Lovers and Dragons escrita por Any the Fox


Capítulo 1
O cometa dos milagres




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/792799/chapter/1

 - Ruffnut, depressa, precisamos subir! Estamos ficando sem tempo! – Heather gritou em cima de uma árvore, com uma mão estendida tentando alcançar a companheira.

               - Estou indo!

               Era já a quarta vez que Ruffnut tentava subir aquela árvore. Amaldiçoou os deuses por o dia estar correndo tão mal... Parecia que nada dava resultado. Não conseguiu escalar, saltar... A única esperança que tinha era a corda que Hether tinha guardado na mochila.

               - Ruffnut, eles estão se aproximando! – A moça apontou para um ponto à frente na sua linha de visão.

               Ruffnut paralisou. Estavam sendo seguidas há dias por uma guilda de caçadores e ambas as suas cabeças estavam a prémio. No horizonte não vinham apenas um ou dois, vinham dezenas, talvez centenas de caçadores, todos em busca das cabeças de ouro que elas tinham.

               - Heather, lança a corda! – Ruffnut gritou, aquela parecia ser a sua última esperança.

               - É a última que temos!

               - Também é minha última vida! Me passa a corda para que eu possa subir! – Apesar do tom cómico, Ruffnut estava tudo menos se divertindo com a situação.

               Heather não discutiu perante um argumento tão forte. Abriu a mala e procurou no fundo. Demorou para a encontrar, não era costume dela.

               - Heather!!! – Ruffnut gritou, em desespero, olhos esbugalhados. Ouvia os cavalos dos caçadores se aproximando rapidamente. Estavam perto. Muito perto.

               Não demorou muito tempo. Talvez uns segundos, mas pareceu uma eternidade, Heather conseguiu estender a corda à companheira, e por primeira vez naquele evento as coisas estavam dando certo! Ruffnut conseguiu subir perfeitamente, sem rasto, nem barulho, quase num pulo, Heather não cedeu com a corda, tinha a força exata que era necessária para aguentar toda a gravidade exercida. E no exato momento em que Ruffnut se escondeu na segurança das folhas, a cavalaria passou por baixo delas, pisando tudo o que encontravam. As duas se deram bem se equilibrando na copa de uma árvore, nenhuma caiu ou sequer se desequilibrou.

               - Na mosca, Ruffnut! – Heather festejou chocando punhos com a amiga – Vamos ver o que conseguimos destes ladrões.

               Dito isto, Heather tirou da mala um objeto enrolado num pano, na ânsia de ver o que era, Ruffnut se chegou para a frente também. Um misto de curiosidade e medo. Esperavam ter seguido a pista certa. Foram de tão longe para encontrar a pedra dos dragões... E podiam muito bem ter caído numa armadilha.... Terem posto suas vidas em risco em vão.... Saberiam assim que revelassem o conteúdo daquele pano... Heather puxou-o, revelando uma pedra brilhante.

               - Heather... – Ruffnut esbugalhou os olhos e olhou diretamente para a companheira, um sorriso de espanto e uma expressão ilegivel nos lábios.

               - Ruff... Prepare suas coisas... Fishlegs nos espera na estalagem!

A dona dos cabelos negros tinha uma expressão neutra na sua face, as mãos agarravam no objeto brilhante. Ambas se olharam, sabiam o peso que aquela informação tinha... Mas antes de Ruffnut conseguir gesticular qualquer som, um som eletrónico tocou externo ao cenário.

— Meninas, a seção está fechada por hoje. – Astrid, uma moça de cabelos longos e loiros disse ao fechar a mesa de Dungeon Master.

— Ah, não brinca! Você nem chegou a dizer o que encontramos, Astrid! – Cabeçaquente, uma outra moça, igualmente loira, mas com um ar mais bruto, reclamou sem esconder a sua frustração.

— O alarme tocou. A reunião do clube acabou. Temos que prosseguir amanhã. – Inflexivel, como sempre, a dona de orbes azuis prosseguiu arrumando a mesa.

Astrid era a líder rigida do clube de Dungeons and Dragons da Faculdade Berk. Os seus frios olhos azuis eram sinceros, e até reconfortantes, se os olhassemos da forma correta. Os seus fios loiros estavam entrelaçados numa trança de quatro partes e a franja cobria parcialmente os olhos. Levantou-se para guardar o livro do Dungeon Master na sua prateleira de jogo. Heather ri .

— Você já devia saber que Astrid faz de propósito para acabar as seções assim. – Heather respondeu enquanto tirava o celular do bolso, com a intenção de checar suas redes sociais.

Astrid riu. Sim, era intensão dela ter esse sadismo.

Heather era uma aluna de intercambio. Decidiu fazer um ano no exterior, na Faculdade de Berk, na tentativa de enriquecer seu curriculo. Heather gostava de jogar dnd – é como gostava – mas sofria da maldade de muita gente... Por muito boa que a personagem fosse, pecava sempre pelo nome... Então, ela resolveu isso dando o próprio nome a toda e qualquer personagem nova que criasse. Heather tinha cabelos negros, também entrançados. A pele era pálida - muito pálida – realçando os seus olhos verdes esmeralda. Heather mantinha suas notas altas para manter a bolsa de intercambio. Heather era uma boa menina. Era uma menina inteligente.

— Mas estamos buscando isto faz dias. Podiamos ao menos saber se, desta vez, encontramos o artefacto certo? – Cabeçaquente se recusava a arrumar sua ficha de personagem.

Cabeçaquente era o genero de pessoa que se descreve pelo nome: cabeça quente. Uma moça com um aspeto bruto, grotesco, quase masculino. Destacava-se das suas amigas pela antintese. As duas eram angelicais, delicadas e misteriosas... Cabeçaquente era real, normal e simples. Os seus cabelos eram igualmente loiros e entançados dos dois lados da cabeça. Os seus olhos eram azuis, no entanto, enquanto, a Astrid tinha olhos frios, Cabeçaquente tinha uns olhos trapaceiros... E não eram só os olhos. Aura, espirito, aparência... Tudo em Cabeçaquente Thorston transbordava a trapaça... Mas, ainda assim, ela conseguia ser alguém muito confiável (quando queria).

— Você sabe que não vai rolar. Se quer saber venha na próxima reuião do clube. – Astrid sabia como manter os integrantes do grupo interessados. Só era mais dificil com Perna de Peixe. Ele sempre arranjava maneira para não ir nas seções, mas ela daria um jeito nisso.

— Amanhã à Sábado! Jogamos um pouco mais, ninguém vai saber... – Cabeçadura insistiu.

As três eram as integrantes assiduas do clube de Dungeons and Dragons do campus. Heather era o elemento mais novo do grupo. Ela havia chegado no campus fazia uns meses, mas já se tinha enturmado ali. Chocava muitas vezes de frente com Astrid, por serem tão semelhantes em vários aspetos, mas tinham se tornado bem próximas. Por outro lado, Cabeçaquente e Astrid andavam juntas desde o pré. Cresceram juntas brincando na rua, e mais tarde partilhando paixões por personagens 2D na adolescência, agora, partilham angustias de Universitárias e comem miojo juntas em altura critica de exames. Astrid sempre fora a amiga caulculista e prática. Cabeçaquente a amiga trapaceira e bruta. Eram uma boa dupla, e com a chegada de Heather, ficou um trio melhor ainda. Afinal, não há nada melhor que três nerds e uma seção de Dungeons and Dragons.

— Amiga... Você sabe que estou trabalhando em duas campanhas em simultânio. Seu aniversário é mês que vem. Se quer sua prenda, por favor, me deixe seguir horários. – Astrid continuava organizando o seu quarto, mas sorriu para a amiga. Ela sabia que tinha-lhe dado uma boa notícia.

A disposição de Cabeçaquente mudou completamente ao ouvir isso. O sorriso rasgou e os olhos brilharam com a inocência de uma criança. Pareceu que Astrid tinha-lhe contado que ia ser mãe! Isso, se Cabeçadura quisesse ser mãe, porque naquele momento, aquela seção de dnd era muito mais o gosto dela.

— Astrid! – Ela exclamou de felicidade – Você vai mesmo fazer a campanha que pedi?!

— Eu tinha de te dar algo de aniversário, não é mesmo? – Astrid sorriu ao confirmar.

— Vamos ter uma campanha nova? Eu não sei se estou pronta para ter tanta emoção ao mesmo tempo, Astrid. Uma campanha já me mata. – A dona das orbes verdes disse encarando as outras.

— Não se preocupe. Será uma one-shot. – Astrid tranquilizou, mas foi Cabeçaquente quem explicou o porquê.

— Eu andei pedindo uma seção de Battle Royale para Astrid nos últimos meses! Agora finalmente vamos ter uma! Vai ser tão legal! Mal posso esperar para estriar meu próximo barberian...

Heather não pareceu tão entusiasmada com a ideia quanto Cabeçadura.

— Você quer fazer uma seção de dnd onde os personagens têm de lutar uns com os outros até à morte?

Ouviu se uma ligeira gargalhada timida de Astrid. A incredulidade ironica de Heather era tão cómica quanto inocente.

— Sim, Heather. É exatamente isso que ela quer.

               Heather revirou os olhos. Não via piada em sentar numa mesa de jogo por horas com o objetivo de aniquilar todos os oponentes que nem nos Jogos Vorazes... Mas era o desejo de Cabeçaquente – e sim, é muito a cara de Cabeçaquente pedir isso – então Heather ia pensar num plano para se divertir na seção... Ou então,  simplesmente para morrer mais rápido! Ela continuou verificando o seu feed, até se deparar com uma postagem que lhe pareceu um bom tema de conversa.

               - Galera, olhem! É hoje que passa o Cometa Valkia!

               - Não sabia? Tem sido assunto de conversa a semana toda no campus. – Astrid afirmou, finalmente de volta à mesa, onde sentou a falar com as colegas.

               - Eu ouvi sobre, mas não pensei que fosse esta noite! Vamos ver! Eu tenho de pedir um desejo! – Heather se levantou em tom de convite para a seguirem.

               - Oh, pelo amor... Não me diga que você também acredita. Você não é aluna de mérito para isso. – Astrid parecia desapontada.

               A portadora de cabelos negros arqueou uma sobrancelha, tentou disfarçar uma cara de desdem. Qual era o problema dela gostar desse tipo de coisas?

               Lembram que mencionei que ambas chocavam? Bem, este era uma dessas ocasiões. Heather e Astrid eram muito parecidas, em tudo, no entanto, as suas diferenças pontuais eram bem capazes de causar estragos maiores ainda. Discussões eram comuns, coisa que Cabeçaquente adorava! A única pessoa que gostava tanto de ver o circo pegar fogo quanto ela deveria ser o irmão, se não gostava mais (mas essa é uma discussão complicada). A indelicada apoiou o queixo nas mãos e observou o espetáculo de ambas.

               - Sabe, ás vezes, as pessoas só querem se divertir...

               - Sim, claro... Mas isso é tão verdade quanto astrologia ser ciência... – Astrid riu com desdem.

               Com certeza, não havia ninguém mais indiferente à passagem do cometa Valkia que a própria Astrid Hofferson. Há muito que lendas rondam este cometa, dizendo que realiza qualquer desejo sincero que uma pessoa faça na sua passagem. Povos antigos relataram acontecimentos maravilhosos, relacionados com a passagem de Valkia pelo espaço terrestre, no entanto, nenhum foi devidamente comprovado pela ciência. Heather não ficou extremamente feliz com a declaração desprovida de empatia da amiga. Os seus olhos passaram pela estante dela no quarto, repleta de dragões. Astrid se representava assim, “realista”, mas no fundo, também tinha um imaginário... Ninguém podia ser mais aficcionado com tais criaturas que a própria Hofferson em pessoa... Então Heather não comentou nada.

               - Heather, não liga. - Cabeçaquente provocou, vendo que o fogo se estava apagando -  Astrid está com medo do cometa.

Agora era Astrid quem arqueava a sobrancelha. Como ela ousava comentar algo tão desprovido de realidade? O seu tom era de desdem, mesmo que educado, mas olhava bem fundo com os seus olhos frios para Cabeçaquente.

               - Ai tenho? Baseado no quê, mesmo?

               - Astrid, Astrid... Reprimir sentimentos é mau, sabia?

E ia começar a conversa outra vez... De Astrid não conseguir demonstrar sentimentos e blá, blá, blá... Mas não era bem assim. Astrid era bem capaz de expressar o que sentia quando  sentia! O problema de Astrid, é que tinha uma paleta muito pequena de sentimentos experimentados. O mais comum deles todos talvez fosse o foco (se isso sequer é um sentimento).

               - Eu não estou entendendo onde quer chegar. – Astrid perguntou, sabendo exatamente onde ela queria chegar.

               - Ora, Astrid – continuou Cabeçaquente – supunhamos, e reforço, supunhamos, que o cometa funciona e realmente realiza desejos... E você, por curiosidade, ou ignorância, ou inconscientemente... Deseja algo que a comprometa?

               - Cabeçaquente... – Astrid respira fundo vendo que era exatamente o que suspeitava.

Heather presume o que está acontecendo e do que as duas estão falando, mas não intervem. Queria ter a certeza do que ouvia.

               - Não precisa dizer nada! Todo mundo soube o que aconteceu no Verão passado! Todo o campus ficou sabendo de vosso beijo! – A figura grotesca e traiçoeira denunciou com um sorriso condizente nos lábios.

               - Pera, sério? Astrid, vocês se beijaram mesmo Verão passado? – Heather, que chegara ali apenas no inicio do ano letivo, estranhou a conversa.

               Era a velha e cansada história do “beijo” com Eret. Eret era um menino chato de tão bonito e popular que é. Líder do clube de luta livre da escola, com certeza um arrasa corações de Berk, mas Heather não era próxima o suficiente dele para o confirmar. Cabeçaquente o admirava – e muito – desde seu primeiro dia no campus, no entando, desde aquele maldito dia de Verão que meteu na cabeça que a amiga tem de, a qualquer custo, ter um relacionamento com ele. E Astrid... Astrid o suportava até uns meses atrás. Mas agora? Agora é a pedra no sapato da qual quer se ver livre.

               - Não, Heather! Eu não o beijei! – Astrid respondeu numa mistura de frustração e calma, o assunto era chato e repetitivo para ela – Ouça, eu não sei o que Erent andou espalhando por aí... Mas eu já disse o que aconteceu. Ele estava para morrer afogado e eu o salvei. Me arrependo de o ter feito? Arrependo. Mas a verdade é que o salvei!

               As palmas das mãos do ser malandro esfregavam as costas das mesmas. Um olhar semelhante, de quem encontra problemas onde quer que procure. Cabeçaquente estava no seu auge de trama. Astrid ficava vermelha sempre que lembrava desse episódio, provavelmente de raiva, mas Cabeçaquente teimava que era de “borboletas na barriga” – no entanto, Astrid não se lembra de se ter uma enorme vontade de afogar alguém quando se está apaixonado.

               Heather achou que era altura de intervir construtivamente na conversa.

               - Amiga... Não precisa ter vergonha de sentir algo por Erent... Ele é realmente muito atraente, e pode ser boa pessoa...

               - Você também?! – Astrid estranhou.

               - Vá lá, todo o campus sabe que ele é louco por você. E está na cara que você está na dele também, só está se fazendo de difícil. – Os lábios traçoeiros provocavam com vontade a cada palavra proferida.

               - Eu. Não. Estou. Na. Do. Erent. – Astrid disse devagar, com um esforço para manter a calma.

               - Beija-lo não é a melhor maneira de mostrar que não sente nada. – Heather riu.

               - Isso é mentira dele! Eu nunca o beijei! Porque todo o mundo decidiu acreditar sobriamente na palavra dele do nada?!

               Bem, a informação não era falsa. Astrid nunca tivera beijado Erent, porém, também não era completamente verdade.

               No Verão anterior, Astrid ficou encarregue de cuidar da segurança da piscina de natação do campus. O ano letivo estava parado e apenas alguns estudantes estavam nas instalações, ela ganhava uns trocos relativamente fáceis assim. A afluencia não era muita e as horas eram poucas, era uma remoneração justa para o seu trabalho. Foi num desses dias que, mais uma vez, Erent tentou ser mais do que realmente é... Ele foi sozinho para a piscina de saltos, mesmo isso sendo contra as regras de utilização da mesma... E o resultado foi um Erent naufragado numa piscina... Astrid procedeu então às manobras de salvamento e reanimação, o que levou a uma reanimação cardiopulmonar, banalmente conhecida por “respiração boca-a-boca”. Desde lá que Astrid se arrepende vivamente de o ter deixado viver... Parece que ele espalhou pelo campus todo que eles se beijaram... E um boato desse nivel ecoando o campus sobre ela, não lhe agradava nada! Especialmente quando o grupinho de fãs da montanha andante se metia com ela... A última coisa que ela poderia querer depois daquilo tudo, era algo com Erent.

               - Vá lá, você não se pode fechar para sempre – Heather sorriu

Cabeçaquente se divertia, o circo queimando era quase cinza agora. Astrid estava cansada...

— Meninas, saiam de meu quarto, por favor... Eu tenho personagens para fazer. – Disse cabisbaixa, sem paciencia.

Heather sentiu algum peso nos ombros, a amiga parecia demasiado cansada... Não era o objetivo... Talvez Astrid não gostasse mesmo de Erent... Ou então era muito para o seu orgulho assumi-lo... Fosse o que fosse, no fundo, não era da conta dela. Cabeçaquente, por outro lado, estava exatamente onde queria estar, ela ganhou de Astrid desta vez, saindo da seção de dnd sem saber se têm o artefacto certo, mas com um gostinho de vitória.

— Não tem mal, garota. Nós vamos ver do cometa... Fique aqui sozinha então... Ou vá falar com o Enret... Quem sabe, não é? – Cabeçaquente troçou.

Astrid fechou a porta após as duas sairem. “Fique ai sozinha então”, “você não se pode fechar para sempre”... Eram frases que ecoavam na cabeça de Astrid... Ela sabia que tinha a capacidade de se apaixonar... Mas não achava que alguma vez o tivesse feito... E duvidava muito que o que sentisse por Enret fosse algo sequer próximo disso. Ela só precisava de um rapaz que fizesse o seu género... Sim, era isso! Mas... Qual era o seu género de rapaz?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lovers and Dragons" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.