Do início até o para sempre escrita por Gle Smacked Cullen


Capítulo 20
O fim!


Notas iniciais do capítulo

Oii Gente, como vocês estão? Eu espero que vem, se cuidem, e cuide dos seus.

Essa semana foi um pouco difícil, acabei contraindo o vírus COVID - 19 ... Estou agora no meu 5 dia de isolamento, estou me sentindo melhor ainda bem, mas foi momentos complicados que graças a Deus está acabando, estou conseguindo passar por isso.

Peço que continuem se cuidando, quem puder se guardar e não aglomerar, FAÇA!

Agradeço pelo acompanhamento de leituras, espero que goste deste capitulo. E Perdão pelos erros de escrita.

Boa leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/792405/chapter/20

A minha felicidade do dia anterior, não voltou. Horas se passaram e meu pequenino não melhorou, apesar do carinho e da minha tentativa frustrada de alimenta-lo. 

Me arrumei com as primeiras roupas de encontrei e embalei meu filho com o cobertor que havia ganho das crianças e de Grace, desci as escadas e encontrei com a Senhora Abigail. 

— É acredito que seja melhor leva-lo ao médico. - Ela me ajudou até a porta e Grace veio correndo me acompanhando. Fomos em direção ao hospital local e lá me desesperei solicitando ajuda. 

Uma enfermeira me encontrou, se aproximou e examinou o bebê. Enquanto ela fazia isso, sua atitude mudou de alguém me fazendo um favor para alguém decidido a realizar uma tarefa séria.

— A senhora conseguiu amamenta-lo? - Eu balancei minha cabeça. 

— Não, não consegui! Sei que algo não está certo. Sua cor é diferente, e sua respiração - Eu estava muito nervosa e então Grace passou a mão levemente em meus braços. 

— Certo! Vou levar ele no berçário e o médico chegará em breve e poderá examiná-lo. - Assenti. 

Eu não queria deixá-lo ir. Mas beijei seu rostinho e disse-lhe para voltar logo, que eu o amava e estaria esperando por ele, e como ele desapareceu com a enfermeira, rezei para que fosse verdade. Grace me olhou e disse com o tom de voz baixo. 

— Vai dar tudo certo, minha amiga. - Eu assenti chorando 

— Sim! eu espero que sim, Grace. - Ela me abraçou. 

— Vá pra casa, amanhã você tem aula e é seu primeiro dia sozinha - Eu disse olhando pra baixo. 

— Não, agora não Esme. Ficarei mais um pouco contigo. - Assenti e me encolhi no banco rezando muito. 

 O tempo passou e eles não o trouxeram de volta. Meus braços vazios doíam e enterrei meu rosto na parede e chorei, apavorada com o que estava acontecendo com ele. Ninguém me disse o que estava acontecendo. Pedi a todas as enfermeiras que passassem, implorando que me contassem algo, qualquer coisa , sobre o que estava acontecendo. Mas todos eles deram tapinhas nas minhas mãos e me disseram que ele estava apenas sendo olhado e que eu deveria descansar. Nenhum deles olhava meus olhos. Grace já tinha ido para casa, devido a escola e eu fiquei por ali. 

Percebi o amanhecer e não aguentei, levantei-me e comecei a procurá-lo. Andei devagar, sentindo a estranheza do meu corpo pós-nascimento, sem nem mesmo saber para onde ir, acabei  por seguir vários choros e cheguei até   o berçário... Entrei no berçário e o encontrei, com uma cor azulada, me aproximei de seu corpinho e notei que a respiração estava muito lenta, senti uma dor inimaginável no peito e apenas soltei um grito abafado. Tentei pega-lo e fui impedida por uma enfermeira.

— Senhora, o que você está fazendo? Não pode está aqui. - Um olhar de pena cruzou seu rosto, ela pegou meu braço e disse gentilmente: “Por favor, Alguém virá e falará com você. ”

Agarrei a parede para me apoiar e tentei ficar firmei e olhei em seus olhos. 

— Você sabe o que está acontecendo, eu posso enxergar. Por favor, diga-me que ele está bem! - comecei a chorar desesperadamente, meu coração deu outra guinada cheia de dor e logo vi tudo girar. Incapaz de manter meus pés por mais tempo, deslizei desamparadamente pela parede e no chão de ladrilhos frio, a inconsciência me engolindo

Acordei e lembrei-me vagamente de ser colocada em uma cadeira de rodas. Olhei em volta e observei que estava numa maca, olhei ao redor e observei-me sozinha num quarto, eu estava com frio e percebi que minhas mãos tremia, novamente lembrei do meu filho e como o encontrei e apenas desabei em chorar, um médico apareceu e me olhou com piedade. 

— Meu bebê, Doutor! - Eu chorava desesperadamente e então ele suspirou. 

— Ele está doente, senhora! - disse ele, com franqueza e em voz baixa. 

— Como? por que? - gritei e chorei ... um choro dolorido que me faltava ar e fazia-me engasgar. 

— Se acalme senhora, sei que deve ser muito difícil. É febre pulmonar. É uma doença comum nos recém-nascidos. Ele está isolado neste momento e estamos fazendo o que podemos, eu prometo a você. 

— Por favor, ajude meu bebê. Eu não consigo ficar sem meu filho, ele é meu mundo - eu disse baixo e sem forças.

— Estamos fazendo o possível. Esta é uma doença desagradável e ele é uma criança muito doente. - Depois de tudo que fiz para mantê-lo seguro, fugindo de Charles, meu trabalho, dando à luz e alimentando-o, fazendo tudo o que podia com ele e ainda assim ele não estava seguro.  Por que Deus? por quê? O que eu fiz de errado? Chorei. 

O médico se afastou e então chorei deitada na cama, tantas lagrimas rolavam em meus olhos, que eu já não entendia de onde poderia vir tantas. Uma enfermeira entrou no quarto segurando meu pequeno. 

— Mamãe, eu poderia traze-lo ... Mas imagino como a senhora se sente. - assenti agradecendo e estiquei meus braços e o peguei, meu filho ... meu amorzinho. Sua respiração parecia forçada e sua cor estava azul. Coloquei a mão em seu peito e senti como suas costelas começaram a se contrair enquanto ele respirava. Eu tinha lágrimas nos olhos. 

— Meu amorzinho, lute meu amor! por favor. Não deixe a mamãe. - Chorei e encostei meu rosto em seu corpinho gelado, comecei a cantar uma musiquinha baixa em seu ouvido e beijar seu rostinho. observei sua respiração indo embora e olhei fixamente para seu rostinho e quando observei seu ultimo suspiro foi como se sentisse minha alma indo embora e junto com seu suspiro, eu também suspirei e gritei abafadamente. 

— Deus, não! - Gemi baixinho. A Enfermeira se aproximou e massageou meus ombros. 

— Sinto muito, mãezinha! - Minhas esperanças, minhas orações ... tudo deu em nada. Segurei seu dedinho que ainda mantinha segurando meu dedo, observei cada pequeno detalhe, imaginando tudo que passei até aqui os dias dele seguro em meu ventre, seu nascimento, seu chorinho, ele mamando. 

— Senhora, entregue ele para mim - Ela disse e eu neguei. 

— Não, eu quero ele comigo para sempre - Ela suspirou

— Não há mais nada que possa ser feito ... Achei que gostaria de se despedir. -  Assenti ainda agradecida mas incapaz de falar, eu estava tão fraca e com uma dor exorbitante. Como dizer adeus a esta criança que, em sua pequena vida dolorosamente breve, se tornou o mundo inteiro para mim? Eu o beijei e sussurrei em seu ouvido, dizendo-lhe repetidamente o quanto eu o queria, o quanto eu o amava... Meu bebê morreu em meus braços, menos de dois dias inteiros depois de nascer.

 Não meu bebezinho. Por favor ... isso não pode ser real.

Eu segurei o corpinho branco e sem vida até que eles o tiraram à força de mim. A Enfermeira chamou outros enfermeiros que o pegaram de meus braços e me forçaram a entregá-lo a pessoas que não o amavam, que o viam apenas como um bebê morto e não como o filho precioso do meu coração. Na briga, largaram o cobertor dele, o de tricô que as garotas fizeram com tanto carinho para mim, e gritei e gritei até perceber que ele tinha ido embora.

Eu não queria deixá-lo ir; não queria pensar no meu bebê frio e imóvel, sem ninguém para segurá-lo. Eu não queria que ele fosse embora e tinha que aceitar que ele não voltaria. 

A dor como escuridão, apagando cada partícula de luz, esperança e felicidade. Eu queria morrer... O médico apareceu e senti eu sendo sedada. Não me lembro mais.

Acordei no dia seguinte em um mundo que ficou escuro. Meu bebê. Meu bebê. Meu doce menino, meu bebezinho ... A imagem do meu filho rodava em minha mente, meus olhos ardia, meu peito doía e minha respiração era sufocada. Olhei em volta e levante-me encontrei minhas roupas e me vesti lentamente, incapaz de escapar dos lembretes físicos. Como eu poderia ter essa barriga frouxa com marcas roxas, esse sangramento de um útero que havia poucos dias sustentado a vida, e ainda não ter nenhum bebê para mostrar? Como eu poderia ter esses seios que de repente ficaram duros, apertados e dolorosamente cheios de leite quando não havia nenhum bebê para alimentar?

Dobrei a manta de tricô sobre o braço e, sem pegar mais nada, sai em direção ao corredor, a enfermeira que havia me deixado despedir do meu pequeno, me viu e ficou chocada ao me ver fora da cama.

— Senhora, volte para a cama! você precisa descansar. - neguei fraca.

— Preciso enterrar meu bebê. - eu disse categoricamente. 

— Senhora, isso não é possível - enfermeira hesitou.

— como assim? - Ainda meio desorientada questionei. 

— Espere um momento, volte para o quarto, chamarei o médico. - Ela correu e eu não voltei para o meu quarto quando. Fiquei parado por um tempo, sem pensar em nada, e quando meu corpo começou a doer, escorreguei pela parede e me sentei no chão. Eu não me importava se estava quebrando as regras ... o que as regras importavam agora?

Vi o médico chegando junto com a Senhora Abigail que correu até mim. 

— Esme, querida. Aqui está sujo - Ela disse suspirando e fui ajudada a levantar, eu não disse nada. Não chorei também, estava apática, sem nada dizer. Me levantei e apenas olhei pra o Doutor. 

— Senhora Everson, não será possível enterrar seu filho - ele me disse baixo mais sério. 

— Meu filho, precisa ser enterrado dignamente - eu digo baixo e sinto aos mãos da senhora Abigail nas minhas costas. 

— Esme, minha querida. É muita coisa pra você meu bem, é mais fácil para as mães se elas não tiverem os restos mortais para sobrecarregá-las. - Neguei e escutei o medico também dizer.

—  Nós lidamos com os corpos de natimortos e neonatos aqui! Você pode tentar novamente, putro bebê ... claro, sei que você é viúva mas - eu o interrompi. Meu corpo inteiro estava tremendo. 

— Você não sabe o que está dizendo -  eu disse rispida e cansada. 

— Lamento muito por sua perda, Sra. Evenson. Eu sei que você não está se sentindo bem agora ... volte para a cama. Podemos dar-lhe algo para ajudá-lo a dormir. - Balancei negativamente a cabeça e apenas voltei a chorar. A senhora Abigail me acompanhou pra fora do hospital, olhei em volta sem ao menos conseguir enxergar e pensar direito. 

— Senhora Abigail, eu preciso ficar sozinha. - Eu disse cansadamente. 

— Não, menina! Você passou por uma dor muito grande ... está fraca mentalmente e também fisicamente. - Ela disse dócil e então apenas neguei.

— Por favor - Suspirei e então ela olhou para todos os lados e suspirou. 

— Tá certo, Esme! Sente-se aqui. - Sentamos num banco da pracinha e eu nada disse apenas olhava fixamente pra frente sem ao menos saber o que enxergava, eu não estava chorando ... eu parecia um morto, eu estava morta já, sem vida.... não conseguia sentir mais nada. Observei a senhora Abigail se afastar, ela disse que iria pegar um negócio que não entendi, apenas levantai-me e caminhei. 

Eu perdi meu único filho, meu menino! O único que era meu dever proteger e cuidar, eu perdi meu pequenino. Caminhei por horas. Parei quando me senti tonta e descansei até que a dor em meu coração me levou adiante. Não sabia o que estava fazendo ou para onde estava indo, só sabia que não conseguia ficar parada. Eu não podia ir para casa e recolher os pedaços de uma vida que deveria ter um bebê, mas agora continha apenas o vazio. Meus seios queimavam e minha barriga doía. O leite vazou, deixando manchas úmidas em minhas roupas e cheirando sua doçura leitosa me fez chorar. Não pensei em como deveria ser para quem passasse por mim na rua, embora conforme o dia caísse e percebi que havia caminhado até a água não houvesse ninguém para ver.

Não percebi que estava escurecendo, só continuava em frente. Entrando a na mata adentro, até me deparar com um penhasco alto, olhei  para a água  parecia interminável. O reflexo do sol que estava se pondo, assim como eu e meu filho que também estava indo embora ... Ao contrário do sol, que amanhã vai retornar ... Meu filho não voltaria e eu também não! 

O cobertor ainda cheirava a ele, e enterrei meu nariz nele para inspirá-lo. Eu me perguntei quanto tempo iria durar, esse pequeno cheiro de bebê que era tudo que eu tinha sobrado dele, e o pensamento de que ele tinha ido, de todos os vestígios dele sendo extintos eram demais para suportar. Não foi uma decisão consciente. Eu não pensei muito sobre isso... mas não importava. Olhando para o lago escuro, com a dor esmagadora da tristeza muito pesada e a beira do penhasco bem ali, a água brilhando bem abaixo de mim ... Eu pulei.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Poxa, foi difícil escrever esse capitulo ... Posso nem imaginar como deve ser a dor de perder um filho.

Enfim, no próximo capitulo, Esme se tornará vampira ... Reencontrará Carlisle!

Espero que tenham gostado.

Até a próxima.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Do início até o para sempre" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.