último olhar intenso para Rose. Depois lidaria com ele. Esperava que o loiro arrumasse suas roupas antes de adentrar o jantar. 

— Seu cabelo se desfez, Alteza – avisou Claire, fazendo com que Rose voltasse seu olhar para ela. – Precisará ir ao toalete para arrumar.

Rose assentiu e começou a caminhar em direção ao banheiro. A assistente da sua mãe acompanhou-a sem dizer uma palavra sequer; porém, quando entraram no banheiro, ela encarou a ruiva com um olhar escrupuloso. Não poderia culpá-la porquanto Claire flagrou-a beijando Scorpius Malfoy em um armário de casacos durante o jantar que fora planejado para que Rose conhecesse indiretamente seus pretendentes. O aniversário de Hugo fora somente uma desculpa para que não restasse tão evidente que a herdeira estava procurando um noivo – mesmo que falso.  

— Scorpius Malfoy? – foi somente o que a morena perguntou. – Bem que achei no mínimo estranha a sua antipatia sem justificativa por ele.

— A antipatia é verdadeira – respondeu Rose tentando arrumar as mechas dos seus cabelos que escapavam da presilha. – Apesar de que entendo aparentar ser injustificável – concluiu a ruiva, considerando que não contara a ninguém sobre o primeiro encontro deles e como Scorpius mentiu ser quem não era. 

— O beijo também pareceu verdadeiro – Claire suspirou e aproximou-se, começando a puxar alguns fios ruivos de Rose para trás. Ela era bem melhor que a Weasley quando o assunto era penteados. Dessa forma, a princesa apenas deixou que a morena terminasse de preparar seu cabelo. Claire continuou dizendo: – O que deixa tudo mais confuso.  

— Parece confuso porque você é uma pessoa prática e lógica, Claire. Você não entende que situações como essas podem ser incoerentes.

Não que Rose tivesse muita experiência amorosa, porém ela lia muito. Nos seus livros, a atração física não possuía uma lógica; na verdade, era, na maioria das vezes, uma grande situação contraditória. Do exato modo que acontecia com ela e Scorpius. Qual era a lógica em querer beijar o Malfoy? Além do fato do loiro ser lindo e gostoso, não havia qualquer outro motivo para ter o beijado. Não poderia negar que se sentia confortável com ele. Não necessitava pesar as palavras e, nenhuma vez sequer, Scorpius a olhou como quem estivesse julgando-a. 

A morena assentiu, finalizando um dos lados do penteado de Rose e, depois, passou a ajeitar o outro.

— Você tem razão – afirmou Claire, parecendo pensativa. – Não é nada coerente você não gostar de alguém e ficar beijando-o em armários de casacos.

— Eu não fico beijando o Malfoy – defendeu-se Rose. – Eu o beijei. Foi um caso isolado.

— Só uma vez?

Talvez não fosse um caso isolado; principalmente se estava pensando, naquele exato momento, em repetir. 

A última coisa que Rose queria era ter aquela conversa; mas, por outro lado, estava aliviada de ter sido Claire quem os encontrou. Em que pese ser um pouco rigorosa, a morena conseguia colocar-se no lugar do próximo de um modo único. Era exatamente o que Claire estava fazendo naquele momento. Tentava compreender o lado de Rose, sem julgá-la precipitadamente. Claire era a assistente pessoal da sua mãe e, mesmo assim, não correu para contar à Hermione. Assim, mentir estava fora de cogitação. Não iria mentir para alguém que estava, de uma forma óbvia, tentando ajudá-la. 

— Duas – sussurrou.

— Acho que duas vezes não pode ser considerado um caso isolado – alegou Claire em um tom neutro. Ela não estava brigando com Rose, apenas apresentava os fatos. E ela estava certa, obviamente. – Além do mais, outra pessoa poderia ter encontrado vocês.

— Mas não encontrou – lembrou Rose, não querendo sofrer por um fato que nem ao menos ocorreu. Preferia viver o momento e não remoer, ansiosamente, condutas passadas ou situações futuras. 

Claire concordou com um aceno e ajeitou a presilha entre os fios ruivos. Assim que terminou, ela olhou para Rose pelo espelho e indagou baixinho, como se estivesse com medo da resposta: – Você está apaixonada por ele?

— Claro que não.

E, de fato, não estava. Queria continuar beijando-o escondida por aí? Provavelmente, mas isso não significava paixão ou algo que envolvesse sentimentos.

Só era fácil beijar Scorpius, estar perto dele. O Malfoy não parecia criar expectativas ou julgar seus atos. Rose sempre falava a primeira coisa que vinha à sua mente quando estava com ele. Detestava admitir; contudo, eram pouquíssimas as pessoas que sentia que poderia falar qualquer coisa sem julgamentos. Havia sempre aquele olhar que dizia: você é uma princesa, você não pode dizer isso. E, geralmente, não podia mesmo. O fato era que Scorpius não possuía aquele olhar. Na realidade, ele parecia pouco se importar com sua posição. O Malfoy não a tratava como a herdeira de Hogwarts e, sim, apenas como alguém

— Ótimo. Você sabe que não pode se casar com ele, não sabe?

— Porque ele é um Malfoy – concluiu Rose, não que estivesse pensando em casamento com ele (ou qualquer outro). Ela não queria casar e ponto. Fosse com Scorpius ou não. 

— Exato. Consegue imaginar o caos que seria se um Malfoy subisse novamente ao trono?

Conseguia imaginar perfeitamente. Seria de perto o maior escândalo de todos os tempos da Família Real. O que as pessoas diriam sobre Rose ter deixado um Malfoy conquistar seu coração e subir mais uma vez ao trono de Hogwarts? Ela já conseguia ver as manchetes nada sensíveis. Porém, esse era um fato futuro irrealista, então, não precisava se preocupar. 

 – Você vai contar? – essa era a dúvida que rondava a mente de Rose. Chegou até a prender a respiração enquanto fitava o rosto da morena. 

— Não – disse em um suspiro. – Acredito que você seja adulta e responsável o suficiente, Rose. Se você acha que não é nada demais, eu acredito. Imagino que jovens realmente precisam viver, uma vez ou outra, momentos como esses. Só lembre que você não é uma jovem normal e precisa tomar cuidado com suas atitudes. 

Rose respirou mais aliviada ao ouvir aquilo, mesmo que tivesse sentido uma pontada de medo ao pensar que, talvez, não estivesse à altura das expectativas de Claire. De todo modo, agradeceu a confiança e o assunto pareceu morrer, embora pudesse perceber uma mudança no relacionamento da duas. 

Depois de conferir que estava tudo em ordem com sua aparência, saiu do toalete e voltou ao jantar comemorativo. Assim que adentrou novamente no salão, uma voz desconhecida a chamou: – Rose Weasley? 

Automaticamente, a ruiva virou-se em direção à voz. 

— Ou devo chamá-la de Alteza? Talvez fazer uma reverência? – ele inclinou-se, mas logo voltou à posição inicial, sorrindo. 

— Ethan Wood? 

Era ele. Rose teve certeza no momento em que suas orbes verdes encararam os característicos olhos cor de castanho âmbar dele. Conhecia apenas duas pessoas com aquele olhar: Ethan e seu pai, Oliver Wood. Recordou que o achara bonito pela fotografia apresentada na reunião; porém, não estava preparada para aquilo. Ele devia ser poucos centímetros mais baixo que Scorpius ou, quem sabe, da mesma altura. O rosto redondo e infantil que estivera acostumada praticamente não existia mais, o que fazia sentido: anos se passaram. 

 – Sim, sou eu – ele respondeu e pareceu analisar Rose. – Você ainda tem milhares de sardas, exatamente como eu lembrava. 

Rose sorriu, sentindo as bochechas esquentarem um pouco pela lembrança de Scorpius falando sobre suas sardas no armário. Péssimo momento para aquele tipo de lembrança. 

— E você, até que enfim, ficou mais alto que eu.

Ele sorriu abertamente. 

— Bem mais alto – apontou ele, como se fosse um fato muito importante. 

— Não que importe, aposto que eu ainda posso derrotar você de olhos fechados no Quadribol. 

— Eu realmente não posso discordar – ele deu de ombros. – Faz anos que não me atrevo a jogar. 

Então, a Weasley lembrou-se que anos se passaram e seu melhor amigo de infância havia sumido sem deixar qualquer aviso ou uma mínima despedida. Por mais que parecesse imaturo ficar magoada por algo que acontecera há anos, não conseguia impedir o sentimento, porquanto ele estava morando em Hogwarts o tempo todo e não se deu ao trabalho de aparecer nem uma única vez. Rose teria mais consideração, caso fosse o contrário. 

— É, faz anos mesmo – concordou e a voz saira mais irritada do que esperava. – Pode me dar licença? Preciso cumprimentar outras pessoas. 

— Obrigações de princesa? 

— Obrigações de princesa – ela repetiu. 

Ethan assentiu levemente com a cabeça, sem tirar seus bonitos olhos âmbar de cima dela. Rose sentiu um pouco de ansiedade, afinal, ele era bonito demais e estava encarando-a. 

— Será que poderíamos conversar outra hora? – parecia uma pergunta receosa e, por alguns segundos, Rose ficou com pena dele por estar apreensivo em falar com ela. 

— Claro. 

— Certo. Obrigado – ele agradeceu com um sorriso e a ruiva retribuiu o gesto antes de dar-lhe às costas para encarar novamente o restante do jantar de aniversário de Hugo. 

ARREDORES DO PALÁCIO – 62º DIA

 

— O que eles estão fazendo? – indagou Rose, colocando uma das mãos sobre os olhos a fim de evitar que os raios de som batessem diretamente nos seus olhos. 

— Jogando quadribol – foi Rox quem respondeu. 

— Vou reformular: o que eles estão fazendo jogando quadribol com o Malfoy? – tentou Rose mais uma vez.

— Aparentemente eles são amigos agora. Ele apareceu lá em casa essa semana – contou Lily e dando de ombros. – Mas não vai durar muito. Daqui a pouco o James ou o Albus vai enlouquecer por causa de alguma jogada e eles vão começar a brigar. 

Era uma tarde de domingo e Rose decidira que não aguentava mais fazer as mesma coisas. Às vezes a vida de princesa pode ser tediosa; principalmente para alguém como Rose Weasley que detestava rotina. Se ela ouvisse mais uma vez a palavra pretendentes, tinha certeza que acabaria cometendo um assassinato – o que não era nada principesca. 

Destarte, enviou uma mensagem no grupo dos seus primos implorando para que fizessem qualquer coisa e apenas suas primas responderam, o que acabou por criar em Rose uma leve desconfiança. Tentou falar com cada um dos seus primos no privado, além do seu irmão e nenhum deles retornou. Teve certeza que eles estavam fazendo algo e devia ser interessante: todos os homens da família Weasley-Potter sumidos? Só poderia envolver algo proibido e divertido. E Rose precisava exatamente de algo do tipo. 

Decidiu, por fim, procurá-los juntamente com suas primas, mas eles não estavam no Castelo. Rose teve a ideia de buscá-los em um campo livre, o qual ficava ao fundo dos jardins e era utilizado para montarias (e jogos de Quadribol clandestinos). Ao chegar no local, percebeu que estava certa: os patifes combinaram um jogo de Quadribol sem avisá-las. 

— Eu quero jogar – falou mais para si mesma. 

— Eu também vou! – exclamou Lucy, animada. 

— Devo lembrar que nós fomos proibidas de jogar depois da última vez que você quebrou acidentalmente— Molly utilizou um tom irônico enquanto lançava um olhar severo na direção da irmã mais nova. – o pulso do Fred, Lucy?

As sobrancelhas de um ruivo escuro de Molly se levantaram, insinuando que Lucy jogar quadribol não era nem de longe uma boa ideia. Quase todas as cabeças presentes assentiram. 

— Ah, por favor – resmungou Lucy, revirando os olhos verdes e tentou se defender da acusação que, para registro, era completamente verídica: – Foi só uma quebradinha de nada. Prometo que vou ser mais… – ela olhou para o céu, pensando em qual palavra poderia usar. – carinhosa.  

Rose riu. Era óbvio que Lucy poderia ser muitas coisas jogando Quadribol, como: ágil de pensamento e possuir uma resposta física rápida; por ser pequena ela era ótima em se esquivar e, por alguns anos, jogou no ataque, até o momento que Lucy aprendeu a centralizar a força e Rose ganhou sua melhor defesa. Lucy era como uma libero; a última jogadora na defesa e quase ninguém passava por ela. Fred tentou uma vez e conseguiu por 6 segundos. Resultado? Um osso quebrado (e teriam sido mais, se James não tivesse se intrometido). Assim, definitivamente nenhuma das suas ações poderiam ser adjetivadas como carinhosa.   

— Certo. Então, vamos todas – decidiu rápido, antes que Molly, aparentemente a única responsável o suficiente para se opor, insistisse que não deveriam jogar. Assim, aproximaram-se dos primos. 

— Oi, meninos! – cumprimentou Domi. – Hoje é o dia de sorte de vocês!

Hugo começou a sorrir e, em contrapartida, Fred parecia prestes a ter um mini colapso. James apenas ergueu as sobrancelhas para elas, Louis coçou a barba por fazer e Scorpius? Mesmo que Rose não estivesse olhando diretamente para ele, conseguia sentir os olhos cinzentos em cima de si. O típico nervosismo que sentia ao vê-lo começou a aparecer. 

— Como vocês são péssimos jogando, ficamos com pena e decidimos dar uma aula totalmente gratuita para vocês – continuou Roxanne. 

— Ou seja, nós vamos jogar – finalizou Lily com uma piscadinha para Fred. 

— Nem pensar – respondeu James, escondendo o pomo de ouro dentro da própria camiseta. 

A vida de princesa possuía situações sufocantes? Certamente. Tantas que Rose não conseguiria contar. Em contrapartida, existiam momentos que era ótimo ser uma princesa. De verdade, Rose não gostava e, muito menos, costumava usar da sua posição para conseguir o que queria. Mas quando o assunto era Quadribol? Ela não pensava duas vezes em usar seu despotismo. 

— Eu sou a princesa e herdeira do trono, Potter. Nós vamos jogar. 

— Você sabe o momento certo de usar arrogantemente seu título – elogiou Lily.

— Obrigada – agradeceu com uma pitada de orgulho na voz. 

— Eu não vou jogar com a Rose e muito menos com a Lucy – avisou Fred, jogando a gole no chão e o cruzando os braços. – Eu me recuso. 

— Sério? – indagou Scorpius, incrédulo. 

— Ótimo. Você é péssimo mesmo – pontuou Lucy, sem um pingo de sensibilidade. No que dizia respeito à Quadribol, sua prima conseguia ser bem pior que Rose. 

James deu um tapinha nas costas de Fred. 

— Você só é ruim, não péssimo

— Mas você é um ótimo cozinheiro – pontuou Roxanne, tentando amenizar; ela sabia que o irmão poderia ser sentimental. 

— E você é o melhor dançarino da família – elogiou Hugo com um sorriso amplo. Ele realmente era. Ninguém dançava tão bem quanto Fred Weasley II. 

Ignorando-os, Albus virou-se para o Malfoy, dizendo: – Você não entende, Scor – Rose não conseguiu evitar a expressão de surpresa. Que apelido era aquele? Scor? – Quando envolve Quadribol, nossa família perde o conceito de competição saudável.

— Todos viramos trapaceiros – disse Louis. 

— Duas caras – completou Hugo. 

— Sem princípios – contou Dominique. 

— E Rose e Lucy são as piores – revelou James. As duas reviraram os olhos ao mesmo tempo. – Apesar de que é a Lucy que perde mais a noção e acaba quebrando uns ossos, não é Fred? 

— Por favor, não foi nada demais – defendeu-se Lucy. 

— Eu fiquei seis meses com o pulso imobilizado – Fred reclamou gesticulando para o próprio pulso, obviamente ressentido. 

— Eu já pedi desculpas, 'tá bem? Eu prometo que vou ser pacífica. 

— Eu vou ficar de olho nela – garantiu Molly.

— Se vamos mesmo fazer, eu vou ficar no time da Rose e da Lucy – James avisou enquanto retirava o pomo de ouro de dentro da camiseta e jogava para cima apenas para agarrá-lo em seguida.  

— O quê? De jeito nenhum! Eu vou ficar no time da Rose e da Lucy – protestou Fred e uma discussão acalorada sobre a divisão das equipes começou.

❖  

 

S C O R P I U S

Estreitou os olhos quando viu Lyra Parkinson e Anthony Zabini parados na entrada do campo livre. Perguntou-se, mentalmente, como eles descobriram sobre o jogo de Quadribol e, ainda, o local que seria, considerando que era para ser uma partida secreta. Será que eles estavam se infiltrando na Família Real sem Scorpius saber? O Malfoy não descartaria essa opção porquanto Lyra deveria ter percebido que o loiro, nos últimos dias, esquivava-se das conversas acerca dos avanços com Rose. 

Scorpius não sentiu qualquer remorso ao mentir descaradamente para a Parkinson sobre a ruiva. E Rose, mesmo sem querer, acabava corroborando no seu ludíbrio pois para qualquer pessoa que observasse a situação de fora – excetuando a assistente pessoal da Rainha, Claire, a qual acabara flagrando-os em um momento particularmente bom – a Weasley não nutria qualquer desejo pelo Malfoy. Sendo sincero, por mais que quisesse não ter que pesar cada atitude sua com Rose na frente de outras pessoas, sentia-se mais seguro mantendo a ilusão. 

Nem sequer contou para Albus, que se tratava de alguém que conquistara a total confiança do Malfoy. Sabia que poderia contar e que, caso pedisse segredo, o Potter respeitaria; contudo, teria que mentir na explicação do porquê era necessário manter confidencial que Scorpius acabou beijando Rose, uma vez ou outra, pelo Palácio. 

— Ah, eles chegaram! – disse James olhando para Lyra e Anthony, os quais começaram a andar em direção ao centro do campo. 

— Você convidou eles? – indagou Scorpius, como quem não queria nada. 

— O Albus convidou. Eles são seus amigos, não? – retrucou o Potter.

— Encontrei a Lyra e ela me contou que estava entediada – revelou Albus, não deixando espaço de tempo para que Scorpius pudesse responder ao James. 

— E você sugeriu um jogo de Quadribol? – intrometeu-se Lucy. 

— Qual o problema? 

— Uma garota chegou em você e disse: Albus Severus Potter, estou tão entediada— Roxanne aproximou-se do primo, piscando os olhos repetidamente para ele e depois, parou de repente e disse: – E você a convidou para um jogo de Quadribol

— Você poderia ter feito um convite para um jantar – sugeriu James.

— Um encontro – disse Scorpius. 

— Um passeio nos jardins – completou Hugo. 

— Uns amassos no armário de casacos – finalizou Rose, fazendo com que todos os presentes voltassem suas cabeças para ela. 

Amassos no armário de casacos? – repetiu Rox e ergueu as sobrancelhas para a ruiva enquanto Rose apenas deu de ombros casualmente. 

O Potter mais novo passou a mão pelos cabelos negros, ajeitou os óculos e seu rosto se fechou em uma expressão de sofrimento, provavelmente percebendo que Lyra estava sugerindo outro tipo de atividade para afastar o tédio. 

—  Parecia uma boa ideia na hora – lamuriou. 

Scorpius sentiu-se aliviado por aquilo. Pelo menos, Albus, graças à sua lentidão, não havia caído na primeira jogada de Lyra e agora que o Malfoy sabia que ela, de fato, estava tentando se aproximar do amigo, poderia empenhar-se para que acontecesse o exato contrário, sem que a Parkinson percebesse. 

— Nem tudo está perdido, você ainda pode tirar a camiseta no meio do jogo – tentou Dominique. 

— Você errou de irmão. James é quem tira a camiseta para se mostrar.

— Ei! – reclamou James. 

— Só seja você mesmo. Não conheço ninguém que não goste de você, Albus – apontou Rose, dando um tapinha no ombro do primo e depois lançou um olhar ao Malfoy, como se estivesse pensando na amizade que surgira entre ele e o Potter.


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Notas finais do capítulo

Essa Claire é maravilhosa, não? hahaha a confiança que ela coloca na Rose é impressionante mesmo! E temos a primeira aparição do fofo Ethan Wood hahaha
Não podia faltar no capítulo um pouquinho da família Real né?

Tô amando vocês teorizando nos capítulos hahaha E você que nunca comentou, se realmente gosta da fic, apareça! Vou ficar super feliz e saltitante! haha

Até o próximo! ♥