Moeda sem valor escrita por John Guimarães


Capítulo 10
Capitulo 10




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Passaram cerca de três dias desde a formação do plano, amanhã seria o grande dia da sua aplicação, tudo estava planejado e pronto para ser posto em ação, tinha a desculpa para faltar a festa para ir em outra festa, chegava a ser engraçado ver dessa forma. Depois de passar um dia fingindo estar doente, vinha a parte da fuga, suas rotas estavam estabelecidas Sebas estaria esperando com uma carruagem cerca de três ruas logo ao lado de um beco, sentia um arrepio lembrar que teria que passar por um lugar nojento assim novamente, muitas coisas causavam arrepios, ter que se esgueirar por cima dos telhado dentro da sua fortaleza, e não ser vista pelos guardas, tinha medo porem empolgada. Havia recebido treinamento de Sebas em como se esconder e andar furtivamente, diferente da atuação era complicado de mais, andar sem produzir ruídos era praticamente impossível, fazendo sua raiva aumentar lembrando que não conseguia fazer algo direito.

Isso era algo que devia se preocupar mais tarde, a noite tinha chegado e as estrelas tomado conta do céu, a última parte do plano era ter que falar com Silicia, única pessoa que podia confiar e não tinha muita confiança nisso, era próxima a ela contudo isso não impedia de sentir medo dela acabar lhe traindo ou não concorda em ajudar.

Sentada na frente da sua escrivaninha com uma vela acessa, e mais nem uma iluminação, gostava do escuro. Escrevia, coisas aleatórias sobre suas aula do passado esperando o tempo passar, alguma hora Silicia viria para ver se precisava de algo antes de dormi, seu coração batia rapidamente, enquanto balançava a perna, soltou a pena e segurou os dedos, pressionava os lábios, a ansiedade comia de fora para dentro, o tempo parecia não passar.

Então uma batida na porta, o mundo pareceu voltar ao normal, olhou para a porta com um largo sorriso, falando "Pode entrar". Sem muita demora a porta se abriu, e Silicia apareceu, estava alegre como sempre, caminhou casualmente até Natasha, quando só estavam as duas, permitia que sua empregada agisse de forma mais relaxada.

—A senhora precisa de algo antes de dormi? -se curvou para frente, não agia de forma relaxada totalmente.
—Acredito que não- começou a encarar a mesa, apertando os punhos, estava com medo, nunca havia estado assim, nunca precisou chegar a uma situação assim.
—Então irei me retirar- Sorriu para Natasha se curvando para frente novamente- Tenha uma boa noite.

Viu Silicia se virar e seguir em direção a porta, não podia deixar ela ir sem tentar algo, mas as palavras não saiam, apertou mais os punhos juntando toda sua força para falar algo, tinha que tentar ficar em silencio não era mais uma opção.

—Espere! - falou quase gritando, junto sentiu um alívio, tinha conseguido ir contra sua ansiedade. Sebas estava certo em dizer que era fácil planejar e na pratica os problemas surgiam, e também não podia cair no primeiro obstáculo, muitos outros e mais complexos estavam para vim, sua luta recém tinha começado.
—Está tudo bem? A senhora parece estar preocupada?- Se aproximou, colocando a mão em seu ombro- desde aquele dia a senhora está muito mal!- Abraçou sua cabeça já que estava em pé e ela sentada- Vai ficar tudo bem, passo, passo- suas palavras acalmaram, sentindo acolhida, era raro ter esse sentimento em sua casa.
—Está tudo bem- Abraçou ela de volta, depois soltou- Mas eu preciso falar com você.
—Pode me contar qualquer coisa- Entre saltos foi até uma cadeira puxando para ficar mais próxima.
—A festa que meu pai está organizando, eu vou dar um jeito de não ir nessa festa.
—Oh- ficou surpresa colocando a mão na boca- Eu também não concordo, com essa festa, os outros empregados estavam falando que é só pra apresenta a senhora para o outro herdeiro, e pelo o que eu soube ele não é uma boa pessoa, mas pode contar comigo!- depois de falar sem pausa cerrou os punhos e confirmou com a cabeça.
—Exatamente- Sorriu para Silicia- Já tenho um plano mas tem outro problema, como eu posso dizer isso- Olhou para Silicia que estava sorridente- Eu irei fugir no dia da festa também.
—Oque?- Seu sorriso sumiu automaticamente, ficando confusa- Isso é verdade? Mas como assim? Seria muito complicado a senhora fazer isso e arriscado se alguém entrar aqui no quarto e não ver a senhora, pois vai estar doente então único lugar que pode ficar é no quarto.
—Eu vou ficar doente apenas amanhã, para ser diagnosticada- Pegou as mãos de Silicia e apertou- Eu preciso da sua ajuda, pois vou designar você para ser a única que pode cuidar de mim, para impedir um contagio a outras pessoas não deves ninguém chega perto de entrar nesse quarto enquanto eu não estiver fora.
—Eu entendo, mas senhora- Silicia segurou sua mão de volta, sentia sua mão quente- Mas porque você vai fugir?
—Preciso que confie em mim, aqui não é melhor lugar para contar isso, na segunda, eu irei te contar tudo- Aproximou a mão de Silicia dando um beijo- Preciso que confie em mim.
—Eu vou minha senhora, eu irei lhe ajudar.

—--

Tentando se levantar, sendo uma tentativa falha havia comido um pedaço da erva dado por Sebas, seguiu todas suas instruções ao pé da letra, tinha repetido mais de cinco vezes, fazendo questão de deixar claro quanto era importante seguir as instruções. Aquela erva era um tanto que rara, servindo para fazer remédios, misturada com produtos certos podia ser um remédio milagroso, em certas circunstâncias era boa para fazer vomitar algo que não devia. Tomada sozinha sem qualquer tipo de preparo, ou ingrediente adicional fazia o organismo agir de forma semelhante a uma forte febre, junto com uma tontura, e vômitos violentos se consumido em grande quantidade.

Não imaginava um simples pedaço podia deixar ela tonta daquele jeito, mal conseguia se manter sentada sem cair pro lado na cama. Sentindo um pouco de medo por saber que era apenas o início, a suposta febre não tinha começado. Tomando antes de ser a hora dos empregados acordarem, Silicia já sabia de toda a situação e deveria ficar atenta para anunciar seu mal-estar na hora certa. Mais uma tentativa falha de levantar, caindo com tudo na cama, desistiu da ideia sentindo muito mal, então deitou novamente na se cobrindo com as cobertas, teria de aguentar algumas horas nessa situação até a hora de alguém aparecer, talvez conseguisse dormi um pouco, fechou os olhos ofegando um pouco.

Abriu os olhos ao percebe Silicia no seu lado tocando a sua testa, com uma expressão séria misturada com assustada, sua mão desceu até a sua bochecha e parou em seu pescoço. Não conseguia dizer nem uma palavra, estava se sentindo muito mal, começou a tossir violentamente fazendo Silicia se afastar um pouco. Tentou erguer a mão antes que ela pudesse sair, sendo tarde demais, perdendo visão depois que passou pela porta, sentindo um pouco sozinha, além da tontura, mal-estar e uma vontade de vomitar, junto com muita tosse.

Silicia voltou com dois baldes e toalhas no ombro, não conseguiu ver oque tinha dentro do balde. Silicia colocou os dois baldes do lado da cama pegou a cadeira da escrivaninha e sentou ao seu lado próximo aos balde, segurou a toalha enfiando dentro de um deles, escutando barulho de água. Olhou para o lado vendo ela torce a toalha deixando cair o excesso de água, passando em sua testa.

—Não precisa fazer tudo isso- Voltou a tossir, interrompendo sua frase.
—Mas senhora, temos que fingir que é algo de verdade- Ela piscou o olho direito abrindo um pequeno sorriso- Aliais a senhora está tremendo muito, tem certeza que não é uma febre de verdade?

Realmente estava tremendo, tinha avisado em detalhes oque aconteceria os sintomas da causa por ingerir a erva eram fixos. Então ficava muito fácil de prever os acontecimentos, contudo não tinha oque dizer que podia retirar a preocupação de sua amiga.

Depois de uma hora, Silicia não saiu de seu lado então uma empregada veio no quarto ver oque estava acontecendo. Muito provavelmente Sebas já estava esperando alguns minutos na entrada e sua ausência até mesmo no dejejum seria estranho. Silicia conversou coma a empregada no corredor, deixando Natasha curiosa de como a situação poderia seguir, dependendo das suas palavras a empregada podia ter alguma interpretação diferente e estragar tudo, só restava confiar em Silicia.

Tinha perdido a noção do tempo, o quarto a sua volta estava girando e nem conseguia juntar energia suficiente para dizer alguma coisa sobre. Nem percebeu que seu quarto estava começando a aparecer muitas pessoas, seu irmão mais velho havia aparecido, seu pai em algum momento tinha entrado. Sentiu um certo alivio notando que Sebas disfarçado de seu professor no canto do quarto, provavelmente o plano estava ocorrendo de forma correta.

Um velho vestindo um manto branco com um símbolo de uma taça, atrás uma cruz com uma cobra enrolando os dois entrou no quarto, o seu cachecol vermelho era chamativo, porém não tinha gostado da forma de como tinha ficado junto com o manto branco. Silicia saiu de sua cadeira para dar lugar ao velho, suas roupas indicavam que era um médico, um desconhecido por acaso. Sem reconhecer ele e nem achar qualquer traço de Rolf naquele senhor ficou um pouco preocupada, podia não ser Rolf disfarçado já que a maioria dos médicos possuíam por volta daquela idade.

Encostou a mão em sua testa, depois pediu para que colocasse sentada, com ajuda de Silicia que havia subido em sua cama para ficar ao seu lado. Não conseguia manter a postura caindo sobre Silicia onde ela segurava expondo suas costas para o médico, onde usava um aparelho de metal encostando nas suas costas, estava ligado a uma borracha levando a sua orelha, o metal era frio fazendo sentir uns calafrios. Depois de uma inspeção com o aparelho desconhecido, ele guardou dentro da sua bolsa, segurou a mão de Silicia, sabia que logo iria sentir melhor, isso não impedia de sentir medo no momento. O médico puxou uma pedra marrom era hexagonal, com algumas inscrições em vermelho escuro na volta colocando encima da sua testa.

Todos no quarto estavam em silencio, o seu pai mantinha um olhar sério sem deixar de lhe encara nem por um segundo, conseguia ver a preocupação no rosto de seu irmão mais velho. Demorou cerca de um minuto de trinta segundos, pois escutou o médico falar a contagem de tempo antes de retirar a pedra. Reconhecia ela, por ser usada para ver a medida de temperatura um tanto quanto cara, então só a nobreza possuía esse item magico.

Guardou a pedra dentro de uma pequena caixa, colocando-a dentro da bolsa, levantou da cadeira aproximando de seu pai.

—O caso dela não é grave porem é complexo-puxou um bloco de notas e um lápis feito de carvão- Um caso de infecção de pulmão que causou a sua febre alta e as tosse, tudo foi causada pela sua imunidade fraca, acredito que ela venha tendo uma rotina muito pesada causando um estresse surgindo a tontura e fraqueza dela, então o organismo vulnerável acabou sofrendo com bactérias a sua volta- Terminou de escrever retirando o papel do bloco de notas- Recomendo repouso por dois dias, tome esse remédio, de oito em oito horas, e reduzir suas visita apenas a uma pessoa para impedir o contagio ao resto do castelo.

Fliard concordava com a cabeça, de braços cruzado falou para nomear uma das empregadas para cuidar de todas as necessidades. Juntou todas suas forças e apontou para Silicia, que logo em seguida sugeriu para ficar ao lado de sua senhora. Sem demonstrar qualquer tipo de emoção, concordou com a cabeça saindo do quarto, junto com ele seu irmão e Sebas foram juntos o médico ficou um pouco entregando o remédio na mão de Silicia, explicando todo o procedimento de tomar os medicamentos.

—--

Olhou para a janela, onde estava o rolo de gordas apoiadas prontas para serem jogadas para baixo. Tudo estava em ordem, havia revisado o tamanho da corda mais de cinco vezes, observou a ronda dos guardas por uma hora da janela escolhendo as rotas mais seguras para seguir, Silicia estava sentada na cadeira ao lado da cama. E deitado estava improvisado com travesseiros para parecer que estava deitada, com a luz desligada e visto de longe podia enganar facilmente.

O problema era o medo em seu coração, toda vez que colocava a mão na corda para jogar, hesitava recuando as mãos olhando para os lados procurando forças para fazer. Olhar para Silicia não ajudava muito, ela não sabia como reagir nessa situação, dando os ombros toda vez que recebia um olhar. Segurou os dedos encarando a janela, respirou fundo abaixou as mãos e fechou os olhos, se aproximou lentamente começou a sussurrar inúmeras palavras de autoajuda. Pegou a corda com firmeza, abriu os olhos já tinha feito algo parecido, mesmo sendo em uma situação de desespero, havia feito. Agora bastava fazer de novo e lembra do treinamento.

Jogando a corda pela janela, soltou o ar e subiu na janela segurando a corda com a mão soada, dificultando um pouco, colocou o pé na parede no lado de fora se apoiando cada vez mais para fora do prédio. Silicia veio a sua ajuda, olhando atenciosamente, notou suas mãos apoiada no parapeito, estavam tremendo e não desgrudava os olhos notando sua preocupação, agora não tinha mais volta. Desceu devagar, por preocupação resolveu sair mais cedo que o horário previsto, muito mais cedo imaginando qualquer tipo de problema, até mesmo a ansiedade lhe afetando.

Suas pernas tremiam desconfortavelmente, começou a chorar sem entender o motivo, segurava a corda com força, o medo de cair tomou conta de seu corpo, metade do caminho tinha sido passado, mesmo faltando outra metade a altura poderia causar estragos indesejável. Soltou uma das mãos para limpar as lagrimas do rosto que já estavam dificultando sua visão, escorrendo um pouco pela mão molhada, rapidamente limpou a palma usou para enxugar as lagrimas, segurando a corda com firmeza soltou a mão molhada e limpou na sua camisa, depois passou na calça notando que a camisa já estava ficando molhada de suor. Segurou a corda tentando descer, seus braços e pernas não obedeciam a seus comandos, ficavam tremendo deixando ali parada no meio do ar, cerrou os dentes puxando toda força que tinha, começou a falar para si mesma “Eu sou forte, Eu sou forte, Eu consigo”, lentamente colocou seu pé apoiado em pequeno buraco mais abaixo, desceu a mão pela corda descendo, desceu o segundo pé mais a baixo. Pegou o ritmo rapidamente, conseguindo restaurar sua confiança suas lagrimas havia diminuído um pouco, sentiu até um pouco de desconforto em pensar que seus olhos deviam estar inchados rindo de si mesma, uma risada de nervoso do que felicidade, ignorando esse fato continuo descendo.

Colocou os pés encima do telhado, desabando no chão, respirando ofegante e nervosa, voltando a chorar novamente sentindo um grande alívio em seu peito, como ela tinha passado por aquela situação na invasão a sua casa tão facilmente. Olhou para cima, com a visão um pouco ofuscada de lagrimas conseguia ver um vulto de Silicia puxando a corda novamente.

A pior parte tinha passado, pelo menos era oque desejava, se tivesse algo pior esperando na sua noite com certeza não teria espirito suficiente para aguentar. Mesmo assim seguiu por cima do telhado agachada, pisando com cuidado, olhando para todas as direções, sabendo que os guardas não passariam em cinco minutos, foi instruída a sempre espera o inesperado, vigilância e atenção sempre deviam estar em pé preparada para improvisar. Caminhada até a muralha, foi fácil comparada a descida. Avistando um guarda ao longe, afastando aos poucos nas suas costas estavam seguras por enquanto, dois guardas deviam estar subindo nos telhados para uma varredura de dez em dez minutos. Pegou na sua cintura um rolo de cordas um pouco menor que usou para descer de seu quarto, além do tamanho essa corda possuía um gancho, que usou para prender no canto da muralha. Subiu encima da muralha, descendo tranquilamente, o tamanho nem se comparava, seu coração nem se agitou, único sentimento era de surpresa por ter descido tão velozmente.

Agitou a corda, em círculos fazendo o gancho se desprender, sem esperar que saísse tão facilmente, pulou para o lado dando um pequeno grito desviando do gancho caindo no chão com força. Pegou o gancho e se agachou próximo a muralha, observando aos redores de vez enquanto olhando para cima da muralha, seu susto poderia ter entregado ela. Felizmente tudo estava saído como planejado, agora só precisava seguir por um dos raros becos da moradia nobre, achando a carruagem.


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