Loving the enemy escrita por Trice


Capítulo 3
DOIS – De que vale um nome, se o que chamamos rosa, sob outra designação teria igual perfume?


Notas iniciais do capítulo

Oiee! Apareci mais cedo que o esperado novamente. Quase um milagre, eu sei hahahaha Mas é que fiquei muito feliz por todo o recebimento com a fic, então, decidi adiantar a postagem do capítulo.

Obrigada por estarem acompanhando e comentando! Tenho que fazer um agradecimento especial ao Daniel Ferreira, à Foster, Miss A, AccioPudim, Serendipidade e Yeuxpapillon por terem favoritado! Vcs fizeram meu dia mais feliz ♥

Nos vemos nas notas finais (por favor, leiam hahaha). E espero que gostem desse capítulo (eu juro que não queria que tivesse ficado desse tamanho, mas não consegui cortar)!



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De que vale um nome, se o que chamamos rosa, sob outra designação teria igual perfume?

(William Shakespeare)

❖ 

H E R M I O N E

PARLAMENTO DO REINO DE HOGWARTS – DOIS MESES ANTES

— Isso é um absurdo. Nenhum homem precisou casar-se para ser considerado capacitado para assumir o trono – lembrou Hermione com firmeza em cada palavra e uma expressão furiosa. Sentia como se seu coração fosse sair pela boca tamanha a raiva que estava passando no momento – Estamos em pleno Século XXI e a competência de governo de uma mulher ainda é medida por um casamento?

— A lei é a lei, Majestade – afirmou Cornelius Fudge.

Hermione bufou, sem esconder seu descontentamento.

— Uma mulher não deve governar Hogwarts sem estar casada. Esta foi a lei de Hogwarts por quatrocentos anos e não será agora que a mudaremos. O casamento é importante para um bom governo – disse Cormac McLaggen.

Encarou-o com as sobrancelhas erguidas.

McLaggen conseguia ficar a cada ano mais detestável. Perguntava-se como, aquele homem, achou que pudesse se relacionar com Hermione na juventude. Eles eram completamente opostos e não do tipo que pudessem se completar. Maldita hora em que Cormac passou a fazer parte do Parlamento. Hermione não possuía problemas com ideias contrárias às suas e, sim, com apotegmas repletos de uma cultural patriarcal, machista e sufocante. 

— Sinceramente, esta lei nunca foi obedecida antes! – exasperou Ronald ao seu lado, o rosto tomando uma tonalidade mais avermelhada devido à irritação – Rose terá conselheiros. Nós estaremos com ela. Vocês estarão com ela. Minha filha não precisa de um casamento para governar!

— Esse tipo de lei já deveria ter sido revogada há anos – expressou Harry Potter, sentado ao lado de Ronald.

Ele parecia cansado. Harry, desde que soubera da exigência do Parlamento acerca de Rose necessitar casar, estava procurando incessantemente uma solução, a fim de evitar que a sobrinha tivesse que se submeter àquela lei ultrapassada. Infelizmente, não tivera muito sucesso.

— Para uma lei ser revogada, faz-se necessária uma convocação especial para votação – lembrou McLaggen, como se todos ali não soubessem de tal coisa. Ele sempre gostara de lembrar coisas óbvias apenas para aparentar uma falsa inteligência – E já o fizemos. Vocês foram a minoria. Ninguém quer realmente mudar uma lei que deu certo por anos devido ao capricho da princesa Rose. Ora, se ela não é capaz de, ao menos, casar-se pelo seu povo... imagino como serão os anos do seu reinado.

Ronald levantou-se e Hermione segurou rapidamente o seu pulso, impedindo-o; porém não conseguiu evitar os xingamentos que o Rei de Hogwarts proferiu à McLaggen. Claro que não era, nem de perto, o correto a ser feito por um monarca, mas, naquele momento, Hermione sorriu internamente por cada ofensa proferida e agradeceu por seu marido ser temperamental.

A discussão arrastou-se por horas no Parlamento. Tentava ao máximo reverter a situação que sua filha teria que enfrentar. Só de imaginar em contar para Rose que, além da responsabilidade de assumir o trono, ela teria que se casar para ser considerada capaz de governar, sentia-se enjoada. Não era justo de nenhuma forma.

Por ser a mais velha, Rose era a herdeira do trono de Hogwarts e, pelas leis nacionais, estaria, a princípio, capacitada para começar seu reinado aos vinte e um anos; contudo, em uma evidente cultural patriarcal – extremamente opressora, na sua visão – uma mulher só estaria apta para governar se estivesse em um casamento.

Sabia que sua filha gostava da liberdade, de sentir-se dona de suas próprias escolhas. Era um desafio para Rose aceitar sua vida como monarca. Hermione acreditava na sua primogênita, apesar de jovem, ela possuía muitas características importantes para reinar. O problema era que o fato de não poder escolher o próprio destino mexia com Rose. Previamente, achava aquele sentimento de uma imaturidade sobremaneira; porém, conseguia entender os dilemas emocionais de Rose, mesmo que muitas vezes não se expressasse de tal forma.

Após uma discussão acalorada entre Harry, McLaggen e Finnigan, Cornelius Fudge suspirou pesadamente e requereu sua vez para fala. Neville, que estava presidindo o Parlamento, cedeu a palavra ao velho homem.

— Sugiro que seja dado à princesa Rose o prazo de um ano para que se case ou ela perdera o trono. Assim, mesmo após seu aniversário de vinte e um anos, ela terá um lapso de tempo para casar-se – sugeriu com calma.

Hermione experimentou aquelas palavras, avaliando-as. Não era, nem de longe, a solução que desejava; entretanto, era a melhor opção apresentada até o momento. Rose teria a oportunidade de conhecer alguém, quem sabe se apaixonar, assim como seria um tempo para que pudessem pensar em alguma solução que retirasse sua filha da obrigação absurda de casar-se para assumir o trono.

Rony a encarou. Ele ficara demasiadamente vermelho tantas vezes naquelas últimas horas, que seu rosto apresentava leves manchas de rosáceas. Parecia estressado como nunca e não era para menos. Hermione também sentia sua cabeça latejar.

Uma votação foi aberta, objetivando descobrir quem era a favor de prorrogar o prazo de Rose. Felizmente, apenas McLaggen fora contra. A maioria dos outros parlamentares, apesar de inflexíveis para determinados assuntos, não enxergavam dificuldades em uma dilação do prazo, porquanto não estavam burlando a lei, apenas adiando sua aplicação.

— Aparentemente, é a nossa melhor opção – sussurrou Rony. Apertou a mão dele por debaixo da mesa e concordou com um acenar.

— Por enquanto.

Afinal, ela era Hermione Jane Granger-Weasley. Sempre foi excelente em solucionar qualquer impasse. E não deixaria o destino da sua primogênita nas mãos daqueles homens enraizados na infame cultural patriarcal que viviam.

S C O R P I U S

PALÁCIO DE HOGWARTS – ATUALMENTE

Scorpius observou as pinturas do seu quarto no palácio de Hogwarts enquanto esperava.

Depois que Rose deixou-o parado nos arredores da feira, olhando-a enquanto os cabelos ruivos agitavam-se às costas dela e a o quadril balançava levemente nos jeans escuro, Scorpius voltou para o Palácio. Enviara uma mensagem para Lyra Parkinson e Zabini, insinuando, de forma breve, o que acontecera no seu primeiro encontro com a princesa. Eles combinaram de se encontrarem nos aposentos de Scorpius.

Quando a porta da sala se abriu, sem qualquer cerimônia, Lyra entrou. 

— Não acredito que você a beijou – soltou a mulher. 

— Você me pediu para me aproximar dela – apontou Scorpius, apoiando a canela no joelho.

— Não desse modo. 

Lyra parecia irritada, reparou Scorpius. 

A Parkinson era a responsável por vigiar a princesa naquela noite. Scorpius recebera uma mensagem de Lyra pedindo para que esperasse atrás do banheiro, considerando que Rose estava tentando fugir dos guardas e seria um boa oportunidade de aproximação.

Scorpius conhecia a ruiva por imagens, as quais eles conseguiram com muito custo no mesmo dia que chegaram à Hogwarts. Eles não puderam guardar nenhuma fotografia dela, mas apenas conhecer a fisionomia da princesa para que não houvessem confusões com suas primas. Entretanto, nenhuma daquelas fotos fazia jus à mulher que encontrara pendurada na janela do banheiro. 

Ela possuía fios de cabelos de um vermelho carmim, longos e um tanto revoltos. Os olhos eram pequenos e de um verde jade impressionante, que Scorpius demoraria para conseguir esquecer. Algumas sardas salpicavam o rosto alvo. Ele pegou-se tentando fazê-la sorrir, apenas para continuar vendo seu sorriso. Era uma atração física que o deixou surpreso.

Então, sentiu-se o pior ser humano do mundo.

Pessoalmente, Scorpius detestava as maquinações insistentes do seu avô. Entendia, com perfeição, o motivo de seus pais preferirem se afastarem daquele círculo vicioso de tramoias e viveram uma vida tranquila. Draco Malfoy estava feliz e achava que as coisas se encontravam do jeito que deveriam ser. Diversamente de Lucius, que acreditava, fielmente, que os Weasleys não eram merecedores do trono.

Scorpius estudara sobre a supracitada família. Sabia sobre a história, as conquistas; mas, estar ali? Era diferente. Eles pareciam merecedores, o que deixava Scorpius com uma sensação nada agradável de sufocamento. Sentia como se estivesse prestes a cometer inúmeros erros.  

— Foi... inevitável – tentou ele, mesmo sabendo que aquelas palavras deixariam Lyra mais irritada ainda. 

Ela bufou e sentou-se em frente ao Malfoy. 

— Eu disse para o seu avô que você não é confiável – ela deu de ombros – E não estava errada. Você não deveria ter mentido quem era e, muito menos, tê-la beijado assim. Ela precisa confiar em você. Não o achar um idiota.

— E, você, está transando com ele? – indagou Scorpius, sorrindo e decidido a trocar de assunto. 

— Com quem? 

— Lucius Malfoy.

— Não – ela fincou os olhos em Scorpius, como quem estivesse pronta para matá-lo. 

— Eu aposto que está – ele começou – Não é este seu objetivo de vida: transar com todos os homens Malfoy?

Lyra Parkinson fora a primeira mulher que Scorpius conhecera. Não dera certo por diversos motivos, que Scorpius lembrava-se com constância, principalmente quando Lyra esgueirava-se para dentro do seu quarto no meio da noite. Com o tempo, resolveu apenas manter-se longe e seu quarto trancado. Então, aparentemente, ela estava tentando manipular outro Malfoy. 

Scorpius sentia-se enojado e, um pouco, aliviado por não ser mais o alvo dela. 

— Inveja, Scorpius? – ela cruzou as pernas, lentamente. Scorpius evitou descer os olhos. Era apenas manipulação da mais suja. Não cairia mais naquele jogo – Posso dar um jeito nisso. 

— Não, obrigado – Scorpius sorriu e passou a mão pelos cabelos loiros.

Novamente, viu uma faísca como raiva estilar nos olhos castanhos dela. 

— Você não é muito diferente de mim. Tão sujo quanto eu – começou ela e o sorriso de Scorpius começou a desaparecer – Você a usará como um perfeito Malfoy faria. 

A raiva fora inevitável, principalmente por saber que todas aquelas palavras eram verdadeiras. 

Ele não planejara beijar Rose Weasley naquela noite, muito menos esconder sua verdadeira identidade. Se fossem outras circunstâncias – talvez em um universo paralelo, Scorpius, provavelmente, teria pedido o contato dela ou a chamado para um encontro. Também não esperava aquela atração física, que o obrigou a não retirar os olhos de Rose Weasley em todos os momentos que estiveram juntos, além de fazê-lo imaginar, muitas vezes antes de efetivamente o fazer, como seria beijá-la. Inconsequente, ele sabia. 

— Saia do meu quarto – mandou ele. 

Os olhos azuis vidrados em Lyra Parkinson. 

— Você não manda nada, Scorpius. Vou esperar Zabini aqui. Ou você vai me expulsar? – provocou ela, esticando uma das pernas e deslizando da canela até o joelho de Scorpius. Ele empurrou-a para longe de si.

Lyra soltou uma risada e, para felicidade de Scorpius, Zabini entrou nos seus aposentos. Anthony Zabini era cinco anos mais velho que o Malfoy e o responsável em manter os planos de Lucius Malfoy em ordem, além de ter sido incumbido da missão de manter Lyra e Scorpius na linha.

— É verdade? – indagou Zabini calmamente – Você beijou a princesa? E, ainda, você mentiu sobre seu nome?   

— Sim.

— Não me surpreende – contou Anthony e sentou-se ao lado de Scorpius, de frente para Lyra. – E não me importo, por enquanto. Não acho que isso vá atrapalhar os próximos passos. Só resolva isso e espero que não seja mais estúpido, Scorpius. 

— Eu não vou – garantiu Scorpius e Lyra riu, sem qualquer cerimônia – Qual é o seu problema, Lyra? 

— Não é óbvio? Você

Scorpius estava com as palavras afiadas prontas para serem soltas, no entanto, Zabini tocou seu pulso, segurando-o. 

— Chega, Parkinson – repreendeu Zabini. Scorpius viu quando a mulher comprimiu os lábios, aborrecida – Scorpius não estragou nada ainda— ele virou-se para o Malfoy – Na verdade, talvez até ajude na manipulação que você precisará fazer com ela. 

Sabia com exatidão o que precisaria fazer; contudo, a atração que sentia por Rose era um fato que, possivelmente, atrapalharia.

No fundo, Lyra Parkinson estava certa sobre uma coisa: Scorpius não era confiável.

❖ 

PALÁCIO DE HOGWARTS – JANTAR DE BOAS-VINDAS

Para sua surpresa, James, Albus e Fred eram extremamente amigáveis. Em menos de meia hora conversando com os três, Scorpius já tinha descoberto uma coisa ou outra sobre a imensa família deles.

Do tipo: Fred era o ladrão oficial de bebidas alcoólicas para as festas particulares deles.

Ou que James possuía tantas ex-namoradas que perdera as contas. Ele se interessava rapidamente e o oposto com a mesma rapidez. Aliás, Scorpius não conseguiu deixar de notar o olhar do Potter para Lyra. Boa sorte, pensou.

Ainda que, Albus era fissurado em Quadribol – o esporte mais tradicional de Hogwarts – e eles sempre jogavam com os primos; contudo, parecia que as partidas familiares eram competitivas ao ponto de serem proibidos de continuar, então, os jogos passaram a ocorrer na clandestinagem.

A melhor informação era referente à Rose. Aparentemente, ela era um espírito livre. Não se intimidava facilmente. Vivia fugindo dos guardas (e seus três primos sempre que podiam a ajudavam). Ela era temperamental e tinha sido muitas vezes expulsa das partidas de Quadribol (só não ganhava de Lucy, que parecia que já quebrara algum osso de Fred “sem querer”, segundo o próprio). 

Ele foi apresentado às primas, pelo menos algumas, de Rose Weasley. Cumprimentou uma por uma.

Lucy. Dominique. Molly. Lily.

Certo. Lembrava daqueles nomes e esforçou-se para gravar a fisionomia delas em sua mente. A Potter foi a primeira a se afastar, colando em Fred Weasley, em busca de algo alcóolico e docemente enjoativo (segundo ela). Em seguida, James retirou Dominique para uma dança, girando-a e arrancando uma risada dela, enquanto Albus não perdeu tempo e puxou Lucy para o centro salão.

Scorpius fitou Molly. Ela era atraente. Possuía os cabelos em uma nuance mais fechada de ruivo se comparado com Rose. Sem dúvidas, era a mais alta, entre as mulheres, da família Weasley. De saltos, ela ficava poucos centímetros de Scorpius. Os olhos de um verde escuro tentavam não encarar o Malfoy; contudo, ele conseguia perceber a curiosidade ali estampada.

— Weasley, quer dançar? – perguntou educadamente, estendendo a mão.

Molly, por favor – ela aceitou sua mão. – Claro.

Segurou mais firmemente a mão dela e, depois, enlaçou a cintura de Molly, levando-a até o centro do salão. Manteve-se afastado respeitosamente enquanto dançavam, apesar da Weasley ter descido um pouco a mão do seu ombro até o braço. Mesmo que Molly evitasse encará-lo descadaramente, Scorpius sentia os olhos dela analisando seu rosto.

— Você é diferente – soltou ela.

— Diferente?

— Sim, eu o imaginava diferente— explicou ela com um sorriso sem mostrar os dentes.

Após isso, a conversa fluiu sem qualquer tipo de constrangimento. Ela era descontraída e parecia interessada, realmente, em saber mais sobre sua vida. Óbvio que notava Molly apalpando levemente seu braço quando falava com mais entusiasmo, além do modo como, quando a girou, a Weasley voltou encostando o corpo no seu. Ele ignorou os sinais sutis dela, evitando qualquer fala que pudesse fazê-la interpretar com um segundo sentido.

Molly era bonita, gostosa e cheirava bem, além de ser agradável manter uma conversa com ela. E, mesmo assim, Scorpius não conseguia parar de esperar o momento em que Rose apareceria. Procurou-a pelo lugar diversas vezes, não a encontrando. Scorpius girou Molly uma última vez antes da música terminar e, pelo cantos dos olhos, viu o Rei e a Rainha entrarem no local. Logo depois, surgiram Hugo e Rose.

A ansiedade atingiu-o fortemente. Primeiro por vê-la em um vestido vermelho como aquele. Os cabelos presos, deixavam à mostra o pescoço alvo, o pouco de pele que via fez com que lembrasse qual era a sensação de beijá-la no local. Era impossível não a perceber e não tentou esconder que a estava analisando.

O segundo motivo de sua ansiedade era que Rose Weasley descobriria que ele, de fato, não era Hyperion Greengrass.

Uma mulher com cabelos pretos encaracolados – que Scorpius reconheceu como Roxanne Weasley – apareceu ao lado de Rose, puxando-a pelo pulso e sussurrando algo ao seu ouvido. A ruiva riu abertamente e Scorpius sentiu seu estômago contrair. Ele desviou o olhar quando percebeu que o Rei e a Rainha estavam andando em sua direção. Apesar de não estarem mais dançando, Molly permaneceu ao seu lado até Ronald e Hermione estarem à sua frente.

— Tios – cumprimentou Molly e Scorpius percebeu que a família real não se tratava com formalidades entre si – Esse é Scorpius Malfoy – apresentou ela, sorrindo.

— Você é parecido com seu pai – soltou o Rei.

Ronald— pareceu repreender Hermione em um murmuro, depois virou-se para Scorpius, sorrindo: – É bom tê-lo finalmente conosco, Scorpius. Espero que seu primeiro dia tenha sido agradável no Reino.

Scorpius descobriu, com rapidez, que a Rainha Hermione era simpática – ou apenas diplomática, o fato era que ela o tratou demasiadamente bem – e possuía um sorriso parecido, de forma quase tortura, com o de Rose.

Sorriu para o casal e agradeceu por estarem o recebendo no Palácio, pela hospitalidade e elogiou a beleza do Reino, assegurando ao final que todos tinham o tratado de modo excelente. Ronald não fez mais qualquer comentário sobre a família Malfoy, apesar dos olhares desconfiados que Scorpius não conseguia evitar de reparar.

Quando Rose aproximou-se, ao lado de Roxanne, ela franziu levemente a testa ao vê-lo, parecendo confusa em uma primeira impressão. Scorpius sabia que faltava pouco para raiva tomar o lugar da confusão.

— Rose, bem na hora – foi Hermione que disse com um sorriso cordial – Esse é Scorpius Malfoy – e apontou com um aceno de cabeça Scorpius.

A ruiva examinou o Malfoy, parecendo ainda confusa com a situação.

— Malfoy? – ela virou-se para a Rainha, a expressão de dúvida – Malfoy? Tem certeza?

— Sim, querida – Hermione franziu o cenho, parecendo não entender a situação. Scorpius queria poder filmar aquela cena – Malfoy. Ele veio visitar o Reino para selar a paz entre as famílias, lembra?

Rose continuou encarando a sua mãe por alguns segundos. As bochechas dela começaram a tomar uma tonalidade rosada (o Malfoy teve certeza que era de raiva) enquanto ela parecia estar compreendendo. Em seguida, Rose voltou os olhos verdes para Scorpius. Quase saíam faíscas daquele olhar.

— Puta que pariu – xingou Rose, ainda que baixo o suficiente para somente os quatro ouvissem.

Bem, por essa Scorpius não esperava. Ele ficou, pelo tempo em que os olhos verdes sustentavam os seus, com temor da próxima reação dela. Afinal, tudo que ouvira de Rose Weasley dizia que ela era imprevisível.

Hermione, de imediato, segurou-a delicadamente pelo antebraço, dizendo: – Rose! O que é isso?

Ronald e Hermione olharam-se, aparentando não terem entendido coisa alguma do que se passava ali.

— Nada. Só... lembrei de uma coisa – explicou Rose de um modo forçado. Pelo que parecia, a princesa não queria contar aos seus pais sobre seu primeiro encontro com Scorpius. Talvez ela não desejasse que eles soubessem que Rose, além de fugir, estivera aos beijos com o Malfoy – É um... – ela olhou para Scorpius sem sorrir – prazer conhecer você, Malfoy.

As palavras pareciam ter sido ditas com dificuldade.

Rose afastou os olhos verdes dele, não voltando a encarar Scorpius novamente durante todo o momento em que Hermione esforçava para manter uma conversa aprazível. Claro que Ronald e Rose pareciam estar no meio de uma sessão de tortura; porém, o Rei ainda tentava dizer algo uma vez ou outra. Para aparente felicidade de Rose, alguém a chamou (Roxanne, novamente) e ela não demorou nenhum segundo para se afastar, sem se despedir.

Assim que uma conversa sobre as mercadorias de Hogwarts terminou, os monarcas pediram licença e Scorpius agradeceu mais uma vez pela hospitalidade antes deles se afastarem. Então, conseguiu, finalmente, deslizar os olhos pelo salão, procurando-a. Os outros cabelos ruivos no local acabaram enganando-o uma vez uo outra, mas era apenas Rose que estava com aquele vestido vermelho.

Ela conversava animadamente com Rox.

Sabia que Rose não poderia, simplesmente, fugir dele.

Ou gritar com ele.

Ou bater em Scorpius – como ele suspeitava que ela desejava. Pelo menos, não na frente da corte. Assim, aproximou-se. A princesa encarou-o e forçou um sorriso sem dentes.

— Alteza – cumprimentou e virou-se para a prima dela – Roxanne Weasley, não?

— Isso, Malfoy.

Quando se voltou para Rose, a expressão de aborrecimento era evidente. Ela estava tentando aparentar indiferença, mas sem êxito. Apesar de, provavelmente, ter sido ensinada a esconder suas emoções, Rose Weasley não conseguia evitar transparecer desgosto toda vez que olhava para Scorpius.

— Prazer em conhecê-la.

— Igualmente.

Então, continuou analisando Rose, que desviava o olhar para qualquer outro lugar. Scorpius reparou que Roxanne olhava para os dois. Primeiro para ele e depois para Rose.

— Eu... – ela começou e, enfim, o Malfoy fitou a outra Weasley – Vou dar uma volta com a Dominique e a Molly. Com licença.

E saiu, não deixando margem para que pudessem respondê-la.

— Hyperion Greengrass? – soltou a princesa, sem perder tempo. Depois baixou a voz num sussurro irritado: – Seu cretino mentiroso.

Scorpius sorriu, sabendo que a situação estava corroendo-a de cólera por dentro.

— Em minha defesa, eu não menti totalmente. Meu nome é Scorpius Hyperion Malfoy – informou – E Greengrass é o sobrenome da minha mãe.

— Nossa! Agora que você me explicou, já posso perdoá-lo – ironizou Rose – Você é um idiota. Um idiota arrogante. Um idiota arrogante mentiroso. Um idiota arrogante mentiroso obtuso.

Certo. Rose Weasley estava mesmo irritada. Sabia que precisava resolver a situação com ela.

— Você quer dançar? – perguntou alto o suficiente para que outras pessoas ouvissem. Depois abaixou o tom: – Vamos lá... Uma dança e eu fico longe de você pelo restante da noite.

Era uma mudança brusca e arriscada de assunto. Ela o fitou por longos segundos, estudando-o. As bochechas ainda estavam coradas em um tom cor-de-rosa adorável, mesmo que fosse pela irritação causada por Scorpius.

— Uma dança e você some – aceitou e, antes que Rose mudasse de ideia, o Malfoy aproximou-se dela. 

R O S E

Rose deixou com que ele a guiasse pelo salão. Para sua felicidade, os corpos quase não se encostavam e Scorpius parecia respeitoso.

Sonso

Ele cheirava bem, como da última vez que o vira. Não que fosse aproveitar aquele fato, considerando que só conseguia pensar que o Malfoy a enganara. Ele não parecia com nenhum peso na consciência ou algum tipo de arrependimento. Scorpius agia como se nada tivesse efetivamente acontecido. Como se ele não a tivesse a beijado menos de vinte e quatro horas antes. Como se ele não tivesse flertado descaradamente com Rose, mesmo sabendo quem ela era e, pior: mentido sobre quem ele era. 

Sentia o sangue correr apressado por suas veias. Cada nota da música soava longa. A música era eterna por acaso? Ainda que as mãos dele fossem firmes e quentes, Rose queria que Scorpius se afastasse. 

Por Deus, e se alguém descobrisse? E se Scorpius estivesse planejando contar e apenas esperava pelo momento certo? 

 A última coisa que queria era seus pais descobrissem que além de fugir (fato que eles já sabiam e rendeu à princesa um longo sermão de quase uma hora, assim como a proibição de ir na próxima festa que não fosse estritamente obrigatória sua presença) acabara beijando Scorpius escondida atrás de uma árvore.

Aqueles pensamentos foram suficientes para criarem uma sensação de desespero em Rose. Devia ter escutado sua mãe acerca do discussão sobre responsabilidade.

Finalmente, encarou-o. Ele parecia tranquilo. O cabelo impecável. A barba clara mais curta que no dia anterior. Rose decidiu que odiava o fato dele ter uma maxilar marcado. Era um absurdo Scorpius Malfoy ser tão bonito. Qual era o problema de todo o universo? Ele era o herdeiro da principal (e possível) família inimiga, não podia ficar analisando-o ao ponto de perceber que Scorpius possuía uma privilegiada estrutura óssea. 

Ele riu e Rose desviou os olhos com rapidez. 

— Qual a graça, Malfoy?

— Você, Rose – respondeu ele simplesmente.

— É Alteza – lembrou Rose. No fundo, não gostava muito do tratamento, mas era uma forma, ainda que infantil, de provocá-lo – Não me lembro de ter feito qualquer piada. Você só pode estar rindo da minha cara, suponho. 

— Não exatamente. É só que você finge muito bem... mas não o suficiente – explicou.

— O que você quer dizer com isso?

— Você está com raiva de mim, Alteza.

Colocou um sorriso no rosto, apesar de querer bufar. 

— Imagina, Hyperion. A raiva pode ser algo subjetivo.

— Pode? – indagou ele, erguendo levemente as sobrancelhas. 

— Sim. Às vezes, na sua visão, eu posso estar com raiva quando, na verdade, apenas desejo afogá-lo no lago. Quem sabe durante uma aula de remo? Ouvi dizer que você é um ótimo remista – importunou Rose, antes que pudesse controlar sua língua afiada. 

Scorpius levantou de leve um dos cantos da boca em um sorriso arrogante. 

— E aí está – ele a encarou de um jeito que fez Rose sentir-se constrangida – A insolência reprimida.

— Não tão reprimida assim, Malfoy.

A princesa forçou um sorriso e fingiu errar um passo na dança, pisando no pé dele com toda a força que pudera reunir. Scorpius gemeu, soltando-a. A expressão de dor nele era algo impagável. Rose queria sorrir verdadeiramente, mas simulou uma expressão de pesar. 

— Perdão, – colocou uma das mãos no antebraço dele. – machuquei você?

Ele ergueu os olhos azuis. A testa franzida e Rose percebeu uma centelha de diversão no olhar dele. Não durou por muito tempo. Logo, Scorpius estava com a expressão de indiferença. 

— Não, Alteza. Presumo que foi somente uma pisada errada. Você não teve aulas de dança ou algo assim? – insinuou ele. 

— Algo assim, mas, sinceramente, nunca estive muito interessada em aprender a dançar com perfeição – estava sendo sincera. – Então, talvez eu acabe pisando em você novamente – e sorriu da forma mais dissimulada possível. 

O Malfoy afastou-se, parecendo um pouco preocupado com a própria integridade física. 

— Melhor pararmos a dança por hoje, Rose – sugeriu ele. – Ou eu vou acabar tendo que amputar um pé.

— É Alteza, Malfoy – lembrou.

Ele sorriu. 

— Não acha que já passamos da fase das formalidades? – Scorpius apanhou duas taças de um garçom que circulava pelo salão. Entregou a champanhe à Rose, dizendo: – Considerando que já sei o gosto do seu beijo. 

Rose congelou por alguns segundos. Levou a taça aos lábios e bebericou, depois olhou de relance em volta, mas, em uma primeira impressão, ninguém tinha escutado. Ela aproximou-se dele. 

Precisava ter uma conversinha com o Malfoy.

— Você já conhece a vista de Hogwarts pela varanda principal? 

 Scorpius pareceu um pouco confuso com a mudança repentina de assunto, porém respondeu: – Não, ainda não tive a oportunidade. 

— Excelente. Quer me acompanhar? – convidou ela e o Malfoy estreitou ligeiramente os olhos, desconfiado. 

— É claro, Rose. 

Quase que o corrigiu novamente, no entanto, começou a perceber que Scorpius chamava-a pelo primeiro nome de propósito. Assim, quando ele ofereceu o braço para ela, Rose aceitou e o levou até a enorme varanda do salão. Eles não trocaram qualquer palavra até chegar ao local e, no instante que passaram pelas portas de vidro esfumado, Rose fechou-as levemente, mas virou-se para o Malfoy como um furacão. 

O dedo apontado para o peito dele.

— Você é um babaca presunçoso! Arrogante! Dissimulado! O que você está querendo com tudo isso, Malfoy? – exigiu saber e, apesar de seu tom firme, falou o mais baixo possível – Você me beijou.

— É algum crime? Você vai convocar o conselho de guerra? Vai me expulsar de Hogwarts porque eu ousei beijar você?

— Ah, vá para o inferno!

— Essa é a segunda vez que você me diz isso em menos de vinte e quatro horas, Rose.

— Bem, você deve estar acostumado, afinal, é de lá que você veio.

Scorpius rompeu em uma risada. Rose sentiu o seu pescoço e rosto esquentar ainda mais. Resolveu ignorar o fato dele estar se divertindo, considerando que sabia que Scorpius estava tentando provocá-la ainda mais.

— Diferentemente de você, eu não finjo ser algo que não sou. Eu sei que não foi simplesmente por acaso— acusou Rose – Você quer o que? Pretende contar para todos? 

— Se é essa sua preocupação, pode ficar tranquila – começou ele, parando aos poucos de rir e, por fim, assegurou: – Eu não vou contar.  

— Por que será que eu não consigo acreditar?

Ele deu de ombros.

— Você está fazendo uma tempestade sem sentido. Foi só um beijo, não? – o Malfoy virou a cabeça de, de leve, para o lado – A não ser que você pretenda repetir...

Scorpius aproximou-se. As mãos nos bolsos da calça social; entretanto, a postura e o jeito que o Malfoy olhava para Rose, fizeram com que ela desse um passo para trás. Ou acabaria mordendo a própria língua. Rose conhecia-se muito bem para não confiar em si mesma. Costumava se deixar levar pelos momentos que vivia e mudava de ideia constantemente, soma-se isso ao fato de que era, praticamente, palpável a atração física que sentia pelo Malfoy. Rose só conseguia pensar no caos que seria.

— Não pretendo. Escutou? Não. Pretendo. Que fique claro.

— Certo. Problema resolvido – mas Scorpius não se afastou, continuando: – Você mesma disse que não significava nada.

— Não significaria nada se você não fosse Scorpius Malfoy— ralhou ela – Você me enganou. Eu nunca teria o beijado se soubesse quem você é. Você está aqui em uma missão diplomática e, sinto lhe informar: não há nada de diplomático em ficar beijando princesas alheias!

— Discordo. É diplomático. Significava que eu não ligo para preconceitos ou contendas entre famílias. Eu a beijei porque me senti atraído, mesmo você sendo quem é. Estou completamente aberto para o diálogo com seu Reino e... com você.

Ele era bom, percebeu.

Se fosse carente, provavelmente Scorpius Malfoy já teria conseguido convencê-la. Por mais que Rose sentisse falta de ser uma jovem normal, que poderia cometer sem julgamentos seus erros amorosos com homens bonitos de caráter questionável – o que era exatamente o tipo do Malfoy –, não se deixaria levar pela lábia dele. Scorpius teria que se esforçar muito mais.

— Não consigo acreditar em nenhuma palavra que sai da sua boca – afirmou com toda a confiança que conseguiu reunir: – Você mentiu duas vezes. Primeiro, fingiu que não me conhecia, depois fingiu ser alguém que não é. Você é o que? Algum tipo de viciado em mentir compulsivamente?

— Foi um erro. Dois erros, na verdade – a expressão de Scorpius mudou. Não havia nenhum resquício de arrogância – Eu não devia ter mentido, mas... não me arrependo. Se eu não tivesse mentido, não teria beijado você – ele deu de ombros, apesar de seus olhos azuis estarem fincados nos de Rose – Valeu a pena. Você tem um beijo gostoso.

O queixo de Rose, quase, caiu. Obviamente, não estava acostumada com o nível de descaramento de Scorpius. Ele até iludia com aquela pose elegante e a forma como dançava respeitosamente na frente de todos, mas era só isto: enganação.

Não poderia negar que agora só conseguia pensar que Scorpius também possuía um beijo gostoso. Será que era esse o objetivo dele? Fazer com que Rose lembrasse do modo como as bocas se encaixaram e da língua de Scorpius explorando...

Droga, pare de pensar nisso, mandou mentalmente.

Tentou manter a postura e afastou os pensamentos sobre a língua do Malfoy.

— Que bom que você aproveitou a oportunidade, Malfoy, porque nunca mais vai acontecer – sentenciou Rose.

Scorpius riu.

— É?

— Eu estou falando sério.

— Tudo bem. 

Ele a olhou deixando bem claro o pouco-caso.

— É sério.

Tudo bem— repetiu ele, mas abriu um leve sorriso cínico e Rose teve vontade de perder a compostura e jogar um dos seus saltos nele.

Aproximou-se dele até que seu rosto estivesse poucos centímetros do de Scorpius. Encarou os olhos acinzentados e respirou o cheiro dele. Absurdamente bom. O que a deixava mais irritada ainda.

— Eu vou deixar bem claro uma coisa: não vou cair nesse seu jogo de manipulação barata. Fique longe de mim – avisou Rose e, depois, girou, dando às costas ao Malfoy e saindo da presença dele o mais rápido possível.

Tinha sido convincente, não? Pensou.

Agora só faltava convencer a si mesma que o envolvimento com Scorpius Malfoy não iria se repetir.

S C O R P I U S

 Era a segunda vez, em menos de vinte e quatro, que Rose Weasley mandava-o ao inferno e, depois, dava-lhe às costas, deixando-o falando sozinho.

Assim que Rose abandonou-o na varanda, não demorou para Lyra aparecer. Ela estampava um sorriso nos seus lábios pintados de um vermelho vivo.

— Então, como foi?

— Péssimo – Scorpius encostou-se no guarda-corpo da varanda – Rose Weasley não é nada como nós estávamos esperando.

— Quer dizer que você vai ter que se esforçar? – Lyra parou ao seu lado e fez um gesto dramático com a mão, zombando de Scorpius. – Ela não vai simplesmente cair aos seus pés, Malfoy.

Ele concordou com um aceno de cabeça.

— É mais fácil ela fazer eu rastejar.

Lyra riu.

— Quer saber? Só por isso, eu já gosto dela um pouquinho.

Fazia sentido. Nunca vira a Parkinson gostar muito de nada, a não ser dela mesma.

— E você? Como foi? – indagou Scorpius, mesmo que seus pensamentos estivessem ainda em Rose.

— Eu gostei dos Potters – o que não surpreendia Scorpius. Lyra adorava o poder. Ela começou a andar em direção a porta, dizendo: – Principalmente de Lily Luna.

E lançou uma piscadela para Scorpius antes de entrar no salão novamente.


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Notas finais do capítulo

Oiee novamente!

Não sei se vocês repararam, mas a personalidade dessa minha Rose é uma mistura da princesa Merida, Jasmine e Mia Thermopolis ♥

E será que a Lyra vai fazer uma bagunça na vida dos Potters? hahahah

No meu twitter vocês encontram o fancast, para quem tiver interesse: https://twitter.com/TriceScor/status/1282122515054198784

Comentem me contando o que vocês acharam desse capítulo (ghosts, apareçam! hahaha) ♥