As quatro fases Lunares. escrita por Moa


Capítulo 1
I — O passado.




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— o passado.

E quando os fogos de artíficios foram jogados pelo ar, os capelos foram jogados ao ar em uma comemoração de vitória e evolução. A turma se abraçava unida, assim como sempre estiveram em momentos especiais como esses. Mônica olhava orgulhosa para seu diploma escolar, assim como todos os outros colegas, enquanto Do Contra lhe abraçava de lado: — Parabéns por essa conquista, Mô. Tenho certezza que logo logo estarei com você na UNIP.

Obrigada, DC. Mesmo que eu esteja dois anos à sua frente, eu sempre irei lhe esperar. — selou rapidamente os lábios ao do garoto mais novo, enquanto o abraçava. — Eu estarei aqui quando você se formar, e eu estarei lá quando você iniciar sua vida adulta.

Cebola encarava de soslaio o casal de pombinhos enquanto fingia conversar com Cascão, até receber um tapa forte no braço pelo amigo que estava cansado de falar com o vento: — Auch! Qual seu problema?

Qual o SEU problema, Cebola? A Mônica tá namorando o DC há quase dois anos, por quê você ainda insiste nisso? 

Sabe que é difícil ver dois ex-ficantes seus namorando juntos... Por mais que eu não goste de assumir que eu peguei o DC naquela noite... — murmurando baixo como se contasse um segredo (o que não era mentira, já que Cascão e o próprio DC eram os únicos que sabiam da história constragedora da bissexualidade de Cebola) ele se afastou um pouco com o amigo para perto de uma árvore.

Parte pra outra, cara! Eu terminei com a Cascuda e nem por isso fico enchendo o saco dela sobre ela estar namorando o Titi, por mais que odeie aquele cara, ela sabe no que tá se metendo. — Cascão deu de ombros, olhando a turma conversando animadamente e focou-se em Magali, que estava encostada em um das árvores pensativa. — Já volto. 

Caminhando lentamente em direção à garota de cabelos negrumes como a noite que se aproximava, Cascão colocou os braços entre os ombros de Magali, assustando-a de leve: — Ah... oi, Cas.

Não parece animada... está triste por ter se formado no colegial? 

Não é isso... só... tenho medo do que pode vir pela frente. — encarando o céu sem fim, Magali sabia como ninguém o seu futuro. E isso envolvia o seu passado; a sua origem. — Enfim, sem deprê hoje, né? Vamos na pizzaria que o primo do Quim abriu! Por minha conta! — Magali falou alto o suficiente para a toda turma ouvir, ouvindo eles comemorarem e partirem em direção ao local. 

A turma de aproximadamente dez estudantes caminhavam animados, juntos e unidos conversando de forma alta e barulhenta pelas ruas do Limoeiro, partindo em direção à pizzaria de Jorel. Era possível de longe ouvir as risadas altas de Cascão enquanto Do Contra contava piadas nada engraçadas — mas que tinham uma pequena porcetagem de graça para Cascão — e Carmem reclamar da escolha do local de comemoração, enquanto Denise apenas apoiava a amiga. Pararam em frente à pizzaria e entraram, chamando a atenção dos clientes que ali esperavam com tamanho barulho. 

Pelo amor de Deus! Não tinha lugar mais chique para comemorarmos? Não é todo dia que se força no colegial! — Carmem, como sempre, reclamando da baixa qualidade do local. Seus amigos preferiram ignorar tamanho deboche, afinal, estava ali para comemorar, e não discutir.

E então, vamos pedir a mega pizza? — Cebola perguntou assim que se sentaram numa mesa extensa. — Vi que ela tem cinco sabores, mussarela, portuguesa, bauru, calabresa e banana com brigadeiro.

Misturar doce com salgado?! Ew! — Denise negou, mas já era tarde: o pedido havia sido feito. — Se eu morrer de tanto nojo e desgosto, vocês irão pagar meu funeral! 

Não se preocupe, Denise, a pizza de banana com brigadeiro do Jorel é a melhor da cidade. — Magali sorriu doce, acalmando a garota que assentiu levemente, mas ainda receosa. Não queria passar mal na frente dos amigos, seria seu maior vexame. 

Após trinta minutos entre discussões saudáveis e assuntos jogados fora, a turma se encontrava degustando da pizza de cinco sabores do Jorel: enquanto alguns diziam ser a melhor pizza do mundo, outros (como Carmem) diziam ser algo simples, porém de boa qualidade para aquela parte do Limoeiro. Conforme o tempo passava, a turminha ia se despedindo um do outro: tinham compromissos com a família no horário noturno para comemorar a formação e com isso, sobrou apenas Magali na padaria (que ficou afirmando que conversaria com Quim, quando, na realidade, apenas queria respirar o oxigênio sem dividir com alguém).

A realidade era que Magali, diferente de outras pessoas de sua idade, sempre temeu a sua formação. Pois sabia que quando estivesse livre das responsabilidades do colégio, outras ainda maiores viriam — e elas tinham nome e sobrenome: sua origem. Desde que teve revelações na infância que era descendente de bruxa e percebeu que atraía acontecimentos bizarros ao seus amigos, Magali se aproximou mais da bruxaria, mesmo que de forma mínima. Ela sabia, no máximo, fazer uma poção de amor que durava duas horas: era o máximo que conseguiu aprender com as cartas que sua tia-avó lhe enviava do interior. 

Nem mesmo Mônica, sua fiel e escudeira melhor-amiga, sabia que Magali treinava quase a vida toda poções e feitiços através de cartas enviadas (já que Magali sempre disse ter deixado claro que odiava essa sua origem, quando, na realidade, ela apenas queria se aproximar mais desse lado) e pouco-a-pouco se tornava uma bruxinha. Sua tia-avó, Nena, esperava ansiosamente Magali quando esta completasse dezoito anos: a idade da purificação lunar, o momento em que a alma de Magali estivesse cem por cento pronta para adentrar ao mundo da magia de uma vez por todas.

Mas, a questão naquele momento era: Magali realmente queria se tornar uma bruxa e se tornar uma protetora melhor que Viviane da Lua, ou ela queria ser apenas Magali Lima, uma jovem adulta normal e de vida monótona? Tudo isso dependia exclusivamente de Magali e de seu coração puro, dividido em suas duas origens.


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