Sorrisos e desencontros escrita por Manu


Capítulo 9
Decisões


Notas iniciais do capítulo

Consumação: é o primeiro ato de relação sexual entre um homem e uma mulher, após o seu casamento com o outro.



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Meu coração amou até agora? Não, juram meus olhos. Até esta noite eu não conhecia a verdadeira beleza.

Romeu e Julieta- William Shakespeare

Também não quero que se case com ele.-Matt disse, com determinação transbordando de seus olhos.

—Então... o que faremos?-Maeve perguntou.
Ele a puxou pela mão para um corredor mais escuro do castelo visto que a discrição era imprescindível.

—Fuja comigo.-o príncipe disse, sem prolongar-se mais.

—Matthew! Mas isso é...
Ele a puxou para junto de si, a beijando com ternura, mas com as notas de desespero sobressaindo.

—Eu a amo. E será uma vida miserável tanto para mim como para você, caso você se case com meu irmão. Não posso suportar isso. Eu sei que você não o ama, Maeve, e sei da coragem que tem dentro de você. Não peço que me ame por agora, seria exigir tanto do destino... mas peço que fuja comigo, para longe daqui, o máximo que pudermos. Seja feliz comigo, sei que posso fazer você feliz, arriscaria minha vida nisso.
Lágrimas quentes deslizaram sobre o belo rosto da moça.
Ele a abraçou, acariciando seus cabelos.

—Eu disse algo que a machucasse?-perguntou.
Ela se afastou um pouco dele, libertando-se do seu abraço, mas agora olhando em seus olhos.

—Uma vez me disse que nunca arriscaria minha vida.-Maeve falou.

—Sim. Juro que vou proteger você, apenas confie em mim.

—Matthew, que bem isso faria? Você abandonar sua posição de príncipe, seríamos perseguidos, e talvez até mortos, tudo por algo que sabemos que não podemos viver.

—Todos morreremos, princesa.-ele afirmou.-A questão é o que defendemos enquanto vivemos, e como escolhemos viver.

Maeve estava terrivelmente confusa, ele não queria arriscar a vida dela, mas ao mesmo tempo estava pronto para morrer em prol de uma utopia. Ela também não suportaria perdê-lo, não o homem em quem pensou em reencontrar todos esses anos.

—Não sei o que fazer, Matt.

—Me responda depois. Está tudo bem, vai ficar tudo bem.-ele olhou para o lado, barulhos de guardas passando pelo outro lado do corredor lhe chamaram a atenção.-precisamos ir, a verei durante o jantar, my lady.
Ele beijou sua mão e pretendeu sair do corredor primeiro, para evitar atenções indesejadas.
Maeve o puxou para si, agarrando-se com firmeza à gola do casaco do príncipe. Beijou-lhe os lábios, o pescoço... querendo mais e mais dele. Em seguida parou.
—Até mais tarde, príncipe Matthew-Ela falou, sorrindo. A adrenalina e excitação excedendo todas as outras emoções.
Matthew também sorriu ao vê-la correndo de volta para seu quarto, Maeve fechou a porta, ofegante. Pensando onde toda a prudência tinha ido parar.
******************
Era chegada a hora do jantar, Maeve havia terminado de se arrumar quando ouviu as batidas na porta e percebeu que eram os guardas que a escoltariam para a sala de jantar, privada para ela, Matthew e o rei acompanhado de sua rainha.
Ela adentrou no cômodo sendo recebida pela voz excitada da rainha.

—Maeve, está belíssima! Vamos, sente-se ao meu lado.

—Será um prazer, majestade.
Sentou-se, mas não antes de reverenciar o rei e seu filho. Segurando o olhar em Matthew por uns segundos a mais, era impressionante como ele estava radiante.

—Seus pais mandaram informações de que já estão a caminho, Maeve. Imagino que deve estar ansiosa para o casamento.-o rei falou.

—De certo, senhor.-Ela respondeu com o máximo de cortesia que pôde reunir.

—Apenas lamento que o Louis não vai estar aqui.-Disse a rainha, um pouco melancólica.

—Quando ele chegar irá para a parte mais divertida, minha querida. Com certeza ele preferirá a consumação do que toda a festa.-o rei David falou, com um tom de brincadeira.

—David!-a rainha sussurrou com um tom que só as esposas tem com seus maridos, e que lhes promove sinal de alerta.-O que Maeve irá pensar do Louis?

Maeve não conseguiu fingir cortesia naquele momento.

"Consumação" ela pensou. Com o Louis...
A taça de vidro quebrou-se na mão de Matthew, o sangue escorria mas ele parecia não se importar, e não tirou os olhos do prato que estava diante dele.

—Filho! você está bem? Vou chamar a serva.

—Não. Eu perdi o apetite. Vou me retirar.
Maeve queria ir atrás dele mas obviamente não poderia.
O viu atravessar as portas e desaparecer diante de seus olhos, e limitou-se a ouvir o rei retrucar qual era o problema dele. Várias foram os palpites, seu pai pensou que talvez ele estivesse ofendido de Matt ter que ocupar o lugar do seu irmão durante o casamento, garantiu que após isto encontraria um bom partido para ele. A rainha não manifestou opinião.

Maeve obrigou-se a enfiar alguma comida na boca e escutar a conversa dos dois, e assentia, de quando em vez.

Uma vida de aparências era tudo que tinha tido até aquele momento.
Finalmente quando o jantar acabou ela despediu-se do rei e da rainha e ordenou ao primeiro servo que viu:

—Papel e tinta.
Matthew estava deitado em sua cama, sua mão enrolada em um lençol que ele mesmo rasgou após retirar os cacos de vidro e lavar seu ferimento.
Um servo bateu na porta.

my lord?

—Entre-Ele respondeu.

—Uma carta para o senhor.

Matthew pegou no papel, quebrando o selo para ler a frase.
Eu aceito. Diga-me quando.
                                              M


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