A nova vida de uma alma sem lembranças escrita por DaiKenja


Capítulo 68
Capítulo 68 - Aprendendo sobre magia e fazendo amizades.


Notas iniciais do capítulo

Postagem: 2021/09/25 14:15



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Alguns dias se passaram tranquilamente.
As aulas ainda não haviam começado, mas eu estava aprendendo o básico teórico sobre magia.
O próprio Tomis ficou responsável em me ensinar.
Acabei descobrindo que ele foi um aventureiro em sua juventude, usando suas habilidades mágicas tanto para suporte quanto para a ofensiva.
Tomis me contou que também foi Guarda de Carga no começo.
Guarda de Carga é uma profissão que muitos acabavam atuando, antes de se elevar para um trabalho maior, por esse motivo era considerado uma profissão de iniciantes e muito bem vista na sociedade.
Mesmo sendo para iniciantes, ainda existiam os Guardas de Carga veteranos para viagens mais arriscadas e mais importantes, que era o caso dos Adagas de Prata.

O básico teórico sobre magia era exatamente conforme o nome indicava.
Muito básico.
Tomis me ensinou os fundamentos da magia.
Para os estudiosos, ela era separada entre os elementos e também no foco de uso.
Magia de combate poderia ser ofensiva ou de suporte.
Também existia a magia do cotidiano, que eram mágicas simples, como acender uma vela ou gerar um pouco d'água para lavar alguma coisa.
Ele ressaltou o fato de que água gerada por magia não era saudável e não devia ser usada para beber.
Existiam magias usadas para trabalhos em específico também, como a avançada magia de fogo de alta temperatura dos anões que era boa para metalurgia e a magia que faz chover que era usada em plantações.
Embora seja mágica, a água gerada por essa magia era saudável, pois ela já estava no céu em forma de nuvens e a magia apenas a faria cair em forma de chuva.
As magias consideradas de combate geralmente eram as de encantamento curto e com algum efeito considerável, pois não seria útil algo com grande dano se levasse quase um minuto para ser encantada.
Muito menos algo rápido de ser encantado que não tivesse serventia.
Magia ofensiva era considerado apenas aquelas que pudessem causar algum tipo de dano ao adversário, enquanto de suporte eram todas as outras que pudessem ser usadas no combate que não causasse dano.
Por exemplo, se eu usasse uma magia para desviar a atenção do oponente, ela era considerada uma magia de suporte, se eu usasse alguma magia de proteção para evitar um ataque, ela também seria considerada suporte.
Eu comecei imaginando que magia de suporte eram apenas as magias que melhorassem seu corpo, como deixando-o mais rápido ou mais resistente.

Por último existia a classe de magias de grande escala, das quais causavam muitas mudanças no ambiente.
A magia Cometa que eu havia aprendido com os caçadores de Khuma era uma delas.
As magias muito demoradas, que precisavam de várias pessoas encantando e que causavam muito estrago em área eram consideradas de grande escala.
Embora o professor Tomis não falou sobre a magia Cometa, ele comentou sobre uma magia chamada meteoro de fogo, que faria cair do céu uma grande esfera de fogo que explodiria ao alcançar o chão.
Ela não era tão potente quanto o Cometa, provavelmente por utilizar apenas o elemento fogo, mas era uma magia de grande escala.
Também existia a magia Chuva de Fogo, que faria cair vários disparos de fogo do céu para o solo, ateando fogo em uma grande área.
De água existia uma magia que gerava um Tsunami, mas precisava estar perto de uma grande quantidade de água para se usada, pois ela não gerava água mágica, apenas manipulava a água já existente.
Para magias de ar existia o Furacão.
Também existia o Terremoto para magia de terra.
Assim como o Cometa, existiam magias mistas, como a Tempestade que era dos elementos ar e água, a Ventania de Areia, que era de Ar e Terra, e o Tornado de Chamas, entre muitas outras que ele citou.
Todas essas magias eram proibidas pelo império por causar muita destruição e pela falta de controle ao usá-las.
Todos os povos que estavam sob a influência do império também eram proibidos de usá-las.

— E a magia Cometa? Ela também é proibida? - Eu perguntei ao Tomis enquanto ele me explicava.
— Cometa? Eu não conheço essa magia. Mas se ela for tão forte quanto a Meteoro de Fogo, então provavelmente ela deve ser proibida também. - Respondeu Tomis prontamente.

No fim, de todas as magias básicas que ele me ensinou, nenhuma era nova para mim e eu aproveitei apenas o teórico das aulas.

Como eu ainda tinha um pouco de dinheiro, eu podia alimentar Huskie sem dificuldades, mas se eu precisasse pagar alguma hospedagem e minhas refeições minha situação já não estaria tão fácil.
Aproveitei a calmaria e procurei por Necifran, retomando meus treinos de espada durante as noites, dia sim dia não, como antes.
Conforme os dias foram passando, alguns alunos de outras cidades começaram a chegar e se hospedar no campus.
O ambiente começou a ficar movimentado e animado.
Cada quarto tinha espaço para 2 alunos, mas alguns nobres usavam ambos os espaços para ele e para seu serviçal.
Em uma manhã sem treinos, enquanto eu estudava um material que consegui por indicação de Yunis, um novo aluno chegou e se hospedou no mesmo quarto que eu estava.
E ele era bem diferente.
O meu novo colega de sala tinha um corpo grande e largo, mas seu rosto parecia jovem.
A íris de seus olhos eram quase brancos, com um fraco tom azulado, e seu cabelo era loiro muito claro, chegando perto do branco.
Seus cabelos eram bem compridos e lisos, e seu rosto era belo, muito belo.
Suas orelhas longas e pontudas curvavam-se para trás, aparecendo para fora de seus cabelos.
Ele parecia um anjo.
O fato de ele ostentar um belo par de asas coberto de penas castanhas ajudavam a se parecer um.

— Oh! Muito prazer. Me chamo Khonar. Acredito que seremos colega de classe. - Ele se apresentou e estendeu sua mão para me cumprimentar. Sua voz era tão bela quanto seu rosto, nem grave, nem agudo.
— O prazer é meu. Sou Dinus de Khuma. - Eu o cumprimentei de volta, segurando no seu punho como de costume.

Seu punho era fino, ou parecia ser quando eu o cumprimentei. Mas olhando para o braço dele não parecia tão fino quanto a sensação de cumprimentar.
Seu aperto de mão era leve. Pelo menos se comparado ao aperto de mão de um Orc, Humano ou Elfo da Planície.
Ele sorriu e me encarou por um tempo quando me cumprimentou, ficando um clima estranho.

— Desculpe por isso. É a primeira vez que eu vejo um Elfo Negro pessoalmente. - Ele ficou um pouco envergonhado ao perceber que ficou muito tempo quieto me olhando.
— Não tem problemas. - Eu respondi sorrido. - Também é minha primeira vez vendo... Você é um Elfo do Céu?
— Sim! Eu vim do Castelo Flutuante para estudar magia em Vegúrlia. - Khonar finalmente soltou minha mão.
— Que legal! Vamos, deixe-me te ajudar com suas malas. - Eu percebi que ele tinha alguma bagagem ainda para fora do quarto ainda no corredor.

Enquanto arrumávamos suas coisas, Khonar me contou que era um intercambista da "Irmandade".
Irmandade é como era chamado a sociedade dos Elfos dos Céus, pois diziam viver em uma irmandade e seu governante era chamado de "Pai".
Com um sorriso, e mesmo sem que eu perguntasse, ele me contou que os Elfos dos Céus não nasciam em ovos, e que suas asas começavam a se desenvolver com 6 anos de idade e passavam a voar perfeitamente aos 12 anos.
De fato, eu teria essa dúvida, mas eu não seria tão indelicado de perguntar isso de qualquer maneira para ele, provavelmente ele deve ter ouvido essa pergunta várias vezes e já se adiantou.

— Que legal. Desculpe a pergunta, mas quantos anos você tem? - Eu perguntei, pois apesar de seu rosto parecer jovem, ele tinha um corpo muito grande.
— Eu pareço mais velho que vocês que vivem no chão, mas eu tenho só 14 anos. - Ele sorriu ao responder. - Você parece ser bem novo, você deve ter... 12 anos?
— Não. Eu tenho 10 ainda. - Eu respondi, retribuindo o sorriso.
— 10 anos? Então você parece mais velho do que de fato é, como eu. - Ele deu uma risada nesse momento, mas pareceu não se importar com a minha idade.

Após terminarmos de arrumar as coisas de Khonar, eu o levei até o refeitório para almoçarmos.
Eu gostava da comida de Vegúrlia, mas Khonar pareceu não gostar muito.
Ele era bem sorridente e falador, mas enquanto ele não estava falando, sua expressão facial ficava sério igual ao de Necifran.

— Bem que o diretor Yunis me disse que eu ficaria surpreso com meu colega de quarto. Nunca achei que dividiria com um Elfo Negro. - Khonar comentou enquanto voltávamos ao nosso quarto.
— Bom... Eu sou o único Elfo Negro aqui em Vegúrlia, e conhecendo os outros de minha espécie, vou continuar sendo por muito tempo. - Eu continuei.
— Como assim? Por que você acha isso? - Khonar ficou sério e parecia curioso.
— Os Elfos Negros são muito tímidos e apegados ao lar, dificilmente um deles viria morar em Vegúrlia como eu. - Eu sorri ao continuar. - Eu sou muito diferente de um Elfo Negro normal, então não considere meu comportamento como o normal para um de nós.
— Entendi. - Ele pensou um pouquinho antes de continuar. - Que bom então! Por você ser assim que eu pude conhecer um pessoalmente. O pessoal do Castelo Flutuante não vai acreditar quando eu contar.

Nós continuamos a conversar por um pouco de tempo dentro do quarto, mas apareceu um guarda, avisou que alguém procurava por Khonar e ele saiu com pressa.
Então eu voltei a estudar o livro, mas com uma sensação maravilhosa no peito por ter conhecido um Elfo do Céu pessoalmente.
Será que ele pode me levar para a cidade dele algum dia?
Vou tentar ficar bastante amigo dele.


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Notas finais do capítulo

Caso encontre algum erro gramatical ou de digitação, fique à vontade para me enviar a correção.
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