O Amor em Teus Braços escrita por Jucy Lima


Capítulo 13
Capítulo 11 - MEU INFINITO PARTICULAR


Notas iniciais do capítulo

CAP NOVO FLORES...
AGRADECIMENTO ESPECIAL A GELBORGES. FLOR, OBRIGADA PELO CARINHO!



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Capítulo 11 – MEU INFINITO PARTICULAR

Pov Bella

(...) No capítulo anterior:

- Não levante daí Bella eu já volto. Falou saindo rapidamente pela porta do banheiro.

Se ela soubesse que tudo o que eu mais precisava era ficar sozinha. Assim que a porta bateu as lágrimas jorraram. Edward estava aqui, tão perto e ao mesmo tempo tão longe.

- Me desculpe meu amor, perdão por não ser boa o bastante para você. Murmurei sentindo cada vez mais o peso daquelas palavras.

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“As mais belas frases de amor são ditas no silêncio de um olhar.”

( Paulo Coelho)

Sim, por que sem sombra de dúvida o que eu sinto por você é amor. E é exatamente por isso que sofro, por amar e saber que jamais poderei viver essa magia. Prefiro sofrer e sufocar esse sentimento no peito, do que ser egoísta ao ponto de te querer pra mim.

Fiquei vagamente ciente que tinha que sair dali o mais rápido possível. Nós não podíamos nos encontrar. Obriguei as lágrimas traiçoeiras a pararem de escorrer e tentei pensar.

- Pensa Isabella, pensa pelo amor de Deus. Gritava internamente.

Olhei novamente para a porta do banheiro, não tinha muito tempo, tem que ser agora. Levantei do puff um pouco rápido demais, o que fez minha cabeça girar. Se não fosse a bancada de mármore da pia com certeza teria ido ao chão. Tudo o que eu não precisava era de mais um machucado.

- Já não é o bastante, um corte na cabeça e um braço quebrado Bella? Murmurei enquanto me apoiava na bancada.

Assim que meu equilíbrio voltou ao normal, quer dizer, ao seu normal, ou seja, com dois pés esquerdos naturalmente, comecei a andar. Abri a porta devagar, olhando pelo corredor nenhum sinal de Jane, do Doutor Peter, e graças a Deus (ou não), da Doutora Esme e...  Dele. Pronunciar o seu nome era muito doloroso, só aumentava o vazio no meu peito. Empurrei esses pensamentos para o fundo da gaveta, pelo menos tentei, já que tinha que me concentrar na missão: fugir dali. Isso era fácil, difícil mesmo será correr por esse correr enorme, diga-se de passagem, e não tropeçar nos próprios pés. Sem contar que ainda teria que achar a Sra. Webber. Olhei mais uma vez na direção oposta e comecei a correr. No início foi bem desconfortável por causa do braço doente, sentir dor não era o meu forte, então o apoiei o máximo que pude no braço bom, segurando com firmeza. Eu tinha que conseguir, eu vou conseguir. Pensamento positivo.

- Vamos Bella, coragem, você consegue. Pelo menos uma vez na vida, não caia, não caia! Falava baixinho enquanto virava a primeira direita.

Eu estava seguindo as placas de identificação de cada ala hospitalar porque senão com certeza já teria me perdido. Sem contar que não havia praticamente ninguém por ali. Ou melhor, quase ninguém, já que uma enfermeira me olhou assustada enquanto passava por ela correndo.  Parei em frente a um elevador. Em cima havia uma placa informativa de todos os setores, só então me dei conta que estava no andar errado. A recepção ficava no primeiro andar. Entre rapidamente no elevador que pra variar já estava fechando as portas, e me encostei ainda ofegante em uma parede gelada. As pessoas que estavam lá me lançavam olhares estranhos, que variavam de pena a incredulidade. Mas com certeza a pena predominava. Fiquei sem entender por alguns poucos instantes o motivo de todos estarem me olhando discreta ou indiscretamente, no caso da maioria.  Fixei meu olhar no espelho lateral e só então compreendi. O lenço que eu usava tinha escorregado, deixando a mostra a horrorosa cicatriz no lado esquerdo da minha cabeça, e evidentemente minha falta de cabelos. Reparei no reflexo das pessoas pelo espelho mais uma vez, e de novo encontrei pena. Eu não precisava disso, não merecia isso! Uma lágrima teimosa desceu pela minha face sem que eu pudesse controlar. Abaixei as minhas vistas e tirei a mão que apoiava o braço enfaixado. Gemi com o movimento. O que antes não passava de um pequeno desconforto evoluiu pra uma dor consideravelmente aguda.  Tentei arrumar o lenço da melhor forma que pude, sem sucesso. Ainda na mesma posição tratei de tentar me acalmar e falar com o condutor.

- Será que o senhor pode, por favor, me deixar no andar da recepção? Falei baixinho.

- Claro que sim menina. Respondeu.

Assenti brevemente.

Mesmo de cabeça baixa, podia sentir seus olhares sobre mim e não pude evitar que mais lágrimas escorressem por minha face.

- O que vocês tanto olham? Por acaso estamos num espetáculo ou dentro de um elevador? Falou uma mulher em alto e bom som.

Não pude deixar de olhá-la e o movimento me fez perceber que imediatamente os “curiosos” pararam de me encarar e disfarçaram completamente constrangidos, olhando em outras direções.

- Bem melhor assim. Continuou.

Sorri fracamente em agradecimento.

- Agora querida, deixe-me ajudá-la sim?

Enquanto falava ela ia arrumando o meu lenço no lugar, da maneira que estava antes.

- Pronto acabamos. Está linda. A propósito sou Carmem, muito prazer. Falou sorrindo.

- Obrigada. Bella me chamo Bella.

Ela assentiu e continuou sorrindo.

- Ouvi que estava indo pra recepção, pois bem agora tem companhia. Estamos indo para o mesmo destino. Tenho que assinar a alta de um paciente.

Só então reparei na sua roupa. Estava vestida com camiseta e calça brancas, sem deixar de acrescentar o jaleco, lógico. Sem contar no mais óbvio, o crachá de identificação em que se via claramente: Dra. Carmem Denali. Ótimo Isabella, uma médica! Pra quem está praticamente fugindo de dois médicos e uma enfermeira, topar com mais um não é nada demais. Mas também o que eu esperava? Estou num hospital oras! Saí de meus pensamentos quando ouvi a voz do condutor do elevador.

- 1° Andar!

Enquanto aguardava as pessoas que estavam na minha frente na saírem Carmem falou:

- Vamos Bella? Perguntou enquanto me puxava suavemente pelo braço bom.

- Sim vamos. Respondi.

- Boa sorte garota!

Estaquei ao ouvir claramente a voz do condutor. Olhei pra trás um instante depois e agradeci.

- Muito obrigada. Sorri um pouco recebendo o mesmo gesto em resposta, enquanto as portas do elevador se fechavam.

Continuei andando com a Doutora Carmem, mas ao mesmo tempo pensando em como faria parar achar a Sra. Webber. Pelo que o Dr. Peter havia dito ela me esperava na recepção, ao que parece já estava tudo acertado para a minha alta. Tudo muito fácil Bella, é só você encontrá-la e irem embora, simples! Droga, a quem eu queria enganar? Quando foi que as coisas na minha vida foram fáceis? Nunca!

Caminhamos mais um pouco e enfim chegamos ao corredor que dava a recepção. Dessa vez parece que estava enganada, porque achar a mãe de Ângela foi fácil demais, mas como alegria de pobre dura pouco avisto a segunda pessoa que não queria ver hoje assim como ELE, Alice. Ela estava sentada justamente na cadeira ao lado da Sra. Webber.

-Não, não não! Por que tudo simplesmente não é menos complicado? Murmurei comigo mesma.

- Chegamos Bella, foi um prazer te conhecer. Dra. Carmem falou.

Estaquei atônita. Ao que parece ela falou a palavra BELLA um pouco alto demais. Imediatamente olhei para as cadeiras a nossa frente e pude constatar o que no fundo eu já sabia. Minha fuga acabara ali. Ainda com os olhos presos em Alice vi o que eu mais temia. Ela me olhava incrédula, mas mesmo o choque não era capaz de encobrir a PENA. Não consegui sustentar seu olhar por muito tempo, até porque não era mais necessário já que ela vinha correndo na minha direção, seguida pela mãe de Ângela, que por coincidência, ou melhor, como já era de se esperar me olhava da mesma maneira. Saí novamente de meus devaneios com a voz da Doutora e os braços de Alice me rodeando apertado.

- Então Bella, já vou indo, vejo que está em ótimas mãos. Mande um beijo a Esme Alice. Cheguei ontem, mas ainda não a vi. Muito trabalho, você sabe minha querida. Falou indo em direção a um casal com um bebezinho nos braços, sem me dar tempo para responder, o que foi de certa forma uma benção, porque não sei se estaria em condições de formular uma resposta coerente.

Permaneci imóvel todo esse tempo. O único movimento visível era o dos olhos, por isso pude acompanhar o trajeto de Carmem. Depois de alguns instantes, o que pra mim pareceu uma eternidade, Alice finalmente me soltou. Não consegui olha-la nos olhos e enxergar e vê-la me olhar daquela maneira novamente. Duas vezes no mesmo dia seria inconcebível, por isso baixei minha cabeça enquanto falava.

- Já podemos ir Sra. Webber? Ainda estou um pouco tonta, não posso ficar muito tempo de pé. Falei ignorando totalmente Alice.

- Claro minha querida. Está tudo acertado, inclusive os papéis da alta. Só estava esperando você chegar, juntamente com os seus médicos para irmos. Respondeu um pouco sem jeito, o que me levou a concluir que ela já sabia de boa parte da história. Céus, isso não pode ser coincidência, tenho que começar a pensar seriamente nisso tudo.

Por mais que esse ato me ferisse por dentro, era necessário. Melhor agora, enquanto ainda tenho forças pra fazer o que era preciso.

Ouvi um arquejo, não precisaria de muito esforço para saber de quem foi. A exclamação seguinte respondeu todas as possíveis dúvidas.

- Como assim ir embora Bella? O Edward... Meu irmão está feito louco te procurando por toda a cidade. Ele precisa saber que está bem. Você não pode ir assim, ele tem que te ver saber que está bem...

- Não posso Alice. Agradeço toda a preocupação de vocês, mas realmente estou muito cansada e tudo o que mais quero é sair desse lugar, preciso estar em casa. A interrompi falando a primeira coisa que veio em mente, ainda sem encará-la.

- Nada disso Bella! Não posso acreditar que depois de tudo o que passamos, ou melhor, o que o Edward passou nesses quinze malditos dias, você vai tratá-lo assim. Será que não tem um pouco de pena do sofrimento dele? Por mim, eu até entendo, mesmo que fique magoada, mas DELE? Não custa nada vê-lo, só um minuto, depois poderá fazer o que achar melhor, prometo que te deixo em paz, ele está com a mamãe, não levará muito tempo...

“O que ele sofreu”. Essa pequena frase ficou ecoando na minha cabeça. Só de imaginar Edward sofrendo por mim, o buraco no meu peito lateja. O sofrimento dele, meu sofrimento. Não posso permitir que continue assim.  Por mais que o queria ao meu lado, não pode ser assim. Por mais que anseie pelo calor dos seus braços, não sou egoísta ao ponto de atender a esse desejo. Ele tem que ser feliz, merece isso, muito mais do que eu. O que só me dá certeza da minha decisão. Sem sombra de dúvidas isso é o certo a se fazer.

- Pelo amor de Deus Alice. Murmurei as lágrimas que tanto me esforcei para segurar, escorrendo livremente pelo meu rosto, enquanto me afastava em direção a saída.

- Bella, não faz isso, por favor! Ela falou enquanto segurava levemente no meu braço quebrado.

- Ai! Gemi involuntariamente. Meu braço já estava doendo por causa da corrida de agora a pouco, acho que foi por isso que seu toque doeu mais do que o necessário.

- Desculpa, desculpa, desculpa Bella! Eu não fiz por mal, jamais te machucaria, por favor, me ouve. Ai meu Deus, chamem um médico! Ela gritava a plenos pulmões.

Por fim encontrei forças para acalmá-la e pedir que parasse com aquele escândalo. Primeiro porque não havia necessidade para tanto, e segundo porque tudo o que mais queria era chamar atenção.

- Calma Alice, está tudo bem. Você não me machucou. Falei tentando convencê-la, e ao mesmo tempo não demonstrar que ainda doía, e muito.

- Tem certeza? Vou chamar a minha mãe, ela pode dar uma olhada e ver se eu não tirei algo do lugar, sei lá. Ela é médica, sabe o que fazer. Murmurava, graças a Deus mais baixo dessa vez.

- Está tudo bem, de verdade Alice. Só está um pouco sensível, pois está quebrado. Qualquer movimento por menos que seja, incomoda. Não se preocupe você não tirou nada do lugar sim? Abracei-a desajeitadamente enquanto falava.

Ela assentiu quando a soltei. Cometi o erro de encará-la, pensando que assim daria mais veracidade a minhas palavras.

Sua expressão era triste. Seu olhar denunciava a culpa que estava sentindo. Mas ainda assim a maldita PENA estava presente e foi o suficiente para voltar à realidade da situação.

- Agora realmente tenho que ir. Como pode ver preciso realmente descansar. Muito obrigada por tudo, tudo mesmo. Diga ao Edw... Ainda era muito difícil pronunciar o nome dele pra mim mesmo quanto mais em voz alta. Ao seu irmão, que não precisa se preocupar, na medida do possível estou bem. E agradeça a ele por mim sim? A vida segue. Nem sempre é como queremos, mas sim como merecemos, infelizmente.

Não segurei o choro, ele veio com as últimas palavras: marcantes e traiçoeiros.

Não ousei olhar para trás e ver a expressão de Alice.

Me apoiei no braço da Sra. Webber enquanto caminhava para a saída mais uma vez. Ela pareceu compreender minha atitude, porque graças a Deus não questionou. Enquanto caminhávamos, minhas lágrimas escorriam livremente, eu precisava disso, botar pra fora de alguma maneira à dor que cortava meu coração. Só falou comigo quando estávamos no estacionamento.

- Bella, tenho que voltar e falar com seus médicos. As recomendações estão nos seus documentos, junto com a relação de medicamentos, mas ainda tenho algumas dúvidas. Você fica aqui enquanto volto lá e resolvo isso querida, tenho certeza que a menina Alice já não está mais lá...

- Realmente não precisa se preocupar Sra. Webber. Tenho aqui comigo todas as precauções que devo tomar de hoje em diante. Muito obrigada por vir até aqui. Não sei como agradecer e acredito que nesse momento nem consiga fazer isso direito. Na verdade só preciso que a senhora me dê uma carona até em casa...

- BELLA!

Fui interrompida por uma voz bastante conhecida. Meu corpo reagiu instantaneamente ao ouvir meu nome na sua belíssima voz. Imediatamente meu corpo inteiro se aqueceu. As lembranças que eu achava que estavam mais vivas do que nunca na minha memória não faziam jus a sua beleza.

Se foi por reflexo ou desejo de vê-lo uma última vez não sei. Eu iria sofrer depois, mais ainda do que se não tivesse tomado essa atitude, mas mesmo assim o fiz. Depois pensaria nas conseqüências.

- Exatamente isso DEPOIS. Falei comigo mesma.

Agora só que importava era ELE.

Virei-me lentamente encontrando suas maravilhosas esmeraldas fixadas diretamente em mim. Não vi pena nem decepção, como esperava de certa forma encontrar. Ali, naquelas orbes verdes era transmitida apenas uma sensação maravilhosa, que aquece, acalenta, e conforta, que tanto eu senti falta.

Continuei ali parada. Não tinha reação alguma a não ser olhá-lo. Guardar cada traço perfeito. Fechei os olhos memorizando esse momento. Quando os abri novamente ele não estava mais tão longe como antes e sim na minha frente os braços estendidos.

Mesmo assim meu corpo não conseguia reagir, parecia inerte. Só precisava de dois passos e estaria segura

Olhei nos seus maravilhosos olhos verdes novamente e me permiti o luxo de não ter dúvidas. Pelo menos agora.   Edward deu aquele sorriso torto maravilhoso e não hesitei mais. Cobri a distância que nos separava.

SEGURA. Era assim que eu estava. Sentir novamente o calor do corpo dele.

- Estou aqui amor. Nunca mais vou quebrar a minha promessa. Nunca mais Bella! Ele murmurava com o queixo apoiado na minha cabeça, estreitando ainda mais o abraço.

Nada absolutamente nada era mais importante do que eu senti ao ouvir aquelas palavras. As lágrimas dessa vez não tinham nada de tristeza, eram só e unicamente só de EMOÇÃO. Por sentir e viver novamente mesmo que por pouco tempo...

O AMOR EM TEUS BRAÇOS...

“Se for sonho não me acorde, eu preciso flutuar;

“Pois só quem sonha consegue alcançar...”.


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Notas finais do capítulo

ENTÃO FLORES, COMENTS, ESTRELINHAS, RECOMENDAÇÕES?

FELIZ ANO NOVO ADIANTADO FLORES... QUE DEUS ILUMINE CADA UMA DE VOCÊS, OBRIGADA PELO CARINHO NOVAMENTE.
GRANDE BEIJO!