A nova vida de uma alma sem lembranças escrita por DaiKenja


Capítulo 97
Capítulo 97 - Volta às aulas.


Notas iniciais do capítulo

Postagem: 2022/05/07 21:07

Espero que gostem do capítulo de hoje.



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Quando eu entrei no meu quarto Khonar já dormia, como de costume.
Já havia escurecido, então ele já devia mesmo estar deitado.
Tentei entrar quieto para não incomodá-lo, porém, quando eu coloquei minha mochila no chão próximo à minha cama o Elfo alado acabou por acordar.

— Dinus? Você voltou! - Khonar se levantou com pressa da cama. - Como você está? Melhorou?
— Olá Khonar. Desculpe te acordar. Estou melhor sim, o cansaço já foi todo embora.
— Cansaço? - Khonar pareceu confuso com a minha resposta. - Mas o que você tinha?
— Eu? Como assim?
— É! O professor disse que você precisou se ausentar por motivos de saúde.
— Entendi. - Eu dei uma risada. Então foi um mal entendido. - Foi por motivos de saúde sim, mas não era a minha saúde. Um conhecido meu estava com problemas, eu só fui ajudar no tratamento.
— Ah! Da maneira que o professor disse parecia que você estava doente. - Khonar então sorriu. - Você está bem então?
— Sim! Pode ficar tranquilo. - Eu sorri de volta.

Não levou muito tempo e Khonar voltou a dormir.
Eu tomei um banho e me deitei também.
No dia seguinte eu teria aula normal, então eu acordei cedo, fiz minha meditação e troquei de roupa.

— Muito obrigado por tudo, Huskie. - Eu falei baixinho com ele enquanto fazia carinho no seu pescoço. - Eu prometo que vou comprar algo bem gostoso para você hoje.
— Bom dia Dinus. - Cumprimentou Khonar.
— Bom dia Khonar. Desculpe te acordar.
— Eu acabei de acordar, não foi por tua causa. - Ele desceu da cama e começou a se trocar.

Em todos os quartos da academia havia algo como uma divisória móvel para nos "escondermos" quando estivéssemos nos trocando.
Enquanto Khonar se trocava, aproveitei para pedir ajuda para recuperar a matéria perdida.
Eu perdi cerca de 10 dias de aula, então precisava repor bastante coisa.
Nós dois tomamos café da manhã juntos.

— Dinus! Você está bem? - Ouvi uma voz feminina enquanto tomava meu café na mesa. Khonar deu um sorriso. - Está melhor?
— Oi! Liki! - A pequena Elfa da Floresta foi a primeira a chegar na mesa onde eu estava. - Eu estou bem sim.
— E o que você tinha? - Ela perguntou com pressa antes de se sentar.
— É um mal entendido. - Eu esperei o resto do pessoal chegar. Estavam vindo Sagi e Myuwa também. - Eu não estava doente, mas sim um conhecido meu. Eu fui apenas ajudar no tratamento.
— Aaah! - O povo exclamou quase em coro.
— Quem bom que você não estava doente. - Liki estava sorrindo.
— E quem era? Ele está bem? - Sagi perguntou, também curiosa.
— É o filho de uma conhecida minha. Ele está melhor sim. - Eu respondi sorrindo.
— Nossa! Que misterioso. - Myuwa tirou um sarro.
— É uma doença complicada de se lidar, por isso eu não posso dizer quem é. - Eu tentei inventar alguma coisa para me esquivar das perguntas. - Mas está tudo bem agora.
— E demorou bastante, né? Foi muito complicado? - Liki voltou a perguntar.
— Na verdade não foi não, é que eles estavam em Seti. Por isso que eu demorei - Aquilo era quase um interrogatório, mas as crianças realmente são curiosas, então eu estava meio que me divertindo.
— É. Seti é realmente longe... - Myuwa parecia desconfiada e me encarava com um olhar afiado. - Leva quanto tempo para chegar lá? Uns 8 dias?
— De carruagem sim, mas vieram me buscar e me trazer. - Não era uma mentira, já que de fato vieram me buscar.
— Nooossa. Que importante... - Myuwa foi sarcástica mais uma vez. - Se tiveram esse trabalho todo deve ter sido uma família nobre então...
— Bom... Eu realmente não posso dizer... - Eu fiquei sem saber o que responder.
— Gente. Deixa o Dinus tomar o café da manhã dele. Coitado. - Khonar me salvou. - Se ele não pode dizer não vamos ficar incomodando.
— Obrigado. - Eu percebi que Khonar também estava curioso, mas ele percebeu que eu estava começando a ficar desconfortável.
— Bom dia Dinus! Está melhor? - Karios havia acabado de chegar na mesa onde estávamos.
— Bom dia... - Quando eu respondi, as meninas começaram a dar risadas. - Bom... Na verdade foi um mal entendido. O que aconteceu foi...

Então eu tive que contar mais uma vez o que aconteceu.
Algumas outras perguntas se repetiram, porém as meninas responderam por mim.
Nós terminamos de tomar café atrasados e fomos para a sala com pressa.
Na sala de aula, mais perguntas.
Apenas Tweng Var não me perguntou nada, ficou apenas me olhando de sua mesa, e Khoba, pois ele devia saber do que se tratava.
Estranhamente os irmãos gato Yah'nu e Yah'ko estavam preocupados comigo e vieram até mim me perguntar como eu estava.
Não sei o que aconteceu durante esses dias.
Nem mesmo o professor sabia direito o que aconteceu e eu tive que explicar para ele.

Antes da aula começar Khoba me entregou alguns papeis com um monte de anotações, tudo muito bem explicado, sobre as aulas que eu perdi.
Eu agradeci muito pela ajuda dele, mas como ele era o Khoba, ele fingiu não se importar com os meus agradecimentos.
Embora eu tenha visto um pequeno sorriso no canto da boca dele.

As aulas do dia continuaram normalmente e eu fui para a Sala do Foco.
Mais uma vez um monte de perguntas, mas elas não havia ouvido que eu estava doente.
Por isso mesmo Lis e Fari queriam saber o que eu estive fazendo.
Eu acabei por explicar por cima como eu fiz as outras vezes e elas por fim aceitaram a explicação.
O final do dia chegou rápido para mim.

Eu estava quase relaxando quando lembrei que era dia de treino.
Mestre Necifran parecia bravo por eu aparecer sem dizer nada.
Expliquei para ele também do ocorrido.

— Então, deixe-me adivinhar. Você foi correndo sozinho até a Capital Real? - Perguntou o Elfo da Planície após eu terminar de explicar o porquê eu ter faltado tantos dias sem dizer nada.
— Sim... Mas como você ficou sabendo?
— Ouvi alguns rumores de alguém pequeno correndo rápido como um cavalo ao lado de um lobo por esses dias. Acreditei ser você. - Necifran respondeu com um sorriso de deboche.
— Está certo...
— De qualquer maneira, acredito que isso foi um belo treinamento físico. Como está seu fôlego depois disso? - Estranhamente o mestre não me questionou sobre como eu consegui fazer.
— Eu ainda me sinto um pouco cansado, eu cheguei em um ponto alto de exaustão depois disso e fiquei um bom tempo sem conseguir fazer quase nenhum esforço físico depois disso. - Eu respondi sinceramente para ele, como eu fazia de costume. - Acredito que forçar tanto de uma só vez não é um bom treinamento.
— Sim. Ir crescendo aos pouco é muito mais eficaz. - Ele respondeu satisfeito.

Necifran pegou leve no treinamento hoje.
Não tão leve quanto eu gostaria que tivesse sido, mas foi o melhor, eu acho.
Cheguei ao meu quarto bem cansado, já de banho tomado.
Como de costume Khonar já dormia, então tentei fazer o menos barulho possível.

Os dias foram passando.
Sem que eu me desse conta, eu me acostumei com a vida cotidiana de estudar na academia.
No Foco de Estudo, eu caçava uma vez por mês e a maior parte dos dias eu escrevia informações que já conhecia, lia o que elas já tinham ou ajudava o pessoal nos estudos que estavam fazendo.
As aulas de combate mágico ficavam mais intensos e alguns machucados surgiam às vezes, mesmo assim o aprendizado era grande e eu pude entender o que significa lutar usando magia ofensiva, já que sempre usei como suporte.
Alquimia era a matéria que eu mais me dava bem, pois já tinha certo conhecimento sobre as plantas vinda de Khuma.

Houve uma vez que eu entrei na sala errada sem querer.
Era uma sala vizinha e do mesmo semestre que nós.
Notei que aquela sala era composta apenas por Elfos da Planície e Humanos de Seti, sendo os humanos sua maioria.
Passei a prestar atenção nas outras salas, que seguiam o mesmo padrão.
Apenas a turma que eu estava era bastante variada.

Nas turmas de veteranos era a mesma coisa.
Havia apenas uma turma diversificada por semestre, enquanto as outras só haviam Elfos de Planície e Humanos de Seti.
Notei também que a minha turma é uma das maiores da academia.
A maioria das turmas contavam com algo entre 20 alunos.
Não havia nenhum Elfo Negro fora eu em toda a academia.

Em pouco tempo Yah'nu e Yah'ko ficaram próximos da minha turma.
Os dois felinos se aproximaram de Myuwa e Khonar enquanto eu estive em Seti e acabaram se aproximando de mim também depois que voltei.
Yah'ko era mais quieto, mais sério, só que ele adorava escutar uma história e ficava com os olhos brilhando.
Yah'nu era arteira, não parava quieta um minuto, não dava para ter uma longa conversa com ela pois ela acabava trocando de assunto ou indo fazer outra coisa.
Os dois eram irmãos gêmeos, o pai e a mãe deles eram caçadores da tribo onde viviam.
Como os dois demonstraram aptidão mágica desde muito jovens, disseram para eles estudarem magia.
A Tribo deles fazia parte do Império de Vegúrlia, e com ajuda do líder da Tribo, eles ganharam bolsa para estudar na Academia.

Foi então que eu descobri que a minha sala era composta por Bolsistas e a Academia trabalhava com algo como sistema de Cota.
Como a grande maioria dos alunos eram Humanos de Seti ou Elfos da Planície, era aberta uma turma específica para outros alunos todo semestre.
Princesas e parentes de pessoas extremamente importantes eram colocadas nessas salas.
Assim com os Bolsistas.
Tweng Var, por exemplo, era completamente humilde, não teria condições de pagar a matrícula ou mensalidade da Academia.
Só que o réptil era impressionantemente habilidoso, e isso era interessante para o reino.
Por isso ele ganhou uma bolsa, desde que passasse na prova.
O mesmo caso dos irmãos Yah'ko e Yah'nu.

As Princesas de Seti e Sinco pagavam a taxas normalmente.
Até porque dinheiro não era problemas para elas e não faria sentido deixar de cobrar.
Mas elas foram colocadas nessa sala por serem "especiais".
Seus guardas tinham o direito de estudar com elas, só não tinham a obrigação de se formarem.

Todos os Orcs Azul eram convidados à estudarem na Academia se quisessem.
Por serem extremamente inteligentes e habilidosos, eles eram crianças promissoras, tanto para o Império quanto para seus Baluartes.
Então eles sempre ganhavam bolsas em troca de produtos e serviços prestados pelos Orcs do Baluarte onde ele veio.
Uma situação onde os Orcs ganhavam muito.

Cada um dos alunos da minha sala tinha um motivo maior para fazer parte dela.
Loumar por exemplo era sobrinho de um Duque, por isso mesmo sendo um Humano de Seti ele estava na sala especial.
Bavar também era descendente de nobre.
Ele era neto do Arquiduque Sangue-de-Prata e primo de Kurio.
Faror deveria herdar a família Sangue-de-Prata um dia, já que ele era o neto mais velho, filho do filho mais velho do Arquiduque.
Porém os outro filhos e netos de um nobre estudava o suficiente para tentar subir a nobreza por conta própria, e Bavar era um destes.

— Dinus!? - Eu voltei a mim quando Yah'nu me chamou. - Você está me ouvindo?
— Oi! Desculpa. O que foi?
— Eu preciso da sua ajuda...


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Notas finais do capítulo

Caso encontre algum erro gramatical ou de digitação, fique à vontade para me enviar a correção.
Agradeço à todos que tirarem um tempinho para comentar seus pensamentos sobre o capítulo.

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