Make You Wish I Was Dead escrita por Rhea


Capítulo 2
Chapter two - Time to go home.




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POV: Lily.

Não devia ser muito tarde quando despertei. Senti uma coisa fofa em meu rosto e assim que abri os olhos dei de cara com um uma grande bola de pelos. Bufei, Tom podia até ser um gato adorável, mas essa mania de ficar com a bunda na cara dos outros era algo realmente incomodo. Estava prestes virar para o lado e dormir novamente quando me lembrei, hoje era o grande dia. O dia que eu menos esperava desde que iniciei meus estudos em Beauxbatons, era a hora de retornar para casa. Meu estomago se encolheu, sentia um misto de ansiedade e medo. Eu não via minha família há pelo menos dois anos e não me levem a mal; eu sentia falta deles, mas com o tempo você se acostuma.

Suspirei e depois de debater se iria voltar a dormir ou levantar, conclui que muito provavelmente não conseguiria nem mesmo cochilar e por isso optei pela segunda opção. Me arrastei para fora da cama e olhei o relógio, eram nove e meia. Em questão de horas eu estaria voltando para casa, para minha antiga vida e a única coisa que eu conseguia sentir era frustração. Eu amava minha vida na França. Tinha amigas maravilhosas, meu colégio era incrível, tia Elle era sensacional e bem; os garotos não eram nada mal também. Suspirei pesadamente e olhei para o meu gato.

— De volta ao meu inferno particular...

POV: Dominique.

Nervosa. Era como eu me encontrava no café da manhã, eu não conseguia nem pensar em colocar uma grama de comida em minha boca e a julgar pelas feições das meninas elas não estavam muito melhores.

— O quão mais patéticas nós podemos ser? – perguntei tentando quebrar o gelo, elas riram.

— Bom; nós fugimos de casa por conta do bullying. Eu diria que isso é muito patético. – respondeu Anne, nós rimos novamente.

— Desta vez vai ser diferente. Nós vamos ficar bem, certo? – falou Lily, nós concordamos.

Dizer que estes dois últimos anos foram os melhores da nossa vida não fazia jus ao quão maravilhoso havia sido. Minha vida estava em paz, eu finalmente conseguia ser independente e só o fato de não precisar viver na sombra de ninguém tornava tudo mais incrível, mas era hora. Para mim e Lily estava tudo bem, mas sabíamos que Anne precisava voltar para casa e bem; nós entramos nisso juntas então devemos voltar juntas. Eu só espero que desta vez as coisas sejam diferentes.

POV: Roxanne.

Eu me sentia mal. Péssima, para dizer a verdade. Por fazer as meninas voltarem para casa, mas eu não aguentava mais. Eu precisava da minha família, eu precisava do Fred. Elas podem acabar interpretando mal e por isso eu evito falar em voz alta, mas elas nunca entenderiam. Ele é meu gêmeo e até dois anos atrás nós nunca estivemos separados, a única coisa que eu espero depois de tudo isso é que ele consiga me perdoas por fazê-lo pensar que eu estava morta.

Meu coração palpitava no caminho até a toca e eu o ouvia zunir em meus ouvidos, eu juro que por mais que tentasse não conseguia prestar atenção em uma palavra do que tio Pierre dizia. Optamos por vir de carro – considerando o receio de tio Pierre com coisas ligadas ao mundo mágico- nós não nos opusemos pelo fato de, mais longa a viagem; mais tempo para tentar achar um jeito de lidar com tudo isso.

A viagem foi longa e assim que avistei a famosa casinha torta me virei para as garotas, elas suspiraram e nós nos demos as mãos.

POV: Gabrielle.

Aqui estávamos nós. Indo devolver as maravilhosas garotas que vieram bater em minha porta dois anos atrás desesperadas. Dizer que eu não iria sentir falta delas seria uma mentira, eu até consigo admitir que não fui favorável a escolha delas. Mas eu entendia. Por mais que eu tivesse me afeiçoado muito a elas, todas sentiam falta de casa. Mesmo que não percebessem. Eu apenas rezava para que tudo isso servisse de lição para todos os familiares, pois estas garotas tinham tanto a oferecer e a única coisa que elas queriam era alguém que estivesse disposto a ver. A transformação que elas tanto buscavam foi adquirida no momento em que elas saíram de suas casas e eu sempre soube que eventualmente elas perceberiam.

— Tia Elle, tudo bem? – ouvi alguém dizer, concordei. Olhei mais à frente e enxerguei a famosa casa torta dos Weasley.

— Estamos chegando – anunciei, elas concordaram.

Pierre dirigiu por mais alguns minutos e logo estávamos parados em frente à casa.

— A hora da verdade garotas. – falei, elas concordaram e abriram a porta. Fiz o mesmo.

Reconheci algumas das pessoas que saíram para nos receber, sorri cordialmente e procurei com os olhos minha irmã. Avistei-a analisando a mim e as garotas, senti um aperto no estomago.

— Você não fez nada de errado. – ouvi uma voz sussurrar, me virei e vi Pierre sorrindo para mim de forma reconfortante. Retribui o sorriso e peguei sua mão.

— Vamos? – perguntei para as meninas, elas concordaram e caminhamos tranquilamente em direção a porta.

A moradia não havia mudado muito desde a última vez que eu estivera ali, era muito calorosa e sempre uma agitação só. Os Weasleys me cumprimentavam e perguntavam sobre as garotas a todo momento enquanto eu apenas sorria e tentava evitar a pergunta. Encontrei Fleur na cozinha arrumando a mesa, ela me olhou e deu um sorriso caloroso.

— Minha querida irmãzinha. A que devemos a honra Gabrielle? – perguntou ela me dando um abraço. Eu a retribui sem muito esforço e ela pareceu notar.

— Está tudo bem? – questionou ela preocupada.

— Nós precisamos conversar. – eu respondi.

Agora estávamos eu, as garotas e seus pais em uma sala magicamente selada para que pudéssemos conversar. Eu sentia seus olhares sobre mim e cada vez mais meu nervosismo aumentava.

— E então? – questionou Fleur, eu dei um suspiro e logo contei toda a história. Incluindo...

— O que? Você contou para eles? – exclamou Lily, Roxanne me olhava assustada.

— Querida, eu não acho que nenhum pai devia ter que viver pensando que seu filho está morto. Sua família já perdeu tantas pessoas que não me pareceu justo deixá-los pensar que haviam perdido vocês também. – eu expliquei, a ruiva pareceu perder as palavras e apenas concordou.

— E vocês não nos procuraram? – perguntou Roxanne.

— Nós quisemos filha, e muito. Mas entendemos que se você foi e deixou tudo. Deixou Fred. É por que era algo que você realmente precisava – explicou Angelina, a morena correu e abraçou os pais.

— Obrigada. – foi a única coisa que ouvimos ela dizer.

— Então.... James e Alvo, eles sabem? – perguntou Lily, Gina negou.

— Quando Gabrielle nos contou, nós ficamos tão irritados. Queríamos ir te buscar na hora, ela falou que estava em Beauxbatons e que não iria vir embora por vontade própria. Nós, entretanto, acreditávamos que se falássemos com você conseguiríamos resolver. – começou Gina com uma voz embargada.

— Então nós fomos, fomos até a escola e vimos você. Tão livre, tão feliz, tão.... Linda. E então não tivemos coragem de fazer nada, mas fizemos Gabrielle prometer que iria nos avisar toda vez que algo acontecesse. E ela cumpriu. – continuou ela, sorrindo e limpando as lágrimas que escaparam de seus olhos.

— Soubemos de tudo. Que você foi eleita e melhor da turma durante seus dois anos, que você foi adiantada por que era muito habilidosa e inteligente para estar no terceiro ano. É claro que, isso não surpreendeu a nenhum de nós. – Harry contou, Lily deu uma risada. O homem caminhou em sua direção.

— Mas o mais difícil, foi não poder dizer o quanto nós estávamos orgulhosos de você – o homem falou, a ruiva o abraçou e logo Gina se juntou a eles.

— Vocês podem nos dar um minuto? – pediu Fleur, todos pareciam notar que ela estava à beira de ter um colapso e então caminharam para fora da sala, deixando apenas eu e minha irmã.

— Você quer dizer, que contou para todos menos para mim? Que me fez, propositalmente acreditar que a minha filha estava morta? – urrou Fleur com os olhos marejados.

— Sim, foi exatamente o que eu fiz. – respondi, encarando-a firmemente.

— Como você pode? Me deixou fazer um funeral para minha filha, sabendo que ela estava viva. – gritou ela exasperada.

— Sim eu deixei. Talvez porque eu achei que ela nunca fosse querer voltar para cá, ou talvez fosse pelo fato de eu achar que você merecia passar por tudo isso. – respondi igualmente irritada.

— Você acha que eu mereci isso? Tem ideia de como foi difícil para mim? – falou ela chorando.

— Eu achei. E não, não faço ideia de como foi para você. Mas eu sinceramente espero, que se foi difícil que tenha sido por que você a ama e não por culpa. – respondi, ela pareceu ter perdido as palavras.

— Culpa? Por que? Eu não entendo, eu nunca.... Ela é tão difícil. – exclamou minha irmã sentando e colocando as mãos ao rosto.

— Difícil? Sabe o que também é muito difícil? Ser constantemente comparada a outra pessoa, ter que cumprir expectativas impossíveis para agradar alguém que por mais que você tenha mágoa você ama, tanto que só busca uma pequena demonstração de que está fazendo a coisa certo. – eu desabafei, minha irmã deu de ombros incrédula.

— Dominique sempre foi sensível. Eu nunca comparei ela a Victoire, apenas deixei claro que ela tem um bom exemplo para seguir. – explicou-se ela, eu dei uma risada incrédula.

— Para você é muito fácil falar, você não tem ideia do que é viver a sua vida comparada a alguém. – eu respondi, foi a vez dela rir.

— Agora o assunto é sobre você então? – ela questionou.

— O que eu quero dizer, é que eu sei muito bem o que é se sentir constantemente insuficiente para alguém que você faria tudo. Então sim. Eu fiz isso por mim também, por que ninguém merece passar por isso. Ela é a irmã mais feia da marcante Victoire Weasley, eu era a irmã mais feia da encantadora Fleur Delacour. Então quando tive a oportunidade de poupa-la do sentimento horrível que eu tive durante anos, eu fiz. E no fundo eu achei que você merecia passar por isso. – eu respondi, ela parecia em choque.

— Eu posso até não ser a melhor mãe do mundo, mas ela ainda é minha filha. Independentemente de ser difícil ou não. – novamente ela tentou explicar. Conhecendo minha irmã, isso quer dizer que ela está ficando encurralada.

— Dominique pode até não ser fácil, mas você também não é. A diferença é que ela sabe o tipo de pessoa que é e você se esconde atrás de desculpas, como sempre. – eu falei, me levantando e caminhando até a porta.

— Gabrielle, eu.... – começou ela.

— Mas não se preocupe. Você deve estar fazendo um excelente trabalho. Afinal, o fato da sua própria filha ter fugido de casa por não aguentar mais conviver com você e suas críticas constantes não é em hipótese nenhuma culpa sua. – encerrei me retirando da sala.

Assim que abri a porta encontrei Dominique sentada esperando, ela se levantou logo que me viu e eu dei um sorriso.

— E então? – perguntou ela ansiosa, a abracei.

— Eu queria muito poder fazer mais por você criança, mas não posso. Você é tão especial e nunca deixe ninguém fazer com que você acredite que não é boa o suficiente. Independente do quanto você a ame. – eu falei, minha sobrinha sorriu. Dei-lhe um último abraço e segui para o quintal em busca de meu marido.

Encontrei-o conversando alegremente com o Sr. Weasley, dei um sorriso e me aproximei entrelaçando minha mão a sua. O ruivo mais velho falou mais algumas coisas e logo se entreteve conversando com uma outra visita que supus ser os pais de Hermione. Pierre se voltou para mim.

— Como foi? – perguntou acariciando minha bochecha, suspirei.

— Incrivelmente libertador. Acho que ela não vai querer falar comigo por um bom tempo. – falei dando uma leve risada.

— Você fez o que achava certo. Sua sobrinha teve um apoio incondicional durante esse período e Fleur vai enxergar isso eventualmente. – confortou ele me dando um abraço.

— Tomara. Dominique é uma garota tão boa, eu só queria que ela visse isso. – disse suspirando, ele concordou.

— Ela vai. Se sua mãe conseguiu perdoar com o fato de você ter casado comigo, Fleur com certeza vai conseguir perdoar isso. – brincou ele, dei uma risada.

— Bom; eu posso garantir que casar com você foi uma das melhores escolhas rebeldes da minha vida. – respondi, ele riu e bagunçou meus cabelos.

Não muito tempo depois eu e Pierre decidimos ir. As meninas pareciam tão contentes conversando com seus familiares que não tive coragem de falar com elas. Tudo bem, eu admito. Provavelmente eu desmoronaria se conversasse com alguma delas e por isso, deixei uma carta na mala de cada uma delas. Dei uma última olhada para as garotas que eu havia cuidado durante esses últimos anos. Sorri quando as lembranças de nossos momentos passaram pela minha mente, havia apenas uma coisa que eu sentia no momento. Orgulho.

— Você tem andado muito emotiva esses últimos dias, é por conta das meninas? Elas ainda podem nos visitar. – falou Pierre ligando o carro.

— Pode ser, ou pode ser o fato de ter perdido três filhas e ganhado uma...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado :)



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