Make You Wish I Was Dead escrita por Rhea


Capítulo 4
Chapter four - Tears and forgiveness




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POV: Dominique. 

Apavorada. Isso não chegava nem perto de como eu estava me sentindo no momento. Aparentemente Victoire não estava na Inglaterra e trabalhava com cooperação em magia, por isso vivia viajando para França. Mamãe ainda parecia não saber o que dizer e eu não conseguia saber se ela estava feliz em me ver ou não. Papai por outro lado quase quebrou minhas costelas com um abraço e Louis não queria me deixar sozinha de maneira alguma. 

— E então maninha, como foi seu período na França? Muitas garotas bonitas em Beauxbatons? Alguma amiga para apresentar para o seu irmãozinho querido? – perguntou Louis sorrindo, dei um tapa em sua cabeça. 

— Foi ótimo. Obrigada por perguntar e eu não seria louca de apresentar qualquer garota para você. – respondi, ele revirou os olhos. 

— Você continua uma estraga prazeres. – resmungou ele, ameacei levantar. 

— Então acho que não tem problema eu voltar para dentro. – comecei, ele puxou meu braço imediatamente. 

— Não! – exclamou ele com um tom tão desesperado que eu até me assustei 

— Tudo bem. – eu assegurei, ele suspirou. 

— Eu senti muito sua falta. – soltou ele sem me encarar. 

— Vic ficou um tempo em casa logo depois que você sumiu, mas não era a mesma coisa. – disse ele, o puxei para um abraço. 

— Eu também senti sua falta maninho. – disse bagunçando seus cabelos, ele ria e tentava me parar. 

— Você é ridícula Dominique. – disse ele rindo, fiz uma careta. 

O dia na toca passou rapidamente e logo já estava na hora de voltar para casa. Assim que chegamos mamãe deu boa noite e se retirou, suspirei e caminhei até meu quarto. Abri a porta e fiquei encostada observando. O local não havia mudado nada, mas parecia frio. Triste. Eu lembrei de todas as peripécias que eu havia feito nos meus anos aqui e então eu percebi que algo estava muito errado. Quando foi que a minha família ficou tão triste? 

— Sua mãe não teve coragem de mexer em nada. – disse uma voz, me virei e vi papai parado me olhando. Ele se encostou no batente da porta ao meu lado, me virei para ele. 

— O que aconteceu? – perguntei, ele suspirou. 

— A casa não foi mais a mesma desde quando você se foi. – explicou ele olhando o quarto. 

— Victoire tentou muito, mas Louis se recusou a falar com todo mundo por pelo menos dois meses. Ele voltou a sair depois de uma longa conversa com Fred, eles ficaram inseparáveis depois disso. Acho que ambos conseguiam entender o que o outro estava passando. – disse ele. 

— Sua mãe, bem. Ela veio dormir aqui todas as noites depois do ocorrido por pelo menos um ano. Quando conseguimos fazer com que ela deixasse de fazer isso ela disse que ninguém poderia tocar em nada do que estivesse aqui. – continuou ele, olhei para ele incrédula. 

— Ela fez o que? – perguntei ainda sem acreditar. 

— Ela é sua mãe Dominique. Vocês podem não ter o melhor dos relacionamentos, mas ela te ama. Muito. – falou ele, voltei meu olhar para o quarto. Parando para ver agora eu conseguia ver que alguém havia dormido ali por algum tempo. 

— O que aconteceu com esse lugar? Costumava ser tão divertido, tão alegre. Agora... – eu comecei. 

— Está meio morto né? Eu sei. – completou ele, eu entrei e abri a janela. A brisa entrou pela janela e eu senti um jato de felicidade invadir meu peito. 

— Esse sempre foi um dos meus lugares favoritos. – eu comentei ainda olhando para fora. Ouvi meu pai se aproximar. 

— Dominique. Eu não sei o que aconteceu, mas por favor. Por favor, vamos tentar resolver as coisas de um jeito que não envolva ninguém indo embora. – pediu ele, me virei e logo fiquei em choque. Eram lágrimas. Meu pai estava chorando. Era a primeira vez que eu via isso acontecer. Dei um abraço nele. 

— Prometo. Além do mais, não acho que Louis me deixaria ir para lugar algum. – brinquei, ele riu e limpou os olhos. 

— Me parece uma boa ideia. – disse ele, dei um sorriso. Um silencio permaneceu por algum tempo. 

— Sabe. Eu sempre amei que você fosse o oposto de Victoire. – comentou ele, eu me virei para ele. 

— Não me entenda errado. Vocês duas são minhas filhas e eu amo ambas igualmente, mas você sempre se destacou de uma forma diferente. Você sempre foi autentica e de certa forma eu acho que sempre achei que você lembrava muito a mim mesmo. – disse ele, senti meus olhos arderem e dei um sorriso. 

— Sério? Você nunca me disse isso – falei, ele deu uma risada. 

— É meio estranho dizer isso em voz alta. – respondeu ele. Ouvimos um barulho no andar de baixo, saímos rapidamente. 

— Cadê? Onde está ela? – uma voz dizia, assim que cheguei ao andar de baixo vi minha irmã mais velha parada na cozinha. Ela me viu e correu em minha direção e me abraçou.  

Senti tanto carinho e tanto amor que eu me lembrei imediatamente o porquê era tão difícil ser irmã de Victoire. Eu não conseguia pensar em uma lembrança boa sem ela estar nela. Se ser compara a sua irmã mais velha já é ruim imaginem ser comparada a sua irmã e melhor amiga. Senti alguma coisa molhar meu ombro e eu simplesmente desabei. Normalmente eu não era do tipo que chorava muito, mas desde pequena Victoire e Louis são meus pontos fracos. Se qualquer um dois começa a chorar eu automaticamente desabo, é meio patético se querem mesmo saber. Nós nos separamos e ela deu um sorriso. 

— Você está aqui! Você está bem! – dizia ela, concordei e logo Louis apareceu. 

— Ah não. Por favor me diga que vocês não estão chorando – disse ele desviando o olhar. 

— Não seja tão insensível. – brincou Victoire ainda chorando, ele riu. 

— Se vocês começarem a chorar eu vou chorar e isso é meio patético. – disse ele respirando fundo, dei uma risada. 

— O que? Achei que isso só acontecia comigo. – falei, ele negou. 

— Eu também achei que era só comigo – disse Vic, nós rimos. 

— Meu deus nós somos patéticos. – brincou meu irmão, todos rimos e ele se juntou a nós. 

Mamãe apareceu na porta e eu pude jurar que vi um sorrisinho em seus lábios. 

— Já está tarde. Vão dormir, amanhã vocês conversam. – disse ela, concordamos. 

— Mamãe, vou passar a noite. – avisou Vic, minha mãe concordou. 

Eu falei mais um pouco com papai e logo em seguida fui para meu quarto. Entrei no mesmo e levei um susto. 

— Mamãe? – chamei, ela se virou e me deu um sorriso. 

— Você sempre detestou essa colcha. – disse ela apontando para a cama e se sentando. Encostei a porta e me aproximei dela. 

— Eu não diria detestar, mas ela nunca foi muito bonita. – respondi, ela sorriu novamente. Me sentei ao seu lado. 

— Eu nunca pensei que as coisas terminariam assim. – começou ela. 

— Quando Gabrielle falou comigo hoje de manhã eu fiquei tão irritada. – disse ela. 

— Eu garanto que tia Elle não... – comecei. 

— Mas ela está certa. – interrompeu mamãe, arregalei os olhos. 

— Quando eu achei que você estava morta a única coisa que eu conseguia pensar é que eu não havia dito tanta coisa e haviam muitas que eu havia dito que não eram necessárias. – continuou ela. 

— A verdade. É que eu nunca consegui entender você Dominique. – disse ela, dei um sorriso fraco. 

— Eu achei que se conseguisse fazer você ser mais parecida com sua irmã então nós teríamos alguma coisa em comum. – explicou ela com a voz tremula. 

— Mas agora eu vejo como isso não é certo e como isso deve ter sido duro para você. – disse ela, senti meu olhos se encherem d’água. 

— Eu sinto muito. – disse ela chorando, senti algumas lágrimas rolarem pelo meu rosto. 

— Nunca foi a minha intenção comparar vocês ou fazer você se sentir inferior a ela. E eu admito que também nunca me esforcei para tentar entender você, as coisas que gosta de fazer, seu senso de humor, enfim; tudo. Mas eu juro, que eu vou tentar. Só por favor não me faça passar pelo inferno de perder a minha filha novamente. – disse ela chorando, eu sorri e concordei. 

— Eu percebi que eu nunca havia dito o quanto eu tenho orgulho de você ser uma mulher verdadeira, bondosa e forte. Que eu acho maravilhoso que você seja incrível jogando quadribol. Que você me lembra tanto o seu pai, mas com um gênio muito pior que o dele. – falou ela, eu sentia meu sorriso se alargar a cada palavra. 

— E o mais importante, eu amo você com todas as qualidades e defeitos. E eu posso afirmar por todos que estão na porta ouvindo a nossa conversa – disse ela e logo nós ouvimos umas risadinhas, eu ri 

— Que você é e sempre foi o coração que manteve nossa família unida. Tudo ficou muito triste quando você se foi. – completou ela e então a porta foi aberta. Meu pai e meus irmãos entraram. 

— Ah meu deus. Parem logo de chorar. – resmungou Louis piscando repetidamente, todos nós rimos. 

— Abraço de família. – falou Victoire e logo eu me vi dentro do abraço das pessoas que eu mais amava no mundo. Senti uma onda de alegria e conforto. 

— Ok. Agora eu estou falando sério. Todos para a cama. – ralhou mamãe limpando os olhos, ela me deu um beijo na cabeça e papai também. Meus irmãos acenaram e saíram. Dei uma risada. 

Fui até meu malão e o abri para pegar um pijama, foi então que eu vi uma carta endereçada a mim. Peguei o envelope e o analisei, abrindo-o logo em seguida. 

“ Querida Dominique. 

Já está na hora de deixar com que você siga seu caminho sozinha. Eu queria tanto que tivesse mais que eu pudesse fazer por você, mas infelizmente não há. Acredito que sua mãe não demorará a entender a filha maravilhosa que ela tem e que esta é uma jovem brilhante e completamente independente. 

Minha querida, posso dizer que um dos maiores feitos que eu adquiri em minha vida foi ter feito você entender que sua personalidade é algo maravilhoso independentemente do quão difícil seja. Sem sombra de dúvida você é uma das pessoas mais determinadas e gentis que eu tive o prazer de conhecer. Então se houver algo a dizer sobre si mesma, diga que é uma mulher independente que cativa todos ao seu redor como eu sei que você é. 

Eu lamento estar me despedindo de você por uma carta, mas não acho que conseguiria encarar nenhuma de vocês para dar adeus pessoalmente. Mas saiba que eu estou alegre, tranquila, com o coração leve e acima de tudo orgulhosa. 

Nunca deixe ninguém limitar os seus sonhos ou dizer que você não é boa o suficiente, se fizer isso você com toda certeza voara longe. 

Bom; chega de sentimentalismo. Fique bem e me escreva, espero sua visita nas férias do ano que vem. 

— Tia Elle” 

Eu li e dei uma risada. É incrível como tia Elle sempre sabe o que dizer. Dobrei a carta e guardei-a de volta as minhas coisas cuidadosamente. Troquei de roupa e logo quando estava preste a deitar ouvi minha porta ser aberta, por ela entraram meus irmãos e se jogaram em minha cama. 

— Você tem muita coisa para contar – disse Louis, Victoire concordou. Dei um sorriso. 

— Eu acabei de chegar e vocês querem que a dona Fleur me mate na primeira noite. – brinquei, eles riram. Victoire caminhou até a porta e murmurou um feitiço. 

— Problema resolvido. – falou ela se jogando a minha cama. 

Nós começamos a conversar animadamente e logo eu percebi que não dormiríamos tão cedo. O assunto parecia nunca acabar e antes que pudéssemos perceber já estava amanhecendo, quando finalmente o assunto foi acabando, antes que pudéssemos notar todos caímos no sono. 

Acordei com o barulho da porta sendo aberta e eu acordei num pulo. Olhei a cena e cai na gargalhada. Victoire estava esparramada em minha cama e Louis dormia atravessado sobre ela e eu estava, provavelmente com a cabeça no travesseiro e as pernas sobre meu irmão. Parada a porta estava minha mãe com um sorriso no rosto. 

— Vocês têm dez minutos para estar lá em baixo. O café está pronto. – disse ela. Concordei e ela saiu. 

Dei um tapa em meus irmãos e eles resmungaram. Depois de uns bons vinte minutos nós todos descemos e nos juntamos a meus pais estavam sentados à mesa, logo começamos a conversar sobre como havia sido meus anos em Beauxbatons. 

— E os garotos? São tão maravilhosos quanto dizem? – perguntou minha irmã. Meu pai fechou o rosto. 

— Claro que sim, os garotos de Beauxbatons tem fama de serem muito charmosos e bonitos. – disse mamãe. 

— Magnifique. – concordei dando uma piscadela para mamãe, ela riu. 

— Certo, mas e as garotas? – perguntou meu irmão, taquei um pedaço de pão em sua cara. 

— Já falei que não vou apresentar você para nenhuma das minhas amigas. – respondi, ele fechou a cara. 

Assim seguiu o nosso dia. Pela primeira vez nós não fizemos nada além de conversar e eu me arrisco a dizer que provavelmente foi um dos meus dias favoritos em família. 


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