Do início até o para sempre escrita por Gle Smacked Cullen


Capítulo 6
Santo matrimônio


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores, ta ai um capítulo novinho pra vocês, espero que gostem.

E obrigada pelos comentários, eles me ajudam muito e me dão animo!

Boa Leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/792405/chapter/6

Em pleno outono de 1917...

Hoje é o dia do meu casamento, todos os meus preparativos para a minha partida estavam prontos, apesar de não ser tantas coisas. 

Suspirei olhando minha imagem no espelho, enquanto duas únicas acompanhantes que meu noivo contratou me ajudavam a terminar de arrumar meu cabelo.

— Minha filha, você está tão linda. Seu marido vai ficar encantado -mamãe falou docemente a mim

Eu tinha que concordar, eu estava consideravelmente bonita, nada comum a mim, que não costumo colocar a vaidade em primeiro plano.

Meu vestido em seda branca, com bordados de dourado e prata definia perfeitamente meu corpo. Além da fronte que prendia um fino véu de seda branca, que não impedia de ver totalmente meu rosto.

— Obrigada mamãe - esbocei um sorriso tentando disfarçar o meu completo desânimo.

— Filha, quando me casei com seu pai, mal nos conhecíamos. E com o tempo, aprendemos a nos amar. - eu sorri forçadamente.

— Mamãe, pegue a grinalda por favor - eu disse no intuito de ficar sozinha no curto momento que me restava e então ela assentiu e se retirou sem falar nada.

— Senhorita, preciso concordar com sua mãe. Você é uma noiva muito bonita - Dei-lhe um sorriso

— Muito obrigada, senhora...? - quis saber seu nome.

— Barbara Malone, senhorita – ela disse amigavelmente.

— Muito obrigada, Barbara! Charles que lhe contratou não foi?

— Sim, isso mesmo senhorita - não contive minha curiosidade e perguntei.

— O que me diz dele? - ela me olhou surpresa e desconfortável.

— Como assim, senhorita? Não tenho o que dizer dele.

— Desculpe-me pela pergunta. Só questionei porque foi poucas vezes que me encontrei com meu futuro marido e gostaria de saber mais - me expliquei.

— Tá tudo bem senhorita. Eu também não o conheço assim, ele só me contratou por agora; para lhe ajudar - ela disse me olhando nos olhos com ternura.

— É que estou um pouco preocupada Barbara, apesar de ser nosso destino casar não é algo que eu fiquei esperando ansiosamente. - Abaixei minha cabeça, não querendo lembrar isso.

— É normal ficarmos preocupadas, mas vai dar tudo certo - disse amigavelmente

— Obrigada pela gentileza Barbara.

Meus pensamentos tortuosos foram interrompidos por minha porta sendo aberta.

— Trouxe sua grinalda meu bem, temos que ir para a igreja agora - estremeci e fechei meus olhos, respirando fundo. Mas rapidamente, olhei-me no espelho, recuperei minha postura, arrumei minhas vestes e sai de meu quarto.

À medida que nos aproximávamos da igreja que seria realizado meu casamento, eu ficava mais e mais nervosa. Eu estava prestes a mudar totalmente meu destino.

Chegamos à igreja e eu mal conseguia respirar. Esperamos alguns minutos para entrar, primeiro Charles assinaria o contrato do dote, depois nos casaríamos.

— Esme, você está muito bonita. Estou orgulhoso de você minha filha - papai me disse comovido, Eu sabia que todos estariam orgulhosos, limpei minhas lágrimas teimosas.

— Obrigada papai, confesso que estou um pouco nervosa - falei, incapaz de me conter.

— É normal filha!

— Sinto que fui pega por uma onda nervosa e intensa e acabei sendo levada para o mar. - falei com toda a intensidade o olhando no olhos.

— O mar nos leva a vários lugares, querida. Talvez lhe leve a algum lugar melhor. - ele tentou me acalmou. Assenti, a música estava tocando.

As portas se abriram e comecei a caminhar acompanhada de meu pai, que me conduzia ao altar. Meu coração parecia querer saltar pela boca, enquanto eu olhava diretamente nos olhos pretos penetrantes de Charles que me esperava no altar.

— Tá tudo bem, fique calma - papai pronunciou baixinho. Conforme movíamos até o altar meu coração batia mais rápido. Os convidados todos de pé, me olhavam com admiração até que avistei Elizabeth que sorria e aquilo me tranquilizou um pouco.

Charles me olhava intensamente, e, quando se aproximamos meu pai me entregou a ele. Quando ele segurou minha mão, percebi que eu tremia ligeiramente. Ignorei isso e parei para a frente do cardeal.

— Estamos reunidos na presença de Deus e perante desta congregação para unir este homem e esta mulher no santo matrimônio.

Meu pai se aproximou e me pegou pela mão enquanto observei a mãe de Charles fazer o mesmo com ele e assim nos conduziram a nos ajoelharmos diante do padre, que iria nos dar as bênçãos núpcias.

A cerimônia de casamento seguiu com todo o protocolo necessário até o fim em que fomos declarados marido e mulher.

Após a cerimônia fomos para uma fazenda próxima, que quem residia era meus sogros. A festa de celebração do casamento seria dada ali com os demais convidados.

Seguimos para a fazenda juntos na charrete. Estávamos sentados, lado a lado, em silêncio. Meu nervosismo não havia passado, ainda não havia falado com ele depois daquelas curtas palavras que trocamos nos votos tradicionais do casamento. Não conseguia encontrar algo para lhe falar, me sentia estranhamente cautelosa na frente dele.

— É uma fazenda muito bonita - ele falou sério mas simpático. Sua voz era um pouco rouca.

— Estou ansiosa para conhecer - balbuciei timidamente.

— Depois da festa, vamos para casa a onde iremos morar. Espero que você goste - eu assenti sorrindo pouco. Eu estava dividida entre tentar me alegrar porque terei uma casa só minha ou ficar triste de me separar da casa que sempre morei.

Chegamos na fazenda e Charles me ajudou na saída da charrete. A fazenda era realmente muito bonita, era bem iluminada.

Quando entramos, estava tudo na perfeita ordem, a maioria dos convidados já haviam chegado. Uma das primeiras pessoas que reconheci no salão foi minha irmã, não suportei a distância e corri para abraçá-la.

— Elizabeth, que saudades - fui para junto dela e a abracei.

— Esme, querida! Eu também senti sua falta

— Obrigada por ter vindo, é muito importante - falei, tocando seu rosto para que me olhasse.

Ela assentiu fracamente, olhando ao redor, eu não entendi muito bem sua reação e logo percebi muita gente nos observando, inclusive Charles que estava ao nosso lado.

— Desculpe, me empolguei! Fazia bastante tempo que eu não encontrava com minha irmã - expliquei brevemente.

— Claro, todos entendemos. Não vai nos apresentar-lá ? - Charles questionou.

— Claro, me desculpe! Essa é Elizabeth, minha irmã mais velha - apresentei sorrindo.

— Prazer em conhecê-la, Elizabeth - ele disse sério e beijando a mão dela.

— Igualmente, Charles

— Vou festejar um pouco e a deixarei a sós para conversarem e matar um pouco da saudade - Charles pediu licença e se retirou. Quando ficamos a sós ela falou:

— Eu vim sozinha, Tommy está extremamente depressivo por não andar - ela falou visivelmente triste, seu olhar estava de dor.

— Beth, eu lamento muito por isso - lhe disse com sinceridade.

— Eu sei, mas tem algo bom nisso - ela respondeu sorrindo.

— O quê? - perguntei sem entender aquela reação dela

— Ele não irá mais ser chamado para a Guerra e vamos nos mudar novamente e ... - ela tocou na barriga.

— Ah meu deus! Isso é sério? - eu quase gritei, estava tão feliz com a notícia.

— É verdade, estou grávida Esme - ela respondeu com um lindo sorriso.

— Eu vou ser tia! Isso é adorável. Eu amo crianças, Beth - falei extremamente feliz.

— Logo você terão as suas crianças - ela me disse e eu sorri abertamente, eu tinha um sonho que era me tornar professora, só que o ponto mais alto de minha vida seria a realização de eu me tornar mãe.

— Eu e Tommy vamos para Londres, ele tem um parente lá e a vida será muito melhor para cuida-lo e criar nosso filho - ela me disse e eu entendi perfeitamente.

— É perfeitamente compreensível Beth, uma pena que não vou ter meu sobrinho por perto mas entendo completamente.

— Eu vou continuar me comunicando. Depois me passe seu endereço novo e eu envia... - Ela tentou falar, mas foi interrompida.

— Preciso interromper a conversa de vocês, sei que está a muito tempo longe de minha esposa mas preciso dela também - eu estranhei, mas não protestei.

— Claro, perdão querido cunhado. Eu já estava saindo, preciso cumprimentar as pessoas conhecidas na festa - minha irmã disse se retirando e então eu acompanhei Charles.

Começamos a andar lado a lado, de braços dados olhei pra ele e vi que me olhava lhe dei um sorriso constrangido e ele me retribuiu com um breve sorriso. Caminhamos em silêncio por algum tempo, até ele falar.

— Querida, quero apresentá-la aos meus familiares - ele disse e me guiou até a mesa deles.

Charles me apresentou a muitas pessoas durante a comemoração, depois dele me tirar de perto da minha irmã passei o restante da festa ao seu lado e não pude ficar com os meus convidados e familiares, tentei aguentar firme e não demonstrar o quão entediada eu estava.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então como foi? Gostaram? Comentem para eu saber o que acham.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Do início até o para sempre" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.