Je Taimerai Toujours escrita por Dreams of a Blindspot fan


Capítulo 1
Capítulo 1




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POV Tasha 

     É, mais uma noite se vai, e eu estou repetindo esse possível ritual, posso chamá-lo assim, nos últimos dois anos eu sempre me pergunto o que eu fiz de errado? Eu e Reade tínhamos algo lindo juntos, um casamento baseado na amizade e respeito, existia amor e companheirismo, nos entendíamos apenas com simples olhar, isso era válido tanto para o trabalho como para a nossa vida pessoal. O nosso casamento, ah nosso casamento foi um dos momentos mais importantes da minha vida, talvez seja até hoje.

    O dia foi tão incrível, alguns familiares e amigos nossos, a capela da Igreja da Santa Fé estava decorada em tons pastéis, ainda consigo me lembrar do discurso do padre Bento sobre amor, sobre cumplicidade, sobre dividir dores e alegrias, medos e ambições, sobre esperar o tempo certo, parecia até que ele nos conhecia tão bem, a julgar pelo seu discurso, ele contou praticamente toda a nossa história. Eu nunca fui daquelas fãs de contos de fadas, mas sempre acreditei no amor. Eu lembro da nossa troca de votos, de cada palavra dita que já fez tanto sentido, e hoje não faz mais... nossa como chegamos nesse final com todas aquelas juras que trocamos no altar, diante de Deus e dos nossos amigos? É lastimável perceber o quanto nós dois cometemos os erros que juramos não cometer.

Após a cerimônia preparamos uma divertida surpresa para os nossos convidados, as cores neutras também estavam no salão onde aconteceu a recepção. Muita música, muita bebida e comida também. E tínhamos nós dois, que éramos a sensação da festa, dancei com os nossos padrinhos Patterson e Kurt, e foi um momento maravilhoso, eu também dancei com a Jane e o Rich que foram nossas damas de honra (risos), o Rich que sugeriu ser a dama de honra, eu dancei praticamente a noite inteira com o homem da minha vida, os olhos dele tinham um brilho sem igual, eu sentia que íamos explodir de tanta felicidade, ficar presa no olhar dele era a melhor sensação. Fizemos um discurso de agradecimento, nossos amigos falaram seus desejos de felicidade para a nossa vida à dois, e brindamos a nossa contagiante alegria. Eu não era mais a amiga do Reade, agora eu estava assumindo uma responsabilidade maior diante de toda a sociedade, eu agora era a sua mulher, sua esposa, sua eterna amante, e com ele eu planejei construir uma linda família e ter uma longa vida.

     Se nós dois cumprimos tudo o que prometemos há seis anos atrás? Acho que a resposta vocês já sabem, e é não! São quatro horas da manhã, eu estou olhando para a nossa aliança de casamento, a frase escrita em francês era para lembrar do nosso pedido de casamento, ele me levou à Paris no nosso segundo ano de namoro, Je t’aimerai toujours (Eu sempre vou te amar), até hoje me pergunto se nós dois tivéssemos feito algo diferente, talvez estivéssemos juntos? As lágrimas começam a molhar meu rosto e o lençol da cama, eu guardo a aliança novamente numa caixa, juntamente com o colar e os brincos que eu usei no nosso grande dia, e a coloco debaixo da cama. Eu preciso me recuperar, lavar o meu rosto que já está todo vermelho, hoje será um dia complicado, vamos assinar aqueles malditos papéis, e existe uma pessoa no meio de tudo isso que não tem culpa de nada. Eu preciso parar com isso, preciso parar de necessitar dessas lembranças, talvez ele nem se lembre de todos esses momentos como eu me lembro, talvez ele se lembre só não queira demonstrar.            

     Os nossos primeiros anos de casamento foram incríveis, no primeiro ano recebemos a melhor notícia que duas pessoas que se amam poderiam receber, seríamos em breve pais. O meu primeiro sentimento? Medo! Não tínhamos planejado mas também evitávamos, eu lembro que tremia muito quando peguei o teste nas mãos, e Reade estava ali, do meu lado, viu o quão nervosa eu fiquei, mas logo ele me abraçou forte, como sempre fez, e sussurrou as palavras mágicas, só ele conseguia me tranquilizar:

— Tash vai ficar tudo bem, eu estou aqui do seu lado. Você será uma excelente mãe, seremos país maravilhosos!

Bastou apenas isso para que eu esquecesse do mundo lá fora, e me conectasse apenas as duas coisas mais importantes naquele momento, meu Reade e o nosso bebê. Estávamos juntos em todos os exames mensais, e era o nosso som preferido ouvir os batimentos cardíacos, lembro de quando o escutamos pela primeira vez, Reade chorou, eu chorei, sinceramente só o vi chorando assim em dois momentos, um quando eu disse sim ao seu pedido de noivado, e depois no nosso casamento enquanto eu entrava pelas portas da igreja, ainda posso sentir essa sensação.

Decoramos o quarto do nosso bebê em cores suaves e elementos que remetiam ao céu, passarinhos, nuvens... ali seria o nosso infinito particular. Patterson organizou um lindo chá de bebê com os nossos amigos e colegas de trabalho, estavam todos curiosos para saber o sexo do bebê, mas eu e Reade combinamos de só descobrirmos na hora do parto.

Lembro que na noite em que fui para a maternidade, eu entrei no quarto do nosso bebê, e ali eu o vi pela última vez vazio, em breve alguém chegaria para ocupar não só aquele quarto mas também as nossas vidas. Sorri com a sensação de Reade me abraçando por trás e colocando a mão da minha enorme barriga, eu nunca pensei que gerar um filho pudesse ser coisa mais gratificante, tem suas partes difíceis, os enjoos e a mudança de humor principalmente, mas sentir alguém se formando dentro de você e sentir um amor fora do comum por ele é muito incrível.

— Tash quer jantar? Eu fiz aquela carne de panela que você tanto gosta. — Neguei com a cabeça e segurei forte os seu braços. — Está tudo bem baby?

— Reade acho que está na hora de conhecermos o nosso bebê... Eu estou sentido essas dores, essas contrações desde de hoje pela manhã, estavam muito fraquinhas... — Eu paro para conseguir respirar fundo, essas dores estão me matando, mas eu já estava esperando por isto. — Pega as bolsas que estão aqui, tudo que precisamos está arrumado. Nós vamos para o hospital.

— Vamos avisar ao pessoal? Patterson vai ficar uma fera se não ligarmos meu amor.

— Sim, sim, vamos ligar no meio do caminho. — Falo um pouco ofegante, a última contração foi bem mais forte e ainda estou me recuperando da dor.

Reade ligou o alerta do carro, o hospital ficava a uns quinze minutos da nossa casa, eu não sei como a Patterson chegou lá primeiro que nós dois (risos). Fiz o meu registro e já me encaminharam para uma sala de pré parto, as minhas contrações estavam aumentando e eu apertava muito as mãos  de Reade. Lembro de Patterson entrar na sala perguntar se queríamos algo, eu estava tão concentrada em cronometrar o tempo entre as contrações que eu não ouvia mais ninguém.

A Dr. Ana que me acompanhou durante toda gestação faria meu parto, ela entrou mais uma vez para me examinar, sempre amorosa ele me fazia ficar mais calma, me informava sobre todos os passos o que me deixava tranquila.

— Como vai uma de minhas mamães preferidas?

— Sofrendo... Essas contrações estão cada vez mais fortes. — Respondo apertando o braço de Reade mais uma vez.

— Natasha vou examinar você novamente tá bom? Preciso ver o quanto de dilatação você já tem, e se eu preciso introduzir alguma medicação. Fica tranquila, vai doer só um pouco. — Ela ficou em silêncio por um momento, e nessa hora passa um filme na sua cabeça, está tudo bem? Tem algo errado com o meu bebê? — Parabéns mamãe! Papai que tal se trocar? Vamos levá-los para a sala de parto, em breve vamos descobrir o sexo do nosso bebê.

Respiro fundo olhando para Reade bastante assustada, os livros falam sobre a dor do parto mas nenhum relatam a intensidade dessa dor. Reade sai para se vestir enquanto eles me preparam. Ele volta devidamente vestido, me deu um beijo e disse que tudo ficaria bem, ele continua segurando minha mão, no seu olhar eu enxergava uma mistura de ansiedade e felicidade.

Ele sorri pra mim, eu retribuo. Chegou o nosso momento... vamos ser papais oficialmente! Como passou rápido esses momentos, encontramos Patterson no corredor, ela me deu um beijo na testa e me desejou boa sorte. Segui sem soltar a mão de Reade, assim que chegamos na sala tive outra contração, mas forte, senti tudo queimar.

— Reade eu não consigo... — Falei chorando, de todas essa tinha sido a mais forte até agora.

— Olha Tash, você é a mulher mais forte e corajosa que eu conheço. Eu sei que está doendo meu amor, e se eu pudesse eu trocaria de lugar com você sem pensar... Eu não vou sair daqui! Eu prometo. — Ele falou carinhosamente.

— Natasha estamos prontos, e creio que o seu bebê também. — Falou a Dr. Ana. — Quero que se prepare, respire bem fundo e faça força. Não se importe em sujar nada... só quero que você faça bastante força quando a dor vier. 

Balanço a cabeça em confirmação, e olho para Reade, apesar de preocupada ele me lança um olhar terno que aquece toda a minha alma. Decidi me preparar, pedi mais uma vez proteção para mim e para o meu bebê, que ele ou ela venha com muita saúde...

— Padre nuestro, que estás en el cielo, santificado sea tu nombre; Venga a nosotros tu reino; Hágase tu voluntad en la tierra como en el cielo. — Respiro fundo como a Dr. Ana me orientou. — Estou pronta! — Digo olhando para Reade.

— Natasha assim que você sentir as dores pode fazer força! — E como ela pediu eu fiz, uma... duas... 

— Eu não estou aguentando está doendo tanto... — Eu choro, aquela dor parecia insuportável, eu estava totalmente sem forças.

— Natasha, preciso que se esforce, só mais um pouco. Eu já consigo sentir, ele ou ela quer vir ao mundo agora!

Mais uma vez, eu peço forças a Deus, seguro forte nas mãos de Reade que sorri emocionado. Meu bebê está chegando, e o que eu mais quero é poder sentir o seu cheirinho, segura-lo em meus braços.

— Vamos lá bebê, trabalho em equipe... — Murmuro baixinho.

Meu mundo parou nesse momento, eu consegui, nós conseguimos. Aquele som... como eu esperei para ouvir aquele som, muitas vezes eu sonhei com ele, mas em nenhum sonho aquele momento foi tão lindo quanto foi a realidade vivida.

O seu choro, o barulho mais agudo e desesperado que eu ouvi. Olhei Reade e ele estava tão emocionado, um pedacinho nosso agora estava no mundo, a Dr. Ana tinha um pacotinho todo enrolado em seus braços.

— Parabéns mamãe e papai, é uma criança saudável e linda.

— Eu quero segurar! — Pego o bebê com muito cuidado nos meus braços, tão pequeno, cada parte do seu corpinho, ele estava ainda sujinho do parto, mas eu não me importava. Reade nos abraça, me sinto completa... realizada, em êxtase.

— Tash nossa filha é linda! Ela é tão perfeita... — Seco as lágrimas dele e trocamos um beijo.

— Hola mi niña, somos tus papis! Bienvenido al mundo cariño. — Talvez ela tenha sentindo a intensidade do nosso amor por ela. Seus olhinhos estavam bem abertos nos olhando, como se estivesse estudando esse novo universo. — Ela é tão perfeita não é? — Pergunto a Reade que está encantado nos olhando.

— Tem os seus olhos Tash, que ela seja tão linda e forte como a mãe!

— Será corajosa e amorosa como o pai. — Reade sorri, um de seus braços segurava o meu, como se estivesse nos protegendo.

— Eu não queria atrapalhar esse momento, estou tão feliz por trazer ao mundo alguém para completar esse amor, mas será necessário, eu preciso levar a ... — Disse a médica.

— Maya! — Respondemos juntos.

— É um lindo nome, então, eu preciso levar a Maya para se limpar, mamãe você também vai terminar de se limpar e vamos nos encontrar lá no seu quarto.

Concordei com um certo receio, não queria me separar do meu bebê. Reade disse que ficaria com ela, então fui para o quarto com a ajuda dos enfermeiros, Patterson já me esperava lá, me ajudou em tudo até que eles chegassem, mais de uma hora de espera e a Reade chegou com a nossa garota. Ele colocou ela em meus braços, pois ela estava com fome e chorava bastante. Ela estava desesperada! E isso ela puxou ao Reade com certeza. (Gargalhadas) Patterson olhava encantada para a sua afilhada, eu não poderia confiar a vida da minha filha a outra pessoa além dela.

     Maya era um bebê incrível, não me deixava dormir a noite, Reade conseguiu uma licença de três meses para me ajudar nesse período de adaptação. Então sempre intercalávamos na hora do chorinho, as vezes ele nem me acordava, e quando eu via ele estava lá, conversando com a bebê, que insistia que dormir de dia era sempre mais divertido, as noites que passávamos juntas acordada eu cantarolava algumas cantigas de ninar, ela me dava os seus olhares mais ternos, como eu queria congelar aqueles momentos nossos. Com um tempo e conselhos de alguns amigos pegamos o nosso ritmo. Os primeiros seis meses foram de muito aprendizado, as vezes eu chorava porque eu não conseguia concluir minha rotina, as vezes nem um banho direito conseguíamos tomar. Jane e Patterson sempre que podiam iam me ajudar, e sinceramente se não fosse o Reade e elas acho que eu teria surtado.

Nossa filha cresceu, era uma criança tão experta, muitas vezes ficávamos surpreendidos com a Maya, na realidade a nossa filha que nos ensinou muitas coisas, era muito aventureira, procurava sempre novos desafios o que nos deixava loucos de preocupação.

Quando a Maya completou quatro anos eu senti falta da adrenalina, do meu sangue pulsando mais forte, do frio na barriga durante as missões. Mas todos me falavam: você precisa pensar na sua filha, você agora é mãe, tem que fazer serviço de escritório. E blá, blá, blá. As pessoas são muito sem filtro mesmo. Eu não queria voltar para a mesmice de antes, sentia que as pessoas começariam a me regular, Reade me daria uma lista de itens antes de ir a campo, eu sei, sou paranóica com isso. Também não queria ficar no banco de reservas, ficar num laboratório presa não combinava comigo.

Eu estava sentada assistindo desenhos com a Maya quando o meu celular tocou, meu ex chefe e um grande amigo.

— Keaton, quanto tempo?

— Zapata, como vocês estão? E a pequena Maya?

— Estamos bem, e a Maya já não é tão pequena assim. — Falo fazendo carinho no seu cabelo e ela retribui com um sorriso. —  Qual o motivo da sua ligação?

— Será que você pode me dá uma consultoria em um caso? Se não for nenhum problema para você e nem para o Reade.

— Imagina! Não vai ser problema nenhum. Eu não estou trabalhando mesmo. Já estava na hora de me tornar útil novamente. — Confesso.

— Que ótimo, estava torcendo por isso. Amanhã a tarde podemos nos encontrar?

— Local de sempre? — O questiono sabendo da biblioteca que usávamos como ponto de reunião.

— Perfeito, fica combinado então!

Encerrei a ligação com Keaton, e continuei me divertindo com a minha filha. No dia seguinte comentei com o Reade que sairia a tarde e que a Maya ficaria com uma babá, sempre chamamos ela para cuidar da nossa filha quando precisamos sair. Reade perguntou para onde eu iria, não precisava mentir, ele sempre me apoiou em tudo.

— Vou fazer uma consultoria, coisa rápida.

— NYPD? — Questionou ele.

— Não. — O encarei já prevendo sua reação. — Keaton me convidou para uma consultoria de um caso.

— A CIA Tasha? — Ele me questiona incrédulo.

— Reade eu não vou a campo, não vou sair do país. Apenas vou ver o caso e perfilar. O que eu sempre fiz, eu fiz durante a minha licença maternidade para o FBI, faço até hoje quando vocês pedem, e eu já tenho uma experiência com a CIA... — Expliquei, ou pelo menos tentei.

— Eu não concordo com isso se você quer saber a minha opinião, precisa começar a pensar nos contras das suas decisões. Não pode simplesmente já sair aceitando tudo que te oferecem sem pensar. — Ele me falou num tom que eu não gostei.

— Como mocinho? Eu entendi bem? 

— Sim, eu acho que você entendeu. Não acho certo você se arriscar na CIA novamente...

— Pensei que iria me apoiar Reade... Você disse que estaria ao meu lado para qualquer coisa.

—— E eu estou, menos quando o assunto é destruir sua vida como uma suicida. — Falou ele. — Pensou que temos uma filha? Pensou nos riscos que você está colocando a nossa família?

— E porque só eu que tenho que pensar na Maya? Você também é pai! Eu não posso viver os meus projetos, mas você pode viver os seus? — Falo demonstrando toda a minha irritação.

— Não é isso Tash. Quer voltar a trabalhar? Em nenhum momento eu te impedi disso, muito pelo contrário, o escritório do FBI está no mesmo lugar, o seu cargo está lá. E você...

— E eu o que? Ficar trancada numa sala ajudando no laboratório sem poder ir a campo? — Lhe questiono. — Sem chances!

— Você já sabe minha opinião, como você disse é só uma consultoria não é? Vai em frente, mas eu não vou deixar minha filha no meio disso.

Nem conseguimos tomar café da manhã nesse dia, a minha briga com o Reade logo me fez perder o apetite, acredito que ele também, logo ele foi para o sioc, para piorar ainda acordamos a Maya, ela ficou super agitada com o nosso tom de voz. Nunca tivemos uma briga assim depois do nascimento da nossa filha, acredito que nem antes disso, nunca gritamos um com o outro na frente dela.

Eu tentei acalma-la como pude, preparei o seu café da manhã preferido e assistimos o seus desenhos animados. Logo a garota que ficaria com ela chegou, foi um pouco difícil sair de casa pois Maya sempre chorava, com muita relutância eu conseguir dizer tchau.

     Me encontrei com Keaton no local combinado, ele me falou sobre o caso e as investigações, nossa como eu estava feliz em fazer o que eu gosto. Conversamos um pouco e fiz uma breve leitura dos documentos, porém era algo que levaria tempo, então levei trabalho para casa seria mais fácil ler tudo com calma lá.

     Quando cheguei Reade já estava em casa, estava com Maya brincando. Eu os cumprimento, seu olhar se sustenta por alguns segundos no meu, eu consigo sentir seu olhar de reprovação, ele não foi capaz de aceitar isso. Dou um beijo na nossa filha e vou para o quarto, preciso de um banho, talvez alivie toda essa pressão. Enquanto estou no banho me questiono se é certo sacrificar os meus sonhos e ambições, foi apenas uma conversa, uma ajuda a um amigo. Eu sei que enfrentei e conheci a minha pior versão quando trabalhei com eles, eu só queria me sentir útil em algo diferente, algo que não fosse apenas cuidar da minha família. Termino o meu banho, e saio apenas de toalha para o quarto, Reade está lá sentado na cama me olhando.

— Onde está a Maya? — Lhe questiono.

— Na sala vendo um filme. — Ele continua a me olhar, eu sei que ele não gosta que fiquemos brigados, eu também não. — Tash sobre hoje, eu quero que você entenda eu estou pensando na nossa família. Você sabe dos meus medos, enfrentamos isso juntos.

— Pensou na nossa família quando gritou hoje cedo acordando a Maya? Quando disse que eu não penso em nada, que sou uma irresponsável, você pensou? — Lhe questiono mantendo um tom de voz firme, mas sem me alterar.

— Eu sinto muito! Eu me alterei, fui incompreensível com você, eu sei. Eu estou errado! — Eu consigo sentir arrependimento nas suas palavras. — Já pedi perdão a nossa filha e agora estou pedindo a você, me perdoa? Aquela não foi a melhor forma de conversarmos, não é assim que eu quero resolver os nossos problemas. — Ele se levanta ficando em pé na minha frente.

— Porque você agiu daquele jeito? — Lhe pergunto me aproximando dele, estávamos a poucos centímetros de distância, podia sentir que Reade queria terminar logo aquela discussão, de certo modo eu até entendo ele, nos perdemos nessa época. — Porque a Cia te deixa nesse estado?

— Eu tenho medo de te perder de novo Tash, se isso acontecer eu perco as duas pessoas mais importantes da minha vida. Você e a Maya são tudo o que eu tenho de mais precioso. — Ele confessa me lançando um olhar profundo.

— Nunca vai nos perder. Nem a mim e nem a Maya, seremos para sempre sua e você será para sempre nosso.

Encerro nossa distância colocando meu corpo colado no seu, fiquei na ponta dos pés e o beijei, nosso beijo ganhou ainda mais intensidade quando ele segurou minha cintura, trocamos alguns carinhos, mas fomos interrompidos por uns passinhos rápidos vindo em nossa direção. Era a Maya, o Reade tinha pedido o nosso jantar e estavam tocando a campainha, quase fomos flagrados! Tratei de colocar uma roupa, e fomos jantar com clima de muito amor e alegria entre nós três, eu sempre amei esses nossos momentos juntos, seja durante a refeição ou durante alguma programação que fazíamos em família. Terminamos o jantar e ele organizou a cozinha enquanto eu brincava com a Maya, logo ele se juntou a nós duas para alguns momentos de gargalhadas.

     Nessa noite fomos dormir rápido, a Maya descarregou toda a nossa energia, após colocá-la na cama foi a nossa vez, eu dormir tão rápido que nem percebi acho que o meu corpo estava tão cansado. Dei um beijo de boa noite no Reade e apaguei.

Meu sono sempre foi leve, e depois que fui mãe qualquer barulho me deixava em alerta, Reade se mexia muito na cama, achei que ele estivesse tendo um pesadelo, tentei não despertar do sono mas foi inevitável pois ele estava bastante agitado. Tive que tentar acorda-lo.

— Reade... Reade — Tento ser o mais calma possível. — Meu amor acorda!

— O que foi? O que aconteceu? — Ele pergunta ainda atordoado tentando se recuperar.

— Não sei! Me diz você, estava todo agitado se mexendo na cama, foi algum pesadelo?

— Foi, acho que foi sim!

— Toma, bebe um pouco de água! — Passo um copo com água que sempre deixamos na cabeceira.

— Eu sonhei que você sumia, eu não conseguia achar nem você e nem a May, eu ficava desesperado sem notícias...

— Ei, calma! Nem eu e nem a Maya vamos sair daqui, eu prometo!

— Sério?

— Ei baby, não tem nenhum outro lugar do mundo que vai me fazer me sentir amada e segura como quando eu estou com você! Nunca vai me perder.

Ele me puxa para os seus braços e eu o beijo, ele beija a minha boca, mandíbula e pescoço, seu cavanhaque arranha o meu pescoço me fazendo cócegas, estou completamente rendida e ansiosa pelo que virar depois, sua mão passeia pela minhas coxas e para bem na minha cintura, guiando meu corpo para que eu sentasse no seu colo, sinto que ele está pronto mas decido provocá-lo um pouco mais, minhas mãos descem até a sua blusa e eu a retiro devagar, ele sussurra meu nome baixinho entre os dentes, quase não posso ouvir;  distribuo beijos em seu rosto, pescoço e mandíbula, finalizo mordendo sua orelha suavemente, Reade pressiona ainda mais suas mãos no meu corpo. Nossos próximos movimentos são rápidos, ele já tinha total habilidade em tirar a minha roupa, que não era muita. Invertemos as posições e agora eu ditava o ritmo, eu sentia meu corpo queimar, suas mãos me davam total apoio para que eu me movimentasse, ele geme um pouco mais alto, e eu ponho minhas mãos sobre sua boca, invertemos as posições e agora cada parte do meu corpo queimava com os beijos que ele depositava. Eu estava quase lá, minhas unhas estavam encravadas nas suas costas, eu amava a forma como ele me satisfazia em tudo, entendia tudo o que eu queria apenas com a forma que eu o olhava. Chegamos juntos ao ápice do nosso ato, caímos exaustos na cama, nos olhávamos sorrindo, Reade me puxou para mais perto, colando nossos corpos.

— Você é a mulher da minha vida sabia? — Ele me diz ajeitando uma mecha do meu cabelo.

— Eu sempre tive a certeza de que um dia estaríamos assim, juntos, formando a nossa família. — Confesso enquanto acaricio seu tórax.

— Eu sou muito sortudo por ter você e a nossa filha. Eu te amo Tash.

— Também amo você Reade, amo tanto a família que você me deu. Você sempre será o meu lugar preferido no mundo.

Falo isso e o beijo, um beijo terno cheio de carinho, de emoção, transbordando todo o nosso sentimento, trazendo a tona toda a essência da nossa relação. Nosso casamento pode ter tido altos e baixos pois nada segue uma linha reta, mas no fim sempre nos entendíamos, eu o amava e ainda o amo com a mesma intensidade, porém um pouco mais frágil. O que aconteceu depois disso? Você em breve vai descobrir.


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