ARDES escrita por AJFrancklyn


Capítulo 11
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O militarismo é uma oportunidade em vários aspectos. Pode ser o paraíso para um esforçado visionário ou o inferno para um pasmo preguiçoso, vai de cada alma que ali chega. É firme, como a vida exige, e forma como ela mesma precisa.

Fato é que, naqueles dias, havia certo preconceito com as Armas (Marinha, Exército e Aeronáutica), e entre elas tinha severa distinção, tanto que os pais preferiam que seus filhos ganhassem asas em vez de caminharem ou que eles nadassem em vez de rastejarem, e só em caso de não aparecer algo mais interessante para lhes dar status é que permitiam a seus rebentos entrarem para o exército.

Porém nem todos pensavam assim, e quando chegou a sua época de alistamento, ele sabia que não queria voar, tampouco navegar. Precisava de motores, e, de preferência, que estes estivessem conectados a rodas, e estas sobre o chão.

— Lamento! Não posso inscrevê-lo. Atravesse a rua e procure uma das outras duas opções.

Rainen não gostou da ideia.

O lugar era pequeno, mas bem organizado: uma sala de 50 m², com três grandes janelas, embora precisasse do ventilador de teto ligado para refrescar o ambiente. Havia três armários, um bebedouro, um telefone, além de dois computadores e uma balança que mensurava peso e altura. Três mesas acomodavam alguns papéis, canetas e outros poucos materiais. O lugar estava vazio, apenas com ele e o responsável pelo alistamento, o senhor Laurence.

— … Não posso! — enfatizou.

— Mas o que há de errado?

— São suas notas…

— Ruins demais? — questionou o garoto.

— Ao contrário, muito boas.

— Então?

O funcionário mantinha os olhos fixos nos papéis em suas mãos.

— Com essas notas, e em outra carreira, você seria melhor utilizado.

Ele sabia que sim. A matemática e a álgebra lhe permitiriam isso, mas argumentou:

— Senhor Laurence… entendo o que me fala, mas você me conhece, sabe que minha ligação é com motores e tudo o que os cerca. Não tenho interesse em voar ou navegar, a coisa comigo é em terra.

Sim, Laurence o conhecia, pois o rapaz fez várias manutenções em sua antiga caminhonete. Foi um problema crônico que se repetiu durante 5 anos, mas o rapaz o identificou e resolveu.

— Não posso desconsiderar o seu potencial dentro dessa área de conhecimento. Seria um pecado. Mas, se eu inscrevê-lo, as coisas podem ser mais difíceis, tanto para você quanto para mim.

— Senhor Laurence, eu preciso ir para o exército. Para isso, corro qualquer risco — enfatizou Rainen.

O homem ponderou por alguns instantes e, mesmo temeroso, preencheu as requisições e entregou-lhe um canhoto:

— Agora é só aguardar. Boa sorte!

Com aquilo, o jovem sentiu esperança.


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