O príncipe babaca e a florista iluminada escrita por Elizabeth Darcy


Capítulo 8
Casamento Gilda p.2




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POV Eliza

—Boa noite Arthur, você pode conversar?

—Claro, estava esperando você me ligar, eu...

—Não, me deixa falar, não precisa se desculpar mais, eu sei que foi sem querer, e que foi coisa de momento, vamos fazer de conta que nada aconteceu, e vamos continuar amigos tá bom?!

—Claro, você tem razão, amigos tá ótimo – notei algo estranho na voz dele, me pareceu hesitação, mas resolvi não dar bola.

—Então para comemorar que a gente se acertou, espero você, a Jojo e a Cida aqui no Flor, no próximo sábado.

—Vou ver com elas, e depois te digo, agora eu preciso ir, tchau Eliza.

Antes que eu pudesse falar mais alguma coisa a ligação já havia sido encerrada, me sentei na cama e olhei para o pôster colado na parede, esperando que tivesse tomado a melhor decisão.

Duas semanas depois, Arthur ainda estava distante, nossas conversas eram curtas, e não tínhamos nos encontrado mais, isso me machucava, mais se ele achava que seria melhor assim, era meu dever respeitar a escolha dele.

Os convites de casamento tinham chegado esta manhã, e minha mãe tinha pedido ajuda para entregá-los, junto a outro convite para um jantar na noite anterior ao casamento, seria a “despedida de solteiro” dos dois, achei a ideia fofinha.

Então peguei alguns e chamei um táxi para casa do Max, para entregar os convites para ele, a Lú e o Jamaica, quando eu cheguei lá e toquei a campainha, posso dizer com toda certeza que o que eu vi, seria a última coisa que eu poderia imaginar.

Assim que a Lu abriu a porta e me falou para entrar, passei por ela, então a abracei, ela perguntou o que eu fazia por lá.

—Vim entregar os convites do casamento da minha mãe, esse é para você e pro Jamaica, esse aqui é pro Max, e pra um acompanhante caso ele queria levar alguém, e por falar nele, cadê?

Quando terminei minha frase vi ele saindo do quarto sendo seguido por ninguém menos que Pietro.

—Caramba, por essa eu não esperava - foi aí que eles notaram minha presença.

—Bom dia ruiva poderosa - enquanto ele veio me abraçar, Pietro parecia em choque por me ver - esse convite na sua mão é para mim linda pessoa?

—Sim, é do casamento da minha mãe com o Hugo, tem direito a um acompanhante — dei uma piscadinha pro Pietro, depois cheguei mais perto do Max e sussurrei - Vou querer todos os detalhes.

Quando estava na porta, pronta pra sair, lembrei de falar:

—Espero todos vocês no jantar antes do casamento, os detalhes estão dentro do convite, beijinhos.

Passei em mais alguns lugares, entregar outros convites, e perto do almoço fui para casa dos Monteiros, ia aproveitar a oportunidade, entregar os convites para eles, para almoçar com minha família, estava com saudade deles, principalmente dos meus irmãos.

Quando passei pela porta um mini furacão molhado se agarrou as minhas pernas, era o Gui, ele ergueu os braços pedindo colo, então entreguei minhas bolsas para D. Euzébia, e o peguei, assim que ele se ajeitou me plantou um beijo da bochecha.

—Eliza, o restante da família esta na area da piscina, pode me acompanhar.

—Obrigada D. Euzébia - falei enquanto íamos encontrá-los.

Dito isso fui na direção que ela havia me indicado, quando cheguei coloquei Gui no chão que foi correndo em direção aos brinquedos, enquanto eu cumprimentava a todos.

—Filha que bom que você se juntou a nós, dessa vez vai ficar para o almoço pelo menos? - Germano/meu pai me perguntou.

—Claro que sim, estava entregando alguns convites do casamento da minha mãe e deixei o de vocês para mais perto do almoço para poder aproveitar. — dei uma risadinha, porque lembrei que uma vez Arthur me disse que eu estava sempre com fome, e bom era verdade.

—Que bom Eliza, ficamos feliz em ter você conosco - Lili me disse enquanto se abaixou um pouco para ver o que Gui queria lhe mostrar.

Fiquei ali até começo da tarde, fui embora quando Gui literalmente caiu de sono e dormiu no meio da brincadeira de pique esconde, mais uma vez prometi que voltaria outro dia com mais tempo, e que em breve passaria uns dias com eles.

Olhei o relógio antes de chamar o táxi, e vi que ainda estava cedo, torci para encontrar o Arthur na Excalibur, pois era para lá que eu iria, tinha o convite da Adele para entregar e já ia aproveitar para dar o do dele e da Jojo.

Quando cheguei lá, a agência estava em polvorosa, pelo que parecia eles tinham sido contratados para uma campanha grande, com muitos modelos. 

Parei na mesa da Adele, entreguei os convites e conversamos um pouco, perguntei se ela sabia com quem Max estava saindo, que eu tinha visto com meus próprios olhos mais ainda era estranho, demos algumas risadas e ela me disse que a história era recente.

Perguntei pra Adele se o Arthur estava, e se poderia me atender, mas ela me disse que ele tinha saído cedo, e que não tinha pretensão de voltar hoje, pedi se podia deixar uma coisa na mesa dele, ela acenou que sim.

A sala estava com o cheiro do perfume dele, sentei na sua cadeira e escrevi um bilhete simples.

Arthur,

Queria ter te entregue em mãos, mas você não estava, então estou deixando os convites para você, Jojo e Cida do casamento e o jantar da minha mãe, espero muito ver todos vocês lá, não será a mesma coisa sem a sua presença.

Beijos, Eliza

Quando sai, me despedi da equipe e fui para casa, estava cansada o dia tinha sido corrido e cansativo, e ainda era sexta, o que significava que o Flor ia bombar e eu precisaria ajudar.

Assim os dias foram passando, no decorrer do tempo eu e Arthur passamos a conversar mais, principalmente por mensagens, nos encontramos algumas vezes no Flor ou na agência para falar sobre alguma proposta, nada demais.

Finalmente a véspera do casamento tinha chegado, minha mãe estava uma pilha de nervos, e por sorte Lili conseguiu convencer ela a passar o dia no SPA, enquanto nós cuidávamos dos preparativos, ela só voltaria perto do horário que iria começar.

O salão que tínhamos alugado para o jantar estava fervilhando, eram muitas pessoas correndo de um lado para outro, arrumando mesas, colocando as louças, marcando os lugares, quem coordenava tudo era minha salvadora Lili, perto das 16h, tudo estava pronto, agora só faltava me arrumar e às 19h voltar para cá, acompanhada da minha família, para darmos início a festa.

No caminho de casa, busquei Dayse e Carlinhos e que tinham ido para casa de um amiguinho, já em casa mandei que os dois comessem e depois fossem tomar banho que a roupa já ia estar pronta, deixei os dois na cozinha e fui ajeitar as coisas deles e separar minha roupa.

Duas horas depois estava terminando a maquiagem, quando escutei a campainha tocando, gritei pra Dayse ir abrir a porta que eu já estava indo, levei um choque ao chegar na sala, Arthur estava lá, lindo em um terno preto, com uma blusa também preta com os primeiro botões abertos, parecia que tudo realçava aquele belo par de olhos azuis.

—Achei que você poderia precisar de ajuda, então resolvi dar uma passadinha por aqui, antes de ir pro salão.

—Claro que preciso, pode dar uma olhadinha no Carlinhos, enquanto eu termino de arrumar a Dayse.

Então ele me seguiu até o quarto das crianças, e juntos terminamos de arrumar os dois, por um segundo eu nos vi como uma família, vi tudo que poderíamos ter tido, se eu não tivesse escolhido o Jonatas tanto tempo atrás. Essa percepção me abalou um pouco, principalmente porque tive a impressão de ter perdido isso novamente, quando escolhi a amizade.

Minha mãe me mandou uma mensagem dizendo que nos encontraria lá, que Hugo tinha ido buscá-la, e que eles chegariam juntos, então falei para Arthur que poderíamos ir.

Quando chegamos lá, várias pessoas já tinha chegado também, e atraímos alguns olhares, por estarmos chegando juntos, mas antes que eu pudesse dar muita atenção a isso, Jojo surgiu usando um vestido preto e botas pesadas, era uma visão interessante.

—Então era esse seu compromisso, bem que eu suspeitei - ela disse pro Arthur, enquanto íamos nos sentar, a mesa deles por coincidência ficou ao lado da minha que era a principal.

Antes que pudéssemos falar mais alguma coisa a cerimonialista pediu que todos se sentasse que os noivos haviam chegado, quando eles surgiram na porta, notei o quanto minha mãe estava linda e radiante, parecia uma nova mulher, tinha um sorriso no rosto que fazia muitos anos que eu não via, e Hugo era um espelho dessa mesma felicidade.

O jantar foi muito tranquilo, entre muitas conversas, risadas, depois de algumas horas, as pessoas começaram a se levantar e sentar em outras mesas ou puxarem cadeiras e fazerem grandes rodas de conversas, as crianças correndo, brincando e rindo, o Gui era o centro das atenções, todos queriam aperta-lo, beija-lo e paparicá-lo. Além dele o outro foco constante de atenção eram os noivos, a todo momento alguém aparecia para parabenizá-los e dizer que amanhã seria um belo casamento.

Quando a grande maioria das pessoas já tinha ido embora e sobraram apenas, a família (menos Lili e Germano, que haviam ido embora a pouco, pois Gui tinha literalmente dormido no meio do salão de cansaço), Max, Pietro, Lu, Jamaica, Adele, Arthur, Jojo e Cida, então juntamos as cadeiras em uma roda e estávamos conversando sobre a festa, até que surgiu o assunto pares para o casamento, e eu percebi que não tinha um.

—E você caipira, vai com quem? - Jojo perguntou de forma sugestiva.

—Eu vou comigo mesma, e tenho certeza que vai ser uma ótima festa -falei, tentando fazer piada.

—Você não ter um par, que ridículo, bem a sua cara isso - Jojo falou, debochando de mim, era uma pirralha insuportável, que eu adora.

—Bom isso não te diz respeito, sua pirralha adorável — mas eu tinha um problema, com quem eu iria entrar na igreja, eu era uma das madrinhas da minha mãe, e tinha esquecido que precisaria de um par, talvez eu estivesse bem ferrada.

Algum tempo depois, decidimos que era hora de ir embora, amanhã era um dia muito importante e tínhamos que estar bem descansados, fora que teríamos compromissos o dia inteiro, mas tudo valeria a pena, ver a felicidade da minha mãe era a coisa mais importante do mundo para mim nesse momento. 

Na manhã seguinte, acordamos um pouco tarde, a noite tinha sido longa e agitada, mas estávamos muito animadas, minha mãe iria mais cedo para o salão passar pelo “Dia de Noiva”, eu e Daisy a encontrariamos duas horas antes da cerimônia, para nos arrumarmos juntas, minha irmãzinha seria a dama de honra e eu a madrinha.

As horas pareciam não passar, e a cada minuto eu ficava mais nervosa, queria que tudo fosse perfeito, pois sabia que Dona Gilda merecia isso, quando finalmente chegou a hora, deixei Carlinhos no Hugo, pois os dois iriam se arrumar juntos, coisas de homem, e então fui para o salão.

Assim que cheguei cumprimentei o Rafa, que estava cuidando do making of de tudo, e então sentei para que as meninas pudessem cuidar de mim, foi tudo feito com muita atenção e carinho, adorei as garotas principalmente as que estavam ajeitando a Dayse, super atenciosas, quando finalmente estávamos prontas, Rafa pediu para tirar algumas fotos antes de irmos para a igreja, depois de alguns click, partimos.

Quando chegamos na porta da igreja, eu ia falar pra minha mãe que teria que entrar sozinha, pois tinha esquecido de encontrar um par, mas antes que eu pudesse falar, Arthur surgiu e eu sabia que ele entraria comigo, pois só os padrinhos estavam do lado de fora esperando.

Assim que nos posicionamos para entrar, Arthur veio até mim, e notei alguns olhares, ele cochichou para mim:

—Estava escutando a sua conversa com a Jojo, e resolvi te salvar, você fica me devendo uma. - então ele me deu um beijo na bochecha.

Durante o curto caminho que percorri de braços dados com o Arthur, tinha a sensação de ter mais olhos em mim, do que deveria, Jojo particularmente tinha um sorriso de orelha a orelha, peste.

A cerimônia foi maravilhosa, o discurso que o Hugo fez para minha mãe foi extremamente emocionante, e foi respondido por Dona Gilda de maneira muito carinhosa. Quando o padre os declarou marido e mulher, eu e boa parte dos convidados tínhamos os olhos cheios de lágrimas, estava tudo perfeito e ver minha mãe tão radiante, me deixava plena.

Na hora de sair da igreja, dentro do carro da noiva, não tinha mais espaço pra mim, então acabei pegando uma carona com o Arthur e a Jojo, aproveitei para agradecer o que ele tinha feito por mim.

—Você realmente me salvou, eu esqueci que a madrinha precisava de um par.

—Você sabe que eu faço qualquer coisa por você - assim que ele terminou a frase eu corei, e fiquei ainda mais sem jeito, porque logo em seguida ele colocou a mão na minha coxa e me fez um carinho. 

A festa começou de verdade quando os noivos chegaram, eles passaram por todos os rituais, a valsa do casal, o corte na gravata do noivo, mais o alvoroço maior aconteceu quando foi anunciado que o buquê seria jogado. Eu pretendia ficar de fora, mas Jojo e Dayse não compartilhavam da minha decisão e me empurraram para o meio da mulherada que se aglomeravam na esperança de pegar, minha mãe contou até 3 e jogou, jurou que vai parecer clichê mais me pareceu que ele veio em câmera lenta até cair nos meus braços.

Houveram palmas, algumas risadinhas, umas brincadeiras de com quem seria, Jojo parou ao meu lado e me disse que Arthur estava solteiro, bufei e fui me sentar, quando cheguei na mesa, desabei na cadeira, e enquanto isso a pista de dança enchia de casais.

Alguns minutos depois, meu pai veio me tirar para dançar, aceitei, precisava me divertir e me distrair, depois dancei com Fabinho, Charles, Jamaica, Hugo, até mesmo com o Pietro, que estavam segundo ele é o próprio Max, tendo apenas um affair, depois “dancei” com as crianças, Jojo, Dayse e até o Gui.

Depois de um tempo Jonatas apareceu e me convidou para dançar, perguntei se a Leila não ia ficar brava, ele disse que não, a morena sabia que éramos apenas grandes amigos, e foi muito divertido, e muito aliviante notar que nossa amizade tinha sobrevivido e se mantido apesar de tudo, quando uma próxima música ia começar Arthur parou ao nosso lado.

—Me concede a próxima dança? - me despedi do Jonatas com um beijo, e aceitei a mão estendida do Arthur. Vi que ele olhava para minha mãe e quando pensei em perguntar o motivo, ele me fez dar um giro e quando me puxou de volta disse - Você quer mesmo posar vestida de noiva?

—A Gabriela te ligou, eu quero achei a proposta bem legal, e vai ser interessante, quem sabe vai ser minha chance de usar um vestido de noiva.

—Ligou sim, se você aceitar já te adianto que vai ser praticamente um trabalho voluntário, o cache e bem baixo.

—Não tem problema, pode agendar as fotos - depois disso descansei a cabeça no ombro dele, ao fundo tocava uma música lenta, e por um segundo senti que só tínhamos nós dois naquela pista, eu estava tão confusa, parecia tão certo ao lado do Arthur, mas tinha medo de que a gente acabasse se machucando.

Dançamos mais duas músicas depois, então eu disse que estava cansada e precisava sentar um pouco, quando Arthur saiu dizendo que ia pegar algo para que a gente bebesse, Lili sentou ao meu lado com um Gui adormecido nos braços.

—Vocês fazem um casal bonito, confesso que torço pra que tenha um final feliz, vocês merecem, mas não foi pra isso que eu vim aqui, nós estamos indo, pode mandar um beijo pra sua mãe por nós? 

—Claro que sim Lili, podem ir tranquilos, acho que vamos daqui um pouco também - nisso olhei para o celular, já passava das duas da manhã - está tarde e as crianças estão ficando cansadas, e o casal tem uma viagem amanhã cedo.

Cerca de uma hora depois todos começaram a ir embora, eu internamente agradeci, estava morta e tudo que eu queria era uma massagem e minha cama, infelizmente teria apenas o último, mas tudo bem, chamei meus irmãos e falei que estávamos indo para casa daqui um pouco, sabia que minha mãe ia para a casa do Hugo e que iriam direto para o aeroporto amanha de manha, eles ia passar uma semana em Porto Seguro, no hotel La Torre.

Aproveitei para me despedir da minha mãe, e prometer algumas coisas, as crianças iam ficar bem, ia pra escola, eu ia cuidar do Flor, o Riscado ia me ajudar a cuidar de tudo, ela podia ficar tranquila, fiz ela me prometer que ia se divertir ao máximo. Então assim que fui pegar minhas coisas, e chamar meus irmão, Arthur me chamou.

—Precisa de alguma ajuda com seus irmãos? - ia dizer que não, até ver que os dois estavam dormindo.

—Chamei um táxi, você pode me ajudar a levá-los, o taxista já está lá fora esperando. - assim que terminei de falar, ele pegou Dayse no colo, e cutucou Jojo, eu acordei Carlinhos que se abraçou em mim, e praticamente dormiu de novo enquanto caminhávamos até o táxi, colocamos os dois no banco, e me virei para me despedir.

—Te sigo até sua casa pra te ajudar a subir com eles depois.

—Não precisa Arthur, pode deixar que depois eu me viro com eles, você já ajudou bastante. - dei um abraço nele, e um beijo na bochecha, antes de entrar no carro também.


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