Decreto Matrimonial escrita por Dri Silva


Capítulo 1
Capítulo 1




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/792824/chapter/1

—Você já está sabendo dessa palhaçada? - perguntou o moreno que acabava de sair por sua lareira. 

Draco Malfoy, sentado na mesa do seu escritório nem ao menos levantou os olhos na direção do recém chegado, estava com o Profeta Diário em mãos relendo a notícia daquela manhã. 

—Bom dia, Zabini. Não lembro de ter dado autorização para entrar e sair da minha casa sem ser anunciado. - A resposta sem humor do loiro, surtiu o mesmo efeito que sempre surtia em Zabini, um revirar de olhos. 

—Me poupe, Malfoy. Temos coisas mais preocupantes no momento – Disse abrindo o blazer e sentando-se sem cerimônia no divã do outro lado do escritório de Malfoy. -  Como, em nome de Merlin, o conselho bruxo conseguiu passar esse decreto por baixo dos panos? 

Soltando a respiração de modo exasperado, Malfoy largou o jornal e finalmente olhou para o Sonserino que invadiu sua casa. Notou as roupas formais, porém os cabelos bagunçados, e mesmo que estivesse numa pose relaxada havia um ar agitado em volta dele. 

—Não entre numa crise histérica, Zabini. - Draco levantou-se e serviu um copo de whisky para cada antes de voltar a falar. - Obviamente, quem está por trás disso se aproveitou do caos pós guerra. A questão é; o que eles vão ganhar com isso? 

— A questão não deveria ser como impedimos isso? - perguntou um estarrecido Blaise, antes de virar o conteúdo do copo. 

—Zabini, como você sobreviveu a Sonserina entrando em ataques de pânico por qualquer coisa? 

—Qualquer coisa? Estamos falando de casamento aqui Malfoy. Ca-sa-men-to! - sem mais conseguir conter a energia nervosa que sentia desde que tinha lido a notícia mais cedo, começou a andar pelo escritório sem um propósito específico. 

Enquanto isso o antigo príncipe da Sonserina, encarava seu copo de whisky ainda cheio sem parecer entender o nível de preocupação do companheiro. Não pela primeira vez Zabini se encontrou dividido entre admirar e temer o controle que Malfoy exercia sobre si, o conhecia desde os 11 anos, e desde a guerra o colega de casa exalava um controle quase absoluto independe do que estivesse acontecendo.  

Desistindo da andaria sem propósito, serviu-se de mais um copo – O que você quer dizer sobre o que eles vão ganhar com isso? Está bem claro que o objetivo é acabar com os puros sangues, simples e direto. - Olhos azuis acinzentados agora focados nele, pareciam zombar de Zabini. 

—Tente pensar além do seu pavor por casamentos, Blaise. O ministério nunca deu importância alguma para isso, e não é a primeira guerra que acontece por questões de supremacia puro-sangue. Então quem e o que vão ganhar com isso agora? - ignorando o tom de zombaria Blaise conseguia perceber a lógica por trás do raciocínio do loiro. 

 E alguém realmente se deu ao trabalho, muito trabalho, para que isso passasse despercebido até agora. Você tem razão Malfoy, alguém tem algum interesse aqui, mas o que nós vamos fazer agora? 

Draco deu um sorrisinho de canto, sabia ser uma atitude de arrogância, mas velhos hábitos demoram a sumir. Tomou finalmente o conteúdo de seu copo, enquanto ia até a garrafa se servir novamente. 

—Vamos ser Sonserinos, meu caro Blaise. 

Bem longe da Mansão Malfoy, porém numa casa igualmente antiga e infundida de história puro-sangue, o assunto entre Harry Potter e Ron Weasley era o mesmo. 

—Isso é um absurdo! O ministério não tem o direito de dizer com quem a gente vai casar ou deixar de casar! - Ronald Billius Weasley esbravejava pela cozinha, enquanto procurava alguma coisa para comer. 

—Aparentemente eles têm. - Veio a resposta calma de Harry. 

—Cara, você só está calmo assim, por que você é Harry Herói Potter e já pediu a mão da minha irmã em casamento! - O tom de voz do ruivo subindo ao mesmo passo que subia sua frustração. - Monstro! 

Com um pequeno “puf” o elfo doméstico de aparência ranzinza e roupas maltrapilhas surgiu na frente do ruivo. 

—Mestre Weasley, como Monstro pode ajudar? - a pequena criatura se curvou numa reverência curta, mas com a voz tão ranzinza quanto ele parecia. 

—Comida, Monstro. Eu preciso de alguma coisa para comer urgente!  

Imediatamente Monstro estralou os dedos e pãezinhos e biscoitos amanteigados juntamente com suco de abóbora apareceram na mesa da cozinha próximo a Harry na mesa, o mesmo notou que a quantidade era para dois e agradeceu o elfo que já saia da cozinha. O menino que sobreviveu até tinha tentado libertar o elfo, mas depois da batalha, Monstro ficou com um novo senso de orgulho de seu mestre e do Largo Grimmauld. 

—Por que você pediu comida, se já estamos indo para a Toca? - Ron se sentava do outro lado da mesa de frente para Harry, já com dois pãezinhos nas mãos. 

—Porque eu estou nervoso! Como o ministério pode fazer uma coisa dessas depois da guerra? Isso é muito injusto. Pior é ridículo. 

—Ridículo ou não, pelo que saiu no Profeta diário, a lei além de já pré aprovada tem grandes chances de passar na votação do conselho amanhã. E antes que você diga que eu estou calmo porque tenho a Gina, sugiro terminar de ler a matéria, existe um risco muito grande de eu não conseguir aprovação ministerial mesmo já estando noivo. 

—O quê?!- Ron largou a comida, e agarrou novamente o Profeta diário. Harry observava os olhos azuis correrem pelas palavras impressas e finalmente entendendo a que ele se referia. - Eu já disse o quanto isso é ridículo? - questionou com tom meio derrotado o ruivo. 

—Só umas milhões de vezes. Vamos logo para a Toca, preciso conversar com a Gina.  

Sem esperar por uma resposta Harry foi em direção a sala, já pegava o pó de flu quando ouviu passos vindo em sua direção. 

—Podia ter esperado eu terminar de comer. 

—Eu ia ter que esperar uma vida então. Olha Ron, eu também estou nervoso, eu lutei uma Guerra para viver minha vida em paz e agora isso? - Harry tinha perdido a paciência e ficou nítido na maneira truculenta que entrou na lareira ao responder Ron. - Você não está ajudando cara! Ficar reclamando comigo não vai mudar muita coisa 

Antes que Ron conseguisse terminar de mastigar para responder, Harry jogou o pó de flu e chamou pela Toca, deixando Weasley sozinho para trás. Assim que saiu pela lareira, Harry sentiu o impacto do corpo de Gina, que se jogou ao seu encontro o abraçando forte. 

—O que nós vamos fazer, Harry? - perguntou ela num sussurro que ele só escutou porque estavam ainda abraçados como se suas vidas dependessem disso. 

—Eu não sei Gin, eu não sei. - Repetia enquanto a abraçava ainda mais forte. 

Permaneceram assim, até escutarem o som característico de quem alguém estava chegando pela rede de flu. 

— O que nós vamos fazer? - perguntou Ron ao passar pela lareira, repetindo a pergunta que provavelmente passava por quase todas as mentes de jovens bruxos e bruxas solteiros naquela manhã na Grã- Bretanha. 

— Eu não entendo nada de lei bruxa, não sei se é possível fazer alguma coisa. - Dizia Harry ao se encaminhar de mãos dadas com Gina para a cozinha. 

— É praticamente impossível impedir essa lei de passar agora. - Percy Weasley entrava pelo outro lado da cozinha explicou.- Para esse decreto chegar até essa instância, sem alardes, sem oposição, significa que o apoio dentro dos conselho bruxos é quase absoluto.  

—Como se essa geração de bruxos já não estivesse fudida o suficiente depois da guerra. 

—George! Veja como fala, não aceito esse linguajar em casa. - Vociferou a senhora Weasley de sua posição em frente ao fogão 

Harry notou que George nem reagiu a bronca da senhora Weasley, olhando mais atentamente para o ruivo sentado na mesa da cozinha, na ponta oposta da onde estava, o antes alegre e disposto agora estava numa posição encurvado, pálido e com olheiras profundas parecia vestir um pijama. A morte de Fred tinha abalado todos na numerosa família Weasley, mas nenhum foi tão atingido quando George que agora olhava pela janela sem realmente focar em nada. 

—Percy tem razão - complementou o senhor Weasley – se chegou até aqui, esse decreto vai passar, o máximo que se pode fazer é tentar atrasar, mas a votação já é amanhã. -Eu queria que Hermione estivesse aqui, ela saberia o que fazer.  

E com essa declaração de Harry, todos ficaram em silencio porque se tinha alguém capaz de derrubar esse novo decreto seria Hermione Granger, mas a bruxa mais inteligente da sua idade nem no continente estava.  

—Teremos de lidar com o que vier, quando vier. O Profeta diário, só falou por cima sobre os itens do decreto, se ela realmente passar amanhã, vamos ver do que realmente se trata e decidir o que fazer. - A voz calma veio da senhora Weasley que tinha se virado para mesa e passava a mão de forma carinhosa pelos ombros de George. - Agora vamos lavar as mãos e comer que o almoço está pronto! 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Decreto Matrimonial" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.