Make You Wish I Was Dead escrita por Rhea


Capítulo 5
Chapter five - Hurt


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora. Meu computador está com problemas então está sendo meio dificil escrever. Espero que gostem :)))



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POV: Roxanne.

Nós havíamos acabado de sair da conversa mais desconfortável que já tive em toda a minha vida. Papai e mamãe tinham ficado muito feliz em me ver, mas pelo olhar que me deram quando eu perguntei de Fred eu imaginava que ele não reagiria da mesma forma. Segui para o jardim e logo avistei ele com os outros garotos jogando quadribol. Eu queria virar as minhas costas e voltar para a França ao mesmo tempo que eu esperava ansiosamente para ele descer da vassoura. Será que ele me perdoaria? Eu não conseguiria lidar com o fato caso ele me odiasse. Ele era meu melhor amigo, eu preferiria ele gritando e descontando toda a raiva em mim a simplesmente me ignorar. Infelizmente, ele acabou por fazer a segunda opção o que eu por acaso já imaginava. Ele não me dirigiu a palavra o dia todo e quando chegamos em casa ele simplesmente foi para o quarto sem falar com ninguém. Suspirei.

— Acho que devia dar uma palavrinha com ele. – falou mamãe docemente, concordei e segui para o segundo andar.

Parei em frente à sua porta e ergui minha mão umas três vezes antes de criar coragem para bater na porta. Ele colocou o rosto para fora e me olhou de forma indiferente.

— O que você quer? – perguntou ele sem emoção.

— Podemos conversar? – pedi, ele me analisou e abriu a porta. Entrei no quarto e olhei ao redor, estava muito diferente.

O quarto que antes tinha muita cor e vivia com cheiro de queimado agora parecia demasiado escuro e eu podia perceber que ele não fazia mais experiências. Sentei em sua cama, ele continuou o que estava fazendo como se eu nem estivesse lá. Senti minhas mãos suarem.

— E então? Vai falar ou só ficar sentada? – perguntou ele arqueando a sobrancelha. Me assustei com a grosseria da resposta e pigarrei.

— Certo.... Eu queria saber como você está – falei depois de perceber que nem mesmo eu sabia o que queria dizer. Ele riu sem humor.

— Estou ótimo Roxanne. Pode sair agora. – respondeu ele.

— Espera. Fred, vamos conversar. Por favor. – pedi já sentindo um desespero se apossar de mim.

— Conversar, sobre o que? Sobre como você simplesmente virou as costas para todos ou sobre como você me deixou um ano acreditando que estava morta? – falou ele e eu não consegui não sentir o tom de mágoa. Meu coração apertou.

— Eu sei que foi errado e insensível, mas você não entende. Eu precisava sair daqui. – eu tentei explicar.

— Você acha que eu ligo para o motivo que te levou a sair? – perguntou ele com raiva, fiquei sem palavras.

— C-como assim? – perguntei.

— Você acha que eu não percebia? As brincadeiras? As piadas? Eu não sou burro Roxanne, eu sei muito bem o porquê de você ter ido embora. – continuou ele.

— Então, porque? – questionei sem entender onde ele estava tentando chegar.

— Porque você me deixou! – ele gritou, fiquei estática. Eu abri e fechei a boca sem saber o que dizer.

— Nunca me importei com o porque de você ter ido, embora soubesse e achasse ridículo por que você é uma das melhores pessoas que eu conheço e qualquer pessoa que não consegue perceber isso não merece ter o mínimo de espaço na sua vida. Mas eu nunca, nunca. Teria te impedido de ir, teria até mesmo te acobertado se você precisasse. Mas você preferiu simplesmente ir e me fazer acreditar que você estava morta. Minha irmã, minha melhor amiga, a única pessoa que sabe tudo a meu respeito e a pessoa mais importante para mim. – ele desabafou e eu apenas o encarei. Finalmente fez sentido, ele não estava bravo. Ele estava profundamente magoado, e isso era muito, muito pior.

— Eu não sei o que dizer. Não sei como me desculpar – murmurei sentindo lágrimas escorrerem por meus olhos.

— Você tem ideia de como foi difícil? Eu passei meses esperando uma carta, bilhete, qualquer coisa que me provasse que você estava viva. Deixava a janela aberta todas as noites e abria o jornal todos os dias rezando para que não tivesse uma notícia que tinham encontrado seu corpo. Eu rezava para que você estivesse viva, mas ao mesmo tempo eu só pensava que não tinha como você estar bem e me deixar sozinho pensando que estava morta. – continuou ele, as palavras que eu guardei durante todos esses anos pareciam ter simplesmente desaparecido da minha cabeça. O impacto que as palavras dele tinham em mim era muito pior do que eu pensava.

— Mas eu acho que estava errado. – disse ele seguindo para a porta. Eu me levantei tentando pensar no que dizer.

— Fred por favor, me diz o que você quer que eu faça. Eu faço qualquer coisa para que você me perdoe. Por favor. – implorei já chorando muito.

— Eu te perdoei assim que eu te vi no jardim da casa da vovó. Mas você me deixou, me fez passar o inferno de ter que enterrar minha irmã gêmea. – começou ele abrindo a porta, caminhei lentamente até ele.

— Fred, por favor... – pedi enquanto sentia mais lágrimas escorrerem.

— E eu não acho que consigo esquecer isso assim tão facilmente. – falou ele me colocando para fora e fechando a porta.

Eu fiquei parada ali. Encarando a porta sem saber o que fazer. Eu sentia as lágrimas caírem dos meus olhos e meu coração parecia se contrair cada vez mais. Ele não podia me odiar, certo? Eu não sabia o que dizer para ele, eu guardei tantas e tantas coisas que eu queria dividir com ele, mas agora eu não conseguia pensar em nada. A única coisa que eu esperei durante esses anos foi falar com ele. Meu irmão, a pessoa que sempre esteve lá por mim e só de pensar que eu tinha machucado seus sentimentos a ponto de ele bater à porta em minha cara significava que eu talvez não merecesse seu perdão.

Segui para meu quarto e fechei a porta, deitei em minha cama e me pus a chorar. Chorei muito, como se isso fosse ajudar a diminuir o aperto tinha em meu peito. Exatamente como fiz a dois anos atrás na noite que eu cometi provavelmente o maior erro da minha vida.

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POV: Fred.

O dia primeiro de setembro finalmente havia chego e pela primeira vez eu não estava empolgado em embarcar. Meu relacionamento com Ann não estava nada bem e todos conseguiam perceber, especialmente meu pai. Eu não sabia mais o que fazer. Ela é minha irmã e minha melhor amiga, mas eu estava tão magoado com o ocorrido que a cada vez que eu lembrava me dava uma enorme vontade de chorar. O terror de ter que enterrar minha própria irmã foi a pior experiência que eu já tive na minha vida e me fez, de certa forma me aproximar do meu pai. Ninguém além de Louis sabe, mas eu descobri que desde que Ann foi dada como morta eu nunca mais consegui executar o feitiço do patrono. Todas as minhas lembranças felizes eram em família e minha família quase desmoronou quando ela se foi. Ela nem deve imaginar o quanto foi difícil para nós e o pior, é que nem mesmo assim eu consigo sentir raiva.

— O trem já vai sair. – alertou mamãe, Ann deu um beijo e abraço em cada um deles e me lançou um sorriso fraco, seguindo para o trem logo em seguida.

— Tchau. – falei dando um abraço e beijo em minha mãe, meu pai me chamou para falar com ele um pouco mais afastado.

— Como você está? – perguntou ele com um tom anormalmente gentil.

— Bem. – respondi simplesmente, ele sorriu.

— Só queria ter certeza – falou ele me dando um abraço, concordei e retribui.

— E também queria lhe dizer uma coisa. – continuou ele agora me encarando.

— Eu entendo toda essa mágoa que você está sentindo, mas como seu pai eu sinto que devia te dar um conselho. – falou ele, o encarei confuso.

— Roxanne é sua melhor amiga e sua irmã mais nova por um minuto. – começou ele com um tom risonho, dei um sorriso leve.

— Nunca esqueça o sentimento que você teve quando tivemos que enterrar ela. – falou ele.

— Mas também não esqueça do alivio que eu sei que sentiu quando descobriu que ela estava viva. – continuou ele, olhei para ele surpreso e percebi que seu sorriso agora era triste.

— Por que quando ela se for, a dor da perda nunca mais irá embora e o sentimento de alívio nunca irá voltar. Deus sabe como eu queria que seu tio aparecesse vivo me dizendo que tudo não passava de uma pegadinha de mal gosto. -  completou papai com lágrimas nos olhos, eu o abracei fortemente e ouvi o trem apitar mais uma vez. Ele se separou e fez um sinal para que eu entrasse.

Corri para dentro do trem e comecei a vasculhar os vagões em busca de Roxanne. Eu podia estar profundamente magoado, mas eu precisava ter certeza que ela estava ali. Eu precisava saber que ela estava bem. Andei muito e logo eu encontrei ela sentada em um vagão com Lily e Dominique, parei a porta e ela me olhou confusa.

— Fred? Precisa de alguma coisa? – perguntou ela parando em frente à porta, concordei.

Lily e Dom se levantaram e deram a desculpa de que iriam atrás da moça dos doces. Eu entrei na cabine e fechei a porta.

— Está tudo bem? – perguntou ela preocupada.

— Não. – respondi rapidamente. Ela abaixou a cortina da porta da cabine e eu percebi que nós já estávamos a caminho de Hogwarts.

— O que houve? – perguntou novamente se sentando a minha frente.

— Eu senti muito a sua falta. – eu soltei com a voz tremula, depois daquela conversa com meu pai na estação eu sentia uma enorme vontade de chorar e deixar toda a magoa de lado para simplesmente comemorar o fato da minha irmãzinha estar viva.

— Eu também senti. – ela disse, eu a encarei. Ann estava muito diferente de como eu me lembrava, não de aparência. Por que ela sempre foi bonita e os meninos que eu tive que azarar e ameaçar dois anos atrás pareciam concordar com isso, mas ela parecia mais tranquila e mais confiante. Era estranhamente bom vê-la tão bem com ela mesma, eu não conseguia entender o que havia acontecido. Mas estava feliz que tinha acontecido.

— Eu não sei se consigo esquecer tudo isso assim tão fácil. Mas eu percebi que eu nunca falei o quanto eu estou feliz que você esteja viva. – eu disse, ela sorriu e eu vi seus olhos se encherem d’água.

— E isso pode levar um tempo... – comecei.

— Não importa. Eu faço o que tiver que fazer. – ela disse, sorri fracamente.

— E eu realmente preciso de um abraço. – eu disse sorrindo para ela.

Ann riu e se levantou, segui seu exemplo e a abracei. Novamente a vontade de chorar me invadiu, mas era diferente. Era felicidade. Eu senti nesse abraço todo o carinho e amor que tínhamos e que eu achei que não estava mais lá. Era como o abraço da mamãe, do papai e da vovó Molly. Me lembrava minha família, minha casa.


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