A nova vida de uma alma sem lembranças escrita por DaiKenja


Capítulo 14
Capítulo 14 - Pé na estrada.


Notas iniciais do capítulo

Postagem: 2020/07/16 19:30
Revisão: 2021/05/02 18:34



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Entre brincadeiras e elogios, eu passei no teste que meu pai propôs.
Minha mãe preocupada só se viu aliviada no momento que eu apareci em casa com uma das garras do monstro.
Eu devolveria minha espada para o dono original e criaria uma nova com a garra do urso.

— Se você não tivesse se mijado, teria sido uma vitória perfeita. - Disse meu irmão caçoando de mim.
— Ei! A mãe ainda não sabia desse detalhe! - Ela sabia, pois minhas roupas estavam sujas quando cheguei.

Eu ainda viveria mais algumas semanas na aldeia até de fato começar minha viagem.
Com a minha vitória, o líder da aldeia concordou em me deixar aprender todas as magias que eu pudesse aprender, não só as de caça, mas também as que me ajudariam no dia a dia.
Como o esperado pela maioria da aldeia, eu aprendi todas elas com facilidade.
Diferente da dificuldade que eu tive para aprender a caçar e manusear as armas.
Todas as magias que me foi ensinada também descobri como usá-las sem recitar o encantamento.
As únicas magias que eu não aprendi foram as de fogo, pois ao testar a magia de aquecer a água, o efeito ainda era muito grande e uma magia de fogo ainda poderia ser desastrosa se conjurada por mim.
Se eu fosse bom caçador, unido pelo fato de conseguir usar as magias com muito mais velocidade que os outros, por não precisar recitar, eu seria o mais fatal caçador da história desse vilarejo, já que era complicado para eles soltarem as magias a todo momento e eles usavam geralmente quando havia tempo útil para recitá-las, usando mais as flechas e lanças sem o uso da magia.
Infelizmente eu nunca cheguei a ser bom o suficiente na caça.

Quando o dia de minha viagem chegou me faltavam alguns meses para completar 9 anos.
Todos me avisaram o quão estranho seria um Elfo de nossa aldeia viajando sozinho tão jovem.
Já era raro um de nós gostar de viajar, quanto mais ter habilidade para sobreviver nessa idade.
Meu pai insistiu para eu levar um pouco do dinheiro do vilarejo na viagem, mas eu recusei e disse que iria conseguir meu dinheiro sozinho.
Ele ficou em um enorme conflito interno de orgulho e preocupação.
Meu primeiro objetivo era viajar para a cidade humana onde vivia Mayi.
Queria que ela me ensinasse a ler e escrever como prometido.
Mas eu já tinha colocado em minha cabeça que não pediria para ela me ensinar magia por conta da saúde dela.
Então eu peguei instruções de como chegar lá com o meu pai e defini minha rota.
Eu já tinha um mapa da região que consegui durante os anos com um mercador que apareceu na aldeia, então no primeiro momento eu não teria tanta dificuldade.

Então eu deixei minha cidade natal.
A sensação era maravilhosa.
Mesmo unido com uma sensação estranha por deixar o lugar que fiquei quase 9 anos de minha vida para trás, aquilo foi maravilhoso para mim.
Talvez pela minha alma humana, eu tinha uma vontade de aventura que o povo da aldeia não tinha.
Minha mochila era pesada.
Havia itens para cozinhar no meio da floresta.
Havia uma pequena barraca élfica que era montada tanto nas árvores quanto no solo.
Havia também algumas provisões de alimentos caso eu não conseguisse me virar no começo.
Mas somando tudo aquilo, a mochila pesava muito.

O tempo até a cidade humana, da qual eu nem sabia o nome ainda, era de aproximadamente 3 dias.
Isso para um adulto.
Minhas pernas eram pequenas ainda e eu provavelmente demoraria o dobro.
Eu já tinha muito mais fôlego que as crianças da minha idade, comparável a de um adulto.
Mas eu não conseguia andar na mesma velocidade que eles.
Principalmente com essa enorme mochila em minhas costas.
Eu tinha calculado algo em torno de uma semana.

Aliás, não existe o termo semana nesse mundo.
Todos os meses têm 30 dias
E eles usam dezenas para dividir os meses.
Não há divisão de 7 em 7 dias.
Metz, a lua de Oriohn, leva aproximadamente 29 dias para completar sua revolução.
O ano é considerado como 360 dias e existem pouco mais de 12 revoluções durante o ano, com 12 meses.
No final do ano são adicionados 5 dias para ajustar o tempo que leva para Oriohn completar seu período orbital e a cada 4 anos é adicionado um 6º dia, nesse dia todos os povos de Oriohn comemoram algo parecido com o ano novo na terra.
Também não sei dizer se Oriohn leva exatamente 365 dias para completar sua órbita em torno de sua Khadji, já que não há inverno ou verão.

O dia é dividido em 10 partes, como se fossem horas, chamadas de "Sizen", mas elas duram 2 horas e 24 minutos da terra.
Cada Sizen é dividido em 100 partes, como se fosse minutos, chamados de "Mizen" e duram aproximadamente 1 minuto e 26 segundos da terra.
E cada Mizen é dividido em outras 100 partes, como se fossem segundos, chamados de "Fizen", com aproximadamente 864 milésimos de segundo da terra.
Mas eu sempre convertia em minha mente para ter mais ou menos o tempo que eu já conhecia na terra.
Embora mais tarde se tornou natural usar a medida de tempo de Oriohn também.

Na primeira noite eu tive um pouco de problemas para dormir e acordei passando mal pelo estresse no dia seguinte.
Eu precisava ficar atento para não ser atacado durante a noite e acordar cedo para aproveitar a luz do dia para caminhar.
Talvez seria melhor ter um acompanhante durante esse tipo de viagem, mas ninguém no vilarejo se interessaria em me acompanhar.
A caminhada era tranquila e eu não tinha muitos problemas.
Na segunda noite eu dormi igual uma pedra de tão cansado que estava, por sorte eu não fui atacado nesse momento.
Eu fazia algumas paradas durante o dia para descansar um pouco e me alimentar.
No terceiro dia eu já estava me acostumando com a rotina e tudo começou a ficar mais prático.
Eu caçava pequenos animais do qual eu poderia comer inteiro sem ter que carregar comigo nem deixar para traz.
Era uma regra de ouro dos Elfos não desperdiçar a caça e não matar se não for para comer ou sobreviver.
Mesmo quando éramos atacados por animais nós dávamos um jeito de fugir sem matar.
Só os monstros mesmo que eram mortos sem preocupação.
Até porque sua carne não poderia ser comida, pois elas apodreciam rapidamente e qualquer um que comesse passaria mal.
Além disso, os monstros atacavam qualquer coisa viva que eles encontrassem e matavam os animais indiscriminadamente, por isso eles eram ruim para o ecossistema e poderiam acabar com os animais da região, por isso os monstros eram mortos sempre que possível.


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Notas finais do capítulo

Caso encontre algum erro gramatical ou de digitação, fique à vontade para me enviar a correção.
Agradeço profundamente qualquer apoio.



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