O Segredo da Noite escrita por dienifermp


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Aqui vamos ver um pouco da nossa protagonista, Luna.



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      Eu fui criada pelo meu pai até os sete anos, mas ele não ligava muito para mim. Ele colocava comida dentro de casa, claro. No entanto, o básico eu precisei aprender sozinha. Ir para o colégio? Sozinha. Preparar minha alimentação? Sozinha. Tratar alguma doença? Sozinha. Tudo que necessitava de um adulto, eu precisei fazer por conta própria.

      Um dia, aos meus oito anos de idade, eu estava retornando da escola, quando um homem, possivelmente bêbado, avançou em minha direção, tentando me atacar. Eu desviei saltando para trás, fazendo-o derrubar a faca. Eu peguei a arma do chão e arremessei contra ele, surpreendentemente acertando-o na cabeça. Então a ficha caiu. “Eu matei alguém”. Eu pensava. Chegando em casa, eu contei detalhadamente para meu pai o ocorrido. Ele simplesmente deu de ombros e seguiu sua vida. Àquela noite, eu fui dormir aos prantos. Eu havia tirado uma vida, e não estava conseguindo lidar com isso. Eu só tinha oito anos.

      Na manhã seguinte, eu acordei e encontrei uma casa estranhamente silenciosa. Desci as escadas e me apavorei. Meu pai estava caído em uma poça de sangue parcialmente seca. No corpo dele havia uma mensagem: Nós vamos te achar, filha de Nix.

      Rapidamente, eu peguei provisões de longa validade e umas roupas e coloquei o que pude dentro da minha mochila, deixando minha casa para trás. Eu vivi por alguns anos na rua, recorrendo ao roubo para me manter, até eu ser pega. Eu sempre justificava falando que havia sido outra pessoa, e eles acreditavam logo após eu lhes tocar.

      Aos meus doze anos de idade, um homem aparentando ser de meia idade em uma cadeira de rodas veio até mim na rua.

      - Por que você está aqui sozinha, minha jovem? – O homem questionou ternamente. – Onde estão seus pais?

      - Por que quer saber? – Eu rebati defensivamente.

      - Vamos começar nos apresentando. – O homem respondeu. – Meu nome é Quíron, e o seu?

      - Luna. – Eu devolvi hesitante.

      - Você tem algum lugar para ficar Luna? – Quíron interrogou bondosamente.

      - O que você acha? – Eu retorqui, revirando os olhos. Eu realmente estava sem paciência e com fome.

      - Certo. – Quíron suspirou. – Tem um acampamento aqui perto, você viu?

      - É claro. – Eu assenti. – Mesmo que as pessoas ao redor digam que não tem nada lá, dá para ver claramente. – Eu expliquei me referindo à Colina mais adiante.

      - Você tem vontade de ir para lá? – O homem indagou, se ajeitando na cadeira.

      - O que o senhor ganha com isso? – Eu interpelei desconfiada.

      - Nada. – Ele sorriu, como se já esperasse uma resposta semelhante. – Só vou estar ajudando uma criança.

      - Como eu vou saber que você está sendo sincero? – Eu não pude evitar de duvidar da proposta. Parecia boa demais.

      - Que tal assim... – Quíron começou. – Eu lhe darei uma faca e, caso eu lhe ataque, você pode atirá-la em mim. Assim está bom?

      - Ok, mas antes, me dê a faca. – Eu pedi, me levantando do chão.

      - Aqui está. – Ele me deu uma faca cujo cabo era composto de couro e a lâmina tinha um tom de bronze que parecia brilhar, mesmo sem bater luz contra ela. – Venha.

      Nós dois rumamos em direção a colina, lado a lado. Logo que entramos nos limites do acampamento, Quíron me explicou tudo sobre os deuses gregos e sobre o lugar em si.

      - Pegue. – Eu entreguei a faca para ele, que me olhou de forma questionadora. – Acredito em você.

      - Ótimo. – Quíron pareceu aliviado com minha resposta, logo recobrando uma postura séria. – Mas nenhum dos campistas pode saber que você está aqui.

      - Por que? – Eu fiquei curiosa. O que eu tinha de diferente?

      - Você já percebeu que alguns campistas têm poderes? – Eu acenei positivamente. – Você tem algum poder?

      - Não. – Respondi receosa. Eu perderia a chance de morar aqui?

      - Por isso eles não podem lhe conhecer. – Ele afirmou, com um olhar determinante, como se ambos soubéssemos do que ele estava falando.

      - Entendi. – Eu aleguei. De certa forma, eu sabia do que ele estava falando.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Até o próximo capítulo.



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