Tales of Star Wars escrita por Gabi Biggargio


Capítulo 38
Um com a Força (Obi-Wan)


Notas iniciais do capítulo

Voltei, meus amores!

Dessa vez, o conto não é curto. É até bem longo haha Não o mais longo que eu já escrevi, mas com certeza um dos mais. E, pela primeira vez, eu vou me aventurar num tema que sempre tive muito medo de abordar: o exílio do Obi-Wan.

Eu já tangenciei esse tema em dois contos (30 e 36), mas não tinha escrito nada especificamente sobre isso até agora. É um período muito nebuloso que a gente não tem muitas informações sobre, então eu sempre tenho muito medo de abordar esse tipo de situação porque sempre acho que vou escrever algum absurdo. Mas, dessa vez, eu resolvi tentar.

Esse conto aqui vai servir como uma espécie de complemento do conto 30. Enfim, espero que gostem :)

PS: Não foi um prompt, mas mesmo assim vou dedicar esse capítulo à Pugamegold. Porque sei que ela AMA o personagem e, como esse vai ser um conto 100% centrado no Obi-Wan, acho mais do que justo que seja dedicado a ela. Inclusive, leiam a fanfic dela! Ela tem capítulos sobre o exílio do Obi-Wan e lá vocês vão ver o que é realmente abordar esse tema com primor ♥

PS2: Estamos de capa nova! ♥



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"If you strike me down, I shall become more powerful than you can possibly imagine."

(Obi-Wan, A New Hope)

 

    

Após tanto tempo, sua comida tinha deixado de ser uma abominação herética e completamente incondizente com a vida para se tornar algo minimamente aceitável ao paladar e (por que não?) prazeroso. Nunca havia cozinhado em sua vida, então fora mais do que natural que seus primeiros dias (sejamos sinceros... os primeiros meses) no exílio tivessem sido um desafio gastronômico de autoconhecimento e persistência: comida salgada demais ou completamente sem sal, comida queimada ou insuficientemente cozida, temperos fortes demais em excesso ou fracos demais em falta. Quando acertava em um aspecto, errava em outro. Mas, depois de um ano morando sozinho em Tatooine, Obi-Wan (ou Ben, como ele passou a se apresentar) estava orgulhoso do seu progresso na cozinha. E a prova de que esse progresso era verdadeiro (e não um fruto de sua imaginação) era o simples fato de que, nos últimos meses, o lothcat que havia adotado começou a se esfregar por entre suas pernas sempre que estava terminando de cozinhar (momento em que a sua pequena casa era invadida pelo aroma da comida), pedindo um pouco na forma de um ronronar sutil e terrivelmente interesseiro.

— Não – Obi-Wan o repreendeu firmemente enquanto se servia com um pouco de sopa em um prato fundo. Sabia muito bem o quanto aquele gato podia ser abusado e manipulador. Não se daria por vencido apenas por uma manifestação tão barata de afeto. – Você tem a sua ração.

O animal, obviamente, não havia entendido, mas percebeu que sua causa estava perdida quando Obi-Wan desligou o fogão, tampou a panela e se afastou. Nesse momento, o carinho do lothcat pareceu morrer: ele parou de se esfregar por entre as pernas do dono e de ronronar, apenas o seguindo para o lado de fora daquela velha cabana. Lá, Obi-Wan se sentou sobre uma pedra e se pôs a observar o horizonte, suavemente balançando as pernas no precipício que se encontrava logo abaixo.

Contrastando com seus dias insuportavelmente escaldantes, as noites em Tatooine eram frias. Muito frias. Frias até demais para os gostos do Jedi. Mas, diferentemente de Coruscant, o céu era limpo. Tão limpo que, logo após o anoitecer, milhares de estrelas explodiam no céu, de forma que quase era possível andar pelo deserto sem uma lanterna. Algumas noites, inclusive, era possível ver o rastro da galáxia no céu noturno, tingindo com uma cor rósea espectral que era assustadora, hipnótica e inebriantemente bela. Muito ao longe, ainda era possível ver um ponto de luz no horizonte: Mos Espa. Depois de tudo o que havia acontecido, Obi-Wan aprendera a apreciar as pequenas coisas, e a visão noturna de Tatooine era uma delas, mesmo que, para isso, precisasse aceitar o frio. Era um preço que ele estava disposto à pagar para fazer sua última refeição do dia em paz consigo mesmo.

Frustrado, o lothcat se deitou ao lado de Obi-Wan, que o acariciou na cabeça antes de mergulhar a colher em sua sopa e a levar cheia até a boca. Realmente, não era a melhor sopa que já havia comido na vida (bem longe disso, na verdade), mas ele ficou muito satisfeito com o resultado: estava deliciosa. Talvez, a melhor que já havia preparado desde que se mudara para aquele lugar. O suficiente pra que ele começasse a pensar em repetir o prato depois (obviamente, silenciando a sua consciência, que tentava lhe lembrar do pequeno ganho de peso que havia notado algumas semanas antes).

Enquanto comia, Obi-Wan cantarolava uma música. Não se lembrava bem ao certo onde ou quando a havia ouvido. Talvez em um mercado em Mos Eisley? Ou ainda antes, quando morava em Coruscant? Ele, realmente, não sabia definir um ponto exato no tempo. O fato era que, como se tirada de sua latência, a música voltou a dominar seu cérebro e, por quase uma semana, ela se pegava cantarolando alguns trechos (por vezes, inclusive, até cantando em voz alta e, ainda mais raramente, aos berros... afinal, naquela imensidão desértica, quem poderia estar por perto para julgar?).

Com frio, o lothcat se levantou e retornou para dentro da casa pouco antes de Obi-Wan terminar de comer. Por fim, quando a colher começou a rapar no fundo limpo do prato, ele decidiu se levantar e seguir seu animal de estimação. Definitivamente, iria pegar mais um pouco. Era um prêmio que ele mesmo se daria por ter feito algo tão gostoso.

Mas, antes que pudesse fazer qualquer movimento para se levantar, uma voz chegou aos seus ouvidos.

— Vejo que continua evitando comer carne.

Assustado, ele olhou repentinamente para o seu lado direito, em busca de quem poderia ser sua companhia. No momento em que ele colocou os olhos na figura, pode-se ouvir o som de seu prato se estilhaçando dezenas de metros penhasco abaixo.

Ao seu lado, havia um homem com barba e um longo cabelo que caia sobre as costas, exatamente da forma como Obi-Wan se lembrava. Mas, diferentemente de como o vira pela última vez, o homem estava cercado por brilho espectral.

Ainda com o coração acelerado devido ao susto, o Jedi reassumiu uma postura mais adequada ao perceber quem era. Queria, também, que seu rosto assumisse feições que indicassem o quanto ele estava feliz em vê-lo, mas seu orgulho não lhe permitia.

— Nunca foi minha preferência – resmungou Obi-Wan.

— Mas, agora, quem briga com você pra comer pelo menos um pouco, como eu fazia? – questionou Qui-Gon Jinn.

— Ninguém.

Obi-Wan desviou o olhar de seu antigo mestre e voltou a fitar o horizonte.

— Por que está aqui? – perguntou.

— Achei que mestre Yoda tivesse lhe dito – Qui-Gon respondeu.

— Disse – Obi-Wan rebateu, incapaz de não eixar sua frustração evidente em sua voz. – Mas você demorou um ano para aparecer. Achei que tivesse desistido de me fazer passar por esse tal treinamento. Sinceramente, eu já tinha perdido as esperanças.

Impaciente, Obi-Wan se levantou. Qui-Gon o imitou.

— Eu não desisti de você, se é isso que está pensando – ele respondeu, serenamente, como sempre fora em vida. – Foi você quem desistiu de você mesmo.

— Por favor, eu não preciso ouvir esse sermão mais uma vez— Obi-Wan reagiu, completamente na defensiva. – Mestre Yoda se comunicou comigo várias vezes durante esse ano e, acredite, ele mesmo já resmungou tudo isso na minha orelha uma dezena de vezes. Eu estou sem beber nada há cinco meses.

— E fico muito feliz que esteja conseguindo se manter sóbrio – disse Qui-Gon. – Mas e os remédios pra dormir? Ainda precisa deles?

Envergonhado, Obi-Wan abaixou a cabeça em silêncio. No fundo, Qui-Gon tinha razão.

— Estou conseguindo dormir sem eles em algumas noites – o Jedi resmungou baixinho, quase que para si mesmo. – Mas ainda preciso deles na maior parte das vezes.

— Você não precisa ter vergonha de mim, Obi-Wan – havia uma compaixão e uma ternura muito características na voz de Qui-Gon, que caminhava a passos lentos em direção ao seu antigo aprendiz. Ao mesmo tempo em que gostava que seu mestre se dirigisse a ele dessa forma, Obi-Wan sentia raiva por ser o alvo da pena dele. – Você passou por coisas que ninguém nunca deveria ter passado na vida. Eu não estou te julgando. Eu só quero te ajudar.

— Bem, eu agradeço a sua boa vontade, mas no momento eu estou bem – a insatisfação de Obi-Wan com a presença de seu mestre se tornou agressiva. – Mas aceitaria a sua ajuda se você tivesse aparecido aqui nos dias em que eu precisava me entupir com álcool pra não começar a alucinar e delirar. De qualquer forma, agora eu estou bem. Obrigado pela preocupação.

Sem dizer, mais nada, Obi-Wan se virou e caminhou até a entrada de sua casa.

— Pelo visto, você ainda precisa do mesmo sermão – disse Qui-Gon.

Indignado com aquela afronta, Obi-Wan se virou.

— O que disse?

— Você ainda acha que eu te abandonei, mas nunca foi o caso – Qui-Gon se explicou. – Eu sempre estive aqui, com você. Mas isso – ele apontou com o indicador de si pra Obi-Wan – é uma conversa que só pode acontecer dentro de níveis muito profundos na Força. Quando você se entregou à depressão, você se desligou. Você se fechou para a Força. Eu jamais conseguiria me comunicar com você naquela situação, decrépito como você estava. Mas eu alertei Yoda e ele conseguiu te orientar, mesmo à distância.

Confuso, Obi-Wan franziu a testa.

— Você... O quê?

Qui-Gon riu.

— Acha mesmo que mestre Yoda sabia pelo que você estava passando aqui? – ele perguntou. – Ele é muito sábio e poderoso, mas não tem como saber o que está acontecendo a parsecs de distância. Não sem que eu o alertasse e ele pudesse entrar em contato com você. Agora que as orientações dele fizeram efeito e você, finalmente, se reconectou com a Força, eu posso aparecer.

Envergonhado da raiva que sentia, Obi-Wan apenas ficou em silêncio por alguns instantes.

— Me desculpe, mestre – ele disse, por fim.

— Novamente, eu te digo... Não estou aqui para te julgar. Estou aqui para te orientar.

— Como? – Obi-Wan parecia ansioso. – Yoda não quis me dizer em nenhum momento. Apenas me disse para aguardar o seu contato. Que você me explicaria tudo.

A essa altura, os dois homens já estavam lado a lado.

— Eu vou te ensinar a se tornar um só com a Força – disse Qui-Gon. – Assim, quando você morrer, a Força que existe dentro de você não será restituída ao universo. Não completamente, pelo menos. Você irá para a morte em sua integridade e personalidade, muito mais poderoso do que jamais foi.

Um calafrio percorreu a espinha de Obi-Wan após ele ouvir essas palavras.

— Na primeira vez que entrou em contato comigo, mestre Yoda disse que eu vou morrer no momento certo.

— Vai – confirmou Qui-Gon. – Mas isso não quer dizer que seu trabalho vai ter terminado. E é exatamente por isso que você precisa passar por esse treinamento. Mesmo depois de morrer, Luke ainda vai precisar que você o guie.

— Então, me ensine mestre – ele rebateu. – Eu estou pronto!

Qui-Gon sorriu para ele.

— Sim, você está. Mas não hoje. Hoje, eu quero que você tenha uma boa noite de sono... não tenha vergonha de usar os seus remédios, se precisar... amanhã, o seu treinamento começa.

Talvez, aquela fosse a primeira vez em um ano que Obi-Wan sentia que sua vida ainda tinha algum propósito. Então, a Força estava lhe reservando mais uma missão a ser cumprida, mesmo após a morte... Se era necessário, então ele a abraçaria de bom grado.

— Boa noite, Obi-Wan – disse Qui-Gon, virando-se e caminhando para longe de seu antigo Padawan.

Ainda atordoado, Obi-Wan não se voltou para sua casa, mas observou seu mestre se afastar.

Qui-Gon, no entanto, parou por um instante e se virou

— Você já sabe? – ele perguntou.

Não foi preciso que o homem se explicasse. Obi-Wan sabia exatamente ao que ele se referia.

— Sim – ele respondeu.

Havia pesar em sua voz.

— Como descobriu?

— Alguns meses depois que cheguei aqui – Obi-Wan contou. – Numa feira em Mos Eppa, enquanto eu comprava peças para consertar o meu umidificador. Quando eu ainda não tinha perdido minha conexão com a Força.

Havia piedade no olhar de Qui-Gon, mas, dessa vez, Obi-Wan não se sentiu irritado. Afinal, de todos os seus dias em Tatooine, aquele talvez tenha sido o pior de todos. Nesse momento, Obi-Wan sentiu seu lothcat voltar a se esfregar por entre suas pernas e ele sabia exatamente o que aquilo significava: estava tarde e o animal estava com sono, mas ele nunca ia dormir antes de Obi-Wan se deitar. Aquele era o primeiro aviso do bicho de que o dia havia chegado ao fim e de que Obi-Wan não tinha escolha alguma quanto a isso.

— Bem, eu fico feliz de não ter que ser eu a te dar a notícia – disse Qui-Gon, com ressentimento. – Odiaria ter que fazer isso. Então... nesse caso... até amanhã, meu querido amigo.

Qui-Gon então, desapareceu atrás de uma rocha e o silêncio voltou a reinar, sendo quebrado apenas pelos sons de grilos cujo cricrilar dominava o céu noturno de Tatooine, quase que compassadamente ao brilhar das estrelas.

Obi-Wan foi retirado de seus pensamentos com um susto. Um dor aguda na canela devido à uma leve mordida do lothcat. Aquele era o segundo aviso (o lothcat estava realmente com sono).

Talvez, fosse melhor ir se deitar logo, sem repetir o prato daquela deliciosa sopa.

          

Talvez, tivesse sido um terrível erro ter parado seu veículo tão longe da feira. O peso da peça de metal sobre as suas costas estava fazendo a sua lombar gritar e ele sabia que, na manhã seguinte, acordaria com toda a coluna travada e dolorida. Não era mais tão jovem e esforços como aquele nunca eram feitos sem um preço a ser pago. Com certeza, passaria o dia na cama com dor. No fim das contas, até que não era tão ruim... Afinal, precisava de um descanso.

Mas o sol escaldante do dia em Tatooine não contribui em nada para amenizar sua situação. Sabia o quanto a água podia ser inflacionada em Mos Eppa em dias como aquele. Mas não havia outra escolha: ou se rendia aos preços abusivos dos comerciantes ou morreria de desidratação antes de ter a mínima oportunidade de retornar à sua casa. Com a boca seca, ele desviou seu caminho, saindo do corredor central da feira, e adentrou uma cantina na lateral.

O local estava cheio de pessoas. Caçadores de recompensas, contrabandistas e assassinos. Após três meses morando em Tatooine, as raras situações em que havia precisado ir até alguma das cidades haviam ensinado Obi-Wan a lidar com aquele tipo de gente: andar com a cabeça baixa, não olhar nos olhos de ninguém, não conversar com ninguém, não se aproximar de ninguém. Entrar mudo e sair calado. Ser completamente invisível. Um fantasma. Talvez, assim, conseguisse comprar o que queria se arranjar confusão.

Ao chegar no balcão, ele fez a sacola com a peça escorregar pelas suas costas, depositando-a no chão ao seu lado. Um suspiro de prazer escapou de sua boca quando ele sentiu as suas costas livres daquele peso, ao mesmo tempo em que todo o seu braço começava a formigar.

— Vai querer o quê? – perguntou agressivamente o dono, um toydariano de pele vermelha que enxugava um copo enquanto voava na direção de Obi-Wan.

— Água – ele pediu.

O dono da cantina sorriu. O sorriso de quem via a oportunidade de extorquir até o último crédito daquele homem sedento que se colocava do outro lado do balcão. E Obi-Wan sabia exatamente o que ele estava pensando, mas, ainda assim, pegar um preço abusivamente inflacionado por um pouco de água lhe parecia uma alternativa muito melhor do que morrer de sede.

O dono do bar se afastou e retornou depois com uma garrafa de vidro, depositando-a sobre o balcão. Imediatamente, Obi-Wan levou suas mãos até ela, mas o toydariano recuou a garrafa.

— Nada disso! – ele resmungou. – O pagamento primeiro!

Impaciente, Obi-Wan remexeu os bolsos de suas vestes. Por fim, ele colocou seis moedas prateadas sobre o balcão e, ao ver a raiva no rosto do toydariano, emendou:

— É tudo o que eu tenho.

Obviamente, era uma mentira. Mas o toydariano não precisava saber.

O dono do bar olho para as moedas por alguns instantes. Enfim, ele as recolheu e entregou a garrafa de água para Obi-Wan que, imediatamente, a levou à boca, bebendo mais da metade de seu conteúdo de uma única vez antes de parar para respirar.

Já parcialmente saciado, Obi-Wan se sentou em um dos bancos e olhou ao redor. Uma tela ao fundo transmitia a reprise da corrida de pod da semana anterior. Apesar de já saber o resultado, Obi-Wan se permitiu se entreter com aquilo por alguns minutos.

No entanto, em algum momento, a transmissão foi interrompida. Muitos dos presentes resmungaram, gritando para o dono da cantina que voltasse a transmitir a corrida.

— Não é culpa minha! – ele gritou, rispidamente em resposta. – É hora da transmissão imperial!

E, realmente, era.

O símbolo do Império surgiu na tela, sendo seguido de um vídeo mostrando stormtroopers em vários planetas. Coruscant, Naboo, Chandrila, Onderon, Malastare e Felucia. Teoricamente, em missão de paz e ajudando a restaurar a ordem na galáxia, segundo a voz que narrava o vídeo. No fundo, não só Obi-Wan, mas todos os presentes sabiam que aquilo era só o Império garantindo a sua presença em cada canto da galáxia, reafirmando seu poder enquanto caçava os Jedi sobreviventes. E isso ficou claro quando, na parte inferior da tela, uma frase escrita em letras brancas surgiu, dizendo “Se você suspeitar da localização de um Jedi, contate o governador local imediatamente.”

Então, algo aconteceu.

Voltando para as imagens em Coruscant, o vídeo filmava a entrada do antigo Tempo Jedi, atual Palácio Imperial. No alto das escadas, Gran Moff Tarkin proferia um emocionado discurso celebrando o Império. Mas havia alguém atrás dele.

Uma figura alta e corpulenta, vestindo um traje preto e um capacete que muito se assemelhava a um crânio. E uma respiração metálica e ruidosa tão perturbadora que não era abafada nem pelos gritos eloquentes de Tarkin. Os olhos de Obi-Wan caíram imediatamente sobre essa figura e uma sensação estranha lhe consumiu, deixando-lhe enjoado enquanto um calafrio percorria toda a sua espinha, fazendo-o tremer. Obviamente, o lado sombrio circundava aquela figura, quem quer que fosse. Por fim, os olhos de Obi-Wan caíram sobre a cintura daquele ser, localizando um sabre de luz.

Como um interruptor que liga e desliga, um nome veio à sua mente. Seu queixo caiu. Petrificado, ele soltou a garrafa de água, que se estilhaçou no piso irregular da cantina, chamando a atenção de algumas pessoas ao redor.

Não podia ser... Não podia... Tinha matado ele... Não era verdade. Estava delirando... Aquilo... Aquilo... era simplesmente impossível!

Em seu peito, Obi-Wan sentia seu coração batendo brutalmente, como se quisesse pular para fora de seu corpo. Ele respirava, mas o ar parecia não encher seus pulmões. As pontas de seus dedos estavam frias e ele sentia seus braços e pernas tremendo.

Então, Anakin estava vivo...

O vídeo da propagando Imperial acabou e, no instante seguinte, a reprise da corrida voltou a ser exibida. Alguns dos presentes, bêbados, comemoraram o fato e, em seguida, o lugar voltou a ser o que sempre fora: um ponto de encontro onde criminosos se embriagavam.

Ainda em choque, Obi-Wan se levantou. Recolocou a sacola do a peça de se umidificador sob as costas e retomou seu caminho. Talvez, seria melhor passar pela fazenda Lars no caminho de volta para casa.

Apenas para se certificar de que eles e Luke estavam bem.


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Notas finais do capítulo

(Não me perguntem porque, mas na minha cabeça, a imensa maioria dos Jedi eram vegetarianos hahahahaha Sei lá, acho que seria uma prática bem condizente com a doutrina deles. Mas não tenho nenhuma informação canônica pra basear minha opinião, é puro achismo mesmo hahahaha)

E ai? O que acharam? Por favor comentem! E me mandem prompts se quiserem ;)

Beijinhos e até o próximo!



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