Estavam na sala de espera. Os médicos estavam com Bella na sala de traumas, uma obstetra tinha chegado e Carlisle não chegou a dizer sobre a especialista que estava atendendo a nora para que Edward não entrasse em colapso. Não que já não estivesse em um agora. Assim como Jackson, que tinha ficado com Alice em casa, mas não tinha parado de chorar e Esme, apesar de ficar muito preocupada com Bella, voltou para casa para cuidar do neto.

Um interno os chamou e a obstetra os avisou do estado de Isabella.

— O que são da senhorita Swan?

— Ela é minha noiva. – Edward logo respondeu. Carlisle encarou o filho, mas não o corrigiu.

— Certo. Isabella chegou aqui com um forte sangramento, mas chegou a tempo de evitar o aborto. A manteremos por aqui até que não precise de monitoramento médico integral. Ou seja, no máximo dois dias aqui com a gente.

— Calma. Aborto? - Edward não olhava para lugar nenhum em especial.

— Sim. De acordo com o tamanho do embrião, ela está em sua primeira semana e, infelizmente é bem comum a ocorrência de abortos espontâneos no decorrer do primeiro trimestre. Agora ela está dormindo, mas pode ficar no quarto com ela até que ela acorde. Meus parabéns senhor Cullen. Parabéns Doutor Cullen. – Ela se afastou e o interno logo a acompanhou.

— Eu vou ser pai de novo?

— Parece que sim meu filho. – Carlisle o fez virar para ele. – Meus parabéns, fico feliz de ser o primeiro a desejar isso a você. – Eles se abraçaram. – Agora vá até a sua "namorada" e quem sabe ela concorde em ser chamada de "sua noiva", consentimento antes filho, eu te ensinei direito.

Edward riu e pediu para que o pai não contasse ainda para o resto da família. Ainda não. Queria que Bella e ele anunciassem em um jantar com ela já estável. Carlisle se afastou e ligou para a esposa. Edward se dirigiu para o quarto indicado pela enfermeira sorridente no balcão, antes ele deu um autografo a ela, que pediu muito envergonhada por aquilo. Só não pediu foto por considerar ainda mais errado do que pediu uma assinatura no papel de um parente de uma paciente. Mas era Edward, seu músico preferido, seu namorado ficaria com ciúmes, pois também era fã do musicista.

Bella dormia tranquila, o neurologista a tinha liberado e agora ela só precisaria de repouso constante, ordem da obstetra, pelo menos até que os riscos do primeiro trimestre estivessem descartados. Edward sentou na poltrona ao seu lado e segurou a sua mão. Estava feliz demais com o novo bebê chegando. E no fundo ele temia que um dia ele e Bella se separariam novamente, a vida tem dessas. Pelo menos dessa vez ela teria algo dele, um laço inquebrável.

Pensou em Jackson, sua mãe tinha chegado em casa a essa hora. Pegou o telefone e telefonou para a irmã. Alice atendeu no segundo toque. Avisou que estava com Jackson ao lado dela, dormindo depois de tanto chorar. O menino estava encolhido ao lado dela e ela falava sobre seu estado aos sussurros. Edward prometeu ligar mais tarde e depois que sua irmã desligou ele pensou muito sobre a conversa que teria com o filho. Com certeza estava mais do que arrependido.

— Você sabe onde é agora? – Bella sussurrou ao olhar o teto branco.

— Onde é o que?

— Está com essa cara pensativa, tentando descobrir o que falar e como falar. É sobre mim? É sobre o câncer, não é? Ele voltou? Onde ele está? – Bella não chorava. Passou anos lutando contra aquele monstro e estava pronta para mais um round.

— Meu amor. – Ele se aproximou dela.

— Fala logo Edward!

— Não é o câncer, ele não voltou e eu peço a Deus que nunca tenha que passar por isso novamente. – Ele riu e beijou a testa dela.

— Não me assusta desse jeito. – Ele deu um leve tapa no peito dele. Ela respirou fundo e sentiu o cheiro característicos de hospital. – Odeio hospital, espero que seja a última vez que eu precise entrar aqui.

— Lamento, mas seus planos serão frustrados. Vai precisar vir aqui pelo menos uma vez por mês. Tenho que ver com a sua médica.

— Ah não, eu não preciso.

— Vocês precisam amor. – Ele tocou na barriga dela.

— Vo-vo-cês? Vocês? Vocês quem? – A ficha estava caindo.

— Você e o bebê, o nosso bebê.

— Não brinca comigo. – Os olhos dela marejaram.

— É o melhor presente que você poderia me dar.

— Edward. – Ela levou a mão ao peito. As lágrimas caíram. Edward ficou com medo de um novo sangramento começar e começou a sair de perto dela para chamar alguém para ajudar. – Eu pensei que nunca teria isso.

— O que? Filhos?

— A quimioterapia, eu pensei que tudo estivesse acabado. Eu nem pensei em preservar nada...eu queria você como pai dos meus bebês, eu não queria mais nada além de um futuro, uma família com você, só com você. - Ela chorava. Edward se aproximou.

— Pensava que estava estéril? - Edward questionou. Ela assentiu e limpava as lágrimas. Ele respirou fundo.

— Não está com raiva?

— De ser pai? De novo?

— Sim.

— Não. Ainda mais quando eu vou ter um filho com você, quando Jackson vai ter alguém para ser exemplo.

— Jackson... Ele não tem culpa Edward, meus hormônios devem estar loucos, eu não sou tão frágil assim, eu imagino como deve ser esquisito ter alguém que não é sua mãe ao lado do seu pai. Charlie teve alguns encontros.

— Mas você não é só um encontro. - Os olhos de Edward transbordava sua sinceridade.

— Eu sei amor. - Ela acaricia o rosto dele - Agora eu sei. Obrigada por cuidar de mim! - Eles se beijaram demoradamente.

— Casa comigo? - Ele pediu parando de beijar a boca dela. Bella arregalou os olhos.

— É sério? - Ele se afastou sorrindo. Seus olhos já diziam tudo.

— É claro que sim, eu te amo, você me ama. Desde a adolescência Bella. Sabia que fingir uma queda te traria para mim.

— Você não fingiu não, amor. - Ela riu e o puxou para um beijo demorado. - Tão fofo! – Apertou-lhe as bochechas e sorriu.

— Bella... - ele gemeu.

— Aceito. Eu aceito me casar com você, Edward. Espero que não se arrependa depois. Não terá volta!

— Você não se arrependeu até agora, vai continuar assim!

Sorriu e a beijou novamente.